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Pontes

PONTES
(zagueiro)

Nome completo: Bibiano Pontes
Data de nascimento: 11/7/1947
Local: General Câmara (RS)

Carreira:
1965-1975
Internacional
1976
Associação Caxias
1976
Londrina
1977
Criciúma

A família é o bem mais importante do ser humano. Pelos irmãos mais velhos, a admiração. Pelos mais novos, o zelo. Bibiano, gaúcho de General Câmara, é irmão caçula dois icônicos zagueiros do interior gaúcho: Daison Pontes e João Pontes. Típico defensor viril, Pontes jamais abria mão de uma dividida, sem nenhum temor. Ao contrário de seus irmãos, Pontes era mais contido e não apelava para a deslealdade.
Indicado por um cônsul colorado na sua cidade natal, foi buscado por Abílio dos Reis em 1964, quando jogava pelo Arsenal de Guerra. Não deu outra, Pontes era mais um jovem promissor do Celeiro de Ases e campeão estadual juvenil. No ano seguinte, já era integrado ao time profissional pelas mãos do técnico Oswaldo Rolla em 1968, mas a sua titularidade foi conquistada sob o comando de Daltro Menezes, tendo como companheiros grandes nomes da defesa colorada, como Scala, Valmir Louruz e Figueroa.
Pontes viveu a época de transição entre os Eucaliptos e o Beira-Rio, defendendo o Internacional de 1966 a 1975, sendo heptacampeão estadual e campeão brasileiro em 1975. Acabou perdendo a titularidade para Hermínio ao longo do ano, em virtude de lesões e paradas para tratamentos.
Além disso, Pontes rendeu ao futebol boas histórias.
No dia 21 de maio de 1972, houve um Gre-Nal eletrizante no estádio Beira-Rio. Ao recuar mal uma bola para o goleiro Schneider, Pontes marcou um gol contra e abrindo o placar para o Grêmio. Três minutos depois, marcou o gol de empate. Tamanha a euforia que o zagueiro desmaiou de alegria. O jogo terminou 2 a 2.
Em um confronto contra o Cruzeiro, Palhinha incessantemente partia para cima de Pontes. Em um determinado momento, o zagueiro se dirigiu ao craque cruzeirense e disse: “quero ver tu ir para cima do Figueroa, que ganha mais do que eu”.
O gigante Bibiano Pontes defendeu a Associação Caxias (fusão do Flamengo com o Juventude), Londrina e encerrou a carreira no Criciúma. Ele foi o primeiro jogador a completar 500 jogos pelo Internacional.

Sadi

SADI
(lateral-esquerdo)

Nome completo: Sadi Schwerdt
Data de nascimento: 15/12/1942
Local: Arroio dos Ratos (RS)

1961 - Internacional
1962 - Atlético-PR
1963-1970 - Internacional
1971 - Corinthians
1972 - Internacional

Ser o capitão de um time é ser a referência no aspecto liderança. Abraçar a causa nos tempos conturbados de um clube é responsabilidade ainda maior. O lateral-esquerdo Sadi matou no peito a responsabilidade e foi notável e honrado enquanto usou a camisa vermelha.

Nascido em Arroio dos Ratos, Sadi foi formado nas categorias de base do Internacional, assinando o primeiro contrato profissional em 1961. Lateral habilidoso, também jogava com ótimo desempenho na zaga.

Foi emprestado ao Atlético-PR para adquirir experiência e retornou ao Internacional em 63. Sadi, um jogador frio, era lembrado por não comemorar os seus gols, tamanha sua frieza. A carreira do lateral foi marcada por glórias, polêmicas e desventuras formadas por terceiros, além da constante luta pela quebra da hegemonia tricolor no estado.

Em 1965, Sadi recebeu a primeira convocação para a Seleção, mas jogou por cinco anos com um caroço na coxa, sem que o departamento médico do Internacional conseguisse uma operação para o jogador. Depois de uma excelente campanha no Robertão de 1967, Sadi foi convocado para a Seleção mais uma vez. 

Em julho de 1968, Sadi entrou no lugar de Rildo na vitória brasileira por 2 a 0 diante do Uruguai. O lateral gaúcho marcou seu primeiro e único gol com a amarelinha, mas a sua felicidade isolada o lembrava de que seria preterido pelos dirigentes da CBD. A preferência era por atletas do eixo RJ-SP.

No início de uma partida contra o Santos, de Pelé, Sadi sentiu uma distensão aos 8 minutos de jogo e deixou a partida. Dias depois, fraturou o pé numa dividida em um jogo contra o Flamengo. No mesmo ano, foi acusado pela diretoria de chefiar um complô contra o técnico Oswaldo Rolla, desmentido pelo lateral.

A partir de 69, Sadi foi mais uma vítima evidente dos Mandarins. Daltro Menezes tirou Sadi do posto de capitão após receber uma avaliação psicológica, até hoje não muito esclarecida. Na briga do Gre-Nal de inauguração do Beira-Rio, Sadi teve um músculo rompido e ficou quase todo o ano de 1970 no departamento médico.

Era o que Daltro, técnico contratado a mando dos Mandarins precisava. Sadi perdeu espaço para Jorge Andrade e outro jovem lateral estava a caminho: Vacaria. O lateral-esquerdo deixou o Internacional em 71, quando ficou oito meses no Corinthians.

Retornou ao Internacional em 1972, a fim de ter mais uma chance. Porém, um acidente envolvendo o carro de Sadi e um caminhão ocasionou em uma fratura na perna. Quatro meses depois, a fratura cedeu em seu primeiro treino. Sadi não tinha opção a não ser encerrar a carreira.

Bicampeão gaúcho nos anos de 69 e 70, Sadi foi mais um grande atleta prejudicado por questões políticas dentro do Internacional.

Bráulio

BRÁULIO
(meia)

Nome completo: Bráulio Barbosa de Lima
Data de nascimento: 4/8/1948
Local: Porto Alegre (RS)

CARREIRA:
1965-1973
Internacional
1973
Coritiba
1974
Internacional
1974-1976
América-RJ
1977-1978
Botafogo
1979
Coritiba
1979-1981
Universidad de Chile-CHI

Enquanto o Rolo Compressor desfilava nos gramados dos Eucaliptos, um jovem garoto se deslumbrava com a magia que a camisa vermelha ostentava em seus tempos áureos, em meados das décadas de 40 e 50. Bráulio, um autêntico colorado, não tinha outra alegria a não ser torcer pelo Internacional.
Aos 15 anos, o compenetrado Bráulio passou a integrar o time infanto-juvenil do Inter, sendo promovido aos profissionais em 1965. O talento de Bráulio, a velocidade e a técnica impressionava o saudoso Abílio dos Reis. Bráulio tinha uma intimidade ímpar com a bola, como se ele e a redonda fossem gêmeos siameses. A imprensa gaúcha passou a chamá-lo de "Garoto de Ouro".
Mas nem mesmo o status de craque adquirido no início da carreira fez com que Bráulio tivesse unanimidade dentro do Internacional. Os Mandarins, grupo político formado por jornalistas influentes no clube, perseguiam o meia-cancha, alegando que Bráulio fugia dos adversários.
Passada a construção do Beira-Rio, fortemente apoiada pelos Mandarins, Bráulio passou a ser preterido no time titular, dando lugar a Sérgio Galocha. E nem mesmo a quebra da hegemonia tricolor que desanimava os colorados nos anos 60 fizeram com que Bráulio ganhasse espaço.
Então, Bráulio foi para o Coritiba em 73, depois de faturar o pentacampeonato gaúcho. Um ano depois, foi para o América-RJ, onde conquistou a Taça Guanabara. Jogou no Ameriquinha até 1976, ano em que o clube atravessava uma grande crise financeira.
O Botafogo tratou de contratar o meia. Defendeu o Fogão entre 1976 e 1978 e retornou ao Paraná. Em sua segunda passagem pelo Coritiba, conquistou o título paranaense. Seu último clube foi fora do Brasil foi a Universidad de Chile, onde foi campeão nacional em 1980. Pendurou as chuteiras em 1981.
Excelente profissional, Bráulio nunca sofreu uma lesão na carreira. Até hoje, o "Garoto de Ouro" é reverenciado pelo torcedor com a mesma devoção que ele mesmo tem pelo Internacional.

Gainete

GAINETE
(goleiro)

Nome completo: Carlos Gainete Filho
Data de nascimento: 25/11/1940
Local: Florianópolis (SC)

CARREIRA:
1959
Paula Ramos-SC
1960-1961
Guarany-BG
1962-1964
Internacional
1965
Vasco
1966-1972
Internacional
1972-1974
Atlético-PR
1974
Atlético-RS

Grandes saltos consagram grandes goleiros. Gainete é lembrado pelos colorados até hoje pela voadora dada entre um bando de jogadores gremistas no Gre-Nal de inauguração do Beira-Rio. Aquela cena está eternizada como mais um momento em que o goleiro, frio e passional, mostrava o que significava vestir vermelho diante do rival.

Carlos Gainete, nascido em Florianópolis, começou a carreira no extinto Paula Ramos-SC, em 1958. Em 60 defendeu a Seleção Catarinense que conquistou o Campeonato Sul-Brasileiro de Seleções. O Guarany de Bagé tratou de trazer o goleiro no início da década de 60 para a disputa do Gauchão.

Veio para o Internacional em 1962, após o título estadual de 61, que antecedeu sete títulos consecutivos do Grêmio. Aos poucos, Gainete foi conquistando a torcida com a devoção mostrada ao vestir a camisa colorada. Ainda que o Grêmio tivesse a hegemonia no Rio Grande do Sul, Gainete fez parte do Internacional duas vezes vice-campeão nacional em 67 e 68, depois de ser emprestado ao Vasco em 1965.

Além da rivalidade Gre-Nal, as torcidas que lotavam Olímpico e Eucaliptos testemunharam duelos inesquecíveis entre Gainete e Alcindo, que se odiavam. O goleiro era catimbeiro e brigador, enquanto o atacante tricolor se gabava de suas conquistas. Em tempos do autêntico amor à camisa, ir ao estádio era um prato cheio.

Gainete foi o primeiro goleiro da Era Beira-Rio. Além de capitão, levava as reivindicações dos jogadores à direção. Em seus onze anos defendendo o Internacional, ganhou os dois títulos estaduais que antecederam o octacampeonato.

A dispensa de Gainete foi um tanto controversa. Depois de um amistoso contra a Seleção Francesa, ganhou uma camiseta, amarela, mas de golas azuis. O diretor de futebol do Internacional, Gildo Russowski, vetou a camisa e mandou o goleiro embora do Beira-Rio.

Gainete ainda passou por Atlético-PR e Atlético de Carazinho, antes de pendurar as luvas e se dedicar à carreira de treinador. Teve ainda mais duas passagens pela casamata colorada em 77-78 e 88.

Laurício

LAURÍCIO
(lateral-direito)

Nome completo: Laurício Apolônio Pinto Brandão
Data de nascimento: 9/2/1943

CARREIRA:
1962-1966 - Fluminense
1966-1970 - Internacional
1971-1972 - Londrina

Os anos 60 foram complicados para o Internacional. Enquanto as atenções estavam voltadas à contrução do Gigante da Beira-Rio, o Inter assistia o Grêmio passear dentro de campo.

Com um time instável e repleto de jovens da base, o Internacional ia constantemente em busca de reforços para tentar quebrar a supremacia tricolor. E em 1966, Laurício veio à Porto Alegre vestir a camisa vermelha.

Laurício iniciou a carreira no Fluminense em 1962, sendo campeão estadual no mesmo ano. Lateral-direito de características defensivas, pouco subia ao ataque, completando uma linha de quatro zagueiros. Foi titular do Internacional nos anos de 1966 a 1968.

Disputou partidas memoráveis com o Inter durante o período em que esteve em Porto Alegre, incluindo os festejos de inauguração do Beira-Rio. Porém, com a chegada do treinador Oswaldo Rolla, ex-ídolo gremista, perdeu a titularidade na posição para Edson Madureira.

Laurício era acusado por dirigentes de "tremer" nos clássicos, especialmente quando era confrontado pelo excepcional ponta gremista Volmir. Ainda assim, o lateral disputou 12 Gre-Nais, saindo vitorioso em quatro ocasiões, perdendo duas e empatando as outras seis.

Deixou o Inter no final de 1970 depois de faturar dois títulos estaduais, em 69 e 70, e partiu para Londrina. No clube do interior paranaense, Laurício atuou ao lado dos ex-colorados Walmir Louruz e Canhoto.

Em 1972, o Londrina terminou o Campeonato Paranaense na 4ª colocação, atrás de Coritiba, Atlético e Colorado (um dos times que originou o Paraná Clube). Sendo assim, o Londrina ficou com o título de campeão do interior.

Lambari

LAMBARI
(atacante)

Nome completo: Paulo Ferreira dos Santos

CARREIRA:
1960-1961 - Tamoio
1962-1968 - Internacional

A rivalidade entre Internacional x Corinthians vai muito além do escândalo de arbitragem que prejudicou o Inter em 2005, ou da conquista do Brasileirão de 1976. Os dois clubes exibem uma grandeza e um passado repleto de glórias e conquistas.


Para o Internacional, o ano de 1967 foi diferenciado. O Colorado, depois de cinco anos, voltava a disputar um torneio de âmbito nacional. Após o honroso 3º lugar na Taça Brasil de 1962, o Robertão de 67 abriu novamente os caminhos do Inter ao cenário futebolístico nacional.

O dia 28 de maio de 1967 é uma data histórica para o Colorado. Em um duelo contra o Corinthians, o Internacional obteve a primeira vitória de um time gaúcho no estádio Pacaembu. O 1 a 0 foi garantido com um gol do jovem atacante chamado Lambari, vindo do modesto Tamoio, de Santo Ângelo. O Corinthians contava com Dino Sani, Rivelino, Flávio Minuano e Gílson Porto.

Lambari atuou no Internacional por 8 anos, de 1962 a 1968, tempo em que o foco do clube era a construção do Beira-Rio e, justamente, período em que o Grêmio ergueu sete títulos estaduais em sequência. Também é destacável o fato de que Lambari deixou o Internacional um ano antes da inauguração do Beira-Rio.

Em 2009, a chuteira de Lambari usada no jogo de 1967 foi exposta em uma vitrine do Rua da Praia.