16/06/2016 - Campeonato Brasileiro 2016 - 1º turno - Internacional 2 x 0 Atlético-MG

Ouço muita gente dizendo: "ah, mas o Internacional não está jogando um futebol de líder", "o Internacional só ganha de um a zero". Bom, amigos... Concordo em partes com essas pessoas. Só que existe uma grande diferença entre o time que joga bem e não ganha e o time que joga mal e vence: os três pontos. E a quem argumentar com "mas o Atlético estava todo desfalcado". O que o Inter tem a ver com isso?


Vitinho e Eduardo Sasha, autores dos gols colorados.
Foto: Sportv
Acima disso, existe uma vontade de vencer que há muito não se via dentro o Sport Club Internacional. E você vê isso na vibração dos jogadores durante a partida, não somente quando saem os gols. Eduardo Sasha anotou o primeiro e clamou pelo grito da torcida. Vitinho fuzilou o Galo depois de uma arrancada fulminante de Ânderson pelo lado esquerdo do ataque.
No campo defensivo, nem temos o que questionar (por enquanto). A tranquilidade do setor é o grande trunfo do time, com as saídas tranquilas de Danilo Fernandes, a frieza dos zagueiros colorados (especialmente Ernando) e os volantes Fabinho e Fernando Bob cobrindo perfeitamente as subidas dos nossos laterais. Destaco também a volta de Rodrigo Dourado. Nem parece que ele ficou esse tempo todo fora, heinho...
O time do Argel joga conforme suas limitações, mas o diferencial está naquilo que há muito não se via: sangue no olho! Que essa filosofia entre em campo contra o Figueirense no Orlando Scarpelli, domingo, às 16:00.


CAMPEONATO BRASILEIRO 2016 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 2 X 0 ATLÉTICO-MG
Data: 16/6/2016
Local: Beira-Rio - Porto Alegre (RS)
Público: 24.023 (21.881 pagantes).
Renda: R$ 602.270,00
Juiz: Pericles Bassols Pegado Cortez, auxiliado por Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha e Cléberson do Nascimento Leite.
Cartões: Paulão, Aylon (I); Douglas Santos (A).
Gols: Eduardo Sasha 34'/1 (I); Vitinho 29'/2 (I).
INTERNACIONALDanilo Fernandes; William, Paulão, Ernando e Géferson (Paulo Cezar); Rodrigo Dourado, Fabinho, Gustavo Ferrareis e Alex (Ânderson); Vitinho (Aylon) e Eduardo Sasha. Técnico: Argel.
ATLÉTICO-MG:  Victor; Carlos César (Clayton), Leonardo Silva, Gabriel e Douglas Santos; Rafael Carioca, Júnior Urso e Patric; Robinho (Hyuri), Carlos (Carlos Eduardo) e Fred. Técnico: Marcelo Oliveira.

Citação #07

Todo colorado que se preze conhece a história do "time que nunca perdeu". O Internacional de 1979 foi um esquadrão inesquecível na memória do futebol brasileiro. Só que antes dessa glória, o time enfrentou uma tremenda crise antes da disputa do Campeonato Brasileiro.
"Em 1979, o Internacional entrou numa crise de dar dó. Caiu o técnico Cláudio Duarte, veio Zé Duarte, mas não houve jeito: ficou em terceiro no Campeonato Gaúcho, mais que em último para os padrões locais. Zé Duarte é substituído por Ênio Andrade, que contrata apenas um jogador, o limitado centroavante Bira. E o que acontece? O Inter torna-se campeão brasileiro invicto".
Texto retirado da Revista Placar, nº 883, 4/5/1987

Citação #06

Quem torce para o Flamengo, é flamenguista. Quem torce para o Grêmio, é gremista. Quem torce para o Remo, é remista. E quem torce para o Internacional é... Colorado! Soa estranho, né? Mas existe uma explicação que vai além da vigorosa cor vermelha. Vamos a ela:
"713 - Colorado
Hoje a palavra colorado é ligada à cor vermelha. No passado, a palavra ligava-se à cor negra.
Qual o significado da palavra colorado?
Nos dias de hoje, qualquer um responderia que esta é a denominação dada aos torcedores do Sport Club Internacional. Mas há cem anos, quando surgiu este clube e seus primeiros torcedores, a palavra tinha um outro significado. Colorado queria dizer escuro, ou negro. Por isso, alguns rios e arroios receberam o nome de colorado. Eram rios de águas turvas, ou seja, escuras devido à presença de terra escura carregada pela correnteza. Existe no Rio Grande do Sul, inclusive, um Rio Colorado, na região de Não-Me-Toque. E a razão deste nome está na sua água barrenta e escura. Por isso, até as primeiras décadas do século XX, pessoas negras (ou "de cor", como se costumava dizer) eram chamadas de coloradas. 
Na Porto Alegre de cem anos atrás havia uma tendência de pessoas de origem alemã torcerem pelo Grêmio Porto Alegrense, enquanto que os negros tinham predileção pelo Internacional. Mais do que isso, enquanto no Grêmio foi mantida uma forte discriminação impedindo a utilização de jogadores negros, o Inter os utilizava e tirava disso uma grande vantagem. Daí o torcedor do Inter, e o próprio clube, serem chamados de colorado. 
Este significado da palavra aparece claramente num trecho das memórias do padre Theodor Amstad em que ele se refere a uma louvável iniciativa do padre Klefer, vigário de São Sebastião do Cai:
'De forma idêntica à de todos os portos fluviais, existia também em São Sebastião uma acentuada população de gente de cor, sendo ela descendente, em boa parte, das famílias de marinheiros e operários das docas. Houve então a coincidência precisa de celebrar-se, em 1888, a canonização do 'Apóstolo dos Negros' ou de São Pedro Claver, SJ. Em seu zelo ardente de almas, o padre Klefer mandou confeccionar um belo e vistoso quadro daquele Santo, apresentando-se este na posição e hora de conferir o batismo a um preto. Ao mesmo tempo, fundou o padre Klefer uma 'Irmandade de São Pedro Claver', destinando-a aos representates da população colorada, que se reunia todos os últimos domingos do mês, depois da missa, diante da imagem do seu padroeiro. Em setembro daquele ano celebrou-se a festa do orago dos negros com procissão solene, sendo carregada por eles a imagem de São Claver num andor. Tudo isso contribuiu para que o fervor religiosos da gentinha de cor se revitalizasse, não demorando muito que, todos os domingos, a parte de trás da igreja fosse ocupada por negros, em torno do quadro de São Pedro Claver'. 
O uso da expressão 'gentinha' para designar o povo negro da vila pode parecer algo preconceituoso e discriminatório. Porém, analisando o contexto, não é difícil perceber que - na verdade - o padre Klafer (e Amstad) demonstrava amor cristão por aquela gente. Os negros, que na época saíam da escravidão, eram pessoas extremamente carentes, incultas e dependentes de amparo. A palavra 'gentinha', utilizada por Amstad deve ser entendida como uma palavra carinhosa, equivalente à expressão 'gente humilde' e não tem conotação pejorativa. 
Louve-se aqui a coragem do padre Rabuske em fazer uma tradução exata das palavras de Amstad, sem medo de que esta tradução fosse usada para lançar acusações de racismo ou discriminação contra o autor. Rabuske, certamente, fez isto porque sabia que Amstad, pelo grande homem que foi, estava acima de tais suspeitas".


Fonte: Renato Klein, no blog Histórias do Vale do Caí. Disponível em http://historiasvalecai.blogspot.com.br/2009/11/713-colorado.html. Acesso em 15 jun 2016.

João Antônio

JOÃO ANTÔNIO
(volante)

Nome completo: João Antônio de Oliveira Martins
Data de nascimento: 14/6/1966
Local: Porto Alegre (RS)

CARREIRA:
1984-1991
Grêmio
1991-1995
Paraná 
1995
Atlético-PR
1996-1997
Grêmio 
1997
Bahia 
1998
Mogi Mirim 
1998
Internacional 
1999
Figueirense 
1999
Joinville 
2000
América-SP 


O volante João Antônio sempre foi conhecido pela sua raça e pela sua determinação dentro de campo. Sua história no futebol começou nas categorias de base do co-irmão, onde se profissionalizou em 1984. No ano seguinte, disputou o Sul-Americano e do Mundial sub-20 pela Seleção Brasileira, sendo campeão nas duas ocasiões. Ainda jovem, o jogador já era uma das lideranças do time gremista. Pelo tricolor, João Antônio fez parte da conquista do hexacampeonato gaúcho entre 1985 e 1990.
Em 1991, para sua sorte, trocou o Grêmio pelo Paraná. Títulos estaduais e acessos marcaram a passagem de João Antônio pelo estado paranaense. Pelo Paraná Clube, foram quatro títulos e o acesso à Série A em 1992. No Atlético Paranaense, o título da Série B de 1995 garantiu o acesso à Série A do ano seguinte.
Luís Felipe Scolari, com quem trabalhou no Grêmio em 87, o chamou novamente e João Antônio deu continuidade à sua carreira vitoriosa, conquistando os títulos do estadual e brasileiro de 96 e a Copa do Brasil de 97, quando marcou um dos gols da conquista em pleno Maracanã lotado. Mesmo com o currículo vencedor no tricolor, João Antônio não teve seu contrato renovado.
Logo, o volante foi para o Bahia no segundo semestre. O clube baiano acabou sendo rebaixado e, mais uma vez, João Antônio trocou de clube. Em 98, se transferiu para o modesto Mogi Mirim. No mesmo ano, o Internacional decidiu apostar no jogador, já veterano. Sem agradar no Campeonato Brasileiro, foi dispensado no final do ano.
Em 99, foi para o Figueirense a pedido do técnico Cassiá, seu treinador dos tempos de Inter. Também não agradou. Ainda defendeu Joinville e América-SP. Em 2000, rompeu totalmente os ligamentos do joelho e foi obrigado a se aposentar.

Betinho

BETINHO
(meia)

Nome completo: Gilberto Carlos Nascimento
Data de nascimento: 14/6/1966
Local: Ipiranga (SP)

CARREIRA:
1986-1988
Juventus-SP
1988-1989 
Cruzeiro
1990-1992
Palmeiras 
1992
Cruzeiro 
1993-1996
Bellmare Hiratsuka-JAP
1997-1998
Kawasaki Frontale-JAP
1998-1999
Internacional
1999
Guarani
2000
São José-SP
2000
Gama
2001
Santo André
2002
Ipatinga
2003
Francana
2004
Juventus-SP

O meia Betinho começou a carreira em 1986, na Juventus-SP. Na época, o jogador atuava pela ponta-direita, obtendo destaque no time da Rua Javari. Além de um bom passe, Betinho se destacava pela perícia nas cobranças de falta e nos cruzamentos. Quem promoveu o jogador aos profissionais do time foi Cláudio Duarte.

Em 88, quase foi negociado com o Corinthians por empréstimo, mas o Cruzeiro engrossou e levou o jogador para Minas Gerais, onde teve um destaque ainda maior. Foi campeão mineiro e da Supercopa da Libertadores. Em 1990 retornou a São Paulo, mas dessa vez, seu destino foi o Palmeiras, de Cuca e Maurílio. Mesmo com boas atuações, Betinho saiu do clube em 92, sem o que a torcida mais queria: um caneco. Curiosamente, no ano seguinte as glórias retornaram ao clube...

O atacante trocou o Brasil pelo Japão em 1993, ano de estréia da J-League, primeira divisão do campeonato local. Foram quatro anos no Bellmare Hiratsuka (atual Shonan Bellmare) e dois anos no Kawasaki Frontale. No Bellmare, Betinho jogou ao lado de Simão e Paulinho McLaren, ex-atletas do Internacional. Deixou a terra do sol nascente em 98, depois de lesões prejudicarem sua carreira.

Betinho foi o último reforço do Internacional para o Campeonato Brasileiro de 1998 sem custos. O jogador era dono do próprio passe e veio por empréstimo. Embora o time tivesse fracassado no campeonato, Betinho marcou gols e se destacou. Porém, acabou não sendo aproveitado em 99, indo para o Guarani.

O meia ainda defendeu São José-SP, Gama, Santo André, Ipatinga, Francana e encerrou a carreira no clube que o projetou: a Juventus-SP.