Serginho Messias

SERGINHO MESSIAS
(atacante)

Nome completo: Sérgio Ricardo Messias Neves

Contratação de jogadores indicados pelo treinador é sinônimo de desconfiança entre os torcedores de qualquer clube. E quando esse tipo de reforço vem de uma fase de ostracismo, é mais complicado ainda aceitá-los.

É o caso de Serginho Messias. Oriundo de uma fase fantástica no Corinthians, que tinha Marcelinho Carioca, Zé Elias e Célio Silva, Serginho começou a carreira com tudo, marcando gol de bicicleta contra o Guarani.

Depois de problemas disciplinares e discussões com treinadores no Vasco e no Botafogo, Serginho foi tentar a sorte no Al-Hilal, da Arábia Saudita. Lá, conquistou a Copa dos Campeões da Ásia, marcando 3 gols.

Depois desse "boom" no Oriente Médio, o técnico Zé Mário e o coordenador técnico João Paulo Medina indicaram a contratação do atacante, que ficou conhecido como “Serginho das Arábias”.

Serginho desembarcou no Salgado Filho em agosto de 2000, para a disputa do Brasileirão. Com poucos gols marcados, atuações pífias e vaias constantes da torcida. A última partida de Serginho pelo Internacional foi na derrota de virada para a Portuguesa. O Colorado saiu ganhando por 2 a 0, mas tomou a virada. Serginho fez duras críticas à zaga colorada.

O atacante deu adeus ao Inter em outubro, indo para o Al-Nassr, também da Arábia Saudita. Encerrou a carreira no Botafogo, em 2010. Recentemente, passou por dificuldades financeiras. Hoje, joga no time de showbol do Fluminense.

Claudio Garcia

CLAUDIO GARCÍA
(atacante)

Nome completo: Claudio Omar García

Estrangeiros no Internacional sempre foram uma antítese. Houveram mitos como Villalba, Figueroa, Rúben Paz e Benitez. Também tivemos rebas como Letelier e Zabala. Nunca foi unanimidade acolher gringos que desembarcaram em Porto Alegre pra vestir vermelho.

Em 1995, a torcida colorada entrou em polvorosa com as contratações dos argentinos Sergio Goycochea, goleiro, e Claudio García, atacante. A fé cega dos colorados se transformou em frustração na metade do ano.

García chegou com status de jogador de seleção argentina.
Veio à Porto Alegre em virtude de boas atuações pelo Racing, sendo destaque na extinta Supercopa, em 1994. Porém, sequer disputou partidas oficiais pelo Internacional. 

Visivelmente fora de forma e com problemas de contrato, foi dispensado após disputar um partida não-oficial pela Taça Rei Dadá, em 1995. Curiosamente, o torneio foi cancelado, pois os financiadores não pagaram os clubes (Internacional, Paraná e Olímpia-PAR) e sumiram com a grana da disputa.

A única coisa que ganhou em Porto Alegre foi um cântico feito pela torcida colorada: "Colorado anuncia, gremista chora com a chegada do García". Ah, os anos 90...

Tonhão

TONHÃO
(zagueiro)

Nome completo: Antônio Carlos Costa Gonçalves
Data de nascimento: 23/2/1969
Local: São Paulo (SP)

CARREIRA:
1988 - Palmeiras
1989 - Araxá-MG
1990-1991 - Nacional-SP
1992-1996 - Palmeiras
1996 - Internacional
1997 - Inter de Limeira
1997 - Goiás
1998 - Arsenal Tula-RUS
1999 - América-SP
1999 - Cerezo Osaka-JAP
2000 - Sãocarlense
2001-2002 - Nacional-SP
2003 - Guaratinguetá

O time do Internacional de 1996 era abarrotado de refugos. Com a exceção do goleiro André, do lateral César Prates e do atacante Leandro, a diretoria do clube insistia em contratar jogadores "exilados" devido aos cofres rasos.

Com a saída de Argel para o Benfica, a permanência de Gamarra não garantia tranquilidade no setor defensivo do Colorado. Então, o Inter trouxe Tonhão, um zagueiro de excelente porte físico e que assustava adversários com seu aspecto troglodita. O jogador atuou pelo Atlético-PR sem muito destaque. O clube do Paraná ficou fora das finais do estadual.

Ao longo do Brasileirão, o zagueiro teve um desempenho irregular, comprometendo atuações do time no campeonato. Curiosamente, Tonhão não jogou na última rodada, contra a vexatória derrota para o então rebaixado Bragantino por 1 a 0. Na mesma partida, Leandro perdeu um pênalti, desclassificando o Inter das quartas-de-final.

Tonhão não era o primor da técnica, mas era um zagueiro aguerrido e carismático. Era uma espécie de Perdigão palmeirense no início dos anos 90, tendo a simpatia da torcida como maior trunfo. Após o fracasso colorado em 1996, Tonhão se despediu e foi jogar em outro Internacional, mas o de Limeira, interior paulista.

O zagueiro será sempre lembrado mais pelo longo cabelo pixaim do que pelo seu desempenho com a camisa número 3 do Internacional.

Washington

WASHINGTON
(atacante)

Quando lembramos do Internacional de 1997, certamente nomes como Fabiano, Christian, Arílson, Enciso e Sandoval vêm na mente do torcedor. Aquele ano ficou caracterizado pela quantidade de atacantes que tinha o time colorado. Ironicamente, o treinador da época era um homem que nunca foi um apreciador do futebol ofensivo: Celso Roth.

Por ter uma quantidade considerável de atacantes na ocasião, o Colorado teve que fazer uma espécie de "vestibular" para determinar qual seria a dupla de ataque perfeita para o time. Dentro dessa seletiva estava Washington.

Com boas temporadas pelo Caxias, clube no qual se profissionalizou em 1993, Washington despertou a atenção da diretoria colorada e parou no Beira-Rio. A concorrência era forte: Fabiano, Christian, Luiz Gustavo, Alberto, Robgol e Sílvio. Tendo poucas oportunidades, marcou gols ocasionais, como na vitória contra o Guará, time que revelou o zagueiro Lúcio, por 7 a 0.

Acabou sendo dispensado e foi parar no tricolor gaúcho. Com frequentes lesões, não disputou uma partida oficial sequer pelo Grêmio. Sua estrela começou a brilhar na Ponte Preta, onde foi vice-campeão paulista.

A partir daí, conhecemos a história do grande goleador Washington, o Coração Valente. O apelido surgiu devido à luta do jogador contra problemas no coração. O que poucos sabem é que o jogador possuía diabetes 1 desde 1996. Mesmo assim, nada abalou a carreira desse centroavante matador.

Kauê

KAUÊ
(lateral-esquerdo)

Nome completo: Kauê Caetano da Silva

Quando algum dirigente ou a mídia cria toda uma expectativa acerca de algum jogador desconhecido, desconfie. Seja cético, não acredite em Wilsons Mathias ou Edus da bola. Até porque essa história de mistificar jogadores desconhecidos faz parte do passado colorado e as vacas magras falam por si só.

Kauê veio do Ituano com a fama de ter uma "patada" com a perna esquerda, sendo comparado (equivocadamente) pela imprensa a Roberto Carlos por essa característica.

Porém, em um Gre-Nal pelo Gauchão de 2004, no Olímpico, Kauê entrou no segundo tempo e se machucou ao dar um carrinho, deixando o Internacional com um jogador a menos. Felizmente, o resultado de 2 a 1 já estava assegurado.

O lateral-esquerdo acabou ofuscado pelo bom desempenho de Chiquinho e, somado com sua deficiência técnica, retornou para o seu ex-clube. Kauê Caetano, como é "conhecido" no exterior, é ídolo no Ituano e muito querido pela população de Itu.

Murilo

MURILO
(meia)

Nome completo: Murilo Luiz Casagrande
Data de nascimento: 30/12/1975
Local: Porto Feliz (SP)

CARREIRA:
1994-1997 - Internacional
1998 - Brasil-PEL
1999 - Avaí
2000-2002 - União Barbarense
2003 - Gama
2003-2006 - Oriente Petrolero-BOL
2006 - Vitória
2006-2007 - Destroyers-BOL
2007-2009 - Guabirá-BOL
2010 - Criciúma
2013 - União Rondonópolis

O Internacional é um clube que se caracteriza por ser um tradicional celeiro de craques. A cada ano, surgem novas promessas e, algumas não passam disso. Outros, enchem os olhos com as jóias forjadas nas categorias de base do clube.

Murilo era um caso difícil de entender. Era um meia canhoto, habilidoso, mas não era unanimidade com a torcida colorada. Paulista, de Porto Feliz, começou a carreira profissional no Inter em 1994, mas começou a se destacar no time principal em 1995, quando foi vice-campeão Mundial pela seleção sub-20.

Em 1996 fez uma boa temporada com o limitado time do Inter. Com um time mediano e abarrotado de refugos, o Colorado bateu na trave na classificação do campeonato, perdendo a vaga às quartas-de-final numa derrota para o já rebaixado Bragantino.

No ano de 1997, o clube passou por uma revolução, mudando boa parte do time-base, ficando apenas André, Gamarra, Enciso, Arílson e Fabiano. Com poucas chances, Murilo foi para o Brasil de Pelotas para a disputa do Gauchão de 1998.

Um episódio épico na carreira de Murilo foi um ato de indisciplina em 1999, quando estava no Avaí. Juntamente com o jogador Zelão, se recusou a jantar com a delegação para fazer sauna, antes de uma partida contra o Criciúma. O jogador foi dispensado e virou um peregrino da bola.

Na Bolívia encontrou o seu lugar, jogando pelo Oriente Petrolero. Ainda passou por Vitória e Criciúma, até encerrar a carreira profissional no União Rondonópolis. Seu retorno ao Inter foi na despedida do legendário Fabiano Cachaça, onde encontrou amigos dos tempos de Colorado.