Citação #08

O romantismo que cerca o futebol carrega histórias épicas, onde o protagonista exerce influência direta na história dos clubes. O Internacional sempre teve seus personagens folclóricos, como o ilustríssimo senhor Ildo Meneghetti e o legendário Vicente Rao.
Charuto, torcedor "ilustre" do Sport Club Internacional nos anos 30 e 40.
Foto: Revista do Globo
Na camada mais humilde da sociedade porto-alegrense vivia Charuto, torcedor símbolo do Sport Club Internacional nos anos 30 e 40. O repórter Nilo Dias conta a história dessa figura histórica:
"O torcedor símbolo do S.C. Internacional, de Porto Alegre nas décadas de 1930 e 1940, era um negro forte e folclórico que fazia biscates nas docas do Cais do Porto, na capital gaúcha, onde carregava caixas de frutas, verduras e legumes, e guardava chuchus estragados para no domingo lançá-los na torcida gremista. 
Todos os torcedores que frequentavam o velho Estádio dos Eucaliptos o conheciam. Andava sempre com roupas puídas e seu estado normal era alcoolizado. Como nunca tinha dinheiro para comprar ingressos em dias de jogos, contava com a ajuda dos porteiros que o mandavam entrar, ou com algum torcedor que lhe pagava o ingresso e, de lambuja, algumas cervejinhas. 
Como estava quase sempre bêbado, em algumas ocasiões era proibido de entrar no estádio. Mas como era malandro, entrava nas arquibancadas de costas, para fingir que estava saindo, ao invés de estar entrando no estádio. Costumava sentar sempre na primeira fila. Nos anos 1940 o Internacional tinha um elenco poderoso, que formou o inesquecível 'Rolo Compressor'. 
Não raras vezes, 'Charuto', já devidamente “calibrado”, dormia deitado nas arquibancadas, depois de ter andado de um lado e outro do estádio gritando 'Co-ro-ra-do! Co-ro-ra-do!' O curioso é que ele não assistia os jogos, costumava ficar de costas para o gramado. 
O hoje escritor e comentarista, Luis Fernando Veríssimo, colorado desde criança, lembra muito bem de 'Charuto', um personagem que o fascinou em seus tempos de infância. Ele chegou a lembrar em uma de suas crônicas daquele torcedor único, que foi para ele um exemplo de amor perene e incondicional pelo Internacional.  
No dia 7 de dezembro de 1952, houve um Gre-Nal e o Inter venceu por 5 a 1. Entre os milhares de torcedores que lotavam os Eucaliptos, faltava um. Três dias antes da partida, 'Charuto' envolveu-se numa briga e foi morto com uma facada nas cercanias do Mercado Público. Morreu assim.
Viveu como pôde, mas foi enterrado como príncipe, quando seu ataúde foi carregado pelos jogadores colorados devidamente fardados. Para aqueles que o conheceram, ainda faz falta. Hoje em dia, quando a “Popular” canta a estrofe "com a cachaça na mão", lembra que lá nos primórdios deste Internacional, tinha um colorado que iniciou tudo isso".
Fonte: Nilo Dias, no blog Nilo Dias Repórter. Disponível em http://nilodiasreporter.blogspot.com.br/2013/07/charuto-o-torcedor-simbolo.html. Acesso em 20 jun 2016.

Pós-jogo - Figueirense 3 x 2 Internacional (Campeonato Brasileiro 2016 - 1º turno)

O resultado foi muito distante do esperado. O desempenho do time não foi algo surpreendente, tendo em vista a performance mesmo nas vitórias. O Internacional se deixou dominar pelo Figueirense a partir do pênalti marcado a favor do time catarinense. Pênalti bastante discutível, diga-se de passagem.
Ferrugem e Vitinho marcaram no jogo ontem, no Orlando Scarpelli.
Foto: UOL
O jogo foi bastante movimentado, começando com boas chances de gol para cada lado. Vitinho, excelente finalizador, perdeu uma chance incrível após grande jogada individual. Então, no final da primeira etapa, Bady converteu o pênalti e abriu o placar para o Figueira.

Na segunda etapa, o Internacional passou a apostar mais nos contra-ataques. E começou a dar certo com a arrancada depois de uma bola na trave do goleiro Danilo Fernandes. Ernando recebeu o passe na intermediária e lançou Vitinho, que soltou um canudo inapelável. 1 a 1.

A partir de então, o colorado passou a ousar mais, quando Ânderson e Aylon foram a campo no lugar de Alex e Gustavo Ferrareis, respectivamente. Entretando, o Inter acabou pagando pela instabilidade defensiva e sofreu dois gols em menos de dez minutos, marcados por Ferruegem, aos 28, e Bady, aos 35 do segundo tempo.

Dois minutos depois, Vitinho recebeu a bola sozinho na pequena área e descontou para o Inter. Argel partiu para o desespero e lançou Andrigo no lugar de Paulão. Quase deu certo, quando Aylon perdeu uma chance incrível, mas desequilibrado, não acertou o arremate. No final, em cobrança de escanteio, quase o Inter chegou ao empate, mas os três pontos ficaram em Florianópolis.

Com o resultado, o Palmeiras passou o Internacional na tabela, liderando pelo saldo de gols. Ambos os times estão com 19 pontos. O próximo compromisso do Inter é no Couto Pereira, contra o Coritiba, quinta-feira (23/6) às 21:30.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2016
1º TURNO
FIGUEIRENSE 3 X 2 INTERNACIONAL
Data: 19/6/2016
Local: Orlando Scarpelli - Florianópolis (SC)
Juiz: Luiz Flávio de Oliveira, auxiliado por Émerson de Carvalho e Alberto Poletto Masseira.
Cartões: Rafael Moura, Ayrton e Guilherme.
Gols: Bady, pênalti 40'/1 (F); Vitinho 22'/2 (I); Bady 28'/2 (F); Ferrugem 35'/2 (F); Vitinho 37'/2 (I).
FIGUEIRENSE: Thiago Rodrigues; Ayrton, Marquinhos, Bruno Alves e Marquinhos Pedroso; Elicarlos (Jackson), Ferrugem, Bady e Ermel (Éverton Santos); Lins (Guilherme) e Rafael Moura. Técnico: Vinícius Eutrópio.
INTERNACIONAL: Danilo Fernandes; William, Paulão (Andrigo), Ernando e Artur; Rodrigo Dourado, Fabinho, Gustavo Ferrareis (Aylon), Alex (Ânderson) e Vitinho; Eduardo Sasha. Técnico: Argel.