América-MG 1 x 1 Internacional (Copa Sul-Minas 2000)

Três minutos. Esse foi o tempo em que o Internacional esteve classificado para a segunda fase da Copa Sul-Minas de 2000. A eliminação para o América-MG, não surpreendeu nenhum torcedor colorado na época, que via o time em frangalhos e como uma grande incógnita depois de uma temporada melancólica, como foi 1999.

Foto: Correio do Povo
Depois da Copa Sul de 1999, times de Minas Gerais foram inclusos na  competição a partir de 2000, formando a primeira Copa Sul-Minas. No  grupo do Internacional, Avaí, Atlético-PR e América-MG. Na última  rodada, o Colorado dependia de si e de resultados paralelos para se classificar.
O América-MG também dependia de uma vitória para se classificar. A esperança dos mineiros era depositada em Zé Afonso, dispensado pelo Grêmio no final do ano anterior. O Internacional era liderado por Dunga, herói colorado na fuga do rebaixamento do Brasileiro de 99.
Ambos os times começaram a partida cautelosamente, brigando pela bola no meio-de-campo, sem ousadia e criatividade. Já na segunda etapa, Lúcio abriu o placar após o bate-rebate em uma cobrança de escanteio. A alegria colorada aumentou quando o Grêmio Maringá empatou a partida contra o Coritiba.
Como visto muitas vezes, o Internacional se acomodou com o resultado e recuou o time. Depois de pressionar o Inter durante quase todo o segundo tempo, o América empatou a partida aos 42 minutos. O Internacional protagonizou mais uma decepção ao seu torcedor, enquanto o do América festejava a classificação.

FICHA DO JOGO
COPA SUL-MINAS 2000
PRIMEIRA FASE
AMÉRICA-MG 1 X 1 INTERNACIONAL
Data: 13/02/2000
Local: Independência (Belo Horizonte/MG)
Árbitro: Evandro Roman (PR)
Gols: Lúcio 6'/2 (I); Zé Afonso 42'/2 (A)
AMÉRICA-MG: Milagres; Estêvam (Tucho), Dênis, Wellington Paulo e Fabrício; Edgar, Pintado e Ruy; Rinaldo, Palhinha (Álvaro) e Welington Amorim (Zé Afonso). Técnico: Flávio Lopes.
INTERNACIONAL: João Gabriel; Lúcio, Ronaldo e Espínola; Denílson, Enciso, Dunga (Paulo César), Juca (Claiton) e Elivélton; Fabiano (Marcelo Scott) e Rodrigão. Técnico: Zé Mário.

Veja os melhores/piores momentos da partida.

Luiz Fernando Gomes

LUIZ FERNANDO GOMES
(meia)

Nome completo: Luiz Fernando Gomes da Costa
Data de nascimento: 15/11/1971
Local: Porto Alegre

CARREIRA:
1990-1992
Internacional
1992
Braga-POR
1993-1994
Real Madrid B-ESP
1994
Internacional
1995-1996
Cruzeiro
1997
Londrina
1997
Rio Branco-SP
1997
XV de Piracicaba
1998
Ponte Preta
1998-1999
América-SP
1999-2000
Guarani
2000
Goiás
2001
Guarani
2001
Gama
2002
Marília
2002
Santo André
2003
Brasiliense
2004
Pelotas

O porto-alegrense Luiz Fernando Gomes foi um meia promissor no início dos anos 90. Profissional do Internacional desde o ano de 1990, começou a carreira em ascensão. No mundial sub-20 de 1991, em Portugal, Luiz Fernando disputou todas as partidas. O Brasil foi derrotado nos pênaltis na decisão diante dos anfitriões.

O desempenho do meia despertou a atenção dos europeus e, em 1992, Luiz Fernando foi contratado pelo Braga-PT. No ano seguinte, foi parar no Real Madrid B-ESP. Retornou ao Internacional em 94, depois de duas temporadas na Europa. Reserva de Caíco e Luís Fernando Souza, o meia esquentou o banco até o final do ano, quando se transferiu para o Cruzeiro.

No time de Minas Gerais, Luiz Fernando protagonizou duas cenas grotescas. Em partida válida pelo Brasileirão de 1995 entre Vasco e Cruzeiro, Nélson e Luiz Fernando caíram no chão depois de uma dividida. Na sequência do lance, Nélson "patolou" o meia cruzeirense, que ficou no chão.

Na semana seguinte, Cruzeiro e São Paulo se enfrentariam no Mineirão em jogo válido pela Supercopa. A partida teve lances violentos e quatro expulsões na mesma jogada. Eis que o lendário técnico Ênio Andrade ordena que Luiz Fernando simule uma contusão, pois, segundo as regras da FIFA na época, o time não poderia ir a campo com apenas seis jogadores. No jogo de volta, o Cruzeiro venceu o São Paulo e obteve a classificação para a fase seguinte.

Depois da passagem pelo Cruzeiro, o meia passou por vários clubes do Brasil. Na reta final de sua carreira, conquistou o acesso à Série B em 2002, defendendo o Marília. No ano seguinte, disputou a segunda divisão pelo Brasiliense. Pendurou as chuteiras em 2004, após o Gauchão, defendendo o Pelotas.

Zabala

ZABALA
(zagueiro)

Nome completo: César Zabala Fernandez
Data de nascimento: 6/3/1961
Local: Luque (PAR)

CARREIRA:
1982-1984
Sportivo Luqueño-PAR
1985-1988
Cerro Porteño-PAR
1988-1989
Talleres-ARG
1990
Internacional
1990-1991
Cerro Porteño-PAR

No Internacional, alguns zagueiros estrangeiros se deram bem, outros se deram muito mal. Zabala se enquadra na segunda opção. O discreto defensor paraguaio esteve muito longe do sucesso obtido pelo chileno Figueroa, multicampeão na década de 1970. Nem mesmo viveu uma boa fase como o uruguaio Aguirregaray, finalista do Brasileiro de 1988 e semifinalista da Libertadores de 1989.

Zabala começou sua carreira no Sportivo Luqueño, time de sua cidade natal. Sua maior conquista pelo time de Luque foi o vice-campeonato nacional de 1983. Em 84, teve o azar de pegar o Independiente na fase de grupos da Libertadores. O time argentino foi o campeão do certame.

Se transferiu para o Cerro Porteño, onde passou a ter uma notoriedade maior. Com um bom desempenho e, consequentemente, visibilidade, Zabala foi convocado para a Copa do Mundo de 1986, no México. No ano seguinte, foi campeão paraguaio. O Cerro Porteño quebrara um jejum de 9 anos sem levantar o caneco.

Depois de uma rápida passagem pelo Talleres e o retorno ao Cerro Porteño, Zabala foi emprestado ao Internacional em 1990. O ano foi catastrófico para o Inter. Embora tenha tido a melhor defesa do Gauchão, o Internacional terminou o campeonato em 3º lugar, atrás de Grêmio e Juventude. No quadrangular final, o Inter levou uma goleada de 4 a 1, com muitas lambanças da dupla Zabala e Sandro Becker.

O segundo semestre foi tão caótico quanto o primeiro, no qual o Internacional acabou caindo na primeira fase da Copa do Brasil para o Criciúma; e terminando o Brasileirão beirando o rebaixamento, se salvando nas últimas rodadas.

Assim como quase todo o time do Internacional, Zabala foi dispensado no final do ano, retornando ao Cerro Porteño, onde encerrou a carreira em 1991, aos 30 anos. O zagueiro disputou 47 partidas oficiais pela Seleção Paraguaia, anotando 2 gols.

Sabará

SABARÁ
(atacante)

Nome completo: Éverton Luiz Formoso Pires
Data de nascimento: 18/10/1965
Local: Bagé (RS)


CARREIRA:
1985
Caxias
1986
Internacional
1987-1988
Goiás
1989
Caxias
1990
Novo Hamburgo

O bageense Sabará fez parte de uma família de camisas 9. Seu pai, Leonel Pires, foi atacante de diversos clubes do interior do estado. Além de Sabará, os seus irmãos Washington e Sandro defendiam a camisa vermelha, só que nas categorias de base, e Caçapava defendeu o Internacional em 1990.
Sabará veio para os juniores do Internacional, mas foi emprestado ao Caxias em 85. Depois de adquirir experiência entre os truculentos zagueiros gaúchos, retornou ao Inter em 1986.
Pelo Colorado, Sabará demorou a ter plena confiança dos treinadores. Homero Cavalheiro, sem opções após a lesão de Marcelo Vita, foi "obrigado" a escalar o jovem atacante na reta final do Brasileiro.
Jogador de velocidade e de recuar para buscar o jogo, lembrava o histórico Claudiomiro, também pela baixa estatura e pela determinação. Também era um jovem disciplinado fora das quatro linhas. Pelo Inter, foram 17 partidas e 5 gols como atleta profissional.
Depois de sua passagem pelo Beira-Rio, foi para o Goiás. Depois de duas temporadas no clube esmeraldino, retornou ao Caxias, e em 1990 foi para o Novo Hamburgo. Faleceu prematuramente no dia 16 de dezembro de 1990, aos 25 anos.

Goycochea

GOYCOCHEA
(goleiro)

Nome completo: Sérgio Javier Goycochea
Data de nascimento: 17/10/1963
Local: Lima (ARG)

CARREIRA:
1979-1982
Defensores Unidos-ARG
1982-1988
River Plate-ARG
1988-1990
Millionarios-COL
1990
Racing-ARG
1990-1992
Brest-FRA
1992
Olimpia-PAR
1993
Cerro Porteño-PAR
1993-1994
River Plate-ARG
1995
Mandiyú-ARG
1995-1996
Internacional
1997
Vélez Sarsfield-ARG
1998
Newell's Old Boys-ARG

A camisa colorada de número 1 esteve em posse de goleiros emblemáticos, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Seguindo a mística que rondava a meta com nomes gringos como Benítez e Gato Fernández, o Inter trouxe Goycochea para agregar experiência ao elenco colorado em 1995.

Goycochea é um dos goleiros históricos do futebol argentino. Sua carreira começou em 1979, no modesto Defensores Unidos, um pequeno clube da província de Buenos Aires. Goyco, como era carinhosamente chamado, não era um goleiro de grande estatura, mas se destacava pela sua elasticidade.

Em 1982, foi para seu primeiro clube grande, o River Plate. À sua frente, tinha o mítico Nery Pumpido. Na reserva, Goyco fez parte dos elencos campeões argentino, em 85, da Libertadores e do Mundial de Clubes de 86.

No ano de 1988, Goycochea se transferiu para o Millionarios de Bogotá, onde foi campeão colombiano no mesmo ano. Boas atuações o levaram até a Copa do Mundo da Itália, em 1990. A partir daí, o goleiro viveu grandes momentos de glória na carreira.

Pumpido, titular da Argentina no Mundial, fraturou o antebraço no 2º jogo, contra a União Soviética. Goycochea entrou em seu lugar e não decepcionou. Levou a Argentina à final, sendo o nome mais exaltado pelos torcedores graças às suas defesas nos pênaltis diante de Iugoslávia e Itália, nas quartas e nas semi, respectivamente. Goyco não conseguiu evitar o gol da Alemanha marcado por Brehme e seu país terminou com o vice-campeonato.

Depois da Copa, o arqueiro defendeu o Racing, o Brest-FRA, os gigantes paraguaios Cerro Porteño e Olimpia, e o modesto Mandiyú-ARG, até ser contratado pelo Internacional em julho de 95.

Goycochea, saudado fortemente pela torcida colorada, foi um dos destaques colorados na campanha do 1º turno do Brasileiro daquele ano. Infelizmente, o time do Internacional caiu de produção e não fez um bom 2º turno. Paralelo ao time, Goycochea acabou se tornando uma decepção para o torcedor colorado.

Em 96, Goycochea permaneceu no Inter até o fim da participação colorada no Gauchão, em uma decepcionante campanha. Com a consolidação da aposta André, somado ao valor alto para renovar o contrato, Goycochea retornou à Argentina no segundo semestre.

No Vélez, foi campeão nacional mais uma vez, em 1996, mas na reserva do folclórico goleiro paraguaio Chilavert. Encerrou a carreira no Newell's Old Boys, em 1998. Pela seleção argentina, Goycochea levantou as taças da Copa América de 91 e 93, a Copa Kirin de 92 e a Copa das Confederações de 92.