RUY BARBOSA X INTERNACIONAL
A Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos proporcionará, amanhã, aos amantes do “association", se o tempo permitir. Pois ele se mostra instável, com chuvisqueiros amiudados, uma linda tarde desportiva, na qual fomarão parte quatro primeiros teams, em provas oficiais.
A prova principal é o encontro entre os quadros do S. C. Ruy Barbosa e S. C. Internacional em disputa do campeonato da cidade.
Essa pugna, apesar da superioridade do team colorado, promete ser bastante renhida.
O valoroso team do Ruy Barbosa, que vem atuando este ano com bastahte acerto, não se deixará vencer facilmente e, pelo contrário, há de dar muito trabalho ao seu poderoso adversário.
O Internacional, que desde o início da temporada vem ocupando a vanguarda do campeonato sem um único revés, tem necessidade de vencer para sustentar a posição que ocupa.
E isso cooperará para que o público tenha ocasião de apreciar um magnífico jogo.
Tudo induz que issó se verificará, pois conhecendo o valor do adversário que terá de enfrentar, os ruystas se preparam com dedicação.
O jogo terá lugar no campo de Bella Vista, no Caminho do Meio e será arbitrado pelo competente juiz Heitor Deste, do Americano.
Fonte: A Federação (RS), 19/09/1931, ano 1931, n. 219, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/388653/69749. Acesso em: 08 nov. 2024.
RUY BARBOSA X INTERNACIONAL, EM PARTIDA DE CAMPEONATO
No campo de Bella Vista, no Caminho do Meio, terão lugar, amanhã, os jogos transferidos de domingo último, devido ao mau tempo.
O local, por certo, não apresentará grandes melhoras, pois ainda ontem choveu, e o tempo se mostra duvidoso.
O mundo desportivo espera com ansiedade a realização desses embates, pois nas pelejas tomarão parte quatro valorosos primeiros teams. [...]
A prova principal é o encontro entre os quadros do S. C. Ruy Barbosa e S. C. Internacional, em disputa do campeonato da cidade.
Essa pugna, como a antecedente, promete ser bastante porfiada, embora o quadro colorado esteja em melhores condições para vencer.
Dos rapazes que representam o valoroso Ruy Barbosa, e que este ano vêm atuando com acerto, não se deixarão vencer faclimente e, pelo contrário, darão muito trabalho à poderosa defesa do clube dos Eucaliptos.
Quanto aos colorados, que vêm na vanguarda desde o início da temporada, têm necessidade de vencer para sustentar a posição que ocupam na tabela.
Fonte: A Federação (RS), 26/09/1931, ano 1931, n. 225, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/69789. Acesso em: 07 nov. 2024.
CITADINO 1931 - 1º TURNO - RUY BARBOSA-POA 1 X 5 INTERNACIONAL
Data: 27/09/1931
Local: Campo da Bela Vista - Porto Alegre (RS)
Juiz: Luciano Jacques (Waldomiro Zanini)
Gol: Javel 45’/1 (I); Javel ?’/2 (I); Dante Marroni?’/2 (I); Rancho ?’/2 (R); Marreco ?’/2 (I); Dante Marroni?’/2 (I).
RUY BARBOSA-POA: Jayme; Octacílio e Trajano; Vadico, Waldemar e Bruno; Lockmann, Rancho, Baptista, Chico e Fornari.
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasques (Chanes) e Risada; Ribeiro, Felix Magno e Moreno; Armando, Marreco, Alfredo, Dante Marroni e Javel.
Com a vitória do Internacional sobre o Ruy Barbosa por 5 x 1 no domingo passado, está virtualmente terminado o primeiro turno do campeonato de Porto Alegre, em nada influindo os cinco minutos que faltam do jogo Gremio x Internacional e a nova partida entre o Cruzeiro x Marechal de Ferro, pela anulação da anterior.
A colocação dos 1ºs quadros é a seguinte, por pontos ganhos: Internacional 15; Grêmio 14; Concórdia 8, Americano, Força e Luz, Cruzeiro 7 cada um; Marechal de Ferro 6, Ruy Barbosa 5 e Bancário 1.
Fonte: República (SC), 01/10/1931, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/711497x/33202. Acesso em: 07 ago. 2023.
O INTERNACIONAL, COM MELHOR TÉCNICA, ABATEU O RUY POR 5 A 1
Depois de dois dias de chuva e quando todas julgava, que teríamos mais um domingo perdido, o tempo firmou-se, fazendo ontem uma magnífica tarde, de um sol ameno e convidativo aos desportos ao ar livre.
Isso cooperou para levar ao campo de Bella vista uma animadora assistência.
Momentos depois, fizeram entrada em campo os primeiros teams do Ruy Barbosa e Internacional, para a disputa da partida de campeonato da cidade.
Os quadros obedeciam à seguinte formação:
Ruy Barbosa — Jayme; Octacílio e Trajano; Vadico, Waldemar e Bruno; Lockmann, Rancho, Baptisla, Chico e Fornari.
Internacional — Penha; Miro (depois ,Chanes) e Risada; Ribeiro, Magno e Moreno; Armando, Marreco, Alfredo, Marroni e Javel.
O centro colorado inicia o jogo às 16,15, horas. Estes levam o primeiro ataque, obrigando Jayme a intervir com dificuldade.
Os rapazes da jaqueta rubra se mantêm no ataque, porém, não se sabem aproveitar da situação, pois os dianteiros rematam pessimamente.
Javel, na ponta esquerda perde excelentes oportunidades.
O triângulo final ruyista atua com felicidade, notadamente Octacílio, que faz excelentes defesas.
Numa escapada pela esquerda, Chico, a poucos metros do gol, obriga a Penha praticar uma admirável defesa.
Os ruystas se entusiasmam e levam dois bons avanços, tendo Penha praticado linda defesa.
Voltam os colorados ao campo contrário, dando insano trabalho à defesa local.
Nova escapada do Ruy e a defesa colorada faz o primeiro corner da tarde, batido sem resultado.
Os colorados reagem fortemente, pondo em cheque o arco de Jayme. Dois corners são batidos, bem aparados e melhor ainda defendidos.
Apesar do domínio da turma rubra, o placard continuava zero a zero.
No último minuto da luta, no primeiro tempo, a linha do Internacional carrega fortemente sobre o arco ruysta, resultando um corner.
Javel cobra com maestria, indo a bola cair no início do gol. Nessa ocasião, forma-se um embrulho e Alfredo, Marreco e Armando entram com a esfera no retângulo, marcando o primeiro ponto da sua turma.
Os rapazes do Ruy Barbosa protestam contra a validade do ponto conquistado pelos colorados, alegando que o mesmo fora feito com a mão. O juiz não os atende e manda consignar o tento.
Desse fato, resultou a desistência do Sr. Luciano Jacques de continuar a arbitrar.
O segundo período levou mais de meia hora para se iniciar.
Os dirigentes dos dois clubes procuram por todos os cantos um novo árbitro, até que apareceu o player americanista Waldomiro Zanini.
Este período foi mais ou menos, a repetição do primeiro, pois os colorados continuaram senhores do campo, com pequenas reações por parte dos locais.
Javel, em forte tiro de meia altura, faz o segundo gol do Internacional.
Momentos depois, Marroni, acossado por Octacílio e Trajano, consegue aninhar pela terceira vez a pelota no goal de Jayme.
A linha ruysta, com excepção de Baptista, que se mostra cansado, procura chegar ao campo contrário.
Registra-se um bom avanço dos locais e Rancho, em belo estilo, consegue burlar a vigilância de Penha, marcando o primeiro e único gol do seu bando.
Dada nova saída, os colorados continuam a atacar insistentemente. Marreco, em tiro rasteiro, consigna o quarto gol do Internacional.
Passados alguns minutos, Marroni fecha a contagem para o seu quadro, assinalando, o quinto e último tento.
Momentos depois findava o jogo com o seguinte resultado:
Internacional - 5
Ruy Barbora - 1
No quadro vencedor não há nomes a destacar. A defesa agiu bem desde o início. O ataque, que esteve falho no primeiro período, melhorou sensivelmente no segundo.
No quadro, do Ruy, Barbosa, merecem destaque os backs Octacílio e Trajano e o goleiro Jayme, que tudo fizeram para defender o arco. A linha média agiu regularmente. No ataque, os players de maior evidéncia foram Rancho e Lockmann.
— A partida dos segundos quadros, foi adiada “sine die”.
Os juizes
Como já dissemos acima, serviu de árbitro, no primeiro tempo, o Sr. Luciano Jacques, do Concórdia.
A sua atuação ontem, não esteve má. Quanto ao fato que motivou a sua desistência de continuar a refiar a partida, não podemos dar a opinião certa, pois na posição em que nos achávamos e o embrulho que se formou na porta do gol ruysta, a isso nos inibe.
No entanto, achamos que o Sr. Jacques andou mal, abandonando o apito, uma vez que a sua decisão foi dada de consciência e amparado como estava pelas autoridades desportivas presentes. A retirada de um árbitro nessas condições, sempre deixa má impressão no público, pois a maioria dele julga, e com razão, que a pena marcada não fora acertadamente cobrada.
Por isso, discordamos, quando surge qualquer desavença entre jogadores e juiz, este abandonar o campo.
Essa praxe deve acabar, pois estamos certos que, quando um desportista empunha o apito é porque sabe o que fazer. E senão o souber, desista com antecedência, mas não faça retiradas...
Miro, que substituiu o Sr. Jacques, andou bem.
Fonte: A Federação (RS), 28/09/1931, ano 1931, n. 226, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/69797. Acesso em: 07 nov. 2024.