30/03/1930 - Citadino 1930 - 1º turno - Internacional 5 x 1 Concórdia

INTERNACIONAL X CONCÓRDIA
Amanhã, finalmente, será satisfeita a ansiedade geral do mundo desportivo local, pois encontrar-se-ão, em partida de turno do campeonato da Amgea, as aguerridas falanges de Internacional e Concórdia.
A ansiedade que reina entre os amantes do belo esporte bretão é geral, pois o jogo de amanhã continua sendo o assunto principal do dia, não só nas rodas dos cafés, como também nas residências particulares.
Julgamos supérfluos falar novamente do valor de ambos os contendores. Não deixamos, porém, de transmitir aos nossos leitores nossa opinião sobre esse sensacional embate: - achamos que dado o ótimo estado de treinamento, tanto dos concordianos como dos colorados - conforme ficou mais uma vez demonstrado quinta-feira última, teremos realmente uma luta gigantesca e movimentadíssima, para cujo brilho não faltará de certo, uma emocionante torcida. O local do jogo será na Chácara dos Eucaliptos, sendo que os quadros entrarão assim organizados:
Internacional
Léo; Miro e Risada; Elpídio, Hugo e Moreno; Jorge, Nenê, Ribeiro, Magno e Kessler.
Concórdia
Marcellino; Astro e Mabília; Delvaux, Andrade e Darcy; Leão, Mingo, Armando, Tupan e Prego.
Fonte: Estado do Rio Grande (RS), 29/03/1930, ano 1930, n. 133, p. 10. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093203/2208. Acesso em: 21 out. 2024.

CITADINO 1930 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 5 X 1 CONCÓRDIA-POA
Data: 30/03/1930
Local: Chácara dos Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Juiz: Heitor Deste
Gols: Ribeiro 4'/1 (I); Ribeiro 34'/1 (I); Kessler ?'/2 (I); Andrade ?'/2 (C); Ribeiro ?'/2 (I); Ribeiro 43'/2 (I).
INTERNACIONAL: Léo II; Risada e Carneiro; Elpídio, Hugo e Moreno; Jorge, Nenê, Ribeiro, Felix Magno e Kessler. Técnico: Miguel Genta.
CONCÓRDIA-POA: Marcelino; Astrogildo e Arno; Delvaux, Andrade e Saraiva; Darte, Mingo, Tupan, Armando e Prego.

O time colorado que goleou o Concórdia.
Fonte: O Estado do Rio Grande

O INTERNACIONAL VENCEU O CONCÓRDIA POR 5 A 1 [...]
Causou geral surpresa o resultado da partida realizada na Chácara dos Eucaliptos, em que se empenharam em luta os fortes conjuntos do Internacional e Concórdia.
O jogo foi falho, tanto de técnica como de ardor, por parte dos jogadores.
A praça de desportos pegou uma grande assistência, notando-se entre a mesma, algum elemento feminino. Temos a registrar um lamentável incidente verificado entre os dois jogadores do quadro secundário, e chamamos a atenção da diretoria da Amgea, para fatos como esse. O jogo dos quadros principais transcorreu calmo, tendo o Internacional se reabilitado, em parte, do seu último fracasso.
O jogo
Precisamente, Às 16,30 horas, os quadros se alinharam da seguinte forma:
Internacional: Léo; Risada e Carneiro; Elpídio, Hugo e Moreno; Jorge, Nenê, Ribeiro, Magno e Kessler.
Concórdia: Marcellino; Astro e Arno; Delvaux, Andrade e Saraiva; Darte, Mingo, Tupan, Armando e Prego.
De saída, os colorados avançam e Magno dá forte pelotaço, que Marcellino apara. O Concórdia organiza uma boa carga, mas Mingo prejudica, por impedimento. O Internacional avança, e Ribeiro, aproveitando-se de uma indecisão do guardião concordiano, marca, aos 4 minutos de jogo, o 1º tento colorado.
Carneiro comete falta, perto da área, que ele mesmo salva. Numa forte carga, Ribeiro vira fora. O Concórdia avança, tendo Tupan atirado pelo lado do arco. Léo apara um bom tiro de Mingo. Um canto colorado é salvo por Risada. Novo escanteio, que Tupan cabeceia fora. Numa entrada, Mingo chargeia Léo. Nenê corre pela ala direita e dá bom tiro, que é bem defendido por Marcellino. Ribeiro prejudica um ataque, fazendo falta na área concordiana. Delvaux salva uma bola [...] canto. Aos 34 minutos de jogo, Ribeiro, após fintar vários adversários, atira rasteiro, conquistando o 2º tento do Internacional.
Logo a seguir, Elpídio intervém com brilhantismo. Termina o primeiro tempo, tendo Léo feito boa defesa de um tiro de Mingo.
Marroni substitui Jorge, indo para a meia esquerda, ficando Nenê na ponta direita, com Magno do lado. Darte é substituído por Daniel. Mingo centra, pondo fora. Marcellino apara um tiro de Marroni. O Concórdia começa a atacar com insistência, tendo Mingo atirado por cima. Marroni entra de sola em Marcellino, tendo sido punido. Kessler, recebendo ótimo passe de Magno, conquista o 3º ponto para o Internacional.
Entretanto, o Concórdia não desanima e volta a atacar, tendo Hugo cometido mão na área perigosa. Batido por Andrade, a penalidade resultou no 1º e único tento do Concórdia.
Nova saída, com uma forte investida colorada, tento Nenê defendido violento pelotaço, que Marcellino apara com dificuldade. Os colorados avançam novamente, e Ribeiro marca o 4º ponto do Internacional.
Magno perde boa oportunidade de aumentar a contagem. Léo defende de soco uma bola atirada por Tupan. Léo é chamado a intervir num escanteio, atirado por Mingo.
Faltando dois minutos para terminar, Arno faz canto, que, batido por Nenê, é bem aproveitado por Ribeiro, que marca, de cabeça, o 5º e último tento para o Internacional.
APRECIAÇÕES
Léo foi um bom guardião, tendo pegado boas bolas. Carneiro e Risada formaram uma boa parelha. Moreno melhorou muito no 2º tempo. Hugo pouco fez, no primeiro tempo, para aparecer com boas jogadas na 2ª fase do jogo. Elpídio, apesar de deslocado de sua posição, foi o melhor médio. Kesser deu bons centros, assim como Nenê. Jorge esforçou-se bastante, apesar de estar doente. Magno só apareceu na fase final. Marroni medíocre. Ribeiro faz uma boa "reentrée, marcando quatro tentos".
Marcellino atuou mal. Os dois primeiros tentos foram vergonhosos. Astro parece que atuou nervoso, não produzindo o seu costumado jogo. Arno foi regular. Delvaux foi o melhor elemento do Concórdia. Fez uma excelente partida. Andrade ressente-se de treino, tendo "pregueado" logo. Sarará não satisfez. Darte e Daniel pouco fizeram. Mingo abusa muito do jogo pesado, entretanto, foi o melhor atacante concordiano. Tupan só apareceu no 1º tempo, nada fazendo no final. Armando foi o pior elemento. Deve ser substituído por elemento do quadro secundário. Prego pouco fez.
Fonte: Estado do Rio Grande (RS), 31/03/1930, ano 1930, n. 134, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093203/2222. Acesso em: 21 out. 2024.

16/03/1930 - Citadino 1930 - 1º turno - Internacional 1 x 6 Cruzeiro-RS

INTERNACIONAL X CRUZEIRO
No campo do Internacional, a tradicional Chácara dos Eucaliptos, realizar-se-á amanhã, este esperado encontro, que está provocando grande ansiedade nos torcedores de ambos os clubes.
Esta partida promete ser bem disputada, dado o valor dos quadros combatentes, com também a velha rivalidade existente entre os clubes degladiantes, que estamos certos, tudo farão para levar o outro de vencida.
O Internacional tem-se submetido a rigorosos treinos de conjunto e individual, tendo feito muitas modificações no seu quadro, integrando novos elementos de grande valor no cenário desportivo da capital. Assim, no seu arco aparecerá o guardião campeão de 1927, Moeller, que já se acha completamente restabelecido. Hugo jogará de centro atacante. Risada será o esteio da defesa colorada.
No Cruzeiro vai reaparecer o consagrado jogador Elpídio ao lado de seu companheiro Salatino.
Nos último treinos verificados, tem-se notadp grande entendimento na sua linha atacante, que é a mesma que disputou o Torneio Início.
Enfim, será uma boa partida, que é difícil de antever qual será o vencedor. Pode ser até que os 80 minutos de jogo resultem num honroso empate, tal a igualdade das forças.
Os quadros formarão da seguinte forma:
Internacional: — Moeller: Risada e Luizelli; Ryff, Magno e Moreno; Jorge, Pedrinho, Hugo, Marroni e Jaeger.
Cruzeiro: — Chico: Espir e Ireno; Souza, Elpídio e Salatino; Ferreira, Gabriel, Emílio, Germano e Pesce.
Fonte: Estado do Rio Grande (RS), 15/03/1930, ano 1930, n. 121, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093203/2070. Acesso em: 21 out. 2024.

CITADINO 1930 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 1 X 6 CRUZEIRO-RS
Data: 16/03/1930
Local: Chácara dos Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Juiz: Saturnino de Moraes
Gols: Ferreira [2], Pesce, Germano, Gabriel, Jorge (C); Kessler (I).
INTERNACIONAL: Moeller; Miro Vasques e Risada; Ryff, Hugo e Moreno; Jorge, Nenê, Pedrinho, Felix Magno e Kessler. Técnico: Miguel Genta.
CRUZEIRO-RS: Chico; Espir e Ireno; Jorge, Elpídio e Salatino; Ferreira, Gabriel, Emílio, Germano e Pesce.

Time do Cruzeiro que saiu vitorioso do confronto.
Fonte: Estado do Rio Grande

O CRUZEIRO, SURPREENDENDO OS ENTENDIDOS, VENCEU O INTERNACIONAL POR 6 PONTOS A 1
Bem se desenrolou o jogo entre os valorosos quadros do Internacional e Cruzeiro, sob a competente direção do Sr. Saturnino Moraes, do Grêmio, cuja atuação nos causou muito boa impressão, não sendo, entretanto, isenta de algumas faltas, de que convém destacar o 3º ponto do Cruzeiro, feito por Pesce, em visível impedimento. Agindo com rigor na marcação do jogo violento, o árbitro da partida desagradou a vários jogadores, que usam dele como o seu maior recurso, e mais do que a estes, aos seus torcedores, que exigiam, por vezes, a sua retirada. Aplaudimos, sem reservas, a sua atuação, neste particular, pois o futebol gaúcho de há muito vem sendo prejudicado pela falta de energia dos nossos juízes, que permitem degenere o elegante desporto inglês em um jogo perigoso, pelos acidentes a que a comunidade dá lugar.
Constituiu uma surpresa o resultado deste encontro, pois, embora confiasse o quadro do Cruzeiro em que a vitória lhe seria favorável, não esperava que a contagem fosse a verificada.
Por 6 pontos a 1 venceu o novo filiado da Amgea. Mas essa contagem está longe de dizer o que foi a partida. Não houve superioridade do quadro vencedor, que viu, por vezes a sua cidadela verdadeiramente assediada.
O conjunto vencedor jogou bem, embora sem grande apoio da linha média. Mas a sua rápida e bem treinada linha de ataque, em que se destaca a ala Gabriel-Ferreira, em suas investidas fazia perigar seriamente o arco internacionalista. Combinando bem e aproveitando todas as oportunidades para arremessar ao arco, a linha do Cruzeiro marcou 5 pontos, sendo 2 por intermédio de Ferreira, 1 por Pesce, 1 por Germano e 1 por Gabriel. Coube ao médio Jorge marcar o último, de longe.
A linha média atuou regularmente. O triângulo final portou-se bem, principalmente Chico, que fez defesas extraordinárias, empolgando a assistência.
Do Internacional, devemos consignar, de início, que possui em seu quadro, dois elementos cuja atuação está muito aquém de seu conjunto e de seu nome desportivo. O primeiro deles, é sem dúvida o pior, é o verdadeiro responsável pela contagem verificada. Moeller, o guardião que tantos louros conquistou para o quadro colorado e, depois, para o do tricolor da cidade, não está mais em condições de jogar em um primeiro quadro.
Aquela agilidade, aquela firmeza nas pegadas e, ainda, a bravura com que enfrentava a linha adversária, tudo desapareceu hoje, para dar lugar a uma inércia, uma insegurança, e uma timidez sem limites, ante as arremetidas de um quinteto. Apenas um ponto, dois marcados pelo Cruzeiro, nos pareceu indefensável, e foi o que abriu a contagem.
O outro elemento a que nos devemos refletir é Hugo, ex-"crack", que teve atuação de destaque no quadro do Americano, como centro-médio, e que atualmente é um desportista em decadência. Como meia-esquerda da linha internacionalista, ontem, assistiu à partida e bateu palmas para as jogadas de seus companheiros. Como centro-médio sua atuação melhorou, mas não satisfez.
Dos demais, da linha, Jorge e Kessler foram os melhores, foram os melhores, seguidos de Nenê e Pedrinho. A linha média jogou bem, destacando-se Magno e Moreno. Risadinha abandona muito a sua ala. Dos zagueiros, Miro foi o melhor, fazendo tiradas muito firmes e intervindo sempre com oportunidade.
O arco esteve abandonado...
Nos quadros secundários, venceu o Internacional por 5 a 2.
Fonte: Estado do Rio Grande (RS), 17/03/1930, ano 1930, n. 122, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093203/2086. Acesso em: 21 out. 2024.

PORTO ALEGRE, 17 - Ret.  (A.) - Nos jogos ontem realizados pela A. M. G. E. A., o Cruzeiro Venceu o Internacional por 6 x 1 e o Concórdia venceu o Ruy Barbosa por 3 x 2.
Fonte: O Jornal (RJ), 19/03/1930, n. 3478, p. 9. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/110523_03/1175. Acesso em: 07 ago. 2023.