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Lula

LULA
(atacante)

Nome completo: Luís Ribeiro Pinto Neto
Data de nascimento: 16/11/1946
Local: Arcoverde (PE)

Carreira:
1964
ABC
1965
Ferroviário-RN
1965-1967
Fluminense
1967
Palmeiras
1968-1974
Fluminense
1974-1977
Internacional
1977-1980
Sport

Lula infernizava os laterais adversários com suas arrancadas pela esquerda. E infernizava os dirigentes com suas reivindicações e sua rebeldia. Lula não era homem de meias palavras. Polêmicas, frases de efeito e dribles marcantes marcaram a carreira do ponta. Lula se orgulha de jamais ter perdido uma decisão na sua carreira.
O atacante iniciou a carreira no ABC de Natal, passando pelo modesto Ferroviário. Descoberto por um olheiro do Fluminense, partiu para o Rio de Janeiro aos 19 anos. Emprestado ao Palmeiras, conquistou os títulos da Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa de 1967.
Vendo potencial no ponta, o Fluminense providenciou o seu retorno. Nas Laranjeiras, conquistou os títulos estaduais de 69, 71 e 73, e o Roberto Gomes Pedrosa de 1970. Mas além das conquistas, Lula enfrentava problemas com Zagallo, técnico da Seleção Brasileira, e com companheiros de time, principalmente com o centroavante Artime.
Em 74 foi negociado com o Internacional, onde formou trios de ataque inesquecíveis ao lado de Valdomiro e Claudiomiro/Flávio Minuano/Dario. Porém, apesar dos títulos, sua rebeldia afetava seu relacionamento com o clube, principalmente com o técnico Rubens Minelli. O treinador colorado chegou a pedir demissão, mas a direção contornou a situação. Pelo Internacional, foi tricampeão estadual (74, 75 e 76) e bicampeão nacional (75 e 76).
Com saudades do nordeste e sua família constantemente doente em virtude do clima gaúcho, Lula rumou para o Sport, abrindo mão de um dinheiro que deveria receber do Internacional. O final da carreira de Lula ficou marcado por lesões e por uma briga com um torcedor do Sport na beira da praia, que resultou em socos e tiros. Mesmo sondado pelo Dallas, dos Estados Unidos, teve de encerrar a carreira por causa do joelho.

Marinho Peres

MARINHO PERES
(zagueiro)

Nome completo: Mário Peres Ulibarri
Data de nascimento: 19/3/1947
Local: Sorocaba (SP)

Carreira:
1965-1967
São Bento
1968-1971
Portuguesa
1972-1974
Santos
1974-1976
Barcelona-ESP
1976-1977
Internacional
1977-1980
Palmeiras
1980
Galícia
1980-1981
América-RJ

Marinho começou a sua carreira no São Bento, time de sua cidade natal. Ao seu lado, um companheiro que mais tarde viria a ser seu colega na Seleção Brasileira: o gigante Luís Pereira. O zagueiro nunca passou por dificuldades na vida, mas a responsabilidade sempre foi ponto forte de sua carreira.
Em 1968 foi para a Portuguesa, onde teve sua primeira convocação, ainda no mesmo ano. O jogador é lembrado até hoje pelos torcedores da Lusa por ser o autor do primeiro gol da história do Canindé. Porém, uma sequência de resultados ruins fez com que Marinho saísse pela porta dos fundos.
Foi a oportunidade de ouro para que o Santos aproveitasse e levasse o zagueiro para a Vila Belmiro. Boas atuações e o título estadual de 1973 (dividido com a própria Portuguesa) renderam mais convocações na fase de preparação para a Copa do Mundo de 1974. Mais uma vez, Marinho Peres estava ao lado do amigo Luís Pereira.
O Brasil terminou a Copa na 3ª colocação e Marinho Peres encerrou o Mundial como capitão. A vitrine despertou a atenção dos espanhóis Real Madrid e Barcelona, ainda mais pelo fato de o zagueiro ter a dupla nacionalidade. O Barcelona levou a melhor, mas a passagem pela Espanha foi longe de ser favorável.
Por ter a dupla nacionalidade, Marinho seria obrigado a prestar o serviço militar obrigatório. A direção do Barcelona tentou articular um “adiantamento” na documentação do atleta, mas não adiantou. O zagueiro acabou fugindo da Catalunha e vindo para Porto Alegre.
Novamente no Brasil, a sorte sorriu para Marinho Peres. Ao lado de Figueroa, conduziu o Internacional ao oitavo título estadual consecutivo e ao bicampeonato nacional. O Internacional, acostumado com zagueiros botinudos, viu uma defesa formada pela raça do chileno e a elegância de Marinho.
Entretanto, Marinho ficou encarregado de ser o protagonista da zaga colorada em 1977, após a saída de Figueroa, mas a perda do título estadual para o Grêmio pesou e o jogador não soube lidar com o fato de ser uma das referências do time. Deixou o clube no segundo semestre de 77 e foi para o Palmeiras, onde foi vice-campeão brasileiro em 1978, perdendo a decisão para o Guarani. Antes de encerrar a carreira, passou por Galícia e América-RJ.

Manga

MANGA
(goleiro)

Nome completo: Haílton Corrêa de Arruda
Data de nascimento: 26/4/1937
Local: Recife (PE)

Carreira:
1957-1958
Sport
1958-1967
Botafogo
1967-1973
Nacional-URU
1974-1977
Internacional
1977
Operário-CG
1978
Coritiba
1979-1980
Grêmio
1981-1982
Barcelona-EQU

Diz o ditado que Deus escreve certo por linhas tortas. No caso de Manga, sua história foi escrita com base em suas mãos e dedos deformados. Não é à toa que o Dia do Goleiro é uma homenagem ao jogador, ideia lançada nos anos 70, data comemorada no dia de seu aniversário: 26 de abril.
Manga é o típico jogador raiz, cercado de folclore e grandes histórias. A mística do Manguita Fenômeno, como o próprio se intitulava, resultou em glórias gigantescas, principalmente em suas passagens por Botafogo, Nacional de Montevidéu e no Internacional.
O jovem Manga, apelido de infância por ser um exímio apanhador de mangas, começou a carreira nos juvenis do Sport. Em 1957, foi lançado aos profissionais em uma excursão do time pernambucano na Europa, depois de o goleiro Osvaldo Baliza se lesionar. Desde então, nunca mais aceitou esquentar banco em nenhum clube na carreira.
Como esperado, o centro do país foi o seu destino. Pelo Botafogo, foram três títulos do Rio-São Paulo (62, 64 e 66), uma Taça Brasil (68) e quatro campeonatos estaduais (61, 62, 67 e 68). Apesar das conquistas, Manga vivia em pé de guerra com a imprensa carioca, principalmente o cronista esportivo João Saldanha. Manga é um dos responsabilizados pela eliminação da Copa do Mundo de 1966, na fatídica partida contra a Seleção de Portugal.
Em 1967, foi contratado pelo Nacional de Montevidéu, onde, mais uma vez, assumiu a titularidade com muito trabalho. Em território charrua, foram quatro campeonatos nacionais e as inédita conquistas da Libertadores de 1971, quebrando a invencibilidade de três títulos do Estudiantes, se vingando da derrota em 1969, e do Intercontinental de 1971. Permaneceu no futebol uruguaio até 1974.
O Internacional não conseguia manter uma estabilidade em sua meta, pois Schneider não conseguia se consolidar com a camisa 1 por cometer muitas falhas em momentos decisivos. Manga foi contratado após a Copa do Mundo da Alemanha. Assim, o Internacional parou de bater na trave. Conquistou dois campeonatos brasileiros, em 75 e 76. Além disso, Manga conquistou os estaduais de 74, 75 e 76. Na decisão de 1975 contra o Cruzeiro, fez defesas inacreditáveis, parecendo muito tranquilas por sua plasticidade.
Em 77, a direção colorada não quis dar um merecido aumento para o goleiro, que deixou o Internacional magoado. A torcida colorada sentiu a ausência do fenômeno, principalmente após a quebra da hegemonia do octacampeonato.
Mesmo acima dos 40 anos, Manga conquistou mais três títulos estaduais: sul-matogrossense pelo Operário (1977), paranaense pelo Coritiba (1978) e gaúcho pelo Grêmio (1979). A reta final de sua carreira se deu no Barcelona de Guayaquil, onde conquistou o título equatoriano em 1981. Parou de jogar somente em 1982, aos 42 anos.

Escurinho II

ESCURINHO II
(lateral-esquerdo)

Nome completo: Francisco Machado
Data de nascimento: 27/6/1953
Local: Porto Alegre (RS)

CARREIRA:
1974
Internacional
1974
Inter-SM
1975
Internacional
1976
Figueirense
1976
Internacional
1977-1978
Operário-CG
1979
América-SP
1980
Operário-CG
1980
Pinheiros-PR
1981
Vitória
1981
ABC
1982-1983
Atlético de Valdevez-POR
1984-1986
Sporting da Covilhã-POR
1986
Paredes-POR
1987-1988
Esposende-POR
1989-1991
Naval-POR

Lateral-esquerdo bom cobrador de faltas e perito nos lançamentos à área. Escurinho II, irmão do sudosíssimo Escurinho, era uma jovem promessa colorada que surgia no Beira-Rio. Aos 7 anos, Escurinho II já figurava nas categorias de base do Internacional

Passou por todas as categorias até chegar aos profissionais, em 1974. Foi emprestado ao Inter-SM para "pegar cancha", enquanto Jorge Andrade, Vacaria e Chico Fraga eram protagonistas na posição. Escurinho teve pouco espaço no Internacional, mesmo sendo um atleta promissor.

Pelo Inter, Escurinho fez parte das inesquiecíveis campanhas de 1975 e 1976 no Brasileirão. Um forte rumor de que o lateral fez críticas ao técnico Rubens Minelli por não ter chances entre os titulares dificultou o relacionamento entre ambas as partes. Foi envolvido em uma negociação de empréstimo do zagueiro Marião, do Operário-CG, e deixou o Internacional em 1977.

No Brasil, Escurinho defendeu ainda o América-SP, Pinheiros-PR, Vitória (onde jogou ao lado de seu irmão) e ABC de Natal. Em 1982, foi para o outro lado do mundo se aventurar no futebol português. Seu destino foi o Atlético de Valdevez, onde chamou a atenção do Sporting da Covilhã.

Escurinho é um dos grandes idolo do Covilhã. Na terra pátria, o lateral, improvisado na meia-cancha, ajudou o time português a subir para a primeira divisão do futebol português na temporada 1983/1984. Em 62 partidas pelo Covilhã, marcou 12 gols.


O lateral ainda defendeu os lusos Paredes, Esposende e Naval, onde encerrou a carreira em 1991, aos 34 anos. Infelizmente, Escurinho não teve a mesma sorte como treinador. Acabou no esquecimento do universo futebolistico, mesmo com o relativo sucesso que conquistou no segundo escalão do futebol português.

Gasperín

GASPERÍN
(goleiro)

Nome completo: Luiz Carlos Gasperín
Data de nascimento: 
Local: 

CARREIRA:
1971-1974 - Esportivo
1975 - Grêmio
1976 - Juventude
1976-1981 - Internacional
1981 - Cruzeiro
1982-1985 - América-RJ
1985-1987 - Botafogo-SP
1988-1989 - Glória

Nascido em Sarandi, o goleiro Gasperín começou a jogar futebol amador no extinto Brasil, de Vacaria, aos 14 anos. Como para disputar campeonatos profissionais teria que ter 16 anos, Gasperín esperou mais dois anos.

Em seguida, o Grêmio o contratou para defender a meta na categoria juvenil e, logo, foi campeão estadual da categoria. Depois, partiu para Bento Gonçalves, onde encontrou pela primeira vez o saudoso técnico Ênio Andrade.

Após mais uma passagem breve pelo Grêmio em 75 e por Juventude em 76, Gasperín foi contratado pelo Internacional. Em seu primeiro ano no Inter, foi campeão brasileiro na reserva de Manga.

Em 77, amargou a reserva de Manga e Benítez. Assim que o paraguaio foi emprestado ao Palmeiras, Gasperín assumiu a titularidade em 78, voltando a trazer o título estadual ao Beira-Rio em uma vitória inesquecível por 2 a 1 sobre o Grêmio, em pleno Olímpico.

Benítez retornou em 79 e Gasperín já era considerado reserva de luxo. Assim que Benítez se lesionasse, Gasperín entraria imediatamente. O Inter, mais uma vez, foi campeão brasileiro e de forma invicta.

No ano de 1980, Gasperín foi o titular na disputa pelo título da Libertadores. Na ocasião, o goleiro se tornou o brasileiro com menor média de gols sofridos na história da Libertadores, tendo disputado todas as partidas. O vice-campeonato contra o Nacional foi sofrido, mas para Gasperín, lhe valeu um lugar na história centenária do Internacional.

Deixou o Inter em 81, passando por Cruzeiro, América-RJ, Botafogo-SP e Glória de Vacaria. Abandonou os gramados em 89 e passou a se dedicar à casamata. Treinou diversos clubes do interior do Rio Grande do Sul.

Em 2010, Gasperín foi vencido por um câncer no intestino, o qual enfrentava desde 2005. O goleiro, último vencedor do Prêmio Belfort Duarte em 1983, sempre foi lembrado com carinho nas festividades do Inter, inclusive no centenário do clube e nos 100 anos do clássico Gre-Nal.

Gardel

GARDEL
(zagueiro)

Nome completo: Carlos Gardel Bruno
Data de nascimento: 7/1/1955
Local: Vitória (ES)

CARREIRA:
1975 - Vasco
1975-1976 - Atlético-RS
1976-1977 - Internacional
1978-1981 - Coritiba
1981-1982 - Barcelona-EQU
1982-1983 - Coritiba
1984 - Maringá
1985 - Coritiba
1985 - Criciúma

Gardel, jogador com o mesmo nome do grande astro do tango, foi um zagueiro que passou pelo Internacional na metade dos anos 70. Iniciou nos juvenis do Vasco da Gama em 1974, levado pelo histórico dirigente Heleno Nunes.

Preterido nos profissionais do Vasco, relutou em se transferir para outro estado, até que tomou a decisão de viajar à Carazinho após receber um convite. Veio para o Rio Grande do Sul em 1975 para defender o Atlético. Em 76, passou a ser assediado por dirigentes de Grêmio e Internacional, ainda mais depois de uma excelente atuação diante do tricolor no Olímpico.

O Internacional contratou o jogador pouco antes de iniciar uma partida entre Internacional e Atlético. Alguns jogadores do Atlético não queriam que ele se queimasse por pensarem que entregaria o resultado. Gardel marcou Dario com vigor e ganhou prestígio com os dirigentes.

Teve raras oportunidades em 76, no elenco octacampeão gaúcho e bicampeão brasileiro. Com a saída de Figueroa, Gardel teve a difícil missão de substituí-lo. Acabou não vingando e ganhando fama de pipoqueiro após a derrota colorada na decisão do Gauchão de 1977.

O discreto Gardel se transferiu para o Coritiba em 78, onde teve boa passagem, conquistando o bicampeonato paranaense de 78 e 79. Foi emprestado ao Barcelona-EQU em 81 e retornou ao Coxa na metade de 82.

Depois de lidar com uma lesão que o tirou de campo por quase um ano, voltou a jogar em 83. Após um empréstimo ao Grêmio Maringá, voltou ao Coritiba em 85. Disputou algumas partidas com o time que se tornou campeão brasileiro, mas não chegou a tocar na taça. Em março daquele ano, foi para o Criciúma, onde encerrou a carreira.

Um infarto tirou a vida de Gardel em 2009, em Vitória, no Espírito Santo.

Schneider

SCHNEIDER
(goleiro)

Nome completo: Luiz Carlos Schneider
Data de nascimento: 15/5/1948
Local: Montenegro (RS)

CARREIRA:
1968-1977 - Internacional

Abílio dos Reis, sem dúvida, foi um dos maiores lançadores de talentos do Internacional. Em 1965, ele foi até o município de Montenegro trazer o jovem goleiro Schneider. No início de sua trajetória pela base do Inter, Schneider não mostrava muita confiança, mas aos poucos foi conquistando o técnico dos juvenis.

O treinador Oswaldo Rolla promoveu Schneider aos profissionais do Internacional em 1968. Instável, o goleiro acabou indo para a reserva assim que Gainete retornou de um empréstimo ao Vasco.

Schneider recuperou a titularidade e, conseqüentemente, a confiança em 1972. Em seu retorno à meta colorada, o goleiro chegou a ficar 473 minutos sem levar gols.

Entretando, a carreira do goleiro foi marcada pela irregularidade e por azares. Entre milagres e frangos, o Inter foi atrás de um goleiro para ser titular. Então, Manga se adonou da camisa 1 e Schneider não voltaria mais a ser titular.

Mesmo veterano, Manga foi o goleiro dos titulos brasileiros de 1975 e 1976 e Schneider, um coadjuvante. Em sinal de respeito, Schneider não se incomodava com a reserva, mas enfrentou problemas com fraturas nos dedos e teve que abandonar a carreira precocemente.

Depois da aposentadoria, Schneider passou a ser treinador de goleiros do Internacional, revelando ao mundo talentos como Gilmar Rinaldi e Taffarel. Apaixonado pelo Internacional, sua maior derrota aconteceu em 1999, quando faleceu em virtude de um câncer, aos 51 anos.

Pedrinho Gaúcho

PEDRINHO GAÚCHO
(atacante)

Nome completo: Pedro Antônio Simeão

O lajeadense Pedrinho Gaúcho estreou no time principal do Internacional em 1973, depois de disputar as Olimpíadas de 1972 pela Seleção, ao lado de Falcão, Roberto Dinamite, Dirceu e outros grandes nomes do futebol.

No Inter, foi reserva imediato de Valdomiro por seis anos. Enquanto Valdomiro tinha como característica principal a bola parada, Pedrinho era homem de movimentação. Ganhou cinco títulos estaduais e dois campeonatos brasileiros.

Deixou o Internacional após a eliminação nas semifinais do Brasileiro de 78, rumando o América-SP. Depois de dois anos em São José do Rio Preto, foi para o Atlético-MG, onde ficou de 1979 até 1982. Ganhou o campeonato mineiro em todos os anos em que esteve em Minas Gerais.

Em 83, foi para o Vasco da Gama, onde jogou ao lado de Roberto Dinamite, Acácio e Rosemiro. No cruzmaltino, pegou uma época de vacas magras. Passou pelo Coritiba em 1984 e foi para o Bangu em 1985.

Curiosamente, Pedrinho Gaúcho passou pelos dois times finalistas do Brasileirão de 85, mas na final foi derrotado, pois estava no Bangu. Deixou o Bangu em 1986 e encerrou a carreira no Avaí, aos 33 anos.

Internacional x Atlético-MG (Campeonato Brasileiro de 1976)


O cenário perfeito: semifinal de Campeonato Brasileiro, Beira-Rio lotado e dois grandes times querendo conquistar o segundo título nacional a qualquer custo.

Mais um clube mineiro era a pedra no sapato do Inter, que vinha embalado pela conquista do octacampeonato gaúcho. Em 75, o Inter bateu o Cruzeiro na final. Agora era a vez de eliminar o Galo na semi. De um lado, o Internacional de Falcão buscava o bicampeonato consecutivo. Do outro, o Atlético-MG de Toninho Cerezo tentava levar mais uma conquista para Minas Gerais.

Aos 30 minutos do primeiro tempo, parecia que o sonho ia por água abaixo. Em cobrança de falta, no mesmo lado direito onde Valdomiro colocou na cabeça de Figueroa no famoso "gol iluminado", Cafuringa cruzou no miolo da área colorada e Vantuir colocou no canto de Manga. Galo 1 a 0. A torcida colorada, como sempre, não se calou diante da adversidade. Os gritos incessantes de "colorado, colorado" seguiam ecoando até o término da primeira etapa.

O jogo continuou com a intensidade e o calor que uma semifinal de campeonato exige. Até que Batista, aos 28 minutos do segundo tempo, ameniza a angústia colorada, emendando um canudo na gaveta de Ortiz. Era o empate necessário para dar novo ânimo à massa vermelha.

A mágica veio nos minutos finais. Figueroa, da intermediária, faz um lançamento para Dario, que lança de perna direita na cabeça de Falcão na meia-lua da grande área. O mítico camisa 5 escora para o saudoso Escurinho devolver de cabeça para Falcão, que corre para dentro da área. Antes da bola cair, Falcão chuta com a ponta do pé direito. A bola ainda bate no goleiro Ortiz e entra. Falcão corre alucinado em direção à lateral para festejar a obra, seguido de Valdomiro. Mais uma festa no mar vermelho.

E foi nesse dia 5 de dezembro que o Brasil testemunhava uma das viradas mais sensacionais do futebol brasileiro. Nem tanto pelo placar, mas pelo gol mágico de Falcão, onde a bola parou na rede sem sequer ser tocada ao chão. Inter 2 x 1 Atlético-MG. Colorado finalista do Brasileirão de 1976.

Relembre os gols desse duelo inesquecível:

Dario

DARIO
(atacante)

Nome completo: Dario José dos Santos
Data de nascimento: 4/3/1946
Local: Rio de Janeiro (RJ)

CARREIRA:
1967-1968 - Campo Grande-RJ
1968-1972 - Atlético-MG
1973-1974 - Flamengo
1974 - Atlético-MG
1975-1976 - Sport
1976-1977 - Internacional
1977-1978 - Ponte Preta
1979 - Paysandu
1980 - Náutico
1981 - Santa Cruz
1981 - Bahia
1981 - Goiás
1982 - Coritiba
1983 - Bahia
1984 - Nacional-AM
1984-1985 - XV de Piracicaba
1985 - Douradense-MS
1986 - Comercial de Registro-SP


Folclórico e matador, características perfeitas para definir um goleador de frases impactantes e muitos gols no currículo. Dadá Maravilha foi o artilheiro colorado por duas temporadas, dando alegria e títulos para o torcedor.

O carioca Dario começou a jogar profissionalmente no Campo Grande-RJ, em 1967. Em 68, foi para o Atlético-MG. O grande time de Minas na época era o Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes.

Em 1969, assumiu a titularidade do Galo. Chegava nos treinos duas horas antes do resto do time, a fim de aprimorar seus fundamentos. A partir daí, passou a fazer gols de tudo que é jeito. As vaias pararam de perseguí-lo e se transformaram em paixão do torcedor atleticano.

Foi para a Copa do Mundo de 70 graças ao General Médici, visto que João Saldanha o preteria por valorizar atletas do eixo Rio-São Paulo. Em 71, ajudou o Galo a ganhar o primeiro Campeonato Brasileiro. Dadá é torcedor ferrenho do Atlético. Em 73, foi para o Flamengo, retornando ao Atlético em 74.

Depois de um ano no Sport, foi contratado pelo Internacional, que sentia a falta de Flávio Minuano, artilheiro do Brasileiro de 75. Não demorou para que Dario caísse nos braços da massa vermelha.

Faturou o octacampeonato gaúcho e fez um dos gols do título nacional de 1976, diante do Corinthians. O gol foi no melhor estilo Dadá Maravilha, parando no ar como um beija-flor e testando no canto de Tobias. Permaneceu no Inter até a metade de 1977.

Jogou um ano na Ponte Preta e retornou ao seu Galo querido. Rodou por Paysandu, Náutico, Santa Cruz, Bahia e Coritiba, América-MG, Goiás, XV de Piracicaba, Nacional-AM, Douradense-MS e Comercial de Registro. Encerrou a carreira em 1986.

De 1969 a 1976 foi artilheiro de sete estaduais consecutivos e de três Campeonatos Brasileiros. Por onde Dario passou, ganhou o coração da torcida com gols e com seu carisma.

Falcão

FALCÃO
(volante)


Nome completo: Paulo Roberto Falcão

A elegância de Paulo Roberto Falcão fez com que o volante fosse, sem dúvida, um dos maiores jogadores do país na década de 70. Pelo Internacional, foram 8 anos no time profissional e conquistou cinco estaduais (73, 74, 75, 76 e 78) e três Brasileirões (75, 76 e 79). 

Gols épicos como o marcado contra o Atlético-MG, em 1976, numa tabela sensacional de cabeça com Escurinho, mandando às redes de Ortiz, e o gol de primeira nas semifinais de 1979, em uma dividida com Mococa, do Palmeiras, arrancam suspiros de qualquer torcedor colorado.

Pela Seleção, foi preterido pelo técnico Cláudio Coutinho para a Copa de 1978, mas fez parte no legendário time de 1982, onde jogavam Zico, Sócrates, Júnior e uma legião de craques. O título Mundial não veio, mas aquele futebol ofensivo fez história.

Na Roma, se tornou o Rei. Foi o jogador chave na conquista do Scudetto de 1982/1983 e as Copas da Itália de 1981 e 1984. A Roma nunca foi um time de grandes objetivos, mas Falcão deu ao clube da capital italiana uma nova perspectiva no cenário futebolístico europeu.

Depois de deixar o clube romano por divergências com a diretoria, em 1985, retornou ao Brasil para defender o São Paulo. Disputou apenas 25 partidas, mas teve tempo de conquistar seu último título como jogador, o Paulistão de 1985.

Como treinador, Falcão comandou a Seleção Brasileira em 1990-1991, América do México, Internacional, Japão e Bahia. Conquistou os títulos da Copa Interamericana de 91 e a Copa dos Campeões da CONCACAF em, 92 pelo América, e o Gauchão de 2011, pelo Colorado.

Batista

BATISTA
(volante)

Nome completo: João Batista da Silva
Data de nascimento: 8/3/1955
Local: Porto Alegre (RS)

Carreira:
1974-1982
Internacional
1982
Grêmio
1983
Palmeiras
1983-1985
Lazio-ITA
1985
Avellino-ITA
1985-1987
Belenenses-POR
1988-1989
Avaí

O torcedor colorado é passional e corneteiro por tradição. Ao ver um ídolo trocar o Olímpico pelo Beira-Rio, independente da circunstância, o torcedor fica possesso. Porém, o caso de Batista envolve muito mais do que o fator rivalidade Gre-Nal. A carreira de Batista teve três grandes embates ao longo de sua trajetória: enfrentou os adversários, a imprensa do eixo Rio-São Paulo, e a ira da torcida colorada ao vestir azul.
Batista começou a carreira em 1973 no Internacional. Subiu para o time profissional em 1974, logo após a conquista da Taça São Paulo de Futebol Júnior, e conquistou a torcida com a sua versatilidade em desempenhar funções defensivas e de armação no meio-de-campo.
Ao lado de Falcão e Paulo Cesar Carpegiani, compôs uma meia-cancha que arrancava suspiros da torcida colorada e atordoava defesas adversárias. Conquistou três Campeonatos Brasileiros e três estaduais.
Mas nem suas conquistas frequentes conseguiram convencer a imprensa do centro do país. Titular no Mundial de 1978, acreditava que seguiria na Seleção até a Copa de 1982. Tudo indicaria que Batista calaria a boca da mídia, com uma atuação perfeita diante do Palmeiras, em 1981. Inter 6 a 0 com show do centro-médio.
Porém, uma fratura na perna colocou Batista no estaleiro. O presidente José Asmuz, praticamente, abandonou o volante e o passe dele ficou preso à Federação Gaúcha. Batista aceitou a proposta do Grêmio, para poder disputar a Copa do Mundo, o que acabou acontecendo.
A torcida colorada não perdoou o jogador. A direção do Internacional não chegou a um acerto contratual e Batista foi profissional, sem contar com a confiança do presidente José Asmuz, cético quanto a recuperação do volante.
No Grêmio, Batista não conquistou títulos, mas foi eleito o melhor centro-médio do Brasileirão de 82. Ainda passou por Palmeiras, Lazio-ITA, Avellino-ITA, Belenenses-POR e Avaí.