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Carbone

CARBONE
(meia)

Nome completo: José Luiz Carbone
Data de nascimento: 22/3/1946
Local: São Paulo (SP)

Carreira:
1963-1965
São Paulo
1966
Ponte Preta
1968
Metropol
1968
São Paulo
1969-1973
Internacional
1973-1974
Botafogo
1975
Grêmio
1975-1979
Botafogo
1980-1982
Nacional-SP

Todo grande ídolo de um clube tem um antecessor. Antes do promissor Paulo Roberto Falcão estrear no time profissional, havia um meia-cancha de muita garra e qualidade no Internacional no início dos anos 70: Carbone.
A carreira de Carbone começou no São Paulo, depois de jogar pela várzea paulistana e rejeitar Juventus (por ter de jogar como ponta) e Coritnhians (por receio de ser sombra do seu tio, Rodolfo Carbone). O emblemático José Poy foi quem lançou o meia aos profissionais do tricolor paulista.
Depois de passagem pela Ponte Preta, foi emprestado ao Metropol (atual Criciúma), mas uma grave contusão no joelho fez com que Carbone tivesse de dar uma pausa em sua carreira, ficando quase um ano inteiro parado.
Após retornar ao São Paulo, foi negociado em definitivo com o Internacional, que buscava uma referência pelo lado esquerdo do meio-campo no início da era Beira-Rio. A sorte finalmente sorriu para Carbone. O Internacional recuperou a hegemonia do estado e, por duas vezes, o meia foi eleito o melhor jogador do Rio Grande do Sul.
Carbone conquistou os títulos estaduais de 1969 a 1973 e suas boas atuações o levaram a Seleção Brasileira. Mas para se manter com a amarelinha, o meia quis proximidade do eixo Rio-São Paulo. Assim, se transferiu para o Botafogo. A grande frustração foi com a não convocação para a Copa do Mundo de 1974, dada como certa pelo meia.
Depois de quatro meses emprestado ao Grêmio, Carbone retornou ao Botafogo, mas com a sua relação estremecida com os dirigentes cariocas, o que levou o meia a iniciar seus estudos na faculdade de Jornalismo.
No final de 1979, retornou a São Paulo para encerrar a carreira pelo Nacional e dar continuidade aos seus estudos. Além disso, foi no mesmo Nacional que iniciou a sua promissora carreira de treinador. Até hoje, a sua não ida para a Copa do Mundo de 1974 não ficou bem esclarecida pelo técnico Zagallo.

Pontes

PONTES
(zagueiro)

Nome completo: Bibiano Pontes
Data de nascimento: 11/7/1947
Local: General Câmara (RS)

Carreira:
1965-1975
Internacional
1976
Associação Caxias
1976
Londrina
1977
Criciúma

A família é o bem mais importante do ser humano. Pelos irmãos mais velhos, a admiração. Pelos mais novos, o zelo. Bibiano, gaúcho de General Câmara, é irmão caçula dois icônicos zagueiros do interior gaúcho: Daison Pontes e João Pontes. Típico defensor viril, Pontes jamais abria mão de uma dividida, sem nenhum temor. Ao contrário de seus irmãos, Pontes era mais contido e não apelava para a deslealdade.
Indicado por um cônsul colorado na sua cidade natal, foi buscado por Abílio dos Reis em 1964, quando jogava pelo Arsenal de Guerra. Não deu outra, Pontes era mais um jovem promissor do Celeiro de Ases e campeão estadual juvenil. No ano seguinte, já era integrado ao time profissional pelas mãos do técnico Oswaldo Rolla em 1968, mas a sua titularidade foi conquistada sob o comando de Daltro Menezes, tendo como companheiros grandes nomes da defesa colorada, como Scala, Valmir Louruz e Figueroa.
Pontes viveu a época de transição entre os Eucaliptos e o Beira-Rio, defendendo o Internacional de 1966 a 1975, sendo heptacampeão estadual e campeão brasileiro em 1975. Acabou perdendo a titularidade para Hermínio ao longo do ano, em virtude de lesões e paradas para tratamentos.
Além disso, Pontes rendeu ao futebol boas histórias.
No dia 21 de maio de 1972, houve um Gre-Nal eletrizante no estádio Beira-Rio. Ao recuar mal uma bola para o goleiro Schneider, Pontes marcou um gol contra e abrindo o placar para o Grêmio. Três minutos depois, marcou o gol de empate. Tamanha a euforia que o zagueiro desmaiou de alegria. O jogo terminou 2 a 2.
Em um confronto contra o Cruzeiro, Palhinha incessantemente partia para cima de Pontes. Em um determinado momento, o zagueiro se dirigiu ao craque cruzeirense e disse: “quero ver tu ir para cima do Figueroa, que ganha mais do que eu”.
O gigante Bibiano Pontes defendeu a Associação Caxias (fusão do Flamengo com o Juventude), Londrina e encerrou a carreira no Criciúma. Ele foi o primeiro jogador a completar 500 jogos pelo Internacional.

Sérgio Galocha


SÉRGIO GALOCHA
(atacante)

Nome completo: Luís Sérgio Ferreira
Data de nascimento: 27/12/1948
Local: São Jerônimo (RS)

CARREIRA:
1967-1972
Internacional
1973-1974
Flamengo
1974
Atlético-PR
1975
Chapecoense
1975
CSA
1976
Chapecoense
1977
Paranavaí

O saudoso Sérgio Galocha defendeu o Internacional no período de transição dos Eucaliptos para o Beira-Rio, de 1967 a 1972. Nascido em São Jerônimo, começou a trilhar seu caminho no futebol em times amadores da cidade de Butiá.

Seu curioso apelido foi dado pelos próprios colegas de Internacional. Em um dia de muita chuva, Sérgio chegou nos Eucaliptos usando galochas para proteger os pés. Os colegas riram e o apelido pegou. Sérgio não ligou para isso.

Ao mesmo tempo em que a Jovem Guarda fazia sucesso no Brasil, o Internacional formava três jovens que formavam o “ataque iê-iê-iê”. Sérgio, Claudiomiro e Dorinho surgiam como grandes promessas coloradas que trariam de volta a auto-estima do torcedor e, claro, as taças. Além dos três, Paulo César Carpegiani e Cláudio Duarte eram parte dessa turma.

No festival de inauguração do estádio Beira-Rio, no jogo contra o Peñarol, Sérgio levou um soco de um zagueiro do time uruguaio, que tentou pará-lo em uma jogada que resultou no gol do atacante. Três anos depois, o mesmo zagueiro foi contratado pelo Internacional. Seu nome: Elias Figueroa.

O atacante está na história dos Gre-Nais por ter marcado o primeiro gol do Inter no clássico em Campeonatos Brasileiros, em 71. Vale lembrar que esse clássico iniciou uma série de 17 Gre-Nais sem derrotas.

Em um jogo contra o Santos, no Roberto Gomes Pedrosa de 1969, Sérgio ganhou a camisa do Rei Pelé, depois de uma grande atuação e como pedido de desculpas por uma entrada mais forte do camisa 10 santista. O lateral Rildo chegou a rasgar a camisa do atacante, depois de levar um balãozinho. A partida terminou em 3 a 0 para os colorados, com um show de Sérgio.

Na sua trajetória vestindo a camisa vermelha, Sérgio conquistou quatro estaduais (69, 70, 71 e 72) e foi duas vezes vice-campeão do Roberto Gomes Pedrosa (67 e 68). Fez parte da lista dos 40 jogadores pré-convocados para a Copa do Mundo de 1970, mas não foi chamado.

Mas Sérgio acabou perdendo espaço no time colorado com a ascensão do “garoto de ouro”, Bráulio, no final dos anos 60. Sérgio era o preferido dos Mandarins e defendido por Daltro Menezes, mas a torcida queria ver o futebol majestoso de Bráulio. A pedido de Zagallo, foi contratado pelo Flamengo, onde era titular à frente de uma futura lenda do futebol brasileiro: o jovem Zico.

No final de sua vida, Sérgio Galocha, muito querido pela torcida colorada, teve uma de suas pernas amputadas, em virtude da diabetes. Recebeu assistência financeira e doações do Sport Club Internacional e de seus torcedores. Curiosamente, um dos jogadores que mais ajudou Sérgio no final de sua vida foi Bráulio, com quem disputava a posição.

Faleceu no dia 16 de outubro de 2010, em virtude do diabetes e foi sepultado em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre. Sérgio está na história do Internacional pela sua história e seu amor pelo Sport Club Internacional.

Garcia

GARCIA
(meia)

Nome completo: Sulei Garcia da Costa
Data de nascimento: 12/12/1949
Local: Santana do Livramento (RS)

CARREIRA:
1970
Grêmio Santanense
1970
Fluminense-SL
1971
Cruzeiro-RS
1971-1973
Internacional
1974
América-RN
1975-1976
Sport
1977-1979
Náutico
1980-1984
Operário-CG
1985
Remo
1986
Operário-CG

Meia e ponta-esquerda, Garcia começou a carreira no futebol de Santana do Livramento e foi contratado pelo Cruzeiro, de Porto Alegre, no início dos anos 70. Depois de marcar o gol da vitória em um jogo contra o Grêmio, Garcia passou a ser visado por vários clubes do sul do Brasil.

O Internacional tomou a frente e, em 1971, levou a jovem promessa para o Beira-Rio. Permaneceu no clube até o final de 1973, sem espaço entre os titulares. À sua frente havia Paulo César Carpegiani, Djair e Volmir Massaroca. Garcia foi bicampeão gaúcho pelo Internacional.

Da capital gaúcha, Garcia partiu para a capital potiguar para defender o América-RN em 74. Por lá, encontrou o zagueiro Scala, também ex-atleta do Internacional. Foi campeão potiguar daquele ano.

Depois, defendeu dois times pernambucanos rivais: o Sport e o Náutico. Pelo Sport, venceu a competição em 76. O máximo que conseguiu com o Náutico foi o vice-campeonato de 1979, em seu último ano no Recife.

Entre 1980 e 1984, e em 1986, Garcia defendeu o Operário, de Campo Grande, tendo uma breve passagem pelo Remo em 85. Os ex-atletas colorados Escurinho II, Dionísio e Lima atuaram com Garcia no Operário, campeão sul-matogrossense nas temporadas 80, 81, 83 e 86. Garcia pendurou as chuteiras no final de 1986, aos 37 anos.


Amistosos internacionais do dia 11 de fevereiro

O dia 11 de fevereiro é marcado por três amistosos realizados pelo Internacional nas décadas de 50 e 70: Estrela Vermelha, da antiga Iugoslávia; CSKA Sofia, da Bulgária; e Colo Colo, do Chile.


O Estrela Vermelha era a base da seleção iugoslava. Parte do time titular disputou a Copa do Mundo de 1950, no Brasil. Curiosamente, a Iugoslávia jogou em Porto Alegre, nos Eucaliptos, jogo em que resultou em uma sonora goleada por 4 x 1 contra o selecionado mexicano.

O amistoso realizado contra o Internacional aconteceu durante uma excursão do time iugoslavo no Brasil. Além do Inter, o Estrela Vermelha enfrentou Grêmio e Flamengo durante sua passagem pelo nosso país, amado pelos sérvios.

FICHA PARCIAL DO JOGO
AMISTOSO 1955
INTERNACIONAL 4 X 2 ESTRELA VERMELHA-IUG
Data: 11/02/1955
Local: Eucaliptos (Porto Alegre/RS)
Gols do Internacional: Bodinho (3) e Larry


Na década de 70, o CSKA Sofia, clube do Exército Búlgaro, começava a se erguer no cenário europeu, figurando entre os grandes times do continente em competições como a Recopa Europeia e a Copa Europeia (a atual Champions League). O time também serviu de base para a seleção búlgara.

Em 1971, o Inter enfrentou o CSKA Sofia no Torneio Internacional de Verão, um certame amistoso realizado no verão porto-alegrense. O torneio disputado entre Internacional, Grêmio, CSKA Sofia-BUL e Rapid Viena se deu em um quadrangular, vencido pelo tricolor gaúcho. 

FICHA DO JOGO
AMISTOSO 1971 - TORNEIO INTERNACIONAL DE PORTO ALEGRE
INTERNACIONAL 3 X 0 CSKA SOFIA-BUL
Data: 11/02/1971
Local: Estádio Beira-Rio (Porto Alegre/RS)
Renda: Cr$ 82.468,00
Juiz: Agomar Marins
Expulsão: Penev aos 80'
Gols: Valdomiro 1’/1, Claudiomiro 7’/1 e Claudiomiro 28'/1.
INTERNACIONAL: Valdir (Schneider); Jorge Andrade, Pontes, Valmir (Hermínio) e Vacaria (Edson Scott); Carbone, Tovar e Dorinho (Mosquito); Valdomiro, Didi (Pauo César), Claudiomiro (Rubem)
Técnico: Daltro Menezes
CSKA SOFIA-BUL: Yorganov (Philipov); Kiril Stasnkov, Kolev, Penev e Gagalenov (Jankov); Denev e Yakimov; Atanasov (Boris Stankov) (Dantchev),  Nicodimov; Jekov e Marachilev (Trankov).



O Colo Colo enfrentava uma fase de vacas magras nos anos 70. Longe daquele time finalista da Libertadores de 1973, "El Cacique" se encontrava no ostracismo do futebol chileno. Com sete anos sem levantar uma taça, o tradicional Colo Colo buscava uma reformulação em seu futebol.

No verão de 1978, o Colo Colo e Internacional foram convidados pelo Everton-CHI para a disputa do Torneio Viña del Mar, pequeno campeonato realizado no verão chileno. Depois do Fluminense em 76, o Internacional foi o segundo campeão do torneio, ao vencer as duas partidas no histórico estádio Sausalito, uma das sedes da Copa do Mundo de 1962.

FICHA PARCIAL DO JOGO
AMISTOSO 1978 - TORNEIO VIÑA DEL MAR
COLO COLO-CHI 1 X 2 INTERNACIONAL
Data: 11/02/1978
Local: Estádio Sausalito (Viña del Mar/CHI)
Gols: Orellana 26'/1 (CC); Vasconcelos 14'/2 (I) e Alcione 41'/2 (I).

Bráulio

BRÁULIO
(meia)

Nome completo: Bráulio Barbosa de Lima
Data de nascimento: 4/8/1948
Local: Porto Alegre (RS)

CARREIRA:
1965-1973
Internacional
1973
Coritiba
1974
Internacional
1974-1976
América-RJ
1977-1978
Botafogo
1979
Coritiba
1979-1981
Universidad de Chile-CHI

Enquanto o Rolo Compressor desfilava nos gramados dos Eucaliptos, um jovem garoto se deslumbrava com a magia que a camisa vermelha ostentava em seus tempos áureos, em meados das décadas de 40 e 50. Bráulio, um autêntico colorado, não tinha outra alegria a não ser torcer pelo Internacional.
Aos 15 anos, o compenetrado Bráulio passou a integrar o time infanto-juvenil do Inter, sendo promovido aos profissionais em 1965. O talento de Bráulio, a velocidade e a técnica impressionava o saudoso Abílio dos Reis. Bráulio tinha uma intimidade ímpar com a bola, como se ele e a redonda fossem gêmeos siameses. A imprensa gaúcha passou a chamá-lo de "Garoto de Ouro".
Mas nem mesmo o status de craque adquirido no início da carreira fez com que Bráulio tivesse unanimidade dentro do Internacional. Os Mandarins, grupo político formado por jornalistas influentes no clube, perseguiam o meia-cancha, alegando que Bráulio fugia dos adversários.
Passada a construção do Beira-Rio, fortemente apoiada pelos Mandarins, Bráulio passou a ser preterido no time titular, dando lugar a Sérgio Galocha. E nem mesmo a quebra da hegemonia tricolor que desanimava os colorados nos anos 60 fizeram com que Bráulio ganhasse espaço.
Então, Bráulio foi para o Coritiba em 73, depois de faturar o pentacampeonato gaúcho. Um ano depois, foi para o América-RJ, onde conquistou a Taça Guanabara. Jogou no Ameriquinha até 1976, ano em que o clube atravessava uma grande crise financeira.
O Botafogo tratou de contratar o meia. Defendeu o Fogão entre 1976 e 1978 e retornou ao Paraná. Em sua segunda passagem pelo Coritiba, conquistou o título paranaense. Seu último clube foi fora do Brasil foi a Universidad de Chile, onde foi campeão nacional em 1980. Pendurou as chuteiras em 1981.
Excelente profissional, Bráulio nunca sofreu uma lesão na carreira. Até hoje, o "Garoto de Ouro" é reverenciado pelo torcedor com a mesma devoção que ele mesmo tem pelo Internacional.

Gainete

GAINETE
(goleiro)

Nome completo: Carlos Gainete Filho
Data de nascimento: 25/11/1940
Local: Florianópolis (SC)

CARREIRA:
1959
Paula Ramos-SC
1960-1961
Guarany-BG
1962-1964
Internacional
1965
Vasco
1966-1972
Internacional
1972-1974
Atlético-PR
1974
Atlético-RS

Grandes saltos consagram grandes goleiros. Gainete é lembrado pelos colorados até hoje pela voadora dada entre um bando de jogadores gremistas no Gre-Nal de inauguração do Beira-Rio. Aquela cena está eternizada como mais um momento em que o goleiro, frio e passional, mostrava o que significava vestir vermelho diante do rival.

Carlos Gainete, nascido em Florianópolis, começou a carreira no extinto Paula Ramos-SC, em 1958. Em 60 defendeu a Seleção Catarinense que conquistou o Campeonato Sul-Brasileiro de Seleções. O Guarany de Bagé tratou de trazer o goleiro no início da década de 60 para a disputa do Gauchão.

Veio para o Internacional em 1962, após o título estadual de 61, que antecedeu sete títulos consecutivos do Grêmio. Aos poucos, Gainete foi conquistando a torcida com a devoção mostrada ao vestir a camisa colorada. Ainda que o Grêmio tivesse a hegemonia no Rio Grande do Sul, Gainete fez parte do Internacional duas vezes vice-campeão nacional em 67 e 68, depois de ser emprestado ao Vasco em 1965.

Além da rivalidade Gre-Nal, as torcidas que lotavam Olímpico e Eucaliptos testemunharam duelos inesquecíveis entre Gainete e Alcindo, que se odiavam. O goleiro era catimbeiro e brigador, enquanto o atacante tricolor se gabava de suas conquistas. Em tempos do autêntico amor à camisa, ir ao estádio era um prato cheio.

Gainete foi o primeiro goleiro da Era Beira-Rio. Além de capitão, levava as reivindicações dos jogadores à direção. Em seus onze anos defendendo o Internacional, ganhou os dois títulos estaduais que antecederam o octacampeonato.

A dispensa de Gainete foi um tanto controversa. Depois de um amistoso contra a Seleção Francesa, ganhou uma camiseta, amarela, mas de golas azuis. O diretor de futebol do Internacional, Gildo Russowski, vetou a camisa e mandou o goleiro embora do Beira-Rio.

Gainete ainda passou por Atlético-PR e Atlético de Carazinho, antes de pendurar as luvas e se dedicar à carreira de treinador. Teve ainda mais duas passagens pela casamata colorada em 77-78 e 88.

Schneider

SCHNEIDER
(goleiro)

Nome completo: Luiz Carlos Schneider
Data de nascimento: 15/5/1948
Local: Montenegro (RS)

CARREIRA:
1968-1977 - Internacional

Abílio dos Reis, sem dúvida, foi um dos maiores lançadores de talentos do Internacional. Em 1965, ele foi até o município de Montenegro trazer o jovem goleiro Schneider. No início de sua trajetória pela base do Inter, Schneider não mostrava muita confiança, mas aos poucos foi conquistando o técnico dos juvenis.

O treinador Oswaldo Rolla promoveu Schneider aos profissionais do Internacional em 1968. Instável, o goleiro acabou indo para a reserva assim que Gainete retornou de um empréstimo ao Vasco.

Schneider recuperou a titularidade e, conseqüentemente, a confiança em 1972. Em seu retorno à meta colorada, o goleiro chegou a ficar 473 minutos sem levar gols.

Entretando, a carreira do goleiro foi marcada pela irregularidade e por azares. Entre milagres e frangos, o Inter foi atrás de um goleiro para ser titular. Então, Manga se adonou da camisa 1 e Schneider não voltaria mais a ser titular.

Mesmo veterano, Manga foi o goleiro dos titulos brasileiros de 1975 e 1976 e Schneider, um coadjuvante. Em sinal de respeito, Schneider não se incomodava com a reserva, mas enfrentou problemas com fraturas nos dedos e teve que abandonar a carreira precocemente.

Depois da aposentadoria, Schneider passou a ser treinador de goleiros do Internacional, revelando ao mundo talentos como Gilmar Rinaldi e Taffarel. Apaixonado pelo Internacional, sua maior derrota aconteceu em 1999, quando faleceu em virtude de um câncer, aos 51 anos.

Internacional x Atlético-MG (Campeonato Brasileiro 1971)


O ano de 1971 foi um ano de novidades. Pela primeira vez, tivemos um Campeonato Brasileiro propriamente dito. 20 clubes foram divididos em dois grupos. No 1º turno, se enfrentavam entre si. No 2º turno, enfrentaram os adversários da outra chave. Na segunda fase, os 12 melhores clubes da primeira fase foram divididos em três grupos com quatro times. Os melhores de cada grupo se enfrentariam em um triangular final, no qual o Atlético-MG se sagrou campeão. Confira os duelos de Inter e Galo no Brasileirão de 71:

O primeiro duelo entre Inter e Galo foi válido pela 17ª rodada da primeira fase do campeonato. Foi o jogo da quebra de um tabu do Atlético, que nunca vencera o Internacional em partida oficial a nível nacional. A estrela do jogo foi Dario, artilheiro do certame.
Campeonato Brasileiro de 1971- 1ª fase - 17ª rodada
31/10/1971
Mineirão - Belo Horizonte/MG
Público: 24.203 pessoas
Árbitro: Luiz Carlos Félix Ferreira
Atlético-MG 3 x 1 Internacional
ATLÉTICO-MG: Renato; Humberto Monteiro, Vantuir, Grapete, Oldair (Cincunegui); Wanderley, Ronaldo, Romeu, Spencer (Humberto Ramos); Dario e Pedrilho. Técnico: Telê Santana.
INTERNACIONAL: Rafael; Édson Madureira, Pontes, Hermínio, Jorge Andrade; Carbone, Carpegiani, Dorinho, Sérgio Galocha; Valdomiro e Marciano (Árlem). Técnico: Dino Sani.
Gols: Dario (Atl) aos 25', Valdomiro (Int) aos 46', Pedrilho (Atl) aos 57' e Dario (Atl) aos 70'.

Na segunda fase, os dois times voltaram a se encontrar, depois de terminarem a primeira fase com os mesmos 23 pontos, mas em grupos diferentes. Dessa vez, a partida foi no Beira-Rio. O Inter levou uma sonora goleada de 4 a 1. Mais uma vez, Dario marcou dois gols e foi o carrasco atleticano diante do Inter.
Campeonato Brasileiro 1971- 2ª fase - 3ª rodada
28/11/1971
Beira-Rio - Porto Alegre/RS
Público: 19.929 pessoas
Árbitro: José Favilli Netto
Internacional 1 x 4 Atlético-MG
INTERNACIONAL: Gainete; Édson Madureira, Cláudio, Pontes, Scala; Carbone, Carpegiani, Sérgio Galocha (Bráulio), Valdomiro; Benê (Árlem) e Claudiomiro. Técnico: Dino Sani.
ATLÉTICO-MG: Renato; Humberto Monteiro, Grapete, Vantuir, Oldair; Humberto Ramos, Wanderley, Ronaldo, Dario; Romeu e Pedrilho (Beto). Técnico: Telê Santana.
Gols: Dario (Atl) aos 18', Oldair (Atl) aos 50', Dario (Atl) aos 53', Ronaldo (Atl) aos 70' e Valdomiro (Int) aos 84'.

O último encontro dos dois times no campeonato foi no Mineirão e, conseqüentemente, a despedida do Inter no Brasileiro. O Inter entrava em campo precisando vencer o Galo por uma diferença de 3 gols para se classificar á fase final, o que acabou por não acontecer. A derrota no Beira-Rio custou a classificação colorada.
Campeonato Brasileiro 1971 - 2ª fase - 6ª rodada
09/12/1971
Mineirão - Belo Horizonte/MG
Público: 28.773 pessoas
Árbitro: Armando Marques
Atlético-MG 0 x 1 Internacional
ATLÉTICO-MG: Renato; Humberto Monteiro, Vantuir, Grapete, Oldair; Humberto Ramos, Wanderley, Beto (Spencer), Ronaldo; Dario e Guará. Técnico: Telê Santana.
INTERNACIONAL: Schneider; Cláudio, Figueroa, Édson Scott, Pontes; Carbone, Árlem, Bráulio, Carpegiani; Valdomiro e Land (Tovar). Técnico: Dino Sani.
Gol: Árlem (Int) aos 24'.