01/05/1931 - Amistoso - Internacional 2 x 1 Cruzeiro

CRUZEIRO VERSUS INTERNACIONAL
Aproveitando o feriado nacional de de 1º de maio, os dirigentes do Cruzeiro e Internacional, acordara realizar uma partida amistosa nesse dia.
Fonte: A Federação (RS), 27/04/1931, ano 1931, n. 098, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68955. Acesso em: 01 nov. 2024.

INTERNACIONAL X CRUZEIRO
Na próxima sexta-feira, feriado nacional, realizar-se-á um encontro amistoso entre as valorosas esquadras acima.
É a primeira vez no corrente ano que se realiza um encontro entre os teams desses dois clubes.
Nos meios desportivos reina interesse para o referido embate.
Fonte: A Federação (RS), 29/04/1931, ano 1931, n. 100, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68968. Acesso em: 01 nov. 2024.

INTERNACIONAL X CRUZEIRO
No Estádio dos Eucaliptos encontrar-se-ão, amanhã, pela primeira vez no corrente ano, em jogo amistoso, os fortes teams do Internacional e Cruzeiro.
Essa partida está despertando grande interesse e arrastará, certamente, ao local, uma grande assistência.
Fonte: A Federação (RS), 30/04/1931, ano 1931, n. 101, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68977. Acesso em: 01 nov. 2024.

AMISTOSO - INTERNACIONAL 2 X 1 CRUZEIRO-RS
Data: 01/05/1931
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Juiz: Henrique Maia Faillace
Gols: Mancuso 3’/2 (I); Gabriel ?’/2 (C); Mancuso 15’/2 (I).
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasquese Risada; Ryff, Felix Magno e Moreno; Nenê, Donaldo Ross, Mancuso, Honório e Marreco.
CRUZEIRO-RS: Chico; Cauduro e Espir; Fagundes, Nestor e Souza; Chato, Bojuga, Gabriel, Germano e Toco.
Obs.: jogo encerrado aos 15 minutos do segundo tempo, pois os jogadores do Cruzeiro abandonaram o gramado em protesto pela validação do segundo gol do Internacional.

O 2º GOL DO INTERNACIONAL DEU CAUSA PARA O TEAM DO CRUZEIRO ABANDONAR O CAMPO
Entre os dirigentes do S. C. Internacional:e S. C. Cruzeiro foi acordado a disputa de uma taça, em dois, jogos, ficando esse troféu em poder daquele que vencesse por duas vezes consecutivas.
A primelia dessas partidas foi fixada para 1º de maio e a segunda marcada para 14 de julho próximo, aniversário do Cruzeiro.
Infelizmente, o primeiro embate, realizado ontem, no Estádio dos Eucaliptos, teve um desfecho bastante desagrádavel, pois alguns jogadores do Cruzeiro, não se conformando com a validade do 2º gol do Internacional, abandonaram o campo, nos 15 minutos da segunda fase da partida.
Embora o capitão cruzeirista empregasse esforços para que aqueles voltassem ao gramado, nada conseguiu, pois os mesmos se mostravam irredutíveis.
Foi um ato pouco recomendável para um team de responsabilidade como o do Cruzeiro essa atitude.
A disciplina deve pairar acima de qualquer paixão pessoal.
O árbitro pode errar e isso é comum entre nós, porém, existem recursos legais que se podem invocar a fim de derimir questões surgidas no campo.
O que é preciso evitar de qualquer modo, é o nefasto costume dos teams abandonarem o campo, antes de findo um embate.
Os responsáveis por esses fatos devem saber que põem em jogo, com atitudes pouco refletidas, o bom nome de um clube, transgredindo comezinhas regras de disciplina e num menosprezo flagrante para o público que acorre nos nossos campos de desportos para assistir uma partida de foot-ball.
Agora, principalmente, que voltou a reinar a paz no mundo desportivo, as paixões devem se acalmar, a fim de se completar a obra há pouco iniciada.
Estamos certos que fatos como esses não se reproduzirão.
São os nossos votos e os de todos aquele que sentem a necessidade da elevação do foot-ball.
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Findo o embate dos teams secundários, do qual saiu vencedor a turma do Cruzeiro por 4 a 3, o público esperou meia hora, com uma paciência de Job, o início da partida principal. Afinal, começaram a aparecer alguns jogadores e, após, o juiz, o player uruguaio Henrique.
Ambas as esquadras se apresentaram desfalcadas. O Cruzeiro com a falta de Fagundes e Chico, jogando em seus lugares Jorge e Natálio, e o Internncional sem Javel, Ribeiro e Risada, entrando Mancuso, Alfredo e Álvaro.
No primeiro período, os colorados tiveram a primazia dos ataques, porém, não puderam tirar partido da situação, não só pelo esforço da defesa do Cruzeiro, como pelo mau remate dos seus dianteiros.
Os cruzeirislas, por vezes, puseram em cheque o gol contrário, em fortes escapadas. Bojuga era o condutor de todas elas.
A primeira fase terminou sem que nenhum dos contendores conseguisse abrir a contagem.
Aos 3 minutos do segundo tempo, Mancuso, escorando um centro da esquerda, marcou o primeiro ponto do Internacional.
Minutos depois, Gabriel, aproveitando uma confusão na porta do gol de Penha, empata a partida.
O empate se equilibra um pouco, havendo boas cargas de lado a lado.
Aos 5 minutos, o juiz marca um foul do Cruzeiro junto à area.
Magno cobra e a bola vai de encontro à trave superior. Mancuso atira de cabeça e a manda à rede do Cruzeiro.
O juiz consigna o ponto e os cruzeiristas protestam alegando off-side.
O árbitro mantém a sua decisão, e alguns jogadores abandonam o campo. Iniciam-se demarches para o prosseguimento da partida, mas nada se consegue, devido à atitude de alguns jogadores.
É nossa opinião que o gol nas condições em que foi feito, era legítimo. Se algum player estava fora de jogo, da posição em que nos encontrávamos, não nos foi dado observar.
Segundo alguns, Ross, na ocasião, se encontrava off-side.
O técnico argentino, sr. Gues, que assistia o embate, confirma a validade do ponto, achando-o conquistado dentro das regras.
Fonte: A Federação (RS), 02/05/1931, ano 1931, n. 102, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68985. Acesso em: 01 nov. 2024.

26/04/1931 - Citadino 1931 - 1º turno - Internacional 1 x 0 Grêmio

INTERNACIONAL X GRÊMIO
Aproxima-se o dia da realização da mais sensacional partida disputada em Porto Alegre. Serão adversários as duas maiores potências do foot-ball local, Internacional e Grêmio, ambos possuidores de um colossal acervo de glórias e tradições nunca desmentidas.
Os amantes do favorito desporto bretão só têm duas oportunidades por ano de assistir encontros dessa categoria, e toda vez que no campo da luta se defrontam tais, adversários, temos o prazer de assistir lances de verdadeiros conhecedores do segredo da pelota.
Os adversários de domingo são velhos e tradicionais rivais. Há mais de 20 anos que estes dois galhardos clubes, glória e honra do desporto riograndense, disputam com verdadeiro ardor a palma da vitória, dentro da arena das competições desportivas.
O vencedor da pugna de domingo será o mais cotado para carregar o bastão da liderança no atual turno.
Por todos estes motivos, temos quase que certeza que o magnífico Estádio dos Eucaliptos se tornará pequeno para conter a grande avalanche de torcedores que lá afluirão para apreciar o desenrolar desse memorável prélio.
Amanhã publicaremos mais alguns pormenores sobre este importante encontro, que tanto interesse vem despertando em nosso mundo desportivo.
O Internacional treinará amanhã
O diretor do campo do Sport Club Internacional pede o comparecimento de todos os jogadores abaixo, amanhã, às 15 horas, no campo, a fim de realizarem um puxado treino.
Quadro A — Hugo, Cintura, Álvaro; Homero, Abbadé, Índio, Armando, Mario, Mancuso, Marroni, Ricardo, Jean e Ramão.
Quadro B — Penha, Miro, Risada, Ribeiro, Magno, Moreno, Alfredo, Nenê, Javel, Ross, Honório e Marreco.
Após o treino, serão formados os quadros que deverão enfrentar o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense em disputa do campeonato da Amgea, no próximo domingo.
Fonte: A Federação (RS), 22/04/1931, ano 1931, n. 094, p. 3. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68928. Acesso em: 01 nov. 2024.

CITADINO 1931 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 1 X 0 GRÊMIO
Data: 26/04/1931
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Juiz: Heitor Deste
Gol: Donaldo Ross 15’/2 (I).
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasques e Risada; Ribeiro, Felix Magno e Moreno; Nenê, Javel, Donaldo Ross, Honório e Marreco.
GRÊMIO: Lara; Dario e Eurides Sardinha; Mabília, Poroto e Russinho; Artigas, Amâncio, Luiz Carvalho, Foguinho e Nenê.
Obs.: a partida foi suspensa faltando 4 minutos para o encerramento, após uma briga envolvendo Donaldo Ross e Poroto.

O GRANDE JOGO INTERNACIONAL X GRÊMIO NÃO TERMINOU
FALTANDO 4 MINUTOS PARA O FINAL, REGISTROU-SE UMA DESORDEM
A DECISÃO DO FISCAL SUSPENDENDO A PARTIDA CAUSOU DESCONTENTAMENTO 
A grande peleja entre colorados e gremistas, marcada para ontem teve um desfecho desagradável e que muito depõe contra a educação esportiva.
Certos elementos, tanto jogadores como torcedores, não sabem guardar a linha que deviam manter.
O desporto foi criado para desenvolver a cultura física, dentro da lealdade, da cortesia, da camaradagem. Porém, esses elementos entendem ao contrário, e por isso não se pejam de provocar desordens, desrespeitando milhares de pessoas.
O que assistimos ontem, aliás, com grande tristeza, no Estádio dos Eucaliptos, foi um desses condenáveis atos de pouca educação.
Dois jogadores se empenham em luta no campo, generalizando-se o conflito entre os dois quadros, com algumas exceções.
Serenado este e quando ia prosseguir a peleja, eis que surgem os “valientes”.
Novo conflito se arma e se não fosse a intervenção enérgica da polícia e de outras pessoas, talvez a estas horas tivéssemos a lamentar graves consequências.
Não podemos deixar de condenar atos como os que se registraram ontem, pois elles em nada recomendam o nosso desporto e só podem contribuir para o seu desprestígio.
Muitíssimas vezes, para evitar fatos da natureza de que comentamos, a imprensa tem publicado apelos no sentido de que pessoas nervosas e que não possam sopilar seus ímpetos, antes ficar em casa ou procurar outra diversão, mas nunca procurar ingressar num campo de foot-ball.
Já é tempo de acabarmos com essas desordens.
O público que tão generosamente contribui com o seu dinheiro para assistir uma partida do seu desporto favorito, não pode tolerar esses abusos.
Faz-se mister enérgicas providencias para sanear o nosso foot-ball dos elementos indesejáveis que o vêm prejudicando.
Não nos foi possivel, doante da balbúrdia que se estabeleceu, tomar o nome dos iniciadores do último conflito.
Toda a vez que podermos anotar o nome dos turbulentos os
publicaremos, a fim de que sejam tomadas as devidas providências.
Agora, quanto ao caso dos jogadores, a diretoria da Amgea deve agir com o maior rigor, a fim de evitar reproduções.
A expectativa para o jogo
Para a grande peleja reinava extraordinária expectativa entre o nosso mundo desportivo e foi o assunto predileto da semana finda.
Os palpites fervilhavam e a ânsia para o desfecho da pugna era indescritível. Há muito não se notava tão grande entusiasmo para uma partida de foot-ball.
O tempo se mostra contrário
Amanheceu um dia nublado, incerto. Aos poucos foi se carreando, ameaçando torrencial chuva.
Às 13,30, mais ou menos, começou a cair um chuvisqueiro impertinente.
O povo não esmorece
O público, na ânsia de assistir à sensacional pugna, não se amedronta diante da chuva e se dirige ao Estádium dos Eucaliptos, enchendo todos os veículos que iam para o arrabalde do Menino Deus.
Muito antes do inicio do jogo dos teams secundários, já o pavilhão estava completamente tomado.
Todos esperavam impaciente a hora para o início do jogo.
Os segundos teams
A tarde desportiva foi iniciada com a partida dos quadros secundários.
Constituídos de elementos de certo valor, a partida decorreu muito movimentada, havendo forte “torcida”.
O primeiro tempo terminou pelo empate de zero contra zero.
No segundo período, Mancuso, aproveitando um corner, de cabeça, abre a contagem dos colorados.
Pouco depois, Berlo “chargeou” Marroni na área e o juiz cobra pênalti.
Rothfuchs transforma a penalidade no segundo ponto dos colorados.
Os gremistas reagem fortemente, porém, nada conseguem diante da defesa contrária.
Esse embate terminou com a vitória do Internacional por 2 contra zero.
A partida principal
Pouco antes das 16 horas, começaram a entrar no campo os jogadores. Os primeiros a entrar foram os gremistas.
O Sr. Heitor Deste, do Americano, chama os concorrentes.
Feito o sorteio dos campos, este foi favorável ao Grêmio, escolhendo o seus capitão, o gol de baixo.
A seguir os dois quadros tomam posição, assim, organizados:
Internacional:
Penha
Miro - Risada
Ribeiro - Magno - Moreno
Nenê - Javel - Ross - Honório - Marreco
Grêmio:
Lara
Dario - Sardinha
Mabília - Poroto - Russo
Artigas - Amâncio - Luiz - Fogo - Nenê
Precisamente às 15,50 horas, o cronometrista dá o sinal para o início da partida.
O centro colorado Ross movimenta a esfera passando a Javel que a perde para os contrários.
O Grêmio, tenta o primeiro ataque pela esquerda, desfeito por uma intervenção de Ribeiro.
Os primeiros mínulos são de indecisão, conservando-se a pelota no centro do campo.
Aos poucos os gremistas se firmam e levam fortes ataques ao reduto colorado, fazendo o trio final trabalhar bastante.
Amâncio, o “mignon” meia direita gremista, esforça-se muito e quase todas as cargas são feitas por seu intermédio.
Insistindo no ataque, os visitantes põem em cheque o retângulo colorado. Nenê dá violento balaço e Penha faz difícil defesa.
Os colorados reagem e levam alguns ataques ao campo contrário, porém, seus avanços são mal rematados.
A partida torna-se equilibrada, registrando-se cargas de lado a lado.
Numa avançada dos colorados, Lara pratica o primeiro corner da tarde, o ponteiro esquerdo Marreco cobra, e Ross escora de cabeça, passando a esfera por cima.
A seguir, Ross anula uma boa carga de seus companheiros, devido a um foul.
O Gremio avança pela esquerda sem resultado.
A linha gremistas volta a atacar com grande denodo o campo contrário, onde se mantém por alguns minutos.
Nenê escapa dando ótimo centro rasteiro, que seus companheiros não sabem aproveitar.
Agora são os colorados que põem em perigo o arco de Lara.
Registram-se dois corners contra o Grêmio, que não são aproveitados.
Amâncio escapa e passa a Foguinho, perdendo este boa ocasião de marcar gol.
Os colorados voltam ao ataque e Sardinha faz corner.
Marreco cobra e Ross apara de cabeça, indo a esfera ao fundo da rede gremista.
Este ponto foi anulado pelo árbitro, que cobrou bola fora.
Mais algumas cargas de lado a lado findava o primeiro período da luta com o seguinte resultado:
Internacional - 0
Grêmio - 0
A segunda fase da peleja foi iniciada debaixo de chuva.
Os alvi-rubros, neste período, desenvolveram melhor jogo de combinação, o que lhes valeu pôr em constante risco o arco contrário.
O Grêmio ataca pela esquerda e Nenê centra fora.
A "torcida" faz uma algazarra ensurdecedora.
Novo ataque gremista e Foguinho, a poucos metros do gol de Penha, atira por fora.
Lara intervém várias vezes para salvar situações.
Aos 15 minutos de jogo, o perigoso atacante Ross, aproveitando um passe da direita, em forte entrada, consegue o gol do Internacional.
A conquista desse ponto deu azo a uma ovação extraordinária.
Agora, os dois contrários fazem esforços, um para aumentar a contagem e outro para desfazer a vantagem.
O Grêmio ataca com vigor e Penha pratica difícil defesa de um forte tiro de Luiz. A seguir, o goleiro colorado faz nova defesa de uma virada do mesmo jogador.
Os colorados avançam e Ross, de posse da pelota, procura passar. Aquele shoota e Poroto opõe a cabeça, resultado o primeiro dar com o pé na testa do centro-half gremista.
A testa de Poroto começou a sangrar, pois se pisara no mesmo lugar em que recebera um ferimento por ocasião do jogo contra o Pelotas.
Desse fato começou a rusga entre os dois jogadores e que pouco depois terminava num atracamento.
O juiz marcou foul contra o Internacional. O Grêmio avança e Risada defende.
Os dois adversários fazem ingentes esforços para a conquista de pontos, porém, as defesas se multiplicam para evitar a queda dos respectivos arcos.
Parecia que a partida iria ao final sem mais novidade.
Faltavam 4 minutos para o fim do jogo, quando Poroto, após algumas palavras com Ross, o agride a socos e pontapés. Os demais jogadores intervêm, alguns para apaziguar e outros para brigar.
A Guarda Civil, tendo à frente o seu comandante, procura apaziguar os ânimos, o que consegue um poucos minutos.
Serenado o conflito, o juiz apita para continuar o jogo.
Parecia tudo sanado, quando de súbito, irrompe novo conflito embaixo do pavilhão. Correria e gritos se ouvem. A polícia intervém energicamente e consegue restabelecer a ordem, mandando alguns dos “valientes” para a “Viúva Alegre”.
O numeroso público espera impaciente para o final do jogo.
Porém, qual não foi a sua surpresa, quando se anunciou, que a mesma não continuaria, por ter o fiscal a suspendido.
Tal decisão causou espécie, pois não se registrando invasão de campo e estando a ordem garantida, não havia motivo para suspensão do jogo.
E assim o pobre publico não teve a satisfação de apreciar o final de uma partida que fanto o interessou.
Falando com Ross
Depois de serenados os ânimos, procuramos ouvir um dos protagonistas da cena o player colorado Ross.
Disse ele que não fizera o foul voluntariamente e que por tal motivo havia pedido desculpas a Poroto.
Disse-nos mais que Poroto o ameaçara de aplicar uma “patada” na primeira oportunidade; ao que objetou que não fizesse isso pois havia feito involuntariamente o foul.
Ross recebeu vários ferimentos no pescoço e no peito.
Quanto ao player Poroto não conseguimos, falar-lhe a respeito.
Este player tambem saiu ferido na testa.
O juiz
Arbitrou a pugna o Sr. Heitor Deste, do Americano.
Embora procurasse agir com acerto, teve sensíveis falhas. Às vezes demonstrava severidade e por vezes deixou passar faltas que deveria cobrar.
Mas, manda a justiça dizer, agiu com honestidade.
Os melhores
Do quadro do Internacional poucos nomes há para destacar. Todos atuaram com esforço, porém, com pouco conjunto.
Toda a defesa agiu bem, principalmente Penha, Miro, Risada e Ribeiro; Magno não desenvolveu a sua acostumada atuação; Moreno, regular; a linha de ataque não esteve boa; Honório, muito bem marcado, pouco produziu; os demais, regularmente.
Do Grêmio, podemos salientar a atuaçao dos backs, de Russo e Mabília; Poroto não esteve nos seus dias; o ataque esforçou-se muito, mas pouco produziu. O melhor foi Amâncio, seguido de Luiz e Artigas.
Os terceiros teams
Na partida dos terceiros quadros, jogada pela manhã, venceu o Internacional por 2 a 1.
Fonte: A Federação (RS), 27/04/1931, ano 1931, n. 098, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68955. Acesso em: 01 nov. 2024.

19/04/1931 - Citadino 1931 - 1º turno - Concórdia-POA 2 x 3 Internacional

CONCÓRDIA X INTERNACIONAL
Para este embate que se vai travar no campo de S. João, é que está voltada a atenção dos aficionados do fool-ball.
Embora todos reconheçam uma pequena superioridade do quadro colorado, a representação do Concórdia, jogando na sua cancha, é um advérsário sério e capaz de enfrentar com galhardia o seu adversário.
Contando com novos elementos e um apurado treino, está em condições de oferecer ao público que ali afluirá em grande número um jogo apreciável.
A partida dos teams secundários, pela organização das representações, oferecerá certamente bons Iances.
Os quadros se apresentarão com a seguinte organização, salvo modificação ulterior:
Internacional — Penha; Miro e Risada; Ribeiro, Alfredo e Moreno; Nenê, Javel, Ross, Honório e Marreco.
2º team — Hugo; Álvaro e Cintura; Homero, Abbadé e Índio; Ribeirinho, Armando, Mancuso, Marroni e Ricardo.
3º team — Rossi; J. Carlos e Gil; Gentil, Seara e Didi; Romeu, Quincas, Vanzetto, Varella e Carlitos.
Reservas: Português, Alrmeida, Euclydes, Daycir, Bard, Meneghetti e Pilla.
Concórdia — Borsato; Arno e Bavú; Zé, Andrade e Nilo; Pilla, Tupan, Agostinho, Romualdo e Gasolina.
2º team — Álvaro; Machado e Martelete; Sarará, Nélson e Cotevil; Leoni, Jorge, Morosini, Joãozinho e Lambary.
Fonte: A Federação (RS), 18/04/1931, ano 1931, n. 091, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68891. Acesso em: 31 out. 2024

CITADINO 1931 - 1º TURNO - CONCÓRDIA-POA 2 X 3 INTERNACIONAL
Data: 19/04/1931
Local: Praça São João - Porto Alegre (RS)
Juiz: Gélson Vargas
Gols: Donaldo Ross10’/1 (I); Tupan 35’/1 (C); Nenê 5’/2 (I); Marreco ?’/2 (I); Agostinho 33’/2 (C).
CONCÓRDIA-POA: Borsatto; Arno e Bavú; Zé, Andrade e Nilo; Mocinho, Remo, Agostinho, Tupan e Pilla.
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasques e Risada; Ribeiro, Alfredo e Moreno; Nenê, Javel, Donaldo Ross, Honório e Marreco.

O INTERNACIONAL, COM DIFICULDADE, VENCEU O CONCÓRDIA POR 3 A 2
O campo da rua Bénjamin Constant, em S. João, apanhou ontem uma grande assistência, a fim de apreciar o jogo entre os quadros do Cóncordia Foot-Ball Club e Sport Club Internacional e que se anunciava o melhor da tarde.
Desta vez não falharam os prognósticos, e os concordianos, num grande esforço e com uma vontade férrea de vencer, puseram em polvorosa o quadro colorado.
A partida foi muito movimentada e a bola não parava, andando de um campo a outro com rapidez.
Para a maioria, o quadro do Internacional teria uma fácil vitória, mas essa facilidade por pouco não redundou num fracasso.
O centro-médio Magno substituído pelo player Alfredo, que se revelou fraquíssimo para a posição, foi a causa do fracasso da representação colorada no match de ontem.
Não possui técnica para ocupar a posição. Defende e passa muito mal. Sem o apoio do centro-médio, o quadro, com exceção do trio final, que foi a garantia da vitória, esmoreceu, do que se aproveitaram os contrários para fazer uma bela jogada.
Os teams
Concórdia — Borsatto, Arno e Bavú; Zé, Andrade, e Nilo; Mocinho, Remo, Agostinho, Tupan e Pilla.
Internacional — Penha; Miro e Risada; Ribeiro, Alfredo e Moreno; Nêne, Javel, Ross, Honório e Marreco.
O jogo
Às 16,10 teve inicio a partida. Ross movimenta a pelota passando a Javel que a perde para os contrarios.
Os concordianos ensaiam a primeira carga, mas Miro intervém, anulando-a.
Os colorados atacam e Javel atira por fora. Novos ataques dos alvi-rubros são mal aproveitados devido à falta de remate.
Os locais, verificando a pouca eficiência de Alfredo, começam a atacar pelo centro, porém, Miro e Risada se mostram firmes, desfazendo todas as tentativas dos contrários.
Aos poucos, os colorados, jogando a favor do vento, forçam a defesa contrária a um exaustivo trabalho. Honório dá um fortíssimo tiro que vai de encontro à trave.
Borsatto, o novo goleiro do Concórdia faz duas pegadas, seguidas de tiros de Javel e Nenê.
Aos 10 minulos de jogo, Javel carrega a esfera até as proximidades do gol adversário, onde faz um magnífico passe para Ross e este, sem perda de tempo, atira ao arco, marcando o 1º gol do Internacional.
O feito é muito aplaudido pelo público.
De saída os concordianos fazem esforços para tirar a diferença do adversário.
Uma boa carga é anulada por um foul de Tupan. A seguir, Penha faz uma difícil defesa de uma entrada de Pilla.
Os colorados reagem, porém, as suas cargas não surtem efeito, atirando os atacantes ora por fora, ora às mãos do goleiro.
Agostínho e Tupan, dois velozes dianteiros do Concórdia, desenvolvem atividade para alcançar o arco contrário, porém, encontram pela frente o trio final colorado, onde se vão quebrar todos os seus esforços.
Voltando a atacar, os visitantes põem à prova a perícia de Borsatto, tendo ocasião o novo goleiro concordiano de fazer várias pegadas, algumas bem difíceis.
O árbitro marca uma penalidade junto à area. O ponta colorado Nenê bate-a com violência e Borsatto apara.
A seguir, o goleiro concordiano é novamente chamado a intervir para defender, com dificuldade, uma ótima cabeçada de Ross.
O jogo equilibra-se um pouco, revezando-se as cargas.
Alfredo, centro médio dos colorados, não dá para deter o trio concordiano, o mesmo acontecendo a Andrade, que começa a desenvolver jogo “pesado”, prejudicando os seus companheiros.
Aos 35 minutos de jogo, Remo escapa e passa a Tupan. Este atira e Penha defende com dificuldade, indo à esfera nos pés daquela que em possante tiro, assinala o 1º goal do Concórdia.
O empate do jogo, faz vibrar a “torcida” concordiana.
Com mais algumas jogadas, findou o primeiro tempo, com o seguinte resultado:
Concórdia - 1
Internacional - 1
O segundo tempo, jogando o Concórdia no gol de cima, todos previam, diante da má atuação dos colorados, que aquele conseguiria triunfar.
De fato, fez uma “virada” extraordinária, e por pouco não alcançou o desejado.
Decorridos 5 minutos de jogo, Javel, de posse da bola, faz um passe largo para Nenê. Este avança célere e a poucos metros do arco contrário, manda forte balaço que Borsatto não consegue deter, indo a esfera à rede.
Era o 2º gol do Internacional.
Os concordianos procuram reagir, mas Andrade, aplicando jogo violento, prejudica várias cargas do seu quadro.
O Internacional ataca e Alfredo atira por cima.
Marreco escapa e passa a Honório que, após se desvencilhar de dois contrários, em formidável tiro consegue o 3º gol do Internacional.
Os rapazes do Concórdia, após a conquista desse ponto, começam a atacar com energia, pondo em chequé o campo colorado.
Há um cerrado ataque concordiano, formando um ligeiro entreveiro na porta do gol de Penha, aproveitando-se Agostinho do fato para conquistar o 2º gol do Concórdia.
Faltam 12 minutos para o fim da partida e o Concórdia continua a atacar com vigor.
Penha, Miro e Risada têm um trabalho fatigante.
Registra-se um forte avanço concordiano. A bóla vai em direção a Risada, mas este deixa para Miro. Este defende com infelicidade, batendo no braço.
O árbitro marca a penalidade.
O centro-médio Andrade é destacado para dar o tiro livre, mas o faz com pouca sorte, indo a esfera de encontro à trave lateral.
Registram-se dois avanços dos colorados, sem resultado.
Os locais investem e Ribeiro intervém, mandando a bola fora.
Internacional - 3
Concórdia - 2
— Nos segundos teams venceu, também, a turma colorada por 5 a dois.
Na partida dos terceiros quadros venceu o Concórdia por três a dois.
O juiz
Serviu de árbitro, na falta do juiz escalado, o Sr. Gelson Vargas do Bancário.
A atuação desse desportista não foi má. Teve sensíveis falhas, mas procurou sempre tornar-se imparcial e honesto.
Apreciações
Do Concórdia — Borsatto não é mau, fez várias defesas difíceis, mas não podemos verificar, de certo, a sua perícia; Arno, fraco; Bavú é um back de futuro; a linha média agiu regularmente, abusando Andrade e Nilo do jogo violento; no ataque, Tupan e Agostinho, foram as figuras de maior saliência. O primeiro um ótimo atirador em gol, com um dribbling seguro e rápido. O segundo, bom passador, rápido e aproveitador de oportunidades.
Internacional — Penha, Miro e Risada, jogaram bem. Risada deve defender melhor e não deixar para o companheiro bolas que poderia, com maior facilidade afastar; Ribeiro se houve bem; Alfredo fracassou, se mostrou bastante, fraco para, ocupar, a posição; Moreno, regular; a linha de ataque, embora, seja uma das melhores da capital, não produziu o que era de esperar, devido a falta de apoio da chave do quadro.
Fonte: A Federação (RS), 20/04/1931, ano 1931, n. 092, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68900. Acesso em: 01 nov. 2024.