06/12/1931 - Citadino 1931 - 2º turno - Internacional x (w.o.) Americano-RS

CITADINO 1931 - 2º TURNO - INTERNACIONAL X (W.O.) AMERICANO-RS
Data: 06/12/1931
Obs: em virtude da conduta duvidosa dos árbitros da A.M.G.E.A., o Internacional abandonou a competição.

nov/1931 - Citadino 1931 - 2º turno - Internacional x (w.o.) Cruzeiro-RS

CITADINO 1931 - 2º TURNO - INTERNACIONAL X (W.O.) CRUZEIRO-RS
Data: nov/1931
Obs: em virtude da conduta duvidosa dos árbitros da A.M.G.E.A., o Internacional abandonou a competição.

15/11/1931 - Amistoso - Internacional 1 x 4 Combinado Athletico-Palestra

O PRIMEIRO JOGO ENTRE FOOTBALLERS PARANAENSES E GAÚCHOS
PORTO ALEGRE, 22 - A Federação Rio Grandense de Desportos resolveu antecipar para o dia 8 de Novembro próximo, o primeiro jogo entre o selecionado paranaense, que estava marcado para o dia 15 de Novembro.
Nesse sentido, a F. R. G. D. telegrafará à Federação Paranaense de Desportos.
Fonte: Dário da Tarde (PR), 22/10/1931, ano 1931, n. 10997, p. 1. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/800074/36334. Acesso em: 14 nov. 2024.

COMBINADO PARANAENSE IRÁ A PORTO ALEGRE
PORTO ALEGRE, 26 (Serviço especial para A NOITE) — Em conferência realizada na sede da Federação Riograndense de Desportos ficou resolvida definitivamente a vinda a esta capital, no próximo mês de novembro, do Combinado do Paraná.
Essa excursão será patrocinada pela Federação e pelos clubes Internacional e Grêmio.
A primeira partida terá lugar no dia 15 de novembro, devendo enfrentar os visitantes a forte esquadra colorada.
O segundo jogo, contra o Grêmio, será efectuado no dia 17, e o último no dia 19, com o combinado local.
Fonte: A Noite (RJ), 26/10/1931, ano 1931, n. 7156, p. 10. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/348970_03/6251. Acesso em: 18 nov. 2024.

A VISITA DOS PARANAENSES
O primeiro jogo será no dia 15 de novembro contra os colorados
Anunciado, primeiro para 15 de novembro, e depois para 8 do mesmo mês, ficou agora definitivamente assentado que o primeiro jogo do combinado paranaense nesta capital terá lugar na data primitiva, isto é, a 15 do próximo mês.
Os visitantes enfrentarão em primeiro lugar a forte turma do S. C. Internacional.
Com a visita do combinado paranaense, que representa o expoente do foot-ball do vizinho Estado, terão os nossos desportistas oportunidade de aquilatar do valor dos footballers que tantas vezes se têm batido com os nossos.
A iniciativa da FRGD, do Internacional e Grêmio esteá despertando muito interesse e tudo faz crer que elea será coroada de pleno êxito.
Fonte: A Federação (RS), 28/10/1931, ano 1931, n. 249, p. 5. http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/69962. Acesso em: 12 nov. 2024.

A EXCURSÃO DO "COMBINADO ATHLETICO-PALESTRA" AO SUL
OS AMADORES CONSTITUIRÃO A EMBAIXADA PARANAENSE
Terça-feira próxima, o “Combinado Athletico-Palestra” embarcará nesta capital, com destino ao estado do Rio Grande do Sul, onde deverá disputar três ou mais partidas amistosas com o combinado e clubes gaúchos.
A embaixada paranaense, ao que fomos informados, seguirá via terrestre e regressará via marítima.
O “Combinado Athletico-Palestra”, como bem claro está, não é o “Combinado Paranaense, mas nem por isso deixa de ser um “onze” respeitável e capaz de honrar, nos campos gaúchos, o futebol da terra dos pinheirais.
Apesar dos maus vaticínios de alguns despeitados esportistas, estamos inclinados a crer que o quadro excursionista, constituído unicamente de amadores athleticos e palestrinos, fará tão bela figura quanto faria o “onze” representativo do Paraná.
Afora uns poucos elementos, entre es quais citaremos Alberto, Dula, Vani e Gabardinho, que são insubstituíveis, os demais amadores em evidência no futebol paranaense, estão na mesma plana de eficiência, não se podendo afirmar, com segurança, que determinado amador é superior a um outro.
Todos têm as suas qualidades, como, também, os seus defeitos.
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Farão parte da embaixada excursionista os seguintes amadores:
Alberto, Anjolino, Borba, Mansur, Andretta, Rosa, Dulla, Faccini, Athayde, Levoratto, Waldemiro, Marreco, Gabardinho, Vani, Zinder, e Patesko.
Como se vê, são todos amadores valorosos e que por certo, tudo farão para dignificar o renome esportivo de nossa terra.
Esportistas conscientes de suas responsabilidades, na hora incerta da luta, eles volverão o pensamento para o nosso estado e lutarão com a bravura característica dos paranaenses.
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Outro ponto que deve merecer especial atenção dos excursionistas é a parte disciplinar.
O Paraná sempre recebeu os mais rasgados elogios pelo cavalheirismo e disciplina de seus filhos.
Devemos, portanto, envidar todos os esforços para que essa admiração pela nossa disciplina seja cada vez maior e mais dignificante.
Os prélios esportivos são representados por duas partes bem distintas uma essencialmente, esportiva, e, outra social.
Nesta como naquela, temo nos conduzido com grande brilho e ir, repreensível correção.
Da compreensão e da dedicação dos excursionistas, muito espera o Paraná Esportivo.
Fonte: O Dia (PR), 07/11/1931, ano 1931, n. 2386, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/20803. Acesso em: 18 nov. 2024.

A EXCURSÃO DOS PARANAENSES
ESTÃO DESPERTANDO MUITO INTERESSE OS PRÓXIMOS JOGOS INTERESTADUAIS
A embaixada paranaense embarcou, hoje, em Curitiba, devendo chegar amanhã a esta capital
Pode-se dizer com orgulho que o foot-ball em nossa capital está tomando um vulto todo especial, que faz prenunciar um futuro muito promissor para o desenvolvimento deste desporto.
Anda há pouco, quando aqui esteve o disciplinado e distinto coujunto do Botafogo, os nossos desportistas se encheram de orgulho, todo envolto em um entusiasmo que se fazia notar no semblante de todos quantos admiram o eletrizante desporto bretão.
É isso o que precisamos para fazer progredir o nosso foot-ball, a exemplo do que se vê nos grandes centros desportivos do país.
A propaganda feita desta forma e com a presença de conjuntos perfeitamente conhecedores do "metier", podemos ficar certos que veremos, dentro em breve, ondas humanas comparecerem nos nossos campos de foot-ball nos dias de embates oficiais da cidade. Já temos exemplos suficientes, o que precisamos é de boas jogadas. Quadros compostos de perfeitos conhecedores dos segredos do foot-ball. Dessa forma, veremos bem destacado o nosso centro desportivo perante os demais da nação.
O quadro paranaense, que vem composto dos melhores jogadores daquele estado sulino, é por demais conhecido dos nossos desportistas, pois as suas ótimas atuações nos jogos do campeonato brasileiro é a prova suficiente para dizer do seu valor.
Sem querer mencionar as vezes que tivemos de enfrentar esse respeitável quadro nos campos do Paraná e Rio, lembramos a sua brilhante representação de há bem poucos meses, enfrentando o combinado paulista, de uma forma que mereceu os melhores louvores da imprensa da paulicéia. Sua atuação foi superior a do combinado da terra dos bandeirantes no primeiro tempo do jogo, quando tinham a seu favor 3 pontos, tendo-se deixado abater há muito justo na segundo, após a retirada de campo de dois dos seus melhores elementos.
Nos campos cariocas, não precisamos detalhar muito, bastando somente dizer que venceu o combinado daquela capital.
Em seu quadro têm elementos de grande nomeada, tanto em seu estado como no Brasil.
Há muito que desejávamos conhecer de visu estes quadros compostos de elementos de alta valia. Agora, já não nos afligimos tanto, porque aos poucos estão vindo até aqui o que de mais superior possue o nosso país em matéria de foot-ball, e assim teremos, dentro em breve, os nossos campos ocupados exclusivamente por partidas que mereçam de todos a maior atenção.
Ao destemido Internacional, caberá mais uma vez enfrentar, em primeiro lugar, o forte quadro paranaense, que já se acha em viagem para a nossa capital, e os colorados, representando a cidade em mais esta prova, assistiremos com confiança, com todos os nossos aplausos, a Iuta titânica que terão de empregar para honrar, ainda desta vez, as cores gloriosas do Rio Grande.
O Internacional compreende naturalmente a grande responsabilidade que lhe envolve neste momento, e por certo estará preparada, devidamente, a sua pujante equipe, para que no dia do grande prélio ela esteja representada dentro da melhor forma técnica.
Tudo precisamos fazer para sairmos vencedores, para assim correr, de fronteira em fronteira, o nome valoroso do foot-ball rio-grandense. É o que queremos e almejamos.
— Diz um jornal de Curitiba que o quadro que nos visitará vem assim formado:
Alberto
Anjolino-Borba
Andreata-Dula-Atayde
Lavorato, Marreco, Gobbardo, Vani e Patesko.
Sabemos que o goleiro, um zagueiro, o centro medio; o meia-direita e o extrema esquerda são assombrosos e de um valor extraordinário.
Fonte: A Federação (RS), 10/11/1931, ano 1931, n. 259, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/70033. Acesso em: 13 nov. 2024.

O SENSACIONAL JOGO DE DOMINGO PRÓXIMO
INTERNACIONAL X PARANÁ
O ENTUSIASMO PARA A GRANDE LUTA DE DOMINGO CRESCE DIA A DIA
Chegou hoje a missão paranaense, sendo recebida com vivas demonstrações de apreço.
O nosso mundo desportivo preocupa-se agora com a realização da grande prova que terá lugar, no domingo próximo, entre as representações do Estado do Paraná e do Sport Club Internacional.
Essa partida que, por todos os motivos, vem despertando grande interesse entre os amantes do desporto bretão, fará, por certo, movimentar-se para o vasto Estádio dos Eucaliptos, uma grande massa humana, a fim de aplaudir seus jogadores favoritos.
A equipe internacionalista apresentar-se-á em campo, em perfeita forma, tendo seus jogadores se submetido a treinos indispensáveis nestas últimas semanas.
Do ardor, da perseverança e da energia que possuem os componentes da sua turma, muito se espera no grande prélio.
O Internacional, de fato, tem sabido representar dignamente o nosso foot-ball todas as vezes que é chamado a defender o seu bom nome contra adversários visitantes de alto valor. São testemunhas do que afitmamos, todos aqueles que acompanham este desporto, em Porto Alegre e no interior do Estado.
Para melhor se avaliar do valor da turma colorada para o jogo de domingo, faremos aqui um rápido balanço de suas forças.
Peña, o jovem e valoroso goleiro que vem se firmando de jogo para jogo, tendo já conquistado justa fama. Peña foi o reserva do nosso selecionado no último campeonato nacional. Nas partidas que jogou no Rio e em Minas, recebeu dos críticos lisongeiras referências.
Miro, sem favor, é um dos grandes zagueiros da cidade. Admirável em suas jogadas, e de uma calma e colocação extraordinárias. Suas tiradas são firmes.
Risada, considerado conta um dos esteios da defesa colorada. Em si estão depositadas grandes esperanças para o embate de domingo. Risada é o grande jogador que fez a dupla assombrosa com Luiz Luz em São Paulo.
Ribeiro provavelmente irá para o ataque. Como médio, é superior e por demais conhecido, porém, a sua atuação no ataque também se impõe e é uma garantia para a boa marcha das arremetidas coloradas.
Magno, o centro múdio do nosso selecionado, terá oportunidade, domingo de pôr à prova toda a sua técnica e entusiasmo contra o forte quinteto paranaense.
Moreno é o velho médio dos nossos campos. Sempre é o mesmo homem: ardoso e infatigável de fensor das cores rubras. Domingo, Moreno terá de desenvolver uma grande jogada, a fim de segurar a perigosa ala visitante.
Honório será a grande figura do ataque dos locais, e de suas arremettidas certas e vigorosas, muito dependerá o resultado da partida. Terá ele de confirmar o nome de artilheiro dos colorados.
Javel tambem será um dos atacantes dos colorados de quem muito se espera. Com suas jogadas rápidas e produtivas, no arrojo das suas formidáveis entradas, muito poderá fazer pelas nossas cores.
Marroni, Alfredo e Marreco serão companheiros que corresponderão na altura o esforço de seus comandantes do ataque.
É tudo isto o que se espera dos colorados ao enfrentarem os valentes jogadores da Selecção Paranaense, devendo envidar o melhor de seus esforços para oporem uma resistência superior, a fim de que fique bem patente o valor do nosso foot-ball.
Com os jogadores acima apontados, o Internacional poderá desenvolver uma ótima jogada, fazendo vibrar, na tarde de domingo, a alma desportiva de Porto Alegre.
O paranaenses são advérsarios perigosos e precisará grande esforço, de nossa parte, para vencê-los. Seu quadro vem completo, composto de elementos que tem brilhando em partidas de muita importância, tanto em seu Estado como fora dele, e com um ótimo preparo técnico.
Seu jogo aqui, segundo a opinião unânime da imprensa do Paraná, será formidável, e para contrabalançá-lo, precisamos desenvolver todos os conhecimentos do "association".
Os que comparecerem ao estádio sentirão uma grande sensação no desenrolar da emocionante peleja.
[...]
A chegada da missão paranaense
Pelo trem noturno, que encostou a gare com muito atraso, veio a missão desportiva do Estado do Paraná.
Aguardavam a chegada dos distintos viajantes numerosos desportistas, estando também presentes, o Sr. Cícero Soares, presidente da Federação Rio Grandense de Desportos, vários outros membros da diretoria dessa entidade; o Tenente Athanasio Belmonte, presidente da Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos, acompanhado de outros membros da diretoria.
A delegação paranaense foi recebida com vivas demonstrações de simpatias, ouvindo-se vários vivas ao Paraná e ao Rio Grande do Sul.
Após os cumprimentos de estilo, os excursionistas, acompanhados dos desportistas locais, tomaram os automóveis, formando-se extensso cortejo que veio até o Bar Americano, onde se hospedou a luzida embaixada do estado vizinho.
Nesse estabelecimentos os nossos visitantes, desde o momento de sua chegada, têm recebido inúmeras visitas de cumprimentos.
Fonte: A Federação (RS), 13/11/1931, ano 1931, n. 262, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/70051. Acesso em: 13 nov. 2024.

[...] GLORIA! COMPANHEIROS!
Salve! Paranaenses!
Gloriosos companheiros de glórias e de heroísmo!
Bem-vindos sejais sempre, da sombra dos pinheiros para a sombra dos umbús. Do meio da vossa floresta nativa, para o meio da nossa querência pampeana.
O Rio Grande do Sul vos espera de frente, como há um ano nos esperastes, à beira do vosso rio heróico, com a frente voltada ao inimigo, nas horas incertas do Itararé.
À beira desse rio, o nosso amplexo irmanou-nos para sempre, diante da Pátria, em frente ao seu destino.
Vossa terra altiva foi o quartel general da redenção brasileira. Caserna e hospital, templo e arena, onde cada gaúcho encontrou em cada lar paransene mãos brasileiras que lhe pensassem as feridas, e juntas com as nossas mãos, pegassem as mesmas armas.
Quando chegamos ao Paraná, vossas lindas mulheres nos esperaram com flores e sorrisos e cada um de vós mostrou-nos uma cápsula deflagrada de fuzil.
Salve, companheiros de glória e sacrifício, que Deus colocou à frente da nossa estrada à espera do mesmo destino brasileiro!
"A alma do Paraná imita o pinheiro — é direita e alta" disse a vossa Didi.
Diante dela e de vós, a nossa reverência.
C. B.
(“Jornal da Noite”, 13.11.31)
Fonte: O Dia (PR), 18/11/1931, ano 1931, n. 2395, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/20874. Acesso em: 19 nov. 2024.

BOAS VINDAS
Mais algumas horas e estarão entre nós os valorosos futebolistas paranaenses que aqui vêm, a convite dos veteranos clubes Grêmio Porto Alegrense e Internacional e da Federação Rio Grandense de Desportos.
O selecionado do Paraná jogara três importantes jogos. O primeiro será efetuado, domingo próximo, no Estádio dos Eucaliptos, o segundo na quinta-feira, feriado nacional e o terceiro e último, no domingo seguinte.
Temos absoluta certeza de que serão, os três embates, todos sensacionais e cheios de lances empolgantes.
Sobre o valor da turma que hoje chegará, pouco temos a acrescentar ao muito que já dissemos.
E depois julgamos não haver necessidade de tecer maiores encômios, pois os desportistas, não só rio grandenses como do Brasil inteiro, sabem perfeitamente o quão valorosos e técnicos são os componentes do combinado paranaense.
Desde os primeiros tempos, em que o Rio Grande do Sul concorre aos campeonatos brasileiros de futebol que, os paranaenses são para nós, acérrimos e temíveis adversários.
Em todos os jogos que gaúchos e paranaenses disputaram, a nossa vitória foi conquistada à custa de ingentes esforços, depois de termos vencidos grandes obstáculos.
É verdade que já perdemos também. E se difícil foram as nossas vitórias, o único triunfo que o Paraná teve sobre nós também foi conseguido após muita dificuldade.
Em 1922, quando o nosso combinado regressava de São Paulo, jogou e venceu no Paraná. Da nossa visita à terra dos pinheiros, ainda guardam indeléveis recordações.
Daquela data em diante, apesar de termos recebido convites, os nossos combinados não mais jogaram em Curitiba.
Agora, entretanto, dá-se justamente o contrário. Os paranenses foram convidados e aceitaram o convite para jogarem aqui. Aceitando-o, retribuirão a visita que lhes fizemos e com isto estreitarão ainda mais os já solidos laços de amizade que ligam os dois estados desportivamente.
Hoje, finalmente, após quatro dias de viagem por via férrea, chegará a esta capital a missão dos paranaenses.
É preciso que mais uma vez o carinhoso povo da nossa terra dê demonstração do quanto é gentil e acolhedor, comparecendo em grande número, à gare da nossa Viação, a fim de receber condignamente a embaixada visitante.
Quanto a sua permanência entre nós, desejamos que seja feliz, e que disso resulte um maior afeto recíproco entre gaúchos e paranaenses, para que possamos demonstrar aos demais Estados desportivos do Brasil que, tanto no Rio Grande como no Paraná, tem se praticado com entusiasmo o tão apreciado desporto, o futebol.
Que a estadia dos paranenses em nosso estado, marque uma nova era para o futebol gaúcho.
De envolta pois, com os nossos anseios de felicidades aos nossos visitantes, o DIÁRIO DE NOTÍCIAS lhes dá boas vindas.
(“Diário de Notícias” 13-11.31)
Fonte: O Dia (PR), 18/11/1931, ano 1931, n. 2395, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/20874. Acesso em: 19 nov. 2024.

O SENSACIONAL JOGO DE AMANHÃ
INTERNACIONAL X PARANAENSES
SPORT CLUB INTERNACIONAL COMBINADO PARANAENSE
Penha
Miro - Risada
Alfredo - Magno - Moreno
Javel - Ribeiro - Honório - Marroni - Marreco
Alberto
Anjolino - Borba
Athayde - Dula - Andreata
Lavorato - Marreco - Gabardo - Vani - Patesko
É invulgar a ansiedade reinante, no nosso mundo desportivo, pelo grande jogo interestadual
O estádio do Internacional estará amanhã, em um de seus grandes dias de gala, com o encontro sensacional entre a pujante equipe colorada e o forte conjunto paranaense.
O combinado do Paraná, que vem precedido de grande fama, traz de fato, em sua turma representativa, figuras de alto valor no foot-ball e para cuja apresentação em nossos campos é extraordinária a ansiedade.
Assim e que destacam-se de seu forte conjunto, o valoroso zagueiro Anjolino, cuja atuação firme vem despertando a atencão dos melhores técnicos; Borba, zagueiro esquerdo, é tambem um jogador de respeito; Kupchack (Dula), o extraordinário centro médio, que é considerado rival do formidável carioca Fausto. Seu jogo impressiona pela técnica e possante tiro; é jogador de classe alta; Santos, médio esquerdo, cuja combinação com a ala esquerda e o centro médio do quadro é admiravel; Lavorato, ponta direita, o veloz extrema que faz lembrar o "menino de ouro" paulista Filó; Leônidas, que é considerado o mais perigoso e terrível atacante do combinado. Seus tiros são formidáveis. É com seu companheiro, um ala perigosa perfeila; Gabando, centro atacante, é a revelação paranaense. É o insubstituível da turma. Dizem que será o terror dos gaúchos; Kupchack (Vani), é irmão do grande médio Dula. Conhece bem a posição e que foi o assombro dos santistas, quando há pouco atuou nos campos paulistas; Patesko, o ponta esquerda perfeito. Forma com Vani a ala perigosa do combinado. Dificilmente perde uma jogada.
A linha de ataque dos paranaenses que pisará os nossos gramados, é tida como formidável, sendo todos os seus componentes verdadeiros conhecedores das suas posições. Haja vista o número de gols conquistados contra o respeitável quadro paulista no último prélio nacional. Com o auxílio eficaz de seu grande médio Dula, a glória maior do foot-ball paranaense, faz com que seu ataque movimente-se a todo o momento de uma forma surpreendente.
Teremos assim, ótima oportuidade para aquilatar do valor das nossas defesas, atacando tão homogênea linha de avantes. As nossas figuras de relevo que atuam nas defesas, principalmente a colorada, que é considerada a melhor do estado, terão nesse dia, de pôr à prova todos os conhecimentos e recursos de que são possuidores.
Na tarde de amanhã que, por certo, ficará registrada nos nossos anais desportivos como uma das mais sensacionais, teremos o prazer de aplaudir mais um forte conjunto nacional, o segundo que aqui vem no corrente ano.
Temos interesse extraordinário em conhecer os nossos melhores jogadores, para com o tempo poder corrigir os defeitos que temos e, ainda mais, progredirmos no foot-ball da cidade, o qual precisa tomar um incremento semelhante aos dos grandes centros footbalísticos do país. É só assim, fazendo ir até nós os grandes astros, que poderemos progredir e interessar a maioria da nossa população no empolgante desporto bretão.
Já nos visitou um quadro carioca de nomeada, se bem que um tanlo desfalcado, agora nos visita uma turma selecionada paranaense, porém, composta de elementos superiores ao Botafogo, pois trata-se de um combinado do grande estado sulino, onde figuram jogadores de nomeada, como acima já frisamos.
Não resta dúvida que, com a presente excursão dos paranaenses, serão realizados embates que como há muito não se aprecia aqui, pois uma turma de respeito e bem constituída como a dos parannenses, sempre foi impossível ver em nossos campos, principalmente em disputa dos grandes prélios nacionais.
Hoje, temos ocasião oportuna, chegaram-se a nós, os grandes footbalistas que há pouco impressionaram vivamente aos paulistas e cariocas. Vamos enfrentar, amanhã, o quadro que conseguiu marcar quatro gols na turma paulista. Vamos ter pela frente a valorosa falange que venceu retumbantemente, o forte campeão carioca Botafogo, com seu quadro completo, e em sua própria cancha. Vamos, enfim, enfrentar os leais adversários que nos venceram na última prova do campeonato brasileiro que tivemos no Rio em 1928.
Este encontro promete ser renhido por todos os títulos. Já pela fama de que o mesmo vem precedido. Já por ser a primeira vez que aqui vai nos enfrentar. E, por último, pelo grande ardor, pelo entusiasmo e pela energia com que lutam os colorados, quando defendem o nome da cidade e que, por certo, não o desmentirão na peleja de amanhã.
São todos estes os característicos principais que envolvem a grande partida, cujo jogo fará entusiasmar como ainda nunca sentimos.
Esperemos pela luta e, a postos, devemos o nosso entusiasmo para animar a cada momento os nossos defensoros e aplaudir os lances brilhantes dos nossos visitantes.
Eis o que é preciso fazer.
O juiz
Também até o ultimo momento não se sabia ao certo qual será o árbitro da partida interestadual.
Fala-se nos desportistas João Pedro Rosário e Eurico Lara.
O preço das entradas
O preço das entradas para a tardo desportiva interestadual é o seguinte: Pavilhão, 6$000; gerais, 4$000.
Nota oficial
Os dirigentes da semana interestadual distribuíram à imprensa a seguinte nota:
"Para o importante prélio de amanhã, no Estádio dos Eucaliptos, foram tomadas as seguintes deliberações:
Os sócios do Internacional terão entrada franca, mediante à apresetação do recibo n. 11 (novembro).
A direção dos portões estarão a cargo dos tesoureiros dos clubes Internacional, Grêmio e F. R. G. D.
A direção geral estará a cargo dos presidentes dos clubes Internacional e Grêmio e da F. R. G. D".
Saudação aos cronistas gaúchos
"Curitiba, 10 de novembro de 1931.
Aos cronistas desportivos do Rio Grande do Sul.
O Centro de Cronistas Desportivos de Curitiba, por intermédio da embaixada que hoje parte rumo dos pampas gloriosos, saúdo os collezgas gaúchos, apresentando-lhes o preito de sua amizade e admiração.
No momento histórico que vivemos, quando os expoentes máximos da raça realizam a empreitada, gigante da reconstrução nacional, iniciada na vastidão imensa das coxilhas do extremo sul, seja a visita do Paraná desportivo à terra de Getúlio Vargas o abraço fraternal que una, num elo elerno, a grandeza augusta do pampa à majestade altiva do pinheiro.
Recomendando aos ilustres colegas do Sul os portadores da presente, hipotecamos nesta singela mensagem de confraternização o nosso máximo respeito e a nossa melhor amizade aos denodados batalhadores da imprensa desportiva do Rio Grande do Sul.
P. "Centro de Cronistas Esportivos”, (a. a) Altino Borba, presidente; Israel Flaks, secretário".
Uma palestra com o capitão do selecionado paranaense, que ora nos visita
Desportivamente, temos um mútuo interesse no intercâmbio, pois precisamos estreitar, cada vez mais, as nossas relações desportivas, a fim de sermos mais fortes com essa união, compensando, dessa maneira, o abandono e o descaso em que nos deixam os dirigentes centrais do futebol brasileiro.
Socialmente, aproveitamos bastante com as relações de amizade que se devem formar entre os nossos jogadores e os nossos centros de esporte.
— Os srs. conhecem alguns players gauchos ?
— Pessoalmente, conhecemos poucos. Agora pretendemos estabelcer um bom conhecimento com os quadros locais.
— Trazem algum riograndense na missão?
— Sim. O chefe da missão é gaúcho, o Dr. Paula Soares. Trazemos também um reserva, que é riograndense de nacimento. Os jogndores todos são feitos no Paraná. Todos são rapazes amadores do foot-ball.
— No vosso Estado ainda não existem profissionais?
— Absolutamente. Nosse sentido, o esporte paranaense ainda é muito puro.
— Qual é a impressão dos senhores sobre a nossa gente?
— Ótima. Desde que passamos em Marcelino Ramos, tivemos a sensação de estarmos em casa, entre os nossos, tal a maneira cordial e afetuosa com que fomos tratados. Os gaúchos têm sido, muito amáveis para conosco.
Aliás, quase todos, ou todos os componentes da missão, já tinhamos conhecimento com os riograndenses das trincheiras da revolução. Já brigamos juntos em outubro do ano passado. Eu estive na frente da Capela da Ribeira. O nosso "goal-keeper" foi ferido em Morungava. E assim varios outros... Há entre nós e os gauchos muitas afinidades.
— Sim, concordamos nós, tivemos ocasião de observar isso quando estivemos no glorioso e amigo estado do Paraná durante a revolução. Meios de vida. Certos hábitos, entre os quais o do chimarrão, o do churrasco, o das fazendas nos “campos gerais”, etc., etc. Somos parecidos até no modo de falar.
— É isso mesmo, acrescentou Parahylio Borba, por isso simpatizamos lanto com os riograndenses.
Assim terminamos a nossa palestra com o representante dos nossos irmãos paranaenses.
Terminando, apresentamos as nossas efusivas saudações aos rapazes da terra dos pinheiros, desejando-lhes felicidade e alegria em em toda a excursão.
V.N.
Fonte: A Federação (RS), 14/11/1931, ano 1931, n. 263, p. 8. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/70063. Acesso em: 14 nov. 2024.

A LARG SAÚDA OS PARANAENSES
A diretoria da Larg dirigiu o seguinte oficio à embaixada paranaense.
“13 de novembro de 1931, Ilmo. Sr. Dr. Francisco de Paula Soares Neto M. D. Representante da Federação Paranaense de Desportos N. Capital — A Liga Atlética Rio Grandense, com os seus votos de boas vindas, tem a honra de apresentar na pessoa de V. S., as suas mais cordiais saudações à Federação Paranaense de Desportos, manifestando sinceramente aqui os seus maiores desejos para que a representação do futebol do robre estado do Paraná, por V. S. dignamente chefiada, tenha feliz permanência neste Estado, que tão honrado se sente, com visita tão distinta.
Pela Liga Atlética Rio Grandense e inteiramente ao dispôr da valorosa missão paranaense (a) Alvaro Prétz Presidente — (a) Venâncio Vidal secretário.
(“Diario de Notícias”, 14.11.31)
Fonte: O Dia (PR), 18/11/1931, ano 1931, n. 2395, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/20874. Acesso em: 19 nov. 2024.

PORTO ALEGRE, 14. — É aguardado com grande ansiedade o jogo de amanhã entre o Internacional, desta capital, e o combinado paranaense. Os quadros competidores ficaram assim constituídos: Gaúchos — Penha, Miro, Risada, Alfredo, Magno, Moreno, Javel, Ribeiro, Marroni e Marreco; Paranaenses — Alberto, Anjolino, Borba, Atayde, Dula, Andreata, Lavorato, Marreco, Gabardo, Vani e Patescko.
— Chegou a esta capital o combinado paranaense de football. Os jogadores do Paraná foram esperados em S. Leopoldo por numerosos desportistas, inclusive pelo senhor Cícero Soares cronista do Diário de Notícias e presidente da Federação Riograndense de Desportos.
Fonte: Jornal do Commercio (RJ), 15/11/1931, ano 1931, n. 273, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/364568_12/13163. Acesso em: 18 nov. 2024.

[...]A UM TORCEDOR
Torcedor, meu amigo!
A tarde de hoje é exclusivamente tua. E tua também, exclusivamente, é a responsabilidade da tarde de hoje.
Da tua atitude depende a vitória das cores internacionalistas e da tua conduta resultará a cordialidade da luta.
Não te esqueças, meu bom amigo, no auge da contenda, quando o teu entusiasmo atingir o limite máximo, de que o embate está travado entre moços brasileiros, irmãos de lutas e irmãos de glórias, que, menos do que uma victoria material, ambicionam uma amizade sincera e duradoura.
Grita, torcedor. Gesticula. Anima os defensores da cidade. Incentiva os players do teu clube. Vibra e aplaude.
E — sem que isso te tira o melindre de torcedor — deixa que os valorosos moços do Paraná recebam também as palmas que merecem. Reparte com a distinta missão visitante o afeto que votas à tua gente. Uma prova de boa educação vale mais do que uma vitória mal conquistada.
Estou bem certo de que havemos de vencer. Isso, entretanto, só conseguirá a custa de um esforço sobrehumano. E tu, torcedor, tens uma boa parte nesse esforço. Os teus jogadores não poderão lutar livremente se os animares para o jogo violento. E poderão ser prejudicados se a técnica for substituída pela força bruta.
Nada dse excessos. Poupa os exageros. Deixa de mão a violência.
Torce, meu velho amigo. Mas não te esqueças de que acima de tudo está a fraternidade desportiva está o bom nome do Rio Grande do Sul, está a bandeira do Brasil, cobrindo os degladiadores de hoje, seus filhos diletos.
Até logo, torcedor.
Do teu “ex-corde”.
Free-kick
(“Correio do Povo”, 15 11.931).
Fonte: O Dia (PR), 18/11/1931, ano 1931, n. 2395, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/20874. Acesso em: 19 nov. 2024.

AMISTOSO - INTERNACIONAL 1 X 4 COMBINADO ATHLETICO-PALESTRA
Data: 15/11/1931
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Público: aprox. 10.000
Juiz: Heitor Deste
Gols: Gabardinho 5’/1 (C); Patesko 25’/1 (C); Felix Magno, pênalti 35’/1 (I); Gabadinho ?’/1 (C); Levoratto 12’/2 (C).
INTERNACIONAL: Penha; Chanes (Álvaro) e Risada; Alfredo, Felix Magno e Moreno; Javel, Ribeiro, Honório, Dante Marroni (Mancuso) e Marreco.
COMBINADO ATHLETICO-PALESTRA: Alberto; Anjolillo e Borba; Andretta, Dula e Athayde; Lavoratto, Marreco, Gabardinho, Vani e Patesko. Técnico: Moacir Gonçalves.
Obs.: o Combinado Paranaense foi constituído por jogadores do Athletico-PR e Palestra Itália.

"Representantes da imprensa presentes ao grande embate"
Fonte: O Dia
"Os dois quadros 'posam' para os dois fotógrafos"
Fonte: O Dia

O INTERESTADUAL DE ONTEM EM PORTO ALEGRE
O combinado Palestra-Athletico abateu o forte conjunto do Internacional por 4 a 1.
PORTO ALEGRE, 15 — (União) o campo do Internacional apresenta um festivo aspecto, estando embandeirado e repleto desde cedo.
A população movimenta-se para assistir a partida.
Nota-se grande ansiedade para a prova principal entre paranaenses e gaúchos.
O tempo melhorou. O dia está quente, mas com muito vento. A preliminar está marcada para as quinze horas e o jogo principal para às 16,30.
— Foi iniciada a preliminar entre os quadros infantis do Grêmio e Internacional.
O primeiro tempo da preliminar terminou empate de 1 a 1.
— Começou o segundo tempo da preliminar.
A tribuna oficial está ocupada pelo Sr. Sinval Saldanha, secretário do Interior em exercício na interventória; reresentantes das secretarias de Obras Públicas e Fazenda; comandante da Região; comandante da Polícia e Chefe de Polícia Civil; representante do comandante da Brigada e demais autoridades.
Veem-se ainda os presidentes da F. R. G. T., A. M. G. E. A. e de todos os clubes gaúchos.
O campo já está repleto.
— Salvo modificação de última hora, jogarão assim organizados os dois quadros:
INTERNACIONAL — Penha — Risada — Chanes — Altredo — Magno — Moreno — Javel — Ribeiro — Honório — Marroni e Marreco.
PARANAENSES — Alberto — Anjolilo — Borba — Andretta — Dulla — Athayde — Levorato — Marreco — Gabardinho — Vani e Patesco.
O juiz escalado é o Sr. Heitor Deste, do S. C. Americano, considerado o melhor juiz porto alegrense.
— Terminou a preliminar com a vitória do Grêmio por 2 a 1.
O combinado paranaense acaba de chegar ao campo, recebendo entusiásticas aclamações da assistência.
[...] O publico está impaciente para o início da partida.
— A assistência é calculada em dez mil pessoas.
— Acabam de entrar em campo os paransenses que trazem a bandeira gaúcha, sendo demoradamente aclamados pela grande assistência.
Os paranaenses levantam [...] hurrahs ao Rio Grande, saudando as bancadas, gerais, percorrem o campo.
Entra em campo o quadro do Internacional que leva uma corbeille de flores que oferecem aos paranaenses. Os quadros trocam cumprimentos no centro do campo.
O juiz entra em campo trazendo a bola do jogo.
Os quadros posam para os fotógrafos.
Os dois quadros combinaram substituir jogadores durante a
partida. Os teams alinham-se. Os paranaenses são favorecidos pelo sorteio na escolha do campo. A assistência tem grande ansiedade para o início do jogo.
— O jogo é iniciado às 16,23.
É dada a saída pelo Internacional. Os paranaenses fazem a primeira carga. Chanes faz corner a favor do Paraná, no primeiro meio minuto de jogo. O corner é batido e Dulla, emendando, põe a bola fora.
O Internacional faz a sua primeira carga. Borba defende.
O jogo é interrompido para substituir o juiz de linha.
O jogo é reiniciado com um ataque dos parantenses. Penha defende um tiro de Patesco, com cujo chute o Internacional concede um outro corner.
Vani, às 4,38, conquista o primeiro gol paranaense. A assistência aclama os visitantes.
O Internacional faz forte carga, mas e bola bate na trave.
O jogo está tomando grande entusiasmo. Nova carga do Internacional. Dulla defende. O Paraná ataca e Risada salva forte carga. O Internacional perde oportunidade de marcar gol.
Marrequinho atira violentamente e Penha defende com dificuldade.
O Paraná conserva-se no campo do Internacional. Marrequinho chuta fora, perdendo boa oportunidade de aumentar o score. O quadro paranaense joga com muita firmeza. A linha de forwards está combinando bem. Na defesa, Dulla está brilhando.
O Internacional faz uma forte carga e Javel chuta fora.
Até agora Alberto não fez uma única defesa. Anjolilo defende uma situação crítica, motivada por um avanço do Internacional.
Patesco chuta fora após boa combinação de sua linha.
O jogo mantem-se equilibrado, revezando-se os ataques sem resultado. Os paransenses levam o jogo a porta do gol do Internacional.
É batido um corner. Ponha defende são decorridos 22 minutos de jogo é a contagem permanece um a zero a favor dos paranaenses.
Regintra-se um novo avanço do Paraná. Risada salva, mandando para corner.
O Internacional marca o primeiro gol por intermédio de Honório.
O gol do Internacional é anulado porque o juiz havia apitado foul e os jogadores não pararam. É reiniciado o jogo com um avanço do Paraná.
Levorato, às 16,59 horas, com violento pelotaco, balança as redes gauchas, marcardo assim o segundo ponto para as
cores paranaenses.
Os paranaenses mantém-se no ataque. O Internacional concede corner, que batido por Patesco não produz resultado, indo a bola fora.
Registra-se uma carga do Internacional. Honório chuta fora. O jogo decorre equilibrado, havendo mais entendimento na linha do Paraná, que joga com muita firmeza.
De um avanço do Internacional, Anjolilo concede corner.
É batido o corner, sendo defendido por Andretta.
O Internacional faz sucessivas cargas, mas Dulla defende.
Alberto faz difícil defesa, concedendo corner.
O juiz cobra um pênalti de Andretta.
Batido por Magho, essa penalidade redunda no primero gol do Internacional, às 17 horas e 11 minutos.
Reiniciada a partida, o Internacionai volta ao ataque.
Honório chuta violentamente e Alberto defende, não conseguindo segurar a bola, que volta ao campo.
Os paranaenses voltam ao ataque e Gabardinho, com belíssimo pontapé, conquista o terceiro gol para o Paraná.
A assitência aplaude demoradamente o feito dos paranaenses.
O Paraná volta ao ataque, obrigando ao Internacional a conceder novo corner.
Mais algumas jogadas e termina o primeiro tempo com o seguinte resultado:
Paraná — 3.
Internacional — 1.
— Os quadros, ao se retirarem de campo, são aclamados pela assistência.
O quadro do Paraná tem agradado. Na linha de ataque estão se destacando Vani e Patesco.
O quadro do Internacional está jogando bem, ressentindo-se da falta do back Miro que não pôde atuar por estar doente.
A defesa do Paraná não pôde demonstrar jogo, sobressabindo-se apenas Dulla.
Na defesa do Internacional, o que mais tem se destacado é Risada, Magno e Honório.
— O jogo decorreu, no primeiro tempo, na máxima cordialidade.
Os paranaenses entraram em campo no segundo tempo fazendo um bate bola.
O juiz apita, chamando os quadros ao gramado.
O Internacional entra em campo.
Principia o segundo tempo às 17 horas e 34 minutos.
Os paranaenses agora jogam contra o vento.
O Internacional vai ao ataque. Honório apanha a bola e desfere forte chute que Alberto defende bem.
O Paraná ataca, mas Risada defende.
O Paraná faz novo ataque e Gabardinho atira fora.
O Internacional esforça-se para desmanchar a diferença da contagem, mas os paransenses mantêm-se firmes no ataque.
Vani atira certeiramente em gol, mas Penha defende.
Os paranaenses organizam um novo ataque. Patesco escapa, mas Risada salva.
O Paraná faz ainda nova e forte carga e Penha defende perigoso tiro.
O jogo agora conserva-se no centro do campo. O Internacional substitui Marroni por Mancuso.
Verificam-se duas fortes cargas do Internacional. Uma é salva por Andretta e a outra a bola vai fora.
Os paranaenses reagem e Penha abandona seu posto e rebate a pelota. Os paranaenses insistem no ataque.
Às 17,45, os paranaenses atacam e Levorato, de posse da pelota, envia forte tiro em gol. A bola atravessa a meta guardada por Penha e vai aninhar-se nas redes gaúchas pela quarta vez.
Reiniciada a peleja, o Internacional vai ao ataque e Borba defende bem.
O jogo mantém-se animadíssimo, persistindo o Internacional em esforços para desfazer a diferença.
A linha do Internacional esté jogando bem, mas a linha do Paraná está melhor, arrematando com felicidade.
O jogo agora é no campo do Paraná, mas o Paraná reage fazendo carga que Risada salva.
Registra-se uma forte carga dos paranaenses que é prejudicanda por um offside de Patesco.
O Paraná organiza novo ataque, obrigando a Risada a conceder escanteio.
O Internacional organiza bom avanço salvo por Borba.
O Internacional insiste, obrigando Alberto a defender.
Verificam-se duas cargas do Internacional que são salvas pelos backs paranaenses.
O Internacional faz forte carga, obrigando Athayde a conceder corner, que batido, é salvo por Anjolilo.
O Internacional avança e Alberto defende. O Paraná reage avançando. O Internacional é obrigado pela linha paranaense a conceder novo escanteio.
Faltam 20 minutos para terminar o embate, o Paraná avança mais uma vez.
Vani apodera-se do couro e escapa, atirando violentamente em gol. A bola bate na trave, voltando ao campo.
O jogo continua equilibrado, com cargas revezadas, mantendo-se a contagem de 4 a 1 a favor dos paranaenses.
O Internacional organiza bem combinado ataque. O Paraná inutiliza-o e avanca sobre a meta de Penha, obrigando-o a praticar difícil defesa de um perigoso tiro do centro avante Gabardinho.
O Paraná mantém-se no ataque.
Registra-se uma grande confusão na porta do gol do Internacional, mas a bola vai fora.
O Internacional reage, organizando um bom ataque.
Honório vibra um forte tiro sobre a meta de Alberto, obrigando-o a defender brilhantemente.
O Paraná avança e Penha defende.
O Paraná torna a avançar, obrigando mais uma vez a intervenção de Penha.
Agora é o Internacional que avança, dando oportunidade a Borba de fazer linda defesa de cabeça.
O Paraná mais uma vez organiza uma boa carga, mas Marreco remata mal, pondo a bola fora.
O Internacional avança, Mancuso escapa e a dois metros da meta paranaense perde ótima oportunidade de fazer gol, mandando a bola para fora.
Os paranaenses voltam a atacar e Marreco desfere forte chute, que é bem defendido por Penha.
O Internacional reage e Ribeiro chuta. Borba faz corner.
O jogo mantém-se animado, esforçando-se os dois quadros para aumentar a contagem.
Batido o corner, Borba salva.
O Internacional persiste no ataque sendo prejudicado nos arremates.
Javel, frente no arco paranaense, perde boa opportunidade de conquistar um ponto para suas cores.
Faltam apenas quatro minutos para terminar a partida.
O Paraná avança e Penha defende um bom tiro de Marreco.
O Internacional avança, obrigando Alberto a praticar difícil defesa.
O Internacional mantém-se no ataque.
Mancuso atira por cima da trave.
Com mais alguns lances de parte a parte, termina a partida, assinalando o placar o seguinte resultado:
Paraná — 4
Internacional — 1
Foi eficiente a atuação do quadro do Paraná
PORTO ALEGRE, 15 (União) — A atuação do quadro do Paraná foi mais eficiente no jogo rasteiro e baixo.
O Internacional preferiu o jogo alto, no que foi grandemente prejudicado pelo vento.
O quadro do Paraná deixou ótima impressão na enorme assistência que o aclamou demoradamente e com entusiasmo.
Uma comunicação do capitão do team paranaense
PORTO ALEGRE, 15 (União) — Por intermédio da Agência União, o jornalista Parahylio Borba, capitão do quadro paranaense, diz ao povo de Curitiba que o jogo transcorre na melhor harmonia, estando todos muito satisfeitos.
BOA A IMPRESSÃO DA ATUAÇÃO DO JUIZ
Os que mais se destacaram dos nossos
PORTO ALEGRE, 15 (União) — A atuação do juiz no embate de hoje, deixou boa impressão, contentando a todos.
Os jogadores do Paraná que mais se destacaram, foram Borba, Dulla, Athayde e Vani. Do Internacional: Honório, Magno, Marreco e Penha.
Fonte: Diário da Tarde (PR), 16/11/1931, ano 1931, n. 11017, p. 8. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/800074/36491. Acesso em: 22 nov. 2024.

OS PARANAENSES, EM BELA JOGADA, ABATERAM O INTERNACIONAL POR 4 A 1
A TURMA COLORADA, APESAR DE DESFALCADA , DESENVOLVEU GRANDE ESFORÇO
A ESTREIA DOS PARANAENSES DEIXOU BOA IMPRESSÃO
A primeira exibição em nossos campos da valorosa seleção paranaense, constituiu um grande sucesso tanto desportivo como social.
O combinado paranaense confirmou plenamente a fama de que vinha precedido, indo mesmo além da expectativa.
Uma enorme assistência se transportou para o Estádio dos Eucaliptos, apesar da tarde ventosa.
O encontro decorreu na melhor harmonia, primando por uma alta camaradagem, não se registranido o mínimo incidente.
A turma selecionada paranaense alcançou uma belíssima vitória, pois eles abateram um quadro de reconhecido valor, se bem que ontem se ressentisse da falta de um dos seus melhores homens de defesa - Miro.
Foi essa falta, talvez, o principal motivo da derrota.
Mas, no entretanto, sem querer desvirtuar a brilhante vitória dos visitantes, afirmamos e eles mesmo confirmaram que o resultado não exprime o que foi o jogo.
Os nossos agiram com absoluta falta de "chance"; ocaiões muitíssimas tiveram de fazer gols, porém, a sorte não lhes ajudou.
A expectativa para o jogo
Durante a semana foi palestra obrigada o grande encontro interestadual. Era a primeira vez que o nosso público via pisar em campos gaúchos um quadro do vizinho estado irmão.
Todos ansiaram para conhecer as atuações de certos elementos conhecidos através da imprensa como verdadeiros craques. Citavam-se os nomes de Dula, Marreco, Vani, Anjolilo.
Por tudo isso, reinava uma extraordinária expectativa para a pugna. Ainda muito cedo, já os bondes transportavam milhares de pessoas para o arrabalde do Menino Deus.
Pouco depois das 13 horas começou a chover, porém, o fortíssimo vento que soprava, limpou o céu.
Assim é que quando se iniciou a pugna, o vasto estádio estava quase tomado, principalmente os pavilhões.
A preliminar
A partida preliminar foi entre os filhotes do Grêmio Porto Alegrense e S. C. Internacional.
Os "mignons" players desenvolveram uma bela atuação, jogando com muito entusiasmo, merecendo aplausos do público.
Após porfiada luta, saiu vencedora a equipe gremista pela contagem de 2 contra 1.
A chegada dos paranaenses
Os valorosos paranaenses chegaram ao estádio pouco depois das 16 horas, sendo recebidos com palmas pela assistência.
Às 16,30 horas, carregando uma grande bandeira riograndense, fizeram a entrada em campo e depois do grito de guerra, saudaram o público nas duas faces do estadio, gesto que o público aplaudiu com prolongadas palmas.
A entrada dos colorados
A seguir, deram entrada em campo os rapazes do Internacional. Na frente, Honório e Ribeiro carregavam uma linda cesta de flores.
No centro campo, Honório, em ligeiras palavras, ofereceu as flores em nome dos locais.
O público aplaude aquele gesto de cordialidade.
Em seguida são fotografados em conjunto.
Os teams
O juiz trila o apito, chamando os concorrentes, alinhando-se os mesmo na seguinte ordem:
Internacional — Penha; Chanes (depois Álvaro) e Risada; Alfredo, Magno e Moreno; Javel, Ribeiro, Honório, Marroni (depois Mancuso) e Marreco.
Paranaenses — Alberto; Anjolilo e Borba; Andeata, Dula e Athayde; Lavorato, Marreco, Gabardino, Vani e Patesko.
Os visitantes escolheram o gol ao lado da cancha de basket, enquanto os colorados ocuparam a de baixo.
O jogo
Precisamente às 16,37 horas, começa a partida. Honório movimenta a pelota, passando a Ribeiro, perdendo este para Andeata, que a entrega aos companhairos do ataque. Estes, rápidos, levam o primeiro avanço, resultando uma corner de Chanes, que batida por Patesko não surte efeito devido a uma pronta intervenção de Risada.
Os visitantes forçam pela esquerda o campo dos locais. Alfredo intervém e passa para os companheiros. Anjolino faz a sua prmeira tirada.
Os visitantes voltam ao ataque e Vani força Penha a uma boa defesa.
O jogo se movimenta, porém, a turma paranaense com mais desenvoltura; os seus passes são seguros e certos.
Magno detém um avançada e passa muito forte para a esquerda, indo a bola fora.
Registra-se um forte ataque dos visitantes e Risada faz corner, batida sem resultado.
Os paranaenses mostram vontade férrea de vencer. Gabardino, o hábil centro, comanda bela inveslida e às portas do gol de Penha passa a Vani, e este conquista o 1º gol dos paranaenses aos 9 minutos de jogo entre aplausos do públicos.
Os locais reagem. Magno, de posse da bola, corta-se pelo centro, passa toda a defesa visitante e atira com infelicidade, pois a bola vai de encontro à trave lateral.
Os colorados insistem no ataque. Ribeiro passa a Javel, e este não consegue segurar a pelota, que vai fora.
Moreno centra e Honório dá forte cabeçada, passando a esfera junto à trave.
O árbitro marca um hands dos paranaenses. Os colorados investem e Borba salva.
Dula atira de longe e Penha intervém. Nova avançada dos visitantes e Chanes desfaz.
Foul do Internacional. Athayde sobra e a bola vai a Marreco que põe fora.
Magno, o incansável centro médio local, desenvolve grande atividade conjunrando fortes arremessos.
Os locais atacam e Javel atira por cima da trave.
A linha local força lindas tiradas de Anjolilo e Borba.
Patesko, o ágil extrema esquerda visitante escada e atira por fora.
Um foul de Dula dá ensejo a um forte arremesso colorado, porém, Anjolilo intervém com felicidade, arredando o perigo.
Marreco, off-side, prejudica um bom ataque dos companheiros.
Os visitantes insistem. Risada faz corner, de nulo efeito.
Registra-se uma forte avançada colorada e Honório, em possante tiro, faz um gol, que o juiz anula por haver apitado antes para cobrar uma falta.
Os colorados voltam ao ataque e Honório vaza pela segunda vez o gol de Alberto. Este gol tambem foi anulado, em vista do árbitro ter apitado antes.
O extrema Patesko, de posse da pelota avança, e depois de passar por Chanes, a poucos metros do gol, atira e consegue burlar a vigilância de Penha, marcando o 2º gol dos paranaenses aos 25 minutos de jogo.
Os locais reagem fortemente. Há um foul dos visitantes. Ribeiro atira com violência e Alberto defende com dificuldade, fazendo corner.
Marreco cobra e Honório escora de cabeça, passando a esfera por cima da trave.
O juiz assinala duas faltas dos visitantes, dando lugar a perigosos ataques dos locais. Registra-se novo corner contra os visitantes. Marreco bate e Anjolilo defende de cabeça.
Os locais continuam no ataque e o árbitro cobra uma falta dos visitantes dentro da área.
Magno transforma a falta no único gol do Internacional.
Decorriam, então, 35 minutos de jogo.
A seguir, o árbitro marca dois fouls dos visitantes. Honório investe e Alberto defende com brilhantismo.
Registra-se forte ataque dos visitantes e, após ligeiras jogadas na area, Marreco conquista o 3º gol dos paranaenses.
Estava quase no final do primeiro tempo.
Os visitantes carregam e Risada faz corner.
Batida, resulta novo corner, que não chega q ser cobrada em vista de ter findado o tempo regulamentar.
O resultado era o seguinte:
Paranaenses - 3
Internacional - 1
O internacional modifica o team
Os locais, para a segunda fase, modificaram o quadro. Álvaro entrou no lugar de Chanes. Mancuso substitui Marroni, indo para o centro e Honório para a meia-esquerda.
O quadro local melhorou sensivelmente, principalmente na defesa.
Os visitantes reiniciam a partida, perdendo a pelota para Magno. Este a passa para Marreco que a entrega a Honório, e quando todos esperavam a queda do posto de Alberto, o valoroso capitão colorado foi infeliz, errando o Kiko, quase junto no goal.
Os paranaenses avançam. Gabardino atira e Penha defende.
Foul dos colorados. Dula cobra e Penha defende.
Há um off-side dos visitantes.
Os colorados levam lindas cargas, porém, os remates são feitos com pouco efeito.
Os paranaenses avançam pelo centro, em boa combinação, conquistando Gabardino o 4º gol dos paranaenses.
Os colorados, embora, tendo contra si, uma grande diferença de pontos, não se abatem e procuram alcançar a meta adversária.
Os locais carregam e Mancuso força Alberto a boa defesa.
Os visitintes atacam pela esquerda e Patesko obriga Risada a fazer corner. Batida em boas condições, Magno defende.
Novo avanço dos paranaenses rematado por Lavorato, a bola vai de encontro à trave.
Os colarados avaçam e Anjolilo tem ocasião de praticar a melhor defesa da tarde.
Reagem os paranaenses e Álvaro pratica magistral defesa, salvando um gol certo.
Honório atira com violência e Alberto defende. Novo ataque dos locais, Honório faz magnífico passe para Marreco e ele  precipita-se, atirando por fora.
Magno e Mancuso, em boa combinação, se acercam do posto de Alberto, e a poucos metros do gol o segundo atira fora, perdendo uma das melhores oportunidades de aumentar a contagem para o seu bando.
Javel e Ribeiro perdem boas oportunidades.
Marreco atira forte e Alberto defende.
O encontro findou, tendo os colorados no ataque, com o seguinte resultado:
Paranaenses - 4
Internacional - 1
Apreciações
Como já dissemos no início, o quadro selecionado paranaense é bom e sua atunção deixou magnífica impressão.
Na defesa, destacaram-se o back Anjolilo, que é um grande jogador. Oportuno nas entradas e seguro nas rebatidas. Borba o secunou bem. A linha média é homogênea, Dula, que veio consagrado como o melhor homem da turma, ontem, apesar de ter jogado bem, não demonstrou toda a sua habilidade; Athayde, muito bom; Andeata não desmereceu dos companheiros. Quanto ao goleiro Alberto, não nos é possível dar opinião, pois não leve ocasião de demonstrar todas as suas aptidões. Às vezes que foi chamado a defender o seu posto o fez com segurança.
A linha atacante é uniforme. Combina e atira perfeitamente. Os players que mais nos agradaram foram Patesko, o jovem e ágil ponteiro esquerdo, e Marreco, um esforçado. Os demais seguira-lhes os passos.
Agora falaremos dos nossos. A valorosa turma colorada não esteve nos seus dias. A falta do zagueiro Miro bastante influiu para a derrota. Chanes não é player para o substituir. Álvaro esteve muito superior. Penha fez o que pôde. Risada jogou bastante, mas sentiu a falta do companheiro. Magno foi a grande figura da defesa colorada. Desenvolveu grande esforço, tanto na defesa como no ataque. Alfredo e Moreno jogaram bem. No ataque, Honório foi a principal figura, seguido de Magno e Javel. Ribeiro, pisado, pouco fez. Marroni, pisou-se no início da partida. O seu substituto, Mancuso, agiu bem, apenas precipitando-se em ocasiões que precisava usar de muita calma.
O juiz
Arbitrou a importante partida o Sr. Heitor Deste, do Americano.
Foi um juiz correto e criterioso. Agradou a todos.
Movimento técnico
Internacional, 1º tempo:
Corners 5
Fouls 4
Hands 2
Defesas de goleiro 6
Gols 1
2º tempo:
Corners 3
Fouls 6
Hands 2
Gols 0
Defesas de goleiro 6
Paranaenses, 1º tempo:
Corners 4
Fouls 10
Hands 3
Gols 3
Defesas de goleiro 2
Off-sides 3
2º tempo:
Corners 3
Fouls 5
Hands 3
Gols 1
Defesas de goleiro 5
Off-sides 3
O jogo interestadual de ontem apreciado em Curitiba
A "Agência União", em combinação com a Companhia Telefônica e o Telégrafo Nacional, transmitiu, ontem, para Curitiba, todo o desenrolar da sensacional partida entre o combinado paranaense e o quadro do S. C. Internacional.
A linha telefônica especial, entrou em campo e a estação local dos telégrafos funcionou perfeitamente e o serviço do Telégrafo, feito diretamente para a capital paranaense, foi magnífico, permitindo, assim, a população curitibana acompanhar, apenas com alguns minutos de diferenca, todas as peripécias do jogo.
Uma mensagem do capitão do combinado visitante
Antes de iniciada a partida, o desportista Paraílio Borba, capitão da esquadra paranaense, enviou para Curitiba, por intermédio da "Agência União", a seguinte mensagem:
"Antes de pisar o campo da luta, onde iremos nos defrontar com os irmãos gaúchos, envio aos conterrâneos distantes a saudação sinceros da falange paranaense. Todos os componentes do onze paranaense têm o seu pensamento voltado para o Paraná e para o Brasil".
Terminado o jogo, nova mensagem foi enviada nos seguintes termos:
"Vencemos. O jogo transcorreu na melhor harmonia. Todos muito satisfeitos".
Fonte: A Federação (RS), 16/11/1931, ano 1931, n. 264, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/70069. Acesso em: 14 nov. 2024.

OS PARANAENSES ESTREARAM VENCENDO EM PORTO ALEGRE
PORTO ALEGRE, 16 (A. B.) — Realisou-se, ontem, o primeiro jogo entre o combinado paranaense contra o Internacional desta cidade. Este jogo, que já era ansiosamente esperado, levou ao Campo dos Eucaliptos uma desusada concorrência que enchia literalmente o estádio.
Às 17 1/2 horas entravam em campo os dois teams, assim constituídos:
Paranaenses — Alberto; Anjolino e Borba (cap.); Andrata, Dula e Athayde; Levorato, Marreco, Gabardinho, Vani e Patescko.
Internacional — Penha; Chanes e Risada; Alfredo, Magno e Moreno; Javel, Ribeiro, Honório, Marroni e Marreco.
O grande back do Internacional, Miro, não pôde atuar devido se achar machucado, sendo então, substituído por Chanes.
Iniciado o jogo, o forte vento que reinava no momento começa a predudicar a trajetória da bola. Os paranaenses atacam no início, conquistando o primeiro gol nos dois minutos de jogo. Após a nova saída, Magno apossando-se da pelota, dribla a defesa contrária e, quando se encontrava em frente ao gol dos visitantes [...]. O jogo caracteriza-se, pouco a pouco, pela supremacia dos visitantes, principalmente a sua linha dianteira é que bastante veloz. Os locaes têm feito poucas cargas sobre o campo inimigo e, mesmo nessas poucas cargas, têm arrematado mal. Os paranaenses atacam novamente, conseguindo, aos quinze minutos de jogo, o segundo gol.
Tirada a saída, os locais reagem. Honório emenda forte tiro de Marroni, obtendo o primeiro gol para seu team. Esse goal, porém, é anulado erradamente pelo juiz, provocando grandes protestos da assistência. Quase ao findar o primeiro tempo, o juiz marca um pênalti contra os paranaenses, conseguindo por esse meio, o Internacional, o seu primeiro ponto. Saem os paranaenses que, bem combinados, conquistam o terceiro gol para suas cores, desnorteando, assim, os locais que procuram reagir, mas são prejudicadíssimos pelo juiz, que pune imaginariamente, fazendo a assistência reclamar a todo o momento. O primeiro tempo terminou favoravelmente aos paranaenses que jogaram melhor, não perdendo nenhuma oportunidade.
No segundo tempo, Mancuso substitui Marroni e há enérgica reação por parte dos locais, nada conseguindo, entretanto, devido à falta de calma que produz péssimos arremates. Todo o segundo tempo correu debaixo da maior monotonia, havendo apenas pequenas incursões dos locais, que perderam duas ocasiões de aumertar o score, uma vez quando Javel, sozinho, em frente ao keeper, chuta fora, sendo vaiado pela assistência e a outra foi quando Mancuso, após driblar toda a defesa dos visitantes, estando sozinho em frente ao gol inimigo, atrapalha-se com a pelota, shootando também fora. Nova vaia da assistência, que reclama melhor arremate. Aos vinte minutos do jogo, sob um visível off-side, o meia direita paranaense que se encontrava sozinho em frente ao gol, marca o quarto ponto dos visitantes. Momentos depois terminava o jogo com o seguinte resultado: Paranaenses, 4; Internacional, 1.
O quadro paranaense bem. Os seus elementos são ótimos, principalmente os atacantes que são ligeiríssimos. A defesa é regular. O Internacional fez a sua pior partida até agora realizada. É bem verdade que estava desfalcado de Miro. A sua linha de ataque não se entendia, desperdiçando muitas bolas a gol.
Fonte: A Noite (RJ), 16/11/1931, ano 1931, n. 7177, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/348970_03/6481. Acesso em: 18 nov. 2024.

AINDA O JOGO PARANAENSES-GAÚCHOS
Como atuaram os contendores - Comentários de um jornal de Porto Alegre
PORTO ALEGRE, 17 (Via Aérea) — O “Jornal da Manhã”, em sua edição de ontem, assim comenta a atuação do selecionado paranaense, no encontro com o Internacional, desta capital.
"O “onze” paranaense apresentou um excelente jogo ao par de uma técnica admirável, empregando-a de princípio a fim, demonstrando o seu ótimo estado de treinamento.
Existe um perfeito entendimento entre sua linhas média e seu ataque.
Os seus dianteiros são rápidos, ágeis, bons passadores e melhores atiradores, destacando-se o jogo dos ponteiros, que são velozes, bons centradores e estão sempre colocados.
A linha média, além de ser incansável em auxiliar o ataque, é senhora da sua posição, marcando com precisão o seu adversário.
A zaga, atenta e oportuna, anula com acerto as cargas inimigas, pois seus compomentes acham-se sempre vigilantes.
Enfim, a adestrada esquadra visitante, possuindo um conjunto homogêneo e treinadíssimo, e que num jogo superior sobrepujou o seu adversário, teve o seu esforço coroado de pleno êxito, de uma forma brilhante. Os seus componentes cônscios de suas responsabilidades, conduziram-se no campo da luta, de uma maneira impecável.
A sua técnica, que se assemelha muito a dos paulistas, é eficiente e produtiva. Passes rasteiros, longos e rápidos, rematando, a seguir, no arco, pois durante os oitenta minutos de jogo, nenhum dos “onze” paranaenses empregou o prejudicial “dribbling”, que nada adianta.
O quadro alvi-rubro que nos representou no grande prélio de anteontem, deixou muito a desejar.
A sua linha de ataque fracassou. Seus componentes morosos, com excepção da ala esquerda, não disputavam a pelota quando a perdiam, e as diversas oportunidades que tiveram para marcar pontos não foram aproveitadas, tão necessaria para o arremate final.
Os médios colorados, diante do fracasso da linha do ataque, desdobraram-se apresentando um jogo à altura de seus adversários.
No triângulo final, os zagueiros não corresponderam à expectativa e o guarda-vala estava inseguro.
Finalmente, o quadro do Internacional falhou, e se falhou foi somente devido ao descaso que impera na quase totalidade dos clubes locais, pelo treinamento que constitui em si a base de uma boa representação desportiva.
Enfim, que a derrota sofrida anteontem, pelo valoroso quadro alvi-rubro, sirva de exemplo e que amanhã, destas colunas, possamos com satisfação elogiar os nossos representantes em prélios futuros.
São os nossos votos".
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A atuação dos jogadores paranaenses
ALBERTO — Apesar de nos parecer nervoso, deu conta de seu recado e produziu boas defesas. Entretanto, esperaremos os outros encontros para fazermos um juízo mais seguro.
ANJOLINO — É um zagueiro seguro e oportuno. Boa colocação.
BORBA — O capitão do quadro visitante é um perfeito conhecedor de sua posição. Joga com muita calma e é muito preciso.
ANDREATA — Ao nosso ver, foi o mais fraco dos médios visitantes, possuindo um jogo pesado.
DULA — O grande centro médio paranaense não confirmou a fama de que vinha precedido, demonstrando, entretanto, ser um ótimo jogador, conhecedor perfeito de sua posição.
ATHAYDE — Foi o melhor médio em campo. Trabalhador infatigável e ótimo marcador.
LEVORATO — O ponteiro direito tem um jogo ágil e possui um forte e certeiro tiro.
MARRECO — Tambem não confirmou a sua renomada. Aproveita bem as oportunidades, porém, é um pouco medroso.
GABARDO — O centro atacante visitante distribui com muita inteligência e atira ao arco com perícia.
VANI — É o mais completo atacante do quadro visitante. Sua atuação foi intelligente e produtiva. Joga o verdadeiro “association”.
PATESKO — Um grande jogador. Um ponteiro invejável. Joga com uma agilidade espantosa. Foi um dos fatores mais preponderantes da bela apresentação de seu quadro.
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Internacional
PENNA — Não foi o mesmo arqueiro que temos visto. Fez uma partida medíocre.
CHANES — Nada fez. Talvez devido ao seu estado de saude.
RISADA — Fez uma má partida, talvez devido à falta de seu companheiro de zaga. Falhou diversas vezes.
ALFREDO — Fez uma excelente partida. Marcou com inteligência e acerto a ala esquerda contrária.
MAGNO — O grande centro médio gaúcho esteve simplesmente extraordinário. Preocupou-se em demasia com o ataque, devido ao seu fracasso, motivo por que sua atuação não foi muito eficiente na defesa.
MORENO — Foi outro médio que brilhou de princípio ao fim. Fez uma boa partida.
JAVEL — Poucas bolas recebeu, porém, sempre que foi preciso, esteve em seu posto.
RIBEIRO — O velho “crack” esteve infeliz. Muito pouco produziu.
HONORIO — O esforçado centro avançado alvi-rubro, esforçou-se demais no ínicio, ficando no final exausto, não produzindo o que poderia produzir.
MARFONI — Durante o tempo que atuou na meia esquerda fez o que estava em seu alcance.
MARRECO — Ao ponteiro esquerdo colorado, e que se deve render as homenagens do dia. Fez uma partida magistral. Não esperdiçou uma bola. Foi o mais productivo atacante do seu 
quadro.
O juiz Heitor Deste
A atuação do juiz Heitor Deste, a nosso ver, foi fraca e falha.
Errou em anular o primeiro ponto colorado. E persistiu no erro em anular o segundo tento, legitimamente conquistado.
Fonte: A Tribuna (SP), 18/11/1931, ano 1931, n. 238, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/153931_01/9461. Acesso em: 18 nov. 2024.

ECOS DO INTERESTADUAL ENTRE GAÚCHOS E PARANAENSES
Publicamos abaixo alguns comentários dos jornais da metrópole gaúcha sobre o encontro entre o combinado Palestra-Athletico e
Sport Club Internacional:
“O mundo desportivo porto-alegrense que acoorreu na tarde de anteontem ao vasto Estádio dos Eucaliptos teve a rara felicidade de assistir no corrente ano uma ótima demonstração do verdadeiro “association”.
Paranaenses e colorados, que se empenharam numa luta gigantesca e, algumas vezes, mesmo cheia de fases emocionantes, fizeram tremer de sensação a grande assistência que enchia as vastas dependências da sede dos alvi-rubros.
Venceu quem de justiça deveria vencer.
Os valorosos rapazes componentes da brilhante embaixada da "terra dos pinheirais" fizeram uma exibição aos desportistas porto-alegrenses do adiantado grande desenvolvimento em que se encontra o futebol vizinho Estado do Paraná.
O bando alvi-verde abatendo, numa luta leal e cavalheiresca pela significativa contagem de 4 a 1, os colorados, soube de uma maneira honrosa, não só elevar, como glorificar o desporto de sua terra. [...]
Fonte: Diário da Tarde (PR), 18/11/1931, ano 1932, n. 11019, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/800074/36506. Acesso em: 21 nov. 2024.

OS PARANAENSES NO RIO GRANDE
Comentários carinhosos da imprensa portoalegrense
Já estão convivendo conosco os nossos bravos irmãos do Paraná. Já estão entre nós aqueles que também foram com os gaúchos, os valentes vanguardeiros do movimento de outubro. Recebê-los em nossos braços, com todo o carinho, é o nosso dever. E isto fizemos não só como tradição de nossa raça, com também, como caraterístico do nosso cavalheirismo.
Os distintos paranaenses que ora hospedamos, pela primeira vez, enchem-nos de satisfação. Têm sido raras as vozes que podemos sentir bem perto de nós, os irmãos que nos são tão longe e que vivem tão longe, por este território imenso que integra o nosso Brasil. Ufanamo-nos por isso e fazemos votos que estas excursões se renovem a miúdo.
Os valorosos moços que compõem a esquadra representativa dos paranaenses e que amanhã enfrentarão a valorosa turma do Internaclonal, acham-se em plena forma física e em condições de tudo fazerem, para demonstrar ao nosso mundo futebolístico, as apreciáveis qualidades que possuem, no difícil desporto da pelota.
Os paranaenses, para nós, são adversários leais e de respeito. Conhecemos bem os sucessos que vêm obtendo sua esquadra oficial, nas diversas provas de responsabilidade em que tem se empenhado. Já destacamos suas brilhantes vitórias sobre o Corintians de São Paulo, Botafogo do Rio e a brilhante atuação que tiveram há pouco contra o forte quadro selecionado paulista. Isto tudo atesta verdadeiramente o grande ardor do seus jogadores, e as qualidades excepcionais que possuem para o controle da esfera.
O seu onze vem precedido de boa fama, destacando-se, especialmente, sua linha de ataque, onde é notavel a extraordinária atuação de seu meia direita Marreco, a linha média, onde Dula de centro médio, é a mola giratória do quadro. É o “crack” que impressiona, e vendo-o jogar, temos certeza. Se poderemos dizer que vimos, é uma das maiores glórias do futebol nacional. Dula é comparável a Fausto e Gogliardo, os grandes astros dos cariooas e paulistas, respectivamente.
A zaga paranaonse também vem bem recomendada, nela brilhando Anjolino e Borba, duas figuras que muito trabalharam nos campos paulistas e cariocas. Os nomes destes valorosos elementos, ficaram gravados em nossa memória nos grandes encontros na Paulicéa.
Amanhã poderemos vê-los de perto, em nossa própria casa. E aí, não regatearemos a hora do formidável embate.
Os rapazes do Internacional estão convictos das suas grandes responsabilidades, e como sempre acontece com quadros visitantes, os colorados tudo envidarão para defenderem o pavilhão que representará. De Lorenzi, seu antigo diretor técnico, já falou e o perigoso Honório meia esquerda e capitão da turma colorada também deu a sua opinião. E assim, ficamos com mais fé ainda de que tudo eles vão fazer para bem representar a nossa capital contra os paranaenses.
Assim é que domingo, numa luta gigantesca, jogada sob a mais rigorosa técnica, vamos sentir momentos de grande agitação, em que ora penderemos pana os nossos, como também aplaudiremos com entusiasmo os irmãos que nos visitam.
Teremos desta forma, na tarde de domingo, mais um aspecto belíssimo que irá nos oferecer o vasto Estádio dos Eucaliptos, assim como foi da memorável jornada do Botafogo, quando a imponência chegou ao auge, até então conseguido em nosso futebol.
A CHEGADA DA MISSÃO PARANAENSE
Pelo trem noturno chegou, ontem, às 9,30 horas a esta capital a brilhante embaixada paranaense, que vem até aqui a convite da Federção Rio Grandense de Desportos e dos clubes Grêmio e Internacional.
Os excurstonistas foram aguardados em São Leopoldo pelo nosso companheiro Cícero Soares presidente da F.RG.D, srs. Armando Petersen e Tenente Coronel Agenor Feio, representando o Grêmio Porto Alegrense e Carlos De Lorenzi, representando o Internacional.
Na gare do Caminho Novo viam-se comissões dos clubes locais, grande número de desportistas e o Tenente Atanásio Belmonte, presidente da Amgea.
Após o desembarque os visitantes dirigiram.se para o Hotel Americano, onde ficiram hospedados.
Durante o dia foram os paranaenses visitados por comissões dos clubes desta capital.
A embaixada paranaense vem assim constituída:
Chefe, Dr. Francisco de Paula Soares.
Secretários — Art Lima e Leônidas Marchand.
Jogadores — Alberto, Mansur, Anjolino, Borba, Ataíde, Dula, Andreta, Rosa, Faccini, Levorato, Marreco, Gabardinho, Vani, Patesco, Zinder e Valdomiro.
Acompanham a delegação os srs. Major José Eurípedes Gonçalves, Arthur Rigolino e senhora e Benedito Giampaoli.
[...] A mensagem da amizade
TODOS OS JORNAES DE PORTO ALEGRE ESTAMPARAM, EM GRANDE DESTAQUE, A MENSAGEM DA CONFRATERNIZAÇÃO QUE O “CENTRO DE CRONISTAS ESPORTIVOS” DESTA CAPITAL ENDEREÇOU AOS CONFRADES DA IMPRENSA GAÚCHA.
A MENSAGEM EM QUESTÃO É DO TEOR SEGUINTE:
“CURITIBA, 10 DE NOVEMBRO DE 1931.
AOS CHRONISTAS ESPORTIVOS DO RIO GRANDE DO SUL
O “CENTRO DE CRONISTAS ESPORTIVOS” DE CURITIBA, POR INTERMÉDIO DA EMBAIXADA QUE HOJE PARTE, RUMO AOS PAMPAS GLORIOSOS, SAÚDA OS COLEGAS GAÚCHOS, APRESENTANDO-LHES O PREITO DE SUA AMIZADE E ADMIRAÇÃO.
NO MOMENTO HISTORICO QUE VIVEMOS, QUANDO OS EXPOENTES MÁXIMOS DA RAÇA REALIZAM A EMPREITADA GIGANTE DA RECONSTRUÇÃO NACIONAL, INICIADA NA VASTIDÃO IMENSA DAS COXILHAS DO EXTREMO SUL, SEJA A VISITA DO PARANÁ ESPORTIVO À TERRA DE GETÚLIO VARGAS O ABRAÇO FRATERNAL QUE UNA, NUM ELO ETERNO, A GRANDEZA AUGUSTA DO PAMPA  À MAJESTADE ALTIVA DO PINHEIRO.
RECOMENDANDO AOS ILUSTRES COLEGAS DO SUL, OS PORTADORES DA PRESENTE, HIPOTECAMOS NESTA SINGELA MENSAGEM DE CONFRATERNIZAÇÃO O NOSSO MÁXIMO RESPEITO E A NOSSA MELHOR AMIZADE AOS DENODADOS BATALHADORES DA IMPRENSA ESPORTIVA DO RIO GRANDE DO SUL!
p.p. “CENTRO DE CRONISTAS ESPORTIVOS”
SECRETÁRIO: ISRAEL FLAKS — PRESIDENTE: ALTINO BORBA”.
Fonte: O Dia (PR), 18/11/1931, ano 1931, n. 2395, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/20874. Acesso em: 19 nov. 2024.

Os jogos do combinado paranaense em Porto Alegre
A título de curiosidade, damos, em seguida, a relação dos jogos realizados em Porto Alegre pelo selecionado paranaense na sua recente excursão àquela capital:
1º jogo — Sel. Paranaense, 4, x Internacional, 1.
2º jogo — Gremio Porto Alegrense, 3, x Sel. paranaense, 1.
3º jogo — Selec. Paranaense, 1, x Sel. Gaúcho.
4º jogo — Sel. Paranaense, 2, x Sel. gaucho, 3.
Gols a favor dos paranaenses, 8; gols a favor dos gaúchos, 7.
Fonte: A Tribuna (SP), 29/11/1931, ano 1931, n. 249, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/153931_01/9636. Acesso em: 14 nov. 2024.

OS PARANAENSES NO RIO GRANDE
A vitória alcançada pelo "Combinado Athletico-Palestra" sobre o forte clube gaúcho Internacional — A atuação do onze paranaense — Assistência educada — Juiz imparcial — Os paranaenses vêm sendo alvo de significativas demonstrações de simpatias por parte dos gaúchos
(Correspondente especial para O DIA, por Parahylio Borba, capitão do quadro paranaense).
Texto completo na referência abaixo:
Fonte: O Dia (PR), 19/11/1931, ano 1931, n. 2396, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/20883. Acesso em: 22 nov. 2024.

À MARGEM DE UMA EXCURSÃO
As felicitações pela primeira vitória — Uma homenagem que não se realizou — Um contraste — O estádio do Internacional — Os ídolos dos "colorados" — Notas
AS FELICITAÇÕES
Após a linda vitória alcançada sobre a valorosa representação do Internacional, a embaixada paranaense e alguns de seus componentes, isoladamente, receberam inúmeras felicitações de todos os conterrâneos e amigos, não só residentes no Paraná, como também no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Se grande foi o contentamento dos que tiveram notícia da vitória, maior e muito mais justificado o foi dos que lutaram pela sua conquista.
Realmente, a satisfação de que ficaram possuídos os componentes da embaixada paranaense foi das maiores. Satisfação razoável por isso que haviam estreado auspiciosamente nos campos gaúchos, derrotando um adversário de reconhecido valor.
UM CONTRASTE
As famílias hóspedes e pensionistas do Hotel Americano, tendo em vista o proceder cavalheiresco dos futebolistas paranaenses, resolveram prestar-lhe uma significativa demonstração de simpatia, caso fossem vitoriosas no primeiro embate.
Ficou combinado que no regresso dos amadores paranaenses do campo, à entrada do hotel, seriam os mesmos recebidos sob uma grande salva de palmas.
Realizou-se o jogo e os paranaenses retiraram-se da cancha com os louros da vitória.
Ao chegarem, porém, no hotel, os vencedores o fizeram dentro da melhor ordem possível e sem as exteriorizações de alegria justificáveis em ocasiões tais.
Dante da atitude reservada, os paranaenses, as famílias que haviam se preparado para os homenagear, julgaram que os mesmos tinham sido derrotados e, por isso, não levaram a sério a projetada homenagem!
Mais tarde, entretanto, ao serem informadas do resultado da partida, as famílias não esconderam a sua admiração pelos filhos da terra dos pinheirais.
Sem alaridos estridentes nem demonstrações de orgulho, os paranaenses retornaram ao hotel, onde entraram sob os olhares simpatizantes dos que os julgavam derrotados.
Todos foram unânimes em aplaudir o proceder dos vitoriosos daquele dia, cujo proceder representava um verdadeiro contraste ao que se esperava e ao que, várias vezes, se verificou com outras embaixadas...
Não fosse a sua modéstia, os paranaenses teriam sido alvo de uma significativa homenagem, prestada por distintas senhoras e senhoritas.
Que pena...
O ESTÁDIO DO INTERNACIONAL
O estádio do Internacional, onde se realizou o importante embate entre a representação deste clube e o “Combinado Athletico-Palestra”, é magnífico.
De construção recente e moderna, o “ground” internacionalista oferece um lindo aspecto.
Situada em local aprazível, a praça de esportes dos “colorados” causa esplêndida impressão, por isso que a sua realização obedeceu a um fino gosto estético e apresenta um todo que agrada a vista dos que a visitam.
Uma ampla arquibancada, protegida pela sua colocação, dos raios solares e dotada de todos os requisitos necessários, com reservados à imprensa, diretoria, associados e outros esportistas, toma todo um lado do campo.
Embaixo estão situados a sala técnica, os vestiários, banheiros e outros departamentos esportivos.
Do outro lado se acha a geral, com todas as comodidades para os espectadores, embora expostos ao sol ou à chuva.
Atrás dos arcos existem quadras de bola ao cesto e tênis.
Em torno do campo de futebol encontra se uma ótima pista para atletismo.
No centro acha se o campo, bem gramado e nivelado, que se presta admiravelmente à pratica do esporte-rei.
Separando o gramado das arquibancadas e gerais, existem na frente daquelas uma pequena e forte cerca, e ao lado destas, além da cerca, uma grande tela da arame que evita não só a invasão do campo pela assistência, como tambem que sejam lançadas pedras, garrafas, ou qualquer outra coisa sobre os jogadores em campo.
Como se vê, trata se de um magnífico estádio, que honra o esporte gaucho e cobre de glórias os seus realizadores.
OS ÍDOLOS DOS "COLORADOS"
Como acontece em todos os clubes esportivos, o Internacional também tem os seus ídolos.
Conforme tivemos oportunidade de constatar, Honório, Magno, Risada, Miro, Penha e Ribeiro são os ídolos dos associados e torcedores “colorados”.
Em segundo plano se encontram os demais integrantes da turma principal.
Aqueles, entretanto, são os que desfrutam de maiores simpatias e de acentuado prestígio.
Indiscutivelmente, são elementos de grande valor, aos quais deve o Internacional muitos dos seus mais brilhantes feitos.
Honório, distinto jovem, acadêmico de medicina, é a alma vibrante do ataque, o “condottiere” dos colorados.
Perigoso nos tiros, exímio nas fintas e veloz nas escapadas, Honório é o melhor atacante intercionalista.
Magno, o valoroso centro médio que tão boa impressão causou aos paranaenses, é um perfeito “crack”, intermediário da defesa e do ataque, destacando-se numa e noutro.
Ribeiro, embora não tenha aparecido contra os paranaenses, é um elemento esforçado e inteligente.
Risada, Miro e Penha, formam um triangulo defensivo estupendo.
Esses os ídolos dos internacionalistas nos campos.
Quanto aos diretores, o Sr. G. Meneghetti, atual presidente, é a figura de maior projeção nos meios colorados.
Personalidade de largo relevo na sociedade portalegrense, o presidente do Internacional é um dos grandes elementos diretivos do esporte gaúcho.
O seu nome para os internacionalisctas representa uma bandeira.
O quadro social é grandioso e seleto, nele figurando o que há de mais representativo na sociedade da capital gaúcha.
***
Devido a falta de espaço com que vimos lutando e a necessidade de serem publicadas outras notas de oportunidade, esta crônica tem sido preterida algumas vezes.
Esperamos, todavia, que doravante não se verifique mais esse inconveniente, a fim de concluirmos este ligeiro relato de viagem que tanto interesse vem despertando entre os esportistas paranaenses.
Fonte: O Dia (PR), 17/12/1931, ano 1931, n. 2420, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/21066. Acesso em: 22 nov. 2024.