16/03/1930 - Citadino 1930 - 1º turno - Internacional 1 x 6 Cruzeiro-RS

INTERNACIONAL X CRUZEIRO
No campo do Internacional, a tradicional Chácara dos Eucaliptos, realizar-se-á amanhã, este esperado encontro, que está provocando grande ansiedade nos torcedores de ambos os clubes.
Esta partida promete ser bem disputada, dado o valor dos quadros combatentes, com também a velha rivalidade existente entre os clubes degladiantes, que estamos certos, tudo farão para levar o outro de vencida.
O Internacional tem-se submetido a rigorosos treinos de conjunto e individual, tendo feito muitas modificações no seu quadro, integrando novos elementos de grande valor no cenário desportivo da capital. Assim, no seu arco aparecerá o guardião campeão de 1927, Moeller, que já se acha completamente restabelecido. Hugo jogará de centro atacante. Risada será o esteio da defesa colorada.
No Cruzeiro vai reaparecer o consagrado jogador Elpídio ao lado de seu companheiro Salatino.
Nos último treinos verificados, tem-se notadp grande entendimento na sua linha atacante, que é a mesma que disputou o Torneio Início.
Enfim, será uma boa partida, que é difícil de antever qual será o vencedor. Pode ser até que os 80 minutos de jogo resultem num honroso empate, tal a igualdade das forças.
Os quadros formarão da seguinte forma:
Internacional: — Moeller: Risada e Luizelli; Ryff, Magno e Moreno; Jorge, Pedrinho, Hugo, Marroni e Jaeger.
Cruzeiro: — Chico: Espir e Ireno; Souza, Elpídio e Salatino; Ferreira, Gabriel, Emílio, Germano e Pesce.
Fonte: Estado do Rio Grande (RS), 15/03/1930, ano 1930, n. 121, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093203/2070. Acesso em: 21 out. 2024.

CITADINO 1930 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 1 X 6 CRUZEIRO-RS
Data: 16/03/1930
Local: Chácara dos Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Juiz: Saturnino de Moraes
Gols: Ferreira [2], Pesce, Germano, Gabriel, Jorge (C); Kessler (I).
INTERNACIONAL: Moeller; Miro Vasques e Risada; Ryff, Hugo e Moreno; Jorge, Nenê, Pedrinho, Felix Magno e Kessler. Técnico: Miguel Genta.
CRUZEIRO-RS: Chico; Espir e Ireno; Jorge, Elpídio e Salatino; Ferreira, Gabriel, Emílio, Germano e Pesce.

Time do Cruzeiro que saiu vitorioso do confronto.
Fonte: Estado do Rio Grande

O CRUZEIRO, SURPREENDENDO OS ENTENDIDOS, VENCEU O INTERNACIONAL POR 6 PONTOS A 1
Bem se desenrolou o jogo entre os valorosos quadros do Internacional e Cruzeiro, sob a competente direção do Sr. Saturnino Moraes, do Grêmio, cuja atuação nos causou muito boa impressão, não sendo, entretanto, isenta de algumas faltas, de que convém destacar o 3º ponto do Cruzeiro, feito por Pesce, em visível impedimento. Agindo com rigor na marcação do jogo violento, o árbitro da partida desagradou a vários jogadores, que usam dele como o seu maior recurso, e mais do que a estes, aos seus torcedores, que exigiam, por vezes, a sua retirada. Aplaudimos, sem reservas, a sua atuação, neste particular, pois o futebol gaúcho de há muito vem sendo prejudicado pela falta de energia dos nossos juízes, que permitem degenere o elegante desporto inglês em um jogo perigoso, pelos acidentes a que a comunidade dá lugar.
Constituiu uma surpresa o resultado deste encontro, pois, embora confiasse o quadro do Cruzeiro em que a vitória lhe seria favorável, não esperava que a contagem fosse a verificada.
Por 6 pontos a 1 venceu o novo filiado da Amgea. Mas essa contagem está longe de dizer o que foi a partida. Não houve superioridade do quadro vencedor, que viu, por vezes a sua cidadela verdadeiramente assediada.
O conjunto vencedor jogou bem, embora sem grande apoio da linha média. Mas a sua rápida e bem treinada linha de ataque, em que se destaca a ala Gabriel-Ferreira, em suas investidas fazia perigar seriamente o arco internacionalista. Combinando bem e aproveitando todas as oportunidades para arremessar ao arco, a linha do Cruzeiro marcou 5 pontos, sendo 2 por intermédio de Ferreira, 1 por Pesce, 1 por Germano e 1 por Gabriel. Coube ao médio Jorge marcar o último, de longe.
A linha média atuou regularmente. O triângulo final portou-se bem, principalmente Chico, que fez defesas extraordinárias, empolgando a assistência.
Do Internacional, devemos consignar, de início, que possui em seu quadro, dois elementos cuja atuação está muito aquém de seu conjunto e de seu nome desportivo. O primeiro deles, é sem dúvida o pior, é o verdadeiro responsável pela contagem verificada. Moeller, o guardião que tantos louros conquistou para o quadro colorado e, depois, para o do tricolor da cidade, não está mais em condições de jogar em um primeiro quadro.
Aquela agilidade, aquela firmeza nas pegadas e, ainda, a bravura com que enfrentava a linha adversária, tudo desapareceu hoje, para dar lugar a uma inércia, uma insegurança, e uma timidez sem limites, ante as arremetidas de um quinteto. Apenas um ponto, dois marcados pelo Cruzeiro, nos pareceu indefensável, e foi o que abriu a contagem.
O outro elemento a que nos devemos refletir é Hugo, ex-"crack", que teve atuação de destaque no quadro do Americano, como centro-médio, e que atualmente é um desportista em decadência. Como meia-esquerda da linha internacionalista, ontem, assistiu à partida e bateu palmas para as jogadas de seus companheiros. Como centro-médio sua atuação melhorou, mas não satisfez.
Dos demais, da linha, Jorge e Kessler foram os melhores, foram os melhores, seguidos de Nenê e Pedrinho. A linha média jogou bem, destacando-se Magno e Moreno. Risadinha abandona muito a sua ala. Dos zagueiros, Miro foi o melhor, fazendo tiradas muito firmes e intervindo sempre com oportunidade.
O arco esteve abandonado...
Nos quadros secundários, venceu o Internacional por 5 a 2.
Fonte: Estado do Rio Grande (RS), 17/03/1930, ano 1930, n. 122, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093203/2086. Acesso em: 21 out. 2024.

PORTO ALEGRE, 17 - Ret.  (A.) - Nos jogos ontem realizados pela A. M. G. E. A., o Cruzeiro Venceu o Internacional por 6 x 1 e o Concórdia venceu o Ruy Barbosa por 3 x 2.
Fonte: O Jornal (RJ), 19/03/1930, n. 3478, p. 9. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/110523_03/1175. Acesso em: 07 ago. 2023.

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