Os quadros - Terminada a partida preliminar entre os quadros secundários, da qual findou por um empate de 2 contra 2, deram cntrda em campo os quadros principais, vindo, em primeiro os locais, que foram saudados pelo público com salvas de palmas, o mesmo se dando quando, os alvi-rubros pisaram o gramado.
Após ligeiro bate-bola, o juiz apita, chamando os concorrentes.
Sorteado o “toss”, este foi favorável nos alvi-rubros, que escolheram o gol de entrada, e logo a seguir, tomam posições: os dois adversários, obedecendo a seguinte organização:
Americano:
Alegrete
Heitor - Vasco
Walter - Dilorenzi - Zezé
Campão, Luiz, Horácio, João e Fagundes.
Internacional:
Bagre
Miro-Risada
Ryff-Magno-Moreno
Nené, Javel, Ribeiro, Marroni e Lourival.
O jogo - Precisamente, às 16 horas, Horácio dá inicio ao jogo, passando a bola ao meio esquerda João, que a perde logo.
Magno faz o primeiro foul, que batido por Vasco, vai fora.
A seguir os colorados fazem cerrado ataque no campo adversário, obrigando a Alegrete praticar difícil defesa, de uma cabeçada de Marroni.
Os grenats avançam pela esquerda, tendo Bagre a ocasião de fazer a primeira pegada, sendo, porém, chargeado por João, o juiz pune foul deste.
Novo ataque dos alvi-rubros obriga a defesa local a conceder corner, que Nenê põe fora.
Voltam os grenats a carregar e Moreno comete foul. Heitor cobra a falta e Miro defonde de cabeça.
Proseguindo o jogo, são registradas numerosas faltas, algomas cobradas com acerto e outras imaginárias.
A torcida incita os seus favoritos, e a partida vai se tornando emocionante, procurando cada qual abrir sorte.
Nenê, que vem jogando mal, inutiliza uma boa carga dos seus companheiros, fazendo feio foul.
Os amiericaistas avançam e Risada faz corner, batida sem resultado.
Os alvi-rubros reagem com energia e Javel dá forte bolaço que se perde por cima da trave superior.
Novo ataque do Internacional e Heitor faz boa tirada.
Os americanistas carregam e Risada, querendo fazer jogo para o público e não para o seu quadro, demora em atirar a pelota e sendo assediado pelos, contrários, faz um fraco puxe, indo a bola aos pés de Horácio, que aproveitando a má colocação de Bagre, atira no arco, conquistando aos 30 minutos de jogo o 1º gol do Americano.
Ruidosos aplausos se fazem ouvir por todo o campo.
Os alvi-rubros desenvolvem esforços para igualar a vantagem do adversário.
Por, momentos se conservam no campo dos locais. Ribeiro, só diante de Alegrete, atira alto, perdendo ótima oportunidade de, empatar o jogo.
Poucos minutos depois termina a primeira fase da peleja, com o seguinte resultado:
Americano 1
Internacional 0
Reiniciando o jogo, o Internacional ataca e Lourival atira por cima da trave.
A linha, colorada avança resoluta e a defesa dos locais concede corner, que batida não surte efeito.
Aos 5 minutos, o Americano avança pela direita, em boa combinação entre Campão e Luiz, rematando este com forte tiro, que Bagre não caosegue deter, conquistando deste forma o 2º gol do Americano.
Os internacionalistas não desanimám e fazem cerradas cargas no campo contrário.
Numa destas, Heitor faz mão junto à áréa.
Nenê cobra a falta e em possante tiro, faz estremecer a rede de Alegrete. Estava felto o 1º gol do Internacional.
Vivas e palmas saúdam o feito do ponteiro rubro.
A "torcida” se manifesta incitando os jogadores.
Os ataques revezam-se seguidamente, pondo em cheque as duas defesas:
Alegrete ataca dois fortes tiros de Ribeiro e Marroni.
Os alvi-rubros tornam ao ataque e Vasco defende de cabeça
uma entrada de Javel, fazendo corner, batido sem resultado.
O Internacional continuando no ataque força novo corner da defesa contrária, de resultado nulo.
Os americanistas reagem, porém, Miro e Bagre defendem bem.
Voltam os alvi-rubros ao ataque e o árbitro cobra um foul de Vasco perto da área. Surgem algumas reclamações e aquele abandona o campo para não mais voltar.
A caça de um juiz - Em vista da resolução do árbitro, a diretoria dos dois clubes e da Amgea, andaram de heróis para Pilatos, a procura de um abnegado que quisesse refiar o tempo restante de jogo, isto é, 18 minutos.
Afinal, nos 20 minutos de impaciente espera, apareceu o Sr. Ernesto Fortes, do São José.
Este, porém, não tornou efetiva a penalidade marcada pelo seu antecessor, e sim bateu a bola no centro do campo.
Reinicinda a peleja, os alvi-rubros se mostram, dispostos a vencer, levando fortes ataques no campo contrário.
Batida uma cornea contra o Americano, registra-se uma ligeira confusão na porta do gol do Alegrete e termina com uma cabeçada de Marroni, marcando assim o 2º gol do Internacional.
Vibrantes aclamações saúdam o empate do jogo.
Agora os dois adversários procuram o ponto da vitória.
Ribeiro Avança e manda forte tiro que passa junto á trave superior.
Faltam apenos 6 minutos para o final.
O Americano ataca e Campão perde ótima oportunidade.
Luiz carrega a bola pela meia direita e centra para a esquerda.
Fagundes, que estava sem marcação no momento, apanha a esfera quase junto ao arco de Bagre e entra, marcando o gol da vitória.
Agitar de lenços, palmas, vivas e até foguetes saúdam o vitorioso tento.
Mais alguns minutos e termina a tão esperada partida, com o resultado geral abaixo:
Americano 3
Internacional 2
Terminado o jogo, os torcedores americanistas carregam em triunfo os seus jogadores.
O juiz da partida - Não tendo comparecido o juiz escalado, que era o Sr. Celeste Aleixo, do Bancário, arbitrou o primeiro tempo e parte do segundo o Sr. V. Sanguinetti, do Grêmio.
S. s. demonstrou não ser bom juiz. Puniu pequenas faltas e deixou passar algumás graves.
Estamos de acordo que o árbitro não possa verificar tudo, porém deve observar, cuidadosamente o jogo quando na área. Convenhamos que a primeira investida do Internacional foi um legítimo gol, porque estando o goleiro na linha e atirando-se para trás com a bola nas mãos evidentemente transformou a pegada em gol. a seguir um player do Internacional defende com a mão e como a primeira passou.
Punia somente as pequenas faltas no centro do campo, e deixava a vontade nas áreas.
Acreditamos na ; honestidade do Sr. Sanguinetti, porém, para refiar grandes Jogos, não está na altura.
Foi continuador do primíeiro árbitro, o Sr. Ernesto Fortes, do S. José , como acima anotamos, juiz oficial da APAD.
Este fato tem sido, muito comentado nas rodas desportivas, pois a Amgea, possuindo um quadro de júizos não encontrou um que pudesse arbitrar o restante do tempo!
Nos , terceiros quadros venceu o Americano por 3 a 2.
Fonte: A Federação (RS), 29/07/1929, ano 1929, n. 176, p. 3. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/388653/67072. Acesso em: 28 jul. 2023.