Norberto

NORBERTO
(volante)

Nome completo: Norberto Arruda Lemos
Data de nascimento: 18/2/1964
Local: Umuarama (PR)

CARREIRA:
1978 - Londrina
1979-1985 - Pinheiros-PR
1986-1990 - Internacional
1990-1991 - Coritiba
1991 - Grêmio
1992 - Coritiba
1993 - Al-Arabi-SAU
1994 - Portuguesa
1995 - Fluminense
1996 - Rio Branco-SP
1996 - Goiás
1997 - Bragantino

Norberto é protagonista de uma troca um tanto inusitada no esporte. Trocou o pugilismo pelo futebol ainda na adolescência. E não foi por deficiência técnica. Norberto foi campeão londrinense na categoria peso mosca.

O meia começou a carreira no Londrina, mas logo se transferiu para o Pinheiros, um dos times que originaram o Paraná clube. Àquela altura, já era considerado o melhor jogador do estado do Paraná.

Veio para o Internacional no início de 86. Depois de um ano instável, Norberto começou 87 com a fama de jogador violento e truculento, já que Ênio Andrade recuou o meia e o designou a função de volante.

A partir de então, a carreira de Norberto engrenou, depois de administrar melhor os fatores extracampo que incomodavam o jogador. Nem mesmo a contusão que sofreu em 88 o fez perder a vaga de titular para Leomir.

Colaborou diretamente nas grandes campanhas dos Brasileiros de 87 e 88, além da semifinal da Libertadores de 89. Mas, se o volante escapou do rebaixamento com o Internacional em 1990, não teve a mesma sorte jogando no Grêmio. Caiu para a segundona em 1991.

Outro grande momento de sua carreira foi jogando pelo Fluminense, onde chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro de 95. Porém, uma virada sensacional do Santos acabou com o sonho do volante.

Norberto sempre foi um exemplo de dedicação nos treinos e colocou nomes como Bonamigo, Bernardo e Jandir na reserva de Internacional e Grêmio. Parou de jogar aos 33 anos, no Bragantino.

Bonamigo

BONAMIGO
(volante)

Nome completo: Paulo Afonso Bonamigo
Data de nascimento: 23/9/1960
Local: Ijuí (RS)

CARREIRA:
1979-1989 - Grêmio
1989-1992 - Internacional
1992 - Inter de Limeira
1993 - Felgueiras-POR
1994 - Botafogo
1995 - Rio Branco-SP
1995 - Bahia
1996 - Madureira

Bonamigo é mais um daqueles gaúchos que trocaram o azul pelo vermelho. Um dos pilares do tricolor nos anos 80, o volante se destacava pela boa marcação, mesmo não sendo dotado de grande capacidade técnica. Integrou o elenco gremista em suas maiores conquistas da década de 80, ficando de fora apenas do título da Copa do Brasil.

Colorado na infância, Bonamigo recebeu proposta do Internacional em abril de 1989, enquanto o time disputava a Libertadores da América. A transferência foi um tapa na cara da direção gremista, que colocou o passe do volante na Federação Gaúcha. O jogador deixou o Olímpico magoado.

No Internacional, Bonamigo não teve o mesmo destaque do seus tempos no co-irmão, mas fez parte da conquista do estadual de 1991 e, mais uma vez, deixou de ganhar uma Copa do Brasil, pois deixou o Internacional na metade do ano, quando foi para a Inter de Limeira.

Bonamigo ainda passou por Felgueiras-POR, Botafogo, Rio Branco-SP, Bahia e Madureira. A carreira de treinador do ex-volante começou no Madureira, em 1998.

Beto Cruz

BETO CRUZ
(lateral-direito)

Nome completo: José Roberto Francisco da Cruz
Data de nascimento: 30/12/1968
Local: Recife (PE)

CARREIRA
1986-1988 - Náutico
1988 - Maranhão
1989-1991 - Ceará
1991-1992 - Moto Club
1992 - América-MEX
1992-1993 - Internacional
1994 - Club Acapulco-MEX
1995 - Real Cartagena-COL
1996 - Aurora-GUA
1997 - Icasa
1997 - Botafogo-PB
1998 - Aurora-GUA
1999 - Deportivo Zacapá-GUA
1999 - Lawn Tennis-PER


Beto Cruz começou a carreira jogando nas categorias de base do Sport, mas trocou o Leão pelo Náutico ainda nos juniores. Se profissionalizou no clube em 1986.

Depois de passar sem sucesso pelo Maranhão, que vivia uma fase ruim na década de 80, Beto Cruz viveu bons momentos no Ceará e no Moto Club.

Os mexicanos do América se interessaram pelo futebol do lateral e o contrataram. Os seis meses de Beto Cruz foram de sucesso, conquistando a Copa Concacaf da temporada 1991-1992. Entretanto, uma lesão no menisco deixou o jogador no estaleiro por quase um ano.

Veio ao Internacional ainda em 92, porém, passou quase uma temporada no departamento médico. Não teve boas atuações no Brasileiro de 1993, assim como todo o time colorado. Retornou ao México no início de 1994, para defender o Club Acapulco.

Depois disso se aventurou pelo futebol gualtemalteco, colombiano e do nordeste brasileiro, encerrando a carreira no modestíssimo Lawn Tennis, do Peru.

Os Anônimos - Diego Londero (Canoas)

Salve, coloradagem! Esse é o primeiro post da série "Os Anônimos".
Nesse espaço, você conta sua história de colorado, suas maiores emoções com o clube, decepções, expectativas, perspectivas... Enfim, é a sua voz ganhando uma amplitude bem maior.

O primeiro dos nossos anônimos é o canoense Diego Londero. Conselheiro do clube desde 2015, Diego faz parte do movimento "O Povo do Clube" e deixa aqui a sua história. Boa leitura!
Krig-ha, Bandolo!

Nascer numa família humilde no final da década de 80 tendo um pai louco por futebol e não ser colorado é quase que descabível, absurdo, inimaginável. E comigo não foi diferente. E tinha como ser?  Num bairro cheio de piá de joelho ralado jogando bola em campo de urtiga e rua de pedras, e com um pai dentro de casa corneteiro, xingão, bobo e apaixonado pelo Inter tornar-se colorado fica fácil por demais.

E assim foi, e assim é. Aprendi a amar o Inter numa época desgraçada, muquirana  e sofrível, onde qualquer adjetivo que expresse descontentamento com o  futebol  alvi-rubro é justo e entendível.  Apenas nós, colorados dessa  “estação” sabíamos o que era ir para o colégio e ter mais um, dois, às vezes três colorados pra dividir as cornetas azuis contigo. Na rua era a mesma coisa, tu contava nos dedos os vermelhos. E eram os mais cascudos, os mais chatos, os mais orgulhosos. Aquele bando de gremistas jamais nos entenderiam.

Tenho uma certa convicção que quanto mais sofrida é a fase de um time de futebol mais fanática, espontânea e verdadeira será sua torcida. Talvez porque seja na doença que surgem os grandes amores. E nisso tenho que agradecer ao meu pai, mesmo hoje ele estando afastado.

Meu pai nunca foi de ir ao Beira-Rio, talvez nunca tenha ido. Ele era o “torcedor de radinho” mesmo, e meu Senhor, como aquele véio se grudava com o radinho.  Até quando éramos premiados com o jogo na TV lá estava ele com a orelha colada no alto-falante do radio só pra ouvir o Haroldo de Souza gritar "adivinheee"... Tá, ok, a narração do Haroldo era inigualável mesmo. Eu vendo e ouvindo tudo aquilo somado às camisas que ele me dava do Inter (tudo camelô) ia ficando mais louco, mais vermelho, mais apaixonado ainda.  E era uma época maravilhosa, mesmo o Inter não ganhando quase nada, eu me sentia feliz acompanhando o Inter com meu pai no rádio, e entre um jogo e outro, sempre tocava o disco Krig-ha, Bandolo! do Raulzito, outra paixão que meu coroa deixou.

Como o velho Orion não ia a jogos eu demorei pra ir ao gigante da Beira-Rio. Só fui conhecer ele em 2003 num Inter x "curinthia" no qual ganhamos de virada de 2 a 1, público 18.665 e eu é claro fui de coreia. Lembro que fui com 17 pilas pro jogo. Comi, bebi e ainda cheguei com troco em casa. Que tarde, *uta que pariu! Lembro como se fosse ontem, desde a entrada por aquele túnel baixo do antigo Beira-Rio até a festa que presenciei no setor mais punk e democrático que esse gigante de concreto já teve.

Conforme os anos iam passando e eu conseguia catar um pouco de dinheiro com a mãe eu sempre dava um jeito de ir aos jogos, até o dia que comecei a trabalhar e ter meu próprio dinheiro, aí meu velho...aí não parei mais. Podia ser Inter C num gauchão ou libertadores eu estaria lá igual. Aquela arquibancada, aquele cimento, aquelas pessoas te tiravam de casa naturalmente. Era uma maravilha!

Não era só de Beira-Rio que eu vivia o futebol, aqueles muitos Gre-Nais que fui no Olímpico me marcaram pra sempre. O primeiro em 2004, acompanhado pelo meu irmão Rafael Malaquias. Pela manhã um jogo entre professores e alunos no colégio onde estudávamos resultou num nariz quebrado do Malaquias, juntamos os cacos e fomos ao Olímpico naquela tarde chuvosa acompanhar nosso glorioso meter 3 a 1 nos azuis, gols de Diego, Rodrigo Paulista e FernanDeus. Não posso descrever, nem que resumidamente, jogos inesquecíveis que fui. Afinal foram muitos que nem eu mesmo sei a quantidade ou os mais intensos, felizes e loucos.

Hoje, estou com 26 anos, continuo indo a todos os jogos do colorado, faço parte e sou apaixonado pela Camisa 12 e em 2015 me tornei conselheiro pelo movimento "O Povo do Clube" que, como muitos já sabem, defende a volta da identidade popular do nosso S.C. Internacional.

Confesso que ir a jogos de futebol  hoje não é mais tão excitante. O futebol como um todo virou um negócio, um jogo de intere$$es onde quem mais perde é justamente quem o faz, o torcedor. Ingressos caros, estádios recheados de cadeiras, criminalização das torcidas e da nossa maneira de torcer estão esvaziando cada vez mais todos os estádios de nosso país, principalmente aqui, onde até pouco tempo enchíamos o peito pra gritar Clube do Povo. Hoje quem controla nosso colorado parece que tem vergonha da palavra “povo”. O inimigo do futebol usa terno e gravata. Mas isso é papo pra outrora.

No mais, sigo ao lado do clube que meu pai me ensinou a amar, com a esperança de um dia ver de volta ao Beira-Rio os coreanos, o pessoal do radinho, o preto, o pobre. O Povo.
Saudações alvirrubras de um louco pelo S.C. Internacional e toda sua história. 

SALVE TODA CHINELAGEM DO INTER!

Paulinho Wissmann

PAULINHO WISSMANN
(lateral-esquerdo)

Nome completo: Paulo Roberto Vontobel Wissmann
Data de nascimento: 21/9/1962
Local: Ijuí (RS)

CARREIRA:
1983-1984 - Cruzeiro-RS
1985 - Caxias
1985-1986 - São José-RS
1987 - Caxias
1987 - Internacional
1988 - Caxias
1989 - Esportivo
1989 - Avaí
1990 - Pelotas
1991 - São José-RS

*Um agradecimento especial ao Paulinho pelas informações cedidas via Facebook.

Paulinho foi um lateral-esquerdo que defendeu o Internacional na Copa União de 1987, quando o Internacional chegou à final contra o poderoso Flamengo de Leandro, Zico, Bebeto e cia.

Começou na escolinha de futebol do Gaúcho de Ijuí e se profissionalizou no Cruzeiro-RS em 1983, permanecendo no clube até o ano seguinte. Sua primeira passagem pelo Caxias foi em 1985. No mesmo ano, voltou a Porto Alegre, para jogar pelo São José.

Depois de um bom primeiro semestre jogando no Caxias, terminando o estadual na 4ª colocação, foi contratado para a disputa da Copa União, a pedido do técnico Ênio Andrade. Paulinho assumiu a titularidade na reta final do Campeonato Brasileiro. Teve boas atuações, sendo um dos jogadores mais regulares do Internacional na competição.

Retornou ao Caxias em 88, sendo campeão do primeiro turno do estadual e convocado para a Seleção Gaúcha na disputa do Campeonato Brasileiro de Seleções. A Seleção Gaúcha era formada apenas por jogadores que defendiam times do interior do estado.

Em 1989, jogou no Esportivo ao lado de Tite (o próprio) e disputou a Série B pelo Avaí. Ainda passou por Pelotas e retornou ao São José para encerrar a carreira, em 1991. Atualmente, Paulinho trabalha no desenvolvimento de jovens atletas em Ijuí, sua terra natal.