Gainete

GAINETE
(goleiro)

Nome completo: Carlos Gainete Filho
Data de nascimento: 25/11/1940
Local: Florianópolis (SC)

CARREIRA:
1959
Paula Ramos-SC
1960-1961
Guarany-BG
1962-1964
Internacional
1965
Vasco
1966-1972
Internacional
1972-1974
Atlético-PR
1974
Atlético-RS

Grandes saltos consagram grandes goleiros. Gainete é lembrado pelos colorados até hoje pela voadora dada entre um bando de jogadores gremistas no Gre-Nal de inauguração do Beira-Rio. Aquela cena está eternizada como mais um momento em que o goleiro, frio e passional, mostrava o que significava vestir vermelho diante do rival.

Carlos Gainete, nascido em Florianópolis, começou a carreira no extinto Paula Ramos-SC, em 1958. Em 60 defendeu a Seleção Catarinense que conquistou o Campeonato Sul-Brasileiro de Seleções. O Guarany de Bagé tratou de trazer o goleiro no início da década de 60 para a disputa do Gauchão.

Veio para o Internacional em 1962, após o título estadual de 61, que antecedeu sete títulos consecutivos do Grêmio. Aos poucos, Gainete foi conquistando a torcida com a devoção mostrada ao vestir a camisa colorada. Ainda que o Grêmio tivesse a hegemonia no Rio Grande do Sul, Gainete fez parte do Internacional duas vezes vice-campeão nacional em 67 e 68, depois de ser emprestado ao Vasco em 1965.

Além da rivalidade Gre-Nal, as torcidas que lotavam Olímpico e Eucaliptos testemunharam duelos inesquecíveis entre Gainete e Alcindo, que se odiavam. O goleiro era catimbeiro e brigador, enquanto o atacante tricolor se gabava de suas conquistas. Em tempos do autêntico amor à camisa, ir ao estádio era um prato cheio.

Gainete foi o primeiro goleiro da Era Beira-Rio. Além de capitão, levava as reivindicações dos jogadores à direção. Em seus onze anos defendendo o Internacional, ganhou os dois títulos estaduais que antecederam o octacampeonato.

A dispensa de Gainete foi um tanto controversa. Depois de um amistoso contra a Seleção Francesa, ganhou uma camiseta, amarela, mas de golas azuis. O diretor de futebol do Internacional, Gildo Russowski, vetou a camisa e mandou o goleiro embora do Beira-Rio.

Gainete ainda passou por Atlético-PR e Atlético de Carazinho, antes de pendurar as luvas e se dedicar à carreira de treinador. Teve ainda mais duas passagens pela casamata colorada em 77-78 e 88.

Nélson Bertolazzi

NÉLSON BERTOLAZZI
(atacante)

Nome completo: Nélson Antônio Bertolazzi
Data de nascimento: 16/6/1966
Local: Ribeirão Preto (SP)

CARREIRA:
1986 - Botafogo-SP
1986-1989 - Boavista-POR
1989-1990 - Internacional
1991-1992 - Boavista-POR
1992 - Botafogo-SP
1992-1994 - Boavista-POR
1994-1995 - União Leiria-POR
1996 - Boavista-POR
1996 - Rio Branco-SP
1996 - Portuguesa
1997 - Bragantino
1997-1998 - Inter de Limeira
1998 - América-SP
1999 - Paysandu
2000 - Anápolis

Alguns jogadores começam bem a carreira, vão para o exterior e voltam com o futebol em baixa para o Brasil. Esse é um caso muito comum no Brasil e Nélson Bertolazzi é uma prova viva que passou pelo Beira-Rio.
Irmão de Paulo Egídio, ponta que fez sucesso no Grêmio, Nélson começou a carreira no Botafogo-SP em 1986,jogando ao lado de grandes nomes do futebol brasileiro, como Mário Sérgio, Gasperín e Raí. O atacante tinha como característica a velocidade, boa técnica e chute certeiro.
Chamou a atenção dos portugueses do Boavista e partiu para Portugal ainda em 1986. Em sua primeira passagem pelo clube português, não convenceu. Acabou emprestado ao Guarani em 87 e ao Internacional em 89.
Em Porto Alegre, a fase de Nélson não foi das melhores. Futebol em baixa e poucos gols não justificaram a boa fama que adquiriu quando atuava na base do Botafogo-SP. Outro fator que influenciou o desempenho do atacante foi a debandada de metade do elenco que terminou a Libertadores na semifinal, após a eliminação diante do Olimpia. Marcou três gols em clássicos Gre-Nal. Deixou o Inter na metade de 1990, depois de fracassar no Gauchão.
A volta de Nélson em Portugal teve um êxito maior, conquistando a Supertaça Cândido de Oliveira em 1992 e ganhando a confiança da torcida de Aveiro. Entretanto, atrasos em retornos de viagem ao Brasil comprometeram a confiança dos dirigentes do Boavista, atrapalhando sua adaptaçao.
Depois de retornar de um empréstimo ao União Leiria, em 1994, Nélson deixou o Boavista em 1996, retornando ao Brasil para defender o Rio Branco-SP. Depois de um bom Paulistão, a Portuguesa tratou de levar o jogador ao Canindé para a disputa do Brasileirão. Na reserva, o atacante viu sua Lusa perder a decisão para o Grêmio.
Passou por Inter de Limeira, Bragantino, Paysandu e Anápolis-GO, onde encerrou a carreira. Atualmente, administra um posto de combustível em Guatapará, interior de São Paulo.

Navegantes 0 x 7 Internacional (Amistoso 1967)

AMISTOSO - NAVEGANTES 0 X 7 INTERNACIONAL
Data: 07/05/1967
Local: Claudino de Almeida Neves - Jaguarão (RS)
Renda: NCr$ 4.420,00
Juiz: Nede Brum Neves
Gols: Marino [2], Lambari [2], Laone, Claudiomiro e Scala (I).
NAVEGANTES: Antônio; Nei, Ernani, Chorinho e Orelhano; Barbosa e Gersiu; Ademir, Arismendi, Nogue e Darcy.
INTERNACIONAL: Gainete (Schneider); Laurício, Scala (Nitota), Pontes e Sadi (Jorge Andrade); Lambari e Élton (Bido); Marino, Bráulio (Joaquim), Claudiomiro e Dorinho (Laone). Técnico: Sérgio Moacir Torres.
Obs.: entraram no Navegantes os jogadores Edinho e Petela.

Visitando algumas páginas com a finalidade de pesquisar jogos antigos, encontrei dados de um amistoso do Internacional em um blog administrado pelo gremista Ricardo Wortmann.
Em 1967, o Major Nelson Wortmann, personalidade muito conceituada no município de Jaguarão, foi atrás de um adversário para o Navegantes inaugurar o novo estádio da cidade. Amigo de Pinheiro Borda e de Ildo Meneghetti, Wortmann convocou o Sport Club Internacional para as festividades.
Num tempo em que não se poupava jogadores nem em partidas amistosas, o Inter levou os titulares para a disputa da partida. A zona sul do estado entrou em polvorosa ao ver o escrete colorado desfilando no gramado do recém-fundado Estádio Claudino de Almeida Neves.
Mas o que importava era a alegria do povo jaguarense e a estreia de seu coliseu naquele 7 de maio de 1967, orgulho da cidade desde o final dos anos 60. Hoje em dia, a cancha abriga jogos da várzea local.

Fonte:

Laurício

LAURÍCIO
(lateral-direito)

Nome completo: Laurício Apolônio Pinto Brandão
Data de nascimento: 9/2/1943

CARREIRA:
1962-1966 - Fluminense
1966-1970 - Internacional
1971-1972 - Londrina

Os anos 60 foram complicados para o Internacional. Enquanto as atenções estavam voltadas à contrução do Gigante da Beira-Rio, o Inter assistia o Grêmio passear dentro de campo.

Com um time instável e repleto de jovens da base, o Internacional ia constantemente em busca de reforços para tentar quebrar a supremacia tricolor. E em 1966, Laurício veio à Porto Alegre vestir a camisa vermelha.

Laurício iniciou a carreira no Fluminense em 1962, sendo campeão estadual no mesmo ano. Lateral-direito de características defensivas, pouco subia ao ataque, completando uma linha de quatro zagueiros. Foi titular do Internacional nos anos de 1966 a 1968.

Disputou partidas memoráveis com o Inter durante o período em que esteve em Porto Alegre, incluindo os festejos de inauguração do Beira-Rio. Porém, com a chegada do treinador Oswaldo Rolla, ex-ídolo gremista, perdeu a titularidade na posição para Edson Madureira.

Laurício era acusado por dirigentes de "tremer" nos clássicos, especialmente quando era confrontado pelo excepcional ponta gremista Volmir. Ainda assim, o lateral disputou 12 Gre-Nais, saindo vitorioso em quatro ocasiões, perdendo duas e empatando as outras seis.

Deixou o Inter no final de 1970 depois de faturar dois títulos estaduais, em 69 e 70, e partiu para Londrina. No clube do interior paranaense, Laurício atuou ao lado dos ex-colorados Walmir Louruz e Canhoto.

Em 1972, o Londrina terminou o Campeonato Paranaense na 4ª colocação, atrás de Coritiba, Atlético e Colorado (um dos times que originou o Paraná Clube). Sendo assim, o Londrina ficou com o título de campeão do interior.

Taça São Paulo de Futebol Júnior de 1998

A maior vitrine do futebol, em se tratando de categorias de base, sem dúvida é a Taça São Paulo de Futebol Júnior. Empresários e olheiros costumam acompanhar a competição como garimpeiros em Serra Pelada. O Internacional venceu o torneio em quatro ocasiões, sendo a última em 1998.

Depois de lançar ao Brasil craques como Falcão, Paulo César Carpegiani, Dunga, Taffarel, entre outros, a expectativa era criada em torno dos jovens atletas na competição, ainda mais em tempo de vacas magras e "soluções baratas". A esperança do título estava depositada em Fabio Pinto, campeão mundial sub-17 no ano anterior.

A gurizada entrou em campo pela primeira rodada do grupo H, em Guarulhos. Com gols de Manoel e Fábio Pinto, o Internacional venceu o Rio de Janeiro, time administrado por Zico.

Na segunda rodada, o Inter precisava de uma simples vitória para seguir na competição, o que acabou não acontecendo. A derrota por 3 a 2 para o Guarulhos, time local, adiou a possibilidade de classificação do Colorado. A vitória do Guarulhos embolou o grupo, deixando todos os times com 3 pontos.

A Portuguesa, que vinha de derrota para o Rio de Janeiro, enfrentaria o Inter decidindo vaga na segunda fase. O Inter saiu perdendo no início da partida, mas Manoel garantiu a virada colorada aos 39 do primeiro tempo e aos 45 do segundo tempo. Rio de Janeiro e Internacional, respectivamente, se classificaram para as oitavas-de-final.

O adversário colorado nas oitavas-de-final seria o Santos de Adiel e Rodrigão. Em 3 partidas, o Peixe anotou 15 gols. E, mais uma vez, brilhou a estrela do atacante Manoel em Guarulhos. Aos 45 minutos do segundo tempo, ele classificou o Internacional às quartas.

No caminho colorado, a Desportiva, que eliminou nada menos que o Corinthians na fase anterior. Com muito drama, o Inter superou a zebra capixaba e rumou ás semifinais. Na base da velocidade, Fábio Pinto abriu o placar aos 38 minutos. Canigia empatou para a Desportiva faltando cinco minutos para acabar a partida. Na prorrogação, Donizete, que entrou no lugar de Fábio Pinto, fez o gol da clasificação colorada.

Com o desempenho que não agradou muito diante da Desportiva, seria necessária uma cautela maior para enfrentar o Cruzeiro, tradicional adversário do Inter. No jogo mais emocionante da competição, o empate por 3 a 3 no tempo normal, com três gols de Manoel, levou a partida à prorrogação. Donizete marcou o gol que classificaria o Inter, mas o Cruzeiro buscou o empate. Um minuto depois, Scott marcou o gol que classificou o Internacional à final do torneio.

A decisão não podia ser diferente: drama e tensão. Mais uma vez, o jogo seria decidido na prorrogação. O Inter tomou a iniciativa e abriu o placar com Mineiro, de cabeça, após cruzamento de Alex. A Ponte Preta chegou ao empate aos 13 minutos, depois do lateral colorado Jardel ser expulso. Na decisão por pênaltis, vitória colorada por 4 a 3, sendo o atacante Manoel, artilheiro da competição com 9 gols, o batedor do gol do título.

O Inter que entrou em campo na decisão tinha: João Gabriel; Jardel, Lúcio, Ronaldo, Mineiro; Juca (Wanderson), Claiton, Diogo Rincón, Alex; Fábio Pinto (Donizete) e Manoel. Técnico: Guto Ferreira.

Desses, apenas Lúcio teve uma carreira brilhante. Os que seguiram no Inter foram vitimados pela péssima fase que o time enfrentava durante os anos seguintes. O restante virou andarilho da bola. E o celeiro de ases nunca mais fez o Inter levantar esse vôo...