Sadi

SADI
(lateral-esquerdo)

Nome completo: Sadi Schwerdt
Data de nascimento: 15/12/1942
Local: Arroio dos Ratos (RS)

1961 - Internacional
1962 - Atlético-PR
1963-1970 - Internacional
1971 - Corinthians
1972 - Internacional

Ser o capitão de um time é ser a referência no aspecto liderança. Abraçar a causa nos tempos conturbados de um clube é responsabilidade ainda maior. O lateral-esquerdo Sadi matou no peito a responsabilidade e foi notável e honrado enquanto usou a camisa vermelha.

Nascido em Arroio dos Ratos, Sadi foi formado nas categorias de base do Internacional, assinando o primeiro contrato profissional em 1961. Lateral habilidoso, também jogava com ótimo desempenho na zaga.

Foi emprestado ao Atlético-PR para adquirir experiência e retornou ao Internacional em 63. Sadi, um jogador frio, era lembrado por não comemorar os seus gols, tamanha sua frieza. A carreira do lateral foi marcada por glórias, polêmicas e desventuras formadas por terceiros, além da constante luta pela quebra da hegemonia tricolor no estado.

Em 1965, Sadi recebeu a primeira convocação para a Seleção, mas jogou por cinco anos com um caroço na coxa, sem que o departamento médico do Internacional conseguisse uma operação para o jogador. Depois de uma excelente campanha no Robertão de 1967, Sadi foi convocado para a Seleção mais uma vez. 

Em julho de 1968, Sadi entrou no lugar de Rildo na vitória brasileira por 2 a 0 diante do Uruguai. O lateral gaúcho marcou seu primeiro e único gol com a amarelinha, mas a sua felicidade isolada o lembrava de que seria preterido pelos dirigentes da CBD. A preferência era por atletas do eixo RJ-SP.

No início de uma partida contra o Santos, de Pelé, Sadi sentiu uma distensão aos 8 minutos de jogo e deixou a partida. Dias depois, fraturou o pé numa dividida em um jogo contra o Flamengo. No mesmo ano, foi acusado pela diretoria de chefiar um complô contra o técnico Oswaldo Rolla, desmentido pelo lateral.

A partir de 69, Sadi foi mais uma vítima evidente dos Mandarins. Daltro Menezes tirou Sadi do posto de capitão após receber uma avaliação psicológica, até hoje não muito esclarecida. Na briga do Gre-Nal de inauguração do Beira-Rio, Sadi teve um músculo rompido e ficou quase todo o ano de 1970 no departamento médico.

Era o que Daltro, técnico contratado a mando dos Mandarins precisava. Sadi perdeu espaço para Jorge Andrade e outro jovem lateral estava a caminho: Vacaria. O lateral-esquerdo deixou o Internacional em 71, quando ficou oito meses no Corinthians.

Retornou ao Internacional em 1972, a fim de ter mais uma chance. Porém, um acidente envolvendo o carro de Sadi e um caminhão ocasionou em uma fratura na perna. Quatro meses depois, a fratura cedeu em seu primeiro treino. Sadi não tinha opção a não ser encerrar a carreira.

Bicampeão gaúcho nos anos de 69 e 70, Sadi foi mais um grande atleta prejudicado por questões políticas dentro do Internacional.

Bráulio

BRÁULIO
(meia)

Nome completo: Bráulio Barbosa de Lima
Data de nascimento: 4/8/1948
Local: Porto Alegre (RS)

CARREIRA:
1965-1973
Internacional
1973
Coritiba
1974
Internacional
1974-1976
América-RJ
1977-1978
Botafogo
1979
Coritiba
1979-1981
Universidad de Chile-CHI

Enquanto o Rolo Compressor desfilava nos gramados dos Eucaliptos, um jovem garoto se deslumbrava com a magia que a camisa vermelha ostentava em seus tempos áureos, em meados das décadas de 40 e 50. Bráulio, um autêntico colorado, não tinha outra alegria a não ser torcer pelo Internacional.
Aos 15 anos, o compenetrado Bráulio passou a integrar o time infanto-juvenil do Inter, sendo promovido aos profissionais em 1965. O talento de Bráulio, a velocidade e a técnica impressionava o saudoso Abílio dos Reis. Bráulio tinha uma intimidade ímpar com a bola, como se ele e a redonda fossem gêmeos siameses. A imprensa gaúcha passou a chamá-lo de "Garoto de Ouro".
Mas nem mesmo o status de craque adquirido no início da carreira fez com que Bráulio tivesse unanimidade dentro do Internacional. Os Mandarins, grupo político formado por jornalistas influentes no clube, perseguiam o meia-cancha, alegando que Bráulio fugia dos adversários.
Passada a construção do Beira-Rio, fortemente apoiada pelos Mandarins, Bráulio passou a ser preterido no time titular, dando lugar a Sérgio Galocha. E nem mesmo a quebra da hegemonia tricolor que desanimava os colorados nos anos 60 fizeram com que Bráulio ganhasse espaço.
Então, Bráulio foi para o Coritiba em 73, depois de faturar o pentacampeonato gaúcho. Um ano depois, foi para o América-RJ, onde conquistou a Taça Guanabara. Jogou no Ameriquinha até 1976, ano em que o clube atravessava uma grande crise financeira.
O Botafogo tratou de contratar o meia. Defendeu o Fogão entre 1976 e 1978 e retornou ao Paraná. Em sua segunda passagem pelo Coritiba, conquistou o título paranaense. Seu último clube foi fora do Brasil foi a Universidad de Chile, onde foi campeão nacional em 1980. Pendurou as chuteiras em 1981.
Excelente profissional, Bráulio nunca sofreu uma lesão na carreira. Até hoje, o "Garoto de Ouro" é reverenciado pelo torcedor com a mesma devoção que ele mesmo tem pelo Internacional.

Edinho (1996)

EDINHO
(lateral-direito)

Nome completo: Édson José Vichetin
Data de nascimento: 5/7/1966
Local: Leme-SP

CARREIRA:
1987 - Sãocarlense
1988-1989 - União São João
1990 - Rio Preto
1991 - Democrata-GV
1992-1994 - União São João
1995 - Portuguesa
1996 - São Paulo
1996 - Internacional
1997 - Portuguesa
1998 - Inter de Limeira

O lateral-direito Edinho era um típico caipira do interior paulista: quietão e avesso a entrevistas. Lateral-direito de velocidade e de bons lançamentos, iniciou a carreira no Sãocarlense, em 1987.

No ano seguinte, se transferiu para o União São João. No time de Araras, Edinho viveu a melhor fase da história do clube. Campeão da Série C em 88, o União teve um crescimento gradativo, chegando à Série A em 1993, após uma virada de mesa que acabou fazendo um campeonato nacional com 32 clubes. Em Araras, Edinho conquistou o status de ídolo depois de cinco anos de serviços prestados, intercalando empréstimos ao Rio Preto e ao Democrata de Governador Valadares.

Se transferiu para a Portuguesa para a disputa do Paulistão. A Lusa fez ótima campanha no certame, terminando o campeonato na 3ª posição, fazendo o maior número de pontos. Edinho se destacou sendo o principal garçom do goleador Paulinho McLaren. No Brasileirão, atuou no jogo que tirou a possibilidade do Inter de disputar as semifinais do campeonato, no 1º turno.

Já em 1996, teve a primeira oportunidade em um time grande, jogando no São Paulo, treinado por Muricy Ramalho. Disputou 22 partidas pelo São Paulo, sendo campeão da Copa Master da Conmebol.

O Inter tratou de contratá-lo no segundo semestre. Edinho começou como titular com Nelsinho Baptista, conquistando o Torneio Mercosul, mas acabou perdendo a posição para César Prates e o improvisado Márcio Tigrão. 

Depois de uma sequência de resultados ruins, Edinho foi resgatado do banco de reservas pelo técnico Elias Figueroa e entrou no time na arrancada da reta final do campeonato, nas vitórias diante de Paraná, Portuguesa e Corinthians. Porém, o Inter derrapou contra o Bragantino na última rodada e perdeu a vaga.

Edinho retornou à Portuguesa em 1997, ano em que a Lusa chegou à reta final do Campeonato Brasileiro, terminando a competição na 6ª colocação. Ainda passou por times do interior paulista antes de encerrar a carreira.

Dadinho

DADINHO
(atacante)

Nome: Eduardo Soares
Data de nascimento: 17/10/1960
Local: Santo André (SP)

CARREIRA:
1978-1981
Itabuna-BA
1981
Saad-SP
1982-1986
Remo
1987
Santa Cruz
1988
Pinheiros-PR
1988
Internacional
1989
Paysandu
1990
Ceará
1991
Paysandu
1991
ABC
1992
Paysandu

A história do atacante Dadinho passa por quase todas as regiões do Brasil. Nascido no estado de São Paulo, o jogador começou a carreira no Itabuna-BA, em 1978. Lá, mostrava-se um goleador nato. Em 1981, retornou ao seu estado para defender o Saad, de São Caetano do Sul, na Série A2 do Paulistão.

Sua carreira alavancou quando partiu para o Pará defender o Remo, onde se sagrou campeão paraense em 1986. Foi artilheiro do campeonato paraense em duas ocasiões pelo Remo: 83 e 86. Dadinho é o maior artilheiro da história do Clube do Remo com 163 gols.

Em 87, foi comprado pelo Santa Cruz por 2 milhões de cruzados. Mais uma vez, não decepcionou. Acabou o campeonato estadual campeão e artilheiro da competição. No ano seguinte, Dadinho foi para o Pinheiros, um dos clubes que originou o Paraná Clube. Mais uma vez foi destaque, sendo vice-artilheiro do campeonato paranaense.

Na metade de 1988, Dadinho foi contratado ao Internacional, com o status de goleador. Dentro de campo, o atacante não vingou. Marcou apenas dois gols e perdeu espaço para um jovem atacante que viria a ser artilheiro da competição e que levaria o Inter à vice-colocação no certame: Nílson.

Depois de passar pelo Ceará, mais uma vez Dadinho foi acolhido pelo futebol paraense. Dessa vez, pelo Paysandu. Quem esperava que ele voltaria a decepcionar, viu ele ser o herói do acesso à Série A conquistado em 1991. Dadindo ainda passou pelo ABC de Natal, antes de encerrar a carreira no Paysandu, em 92.

Gainete

GAINETE
(goleiro)

Nome completo: Carlos Gainete Filho
Data de nascimento: 25/11/1940
Local: Florianópolis (SC)

CARREIRA:
1959
Paula Ramos-SC
1960-1961
Guarany-BG
1962-1964
Internacional
1965
Vasco
1966-1972
Internacional
1972-1974
Atlético-PR
1974
Atlético-RS

Grandes saltos consagram grandes goleiros. Gainete é lembrado pelos colorados até hoje pela voadora dada entre um bando de jogadores gremistas no Gre-Nal de inauguração do Beira-Rio. Aquela cena está eternizada como mais um momento em que o goleiro, frio e passional, mostrava o que significava vestir vermelho diante do rival.

Carlos Gainete, nascido em Florianópolis, começou a carreira no extinto Paula Ramos-SC, em 1958. Em 60 defendeu a Seleção Catarinense que conquistou o Campeonato Sul-Brasileiro de Seleções. O Guarany de Bagé tratou de trazer o goleiro no início da década de 60 para a disputa do Gauchão.

Veio para o Internacional em 1962, após o título estadual de 61, que antecedeu sete títulos consecutivos do Grêmio. Aos poucos, Gainete foi conquistando a torcida com a devoção mostrada ao vestir a camisa colorada. Ainda que o Grêmio tivesse a hegemonia no Rio Grande do Sul, Gainete fez parte do Internacional duas vezes vice-campeão nacional em 67 e 68, depois de ser emprestado ao Vasco em 1965.

Além da rivalidade Gre-Nal, as torcidas que lotavam Olímpico e Eucaliptos testemunharam duelos inesquecíveis entre Gainete e Alcindo, que se odiavam. O goleiro era catimbeiro e brigador, enquanto o atacante tricolor se gabava de suas conquistas. Em tempos do autêntico amor à camisa, ir ao estádio era um prato cheio.

Gainete foi o primeiro goleiro da Era Beira-Rio. Além de capitão, levava as reivindicações dos jogadores à direção. Em seus onze anos defendendo o Internacional, ganhou os dois títulos estaduais que antecederam o octacampeonato.

A dispensa de Gainete foi um tanto controversa. Depois de um amistoso contra a Seleção Francesa, ganhou uma camiseta, amarela, mas de golas azuis. O diretor de futebol do Internacional, Gildo Russowski, vetou a camisa e mandou o goleiro embora do Beira-Rio.

Gainete ainda passou por Atlético-PR e Atlético de Carazinho, antes de pendurar as luvas e se dedicar à carreira de treinador. Teve ainda mais duas passagens pela casamata colorada em 77-78 e 88.