MANGA
(goleiro)
Nome
completo: Haílton Corrêa de Arruda
Data de
nascimento: 26/4/1937
Local: Recife
(PE)
Carreira:
1957-1958
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Sport
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1958-1967
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Botafogo
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1967-1973
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Nacional-URU
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1974-1977
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Internacional
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1977
|
Operário-CG
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1978
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Coritiba
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1979-1980
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Grêmio
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1981-1982
|
Barcelona-EQU
|
Diz o ditado que Deus escreve certo por linhas tortas. No
caso de Manga, sua história foi escrita com base em suas mãos e dedos deformados.
Não é à toa que o Dia do Goleiro é uma homenagem ao jogador, ideia lançada nos anos
70, data comemorada no dia de seu aniversário: 26 de abril.
Manga é o típico jogador raiz, cercado de folclore e grandes
histórias. A mística do Manguita Fenômeno, como o próprio se intitulava,
resultou em glórias gigantescas, principalmente em suas passagens por Botafogo,
Nacional de Montevidéu e no Internacional.
O jovem Manga, apelido de infância por ser um exímio
apanhador de mangas, começou a carreira nos juvenis do Sport. Em 1957, foi
lançado aos profissionais em uma excursão do time pernambucano na Europa,
depois de o goleiro Osvaldo Baliza se lesionar. Desde então, nunca mais aceitou
esquentar banco em nenhum clube na carreira.
Como esperado, o centro do país foi o seu destino. Pelo
Botafogo, foram três títulos do Rio-São Paulo (62, 64 e 66), uma Taça Brasil
(68) e quatro campeonatos estaduais (61, 62, 67 e 68). Apesar das conquistas, Manga
vivia em pé de guerra com a imprensa carioca, principalmente o cronista
esportivo João Saldanha. Manga é um dos responsabilizados pela eliminação da
Copa do Mundo de 1966, na fatídica partida contra a Seleção de Portugal.
Em 1967, foi contratado pelo Nacional de Montevidéu, onde, mais
uma vez, assumiu a titularidade com muito trabalho. Em território charrua,
foram quatro campeonatos nacionais e as inédita conquistas da Libertadores de
1971, quebrando a invencibilidade de três títulos do Estudiantes, se vingando
da derrota em 1969, e do Intercontinental de 1971. Permaneceu no futebol
uruguaio até 1974.
O Internacional não conseguia manter uma estabilidade em sua
meta, pois Schneider não conseguia se consolidar com a camisa 1 por cometer
muitas falhas em momentos decisivos. Manga foi contratado após a Copa do Mundo
da Alemanha. Assim, o Internacional parou de bater na trave. Conquistou dois
campeonatos brasileiros, em 75 e 76. Além disso, Manga conquistou os estaduais
de 74, 75 e 76. Na decisão de 1975 contra o Cruzeiro, fez defesas
inacreditáveis, parecendo muito tranquilas por sua plasticidade.
Em 77, a direção colorada não quis dar um merecido aumento
para o goleiro, que deixou o Internacional magoado. A torcida colorada sentiu a
ausência do fenômeno, principalmente após a quebra da hegemonia do octacampeonato.
Mesmo acima dos 40 anos, Manga conquistou mais três títulos
estaduais: sul-matogrossense pelo Operário (1977), paranaense pelo Coritiba
(1978) e gaúcho pelo Grêmio (1979). A reta final de sua carreira se deu no Barcelona
de Guayaquil, onde conquistou o título equatoriano em 1981. Parou de jogar
somente em 1982, aos 42 anos.