Com um tiro de Alves, que Maisonave, desvia, termina o 1º tempo.
No intervalo do descanso regulamentar, tecem-se os mais desencontrados comentários sobre o desfecho da luta. Ao passo que a torcida gremista está confiante na vitória pelo resultado já obtido, a torcida internacionalista não; esmorece e confia no ardor dos seus prediletos, que tudo irão envidar em defesa das suas cores.
Recordam-se as "viradas" de outrora e a que a esquadra colorada fez, ainda há pouco, na partida do turno com o Cruzeiro.
Com essa dupla expectativa, inicia-se o 2º tempo.
Às 16 horas e 50 saem os gremistas. Esperança atira fora. A linha colorada começa a atacar com intensidade, dando insano trabalho à defesa tricolor que cede terreno, ficando o último reduto a cargo de Moeller, que fez ontem o melhor match da sua carreira.
Ross domina o centro de ataque e, com sua magnífica e bem calculada distribuição, intensifica a ofensiva, onde os seus quatro companheiros se desdobram; mas sem o necessário arremate.
Os dianteiros tricolores, apenas de escapada, conseguem chegar a tiro em gol.
A defesa colorada está firme, homogênea, principalmente a linha média, que joga magistralmente.
A torcida internacionalista anima e aclama os seus jogadores, que levam pela esquerda um ataque fulminante, cometendo Carrillo hand na área perigosa. O juiz marca pênalti e Ribeiro é destacado para batê-lo, tendo-o feito por duas vezes, pois que da primeira, o juiz não sabemos qual o motivo da sua decisão, annulou o kick eficaz do "crack", que, ao segundo toque, derrubou a cidadela de Moeller, marcando, às 17 horas e 13 minutos, o 3º gol (Internacional) que é saudado com uma estrepitosa e demorada ovação da torcida alvi-rubra, cujo entusiasmo aumenta.
A luta recrudecse, e, 4 minutos depois, Fabrício, recebendo um passe da direita, marca o 4º gol (Internacional) fazendo a torcida internacionalista vibrar, empolgada por um entusiasmo indescriptivel. Estava empatada a partida.
A esquadra tricolor tentas reagir, mas os seus esforços são inteiramente dominados.
A linha média do Internacional domina o centro do campo e apoia os dianteiros que atacam vigorosamente, mantendo-se na área tricolor, obrigando Moeller a intervir em defesas seguidas e difíceis.
Miro, aproveitando ótima ocasião faz o 5º gol (Internacional), que o juiz anulou por julgar que aquele jogador houvesse tocado a bola com a mão. Entretanto, ele só apitou depois da bola haver se aninhado na rede de Moeller.
Renovam-se as cargas coloradas, que a defesa tricolor não pôde interceptar, indo desfazer-se, ou por mau arremate e precipitação dos vangunadeiros, ou às mãos de Moeller.
Adão, em uma entrada feliz, consegue tirar a bola já no canto esquerdo da sua vala, quando parecia ter transposto a linha de gol mandando-a a corner.
Manifesta-se a superioridade do jogo e do ímpeto dos "onze" colorados, que trazem em constante apuro a defesa tricolor até o final da partida, não tendo conseguido aumentar a numeração ora por se haverem afobado quando tinham chances magnifícas, ora pelas pegadas seguras de Moeller.
Haviam-se, porém, realizado os vaticínios da "virada", que proporcionou à assistência um embate empolgante e serviu para apagar, no espírito público, a má impressão deixada pelo clube da "chácara" em partidas anteriores, devido à desorganização do seu team.
Terminado o match, a assistencia colorada invadiu o campo donde tirou aos ombros os seus jogadores, sob aclamações estrondosas.
— A linha de forwards do Grêmio jogou muito bem, não tendo podido produzir mais diante da técnica e da resistência que lhe ofereceu a defesa colorada, principalmente a linha média.
Entre os halves tricolores, é justo salientar, Adão que foi um denodado, jogando com muito ardor e inteligência. Telêmaco e Carrillo.
Sardinha esteve em um dos seus dias.
Maisonave, bom, conquanto usando um jogo um tanto pesado.
Moeller, ótimo e a ele, sem dúvida, deve o Grêmio ter conseguido empatar.
— A linha dianteira colorada atuou com ímpeto, combinando muito bem, atrapalhando-se, entretanto, por vezes, nos arremates finais. Ross esteve magnífico. O estreante Fabrício mostrou qualidades de um extrema rápido, entrador e perigoso. Miro, ainda convalescente, bom. Nenê e Alves formaram uma ala cavadora e muito perigosa nas suas investidas, tendo trazido os halves e o back esquerdos em dobadoura.
A linha média, impecável.
A parelha de backs excelente, salientando-se Grant. Pontes firmou jogo no segundo tempo.
Bard, bom, não obstante ter falhado, talvez por nervosismo, no
primeiro gol.
— Ambos os teams apresentaram excelente jogo de conjunto, devendo-se salientar, porém, sem favor, o jogo da esquadra alvi-rubra, principalmente no segundo tempo, durante o qual a sua técnica e o seu ardor sobrepujaram a homogeneidade e o training da sua valorosa adversária.
O score do match não traduz, sequer palidamente, o seu empolgante desdobramento que enclheu de satisfação os amantes do Association.
Sob todos os aspectos foi uma partída merorável, na qual a vitória colorada teria sido justa.
MOVIMENTO TÉCNICO
1º TEMPO
Corners: |
Internacional |
3 |
Grêmio |
2 |
Goals: |
Internacional |
0 |
Grêmio |
2 |
Faltas: |
Internacional |
5 |
Grêmio |
8 |
Hands: |
Internacional |
2 |
Grêmio |
4 |
Defesas: |
Internacional |
5 |
Grêmio |
8 |
2º TEMPO
Corners: |
Internacional |
1 |
Grêmio |
8 |
Goals: |
Internacional |
2 |
Grêmio |
0 |
Pênalti: |
Internacional |
0 |
Grêmio |
1 |
Faltas: |
Internacional |
7 |
Grêmio |
8 |
Hands: |
Internacional |
1 |
Grêmio |
1 |
Defesas: |
Internacional |
3 |
Grêmio |
16 |
Defesas totais dos guardiões: |
Internacional |
24 |
Grêmio |
8 |
— Serviu de juiz o Sr. Alfredo Melecchi, do Sport Club Ypiranga, cuja atuação foi falha, tendo prejudicado mais os colorados do que os tricolores.
— Preliminarmente, jogaram os segundos quadros, vencendo o Grêmio por 5 a 1.