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Palmeiras x Internacional (Campeonato Brasileiro 1979)


O Campeonato Brasileiro de 1979 foi enxuto e envolveu 94 clubes ao todo. Os times do eixo Rio-São Paulo entraram apenas na segunda fase, sendo que São Paulo, Corinthians, Santos e Portuguesa abriram mão da disputa, por priorizarem um Torneio Rio-SP que acabou não acontecendo.

A rivalidade do Internacional com o técnico Telê Santana começou em 1977, quando o Grêmio quebrou a hegemonia de oito títulos estaduais do lado vermelho. Mais uma vez, Telê estava no caminho do Sport Club Internacional, dessa vez, pelo Palmeiras, na semifinal na competição.

Palmeias e Internacional buscavam seu terceiro título nacional. O Palmeiras tinha um time jovem, muito diferente do time de 72 e 73, mas com muita qualidade individual. O Inter contava com a experiência de Falcão e Batista e o talento de Jair, além do fato de estar invicto na competição.

O jogo começou com o Palmeiras tocando o terror na defesa colorada. Baroninho investia nas cobranças de falta, enquanto Gilmar fechava a meta alvi-verde. O Inter apostava nos contra-ataques para percorrer o caminho do gol.

Aos 34 minutos do primeiro tempo, Benitez rebate um cruzamento de Jorge Mendonça. A bola cai nos pés do insistente Baroninho que chuta com força da entrada da área. O Palmeiras abria o placar no Morumbi.

O Palmeiras seguia na pressão, mas o Internacional não deixava de persistir. Mário Sérgio e Falcão assustavam o time palmeirense com um show de técnica e habilidade. O time colorado não desistia e conhecia seu potencial.

O Inter chegou ao empate aos 5 minutos do segundo tempo, em um chute de Jair, de fora da área. O arremate não foi forte, é verdade, mas Gilmar foi traído pelo morrinho artilheiro. Palmeiras 1 x 1 Internacional.

Mal deu tempo do Inter comemorar e o Palmeiras passava adiante do placar mais uma vez, aos 10 minutos do segundo tempo. Pires, da intermediária, lança Jorge Mendonça, que dá um drible mágico em Mauro Galvão e chuta no canto de Benítez.

O time colorado não se entregou e seguiu martelando, até que Valdomiro cruza para dentro da área e Falcão cabeceia no cantinho de Gilmar. Era mais um empate colorado aos 19 minutos.

Chances incríveis eram desperdiçadas pelo Palmeiras, especialmente pelo atacante Carlos Alberto. O Inter mandava na meia cancha e Mário Sérgio fazia o que queria com os homens de contenção palmeirenses.

O gol da vitória veio, literalmente, na coragem. Cláudio Mineiro cruzou, a bola foi rebatida duas vezes de cabeça dentro da área. Até quicar entre Falcão e Mococa. O volante colorado enfiou o pé e só teve tempo de tirá-lo, até a bola estufar as redes, aos 25 minutos da segunda etapa.

A vitória colorada se consolidava na genialidade de Paulo Roberto Falcão, que foi comparado a Mococa pela imprensa paulistana, lançando a manchete "Falcão ou Mococa?". A bola mostrou quem a tratava com mais carinho, e o Inter dava um grande passo à decisão do Brasileirão.

Veja os melhores momentos desse partidaço:

Internacional x Atlético-MG (Campeonato Brasileiro de 1976)


O cenário perfeito: semifinal de Campeonato Brasileiro, Beira-Rio lotado e dois grandes times querendo conquistar o segundo título nacional a qualquer custo.

Mais um clube mineiro era a pedra no sapato do Inter, que vinha embalado pela conquista do octacampeonato gaúcho. Em 75, o Inter bateu o Cruzeiro na final. Agora era a vez de eliminar o Galo na semi. De um lado, o Internacional de Falcão buscava o bicampeonato consecutivo. Do outro, o Atlético-MG de Toninho Cerezo tentava levar mais uma conquista para Minas Gerais.

Aos 30 minutos do primeiro tempo, parecia que o sonho ia por água abaixo. Em cobrança de falta, no mesmo lado direito onde Valdomiro colocou na cabeça de Figueroa no famoso "gol iluminado", Cafuringa cruzou no miolo da área colorada e Vantuir colocou no canto de Manga. Galo 1 a 0. A torcida colorada, como sempre, não se calou diante da adversidade. Os gritos incessantes de "colorado, colorado" seguiam ecoando até o término da primeira etapa.

O jogo continuou com a intensidade e o calor que uma semifinal de campeonato exige. Até que Batista, aos 28 minutos do segundo tempo, ameniza a angústia colorada, emendando um canudo na gaveta de Ortiz. Era o empate necessário para dar novo ânimo à massa vermelha.

A mágica veio nos minutos finais. Figueroa, da intermediária, faz um lançamento para Dario, que lança de perna direita na cabeça de Falcão na meia-lua da grande área. O mítico camisa 5 escora para o saudoso Escurinho devolver de cabeça para Falcão, que corre para dentro da área. Antes da bola cair, Falcão chuta com a ponta do pé direito. A bola ainda bate no goleiro Ortiz e entra. Falcão corre alucinado em direção à lateral para festejar a obra, seguido de Valdomiro. Mais uma festa no mar vermelho.

E foi nesse dia 5 de dezembro que o Brasil testemunhava uma das viradas mais sensacionais do futebol brasileiro. Nem tanto pelo placar, mas pelo gol mágico de Falcão, onde a bola parou na rede sem sequer ser tocada ao chão. Inter 2 x 1 Atlético-MG. Colorado finalista do Brasileirão de 1976.

Relembre os gols desse duelo inesquecível:

Falcão

FALCÃO
(volante)


Nome completo: Paulo Roberto Falcão

A elegância de Paulo Roberto Falcão fez com que o volante fosse, sem dúvida, um dos maiores jogadores do país na década de 70. Pelo Internacional, foram 8 anos no time profissional e conquistou cinco estaduais (73, 74, 75, 76 e 78) e três Brasileirões (75, 76 e 79). 

Gols épicos como o marcado contra o Atlético-MG, em 1976, numa tabela sensacional de cabeça com Escurinho, mandando às redes de Ortiz, e o gol de primeira nas semifinais de 1979, em uma dividida com Mococa, do Palmeiras, arrancam suspiros de qualquer torcedor colorado.

Pela Seleção, foi preterido pelo técnico Cláudio Coutinho para a Copa de 1978, mas fez parte no legendário time de 1982, onde jogavam Zico, Sócrates, Júnior e uma legião de craques. O título Mundial não veio, mas aquele futebol ofensivo fez história.

Na Roma, se tornou o Rei. Foi o jogador chave na conquista do Scudetto de 1982/1983 e as Copas da Itália de 1981 e 1984. A Roma nunca foi um time de grandes objetivos, mas Falcão deu ao clube da capital italiana uma nova perspectiva no cenário futebolístico europeu.

Depois de deixar o clube romano por divergências com a diretoria, em 1985, retornou ao Brasil para defender o São Paulo. Disputou apenas 25 partidas, mas teve tempo de conquistar seu último título como jogador, o Paulistão de 1985.

Como treinador, Falcão comandou a Seleção Brasileira em 1990-1991, América do México, Internacional, Japão e Bahia. Conquistou os títulos da Copa Interamericana de 91 e a Copa dos Campeões da CONCACAF em, 92 pelo América, e o Gauchão de 2011, pelo Colorado.