20/12/1953 - Campeonato Gaúcho 1953 - Final - Jogo de desempate - Internacional 3 x 2 Brasil-PEL

CAMPEONATO GAÚCHO 1953 - FINAL - JOGO DE DESEMPATE - INTERNACIONAL 3 X 2 BRASIL-PEL
Data: 20/12/1953
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Renda: Cr$ 108.295,00
Juiz: Romeu Rodrigues da Cruz, auxiliado por Alfredo Belo e Guilherme Sroka.
Gols: João Borges 3'/1 (B); Luizinho 12'/1 (I); Bodinho 22'/1 (I); Caizé 42'/1 (B); Canhotinho 45'/2 (I).
INTERNACIONAL: Periquito; Florinho e Oreco; Paulinho de Almeida (Lindoberto), Salvador e Odorico; Luizinho, Solis (Aírton), Bodinho, Jerônimo e Canhotinho. Técnico: Teté.
BRASIL-PEL: Carúccio; Osvaldo e Duarte; Tibiriça, Seara e Dario; Mortoza, Caizé, Negrito, Gita e João Borges. Técnico: Galego.
Obs.: Internacional campeão estadual pela 14ª vez em sua história.

Edu (1977)


EDU
(atacante)

Nome completo: Jonas Eduardo Américo
Data de nascimento: 6/8/1949
Local: Campinas (SP)

Carreira:
1966-1976
Santos
1977
Corinthians
1977
Internacional
1978-1983
Tigres-MEX
1983
São Cristóvão
1984-1985
Nacional-AM
1985
Dom Bosco-MT

Edu teve um início de carreira muito promissor, afinal, começou jogando ao lado do Rei Pelé, na metade da década de 60. A imprensa esportiva do país colocava o meia como o maior ponta-direita do mundo. Tal expectativa fez com que o atacante integrasse a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966, na vexatória campanha que terminou na primeira fase.
Ao retornar da Inglaterra, Edu adquiria cada vez mais o status de sucessor de Pelé. Fez parte do grupo que conquistou a Copa de 70, mas as comparações com o Rei Pelé não paravam, e isso aos poucos foi afundando a carreira do jovem atacante. Ainda assim, foi convocado para a Copa de 1974, realizada na Alemanha. Ao lado de Clodoaldo, Edu vivia à sombra de suas glórias no Peixe, cada vez mais no passado.
Depois de muito tempo cavando sua saída da Vila Belmiro, finalmente o Corinthians conseguiu levar Edu para São Paulo. Contratado por empréstimo, disputava a posição com Romeu, que já era considerado ídolo da Fiel. Sem muito espaço, foi emprestado ao Internacional.
A estreia de Edu não poderia ser pior: goleada gremista por 4 a 0 pelo Campeonato Brasileiro. Os três meses do atacante pelo Beira-Rio não agradaram a torcida colorada, que esperava o mesmo dos tempos de Santos, o que jamais aconteceria novamente.
Sem mais oportunidades concretas no futebol brasileiro, o futebol mexicano abriu as portas para Edu. Seu destino foi o Tigres, onde foi campeão nacional em 1978 e 1982. Defendeu São Cristóvão, Nacional de Manaus e Dom Bosco antes de encerrar a carreira em 1985.

Carbone

CARBONE
(meia)

Nome completo: José Luiz Carbone
Data de nascimento: 22/3/1946
Local: São Paulo (SP)

Carreira:
1963-1965
São Paulo
1966
Ponte Preta
1968
Metropol
1968
São Paulo
1969-1973
Internacional
1973-1974
Botafogo
1975
Grêmio
1975-1979
Botafogo
1980-1982
Nacional-SP

Todo grande ídolo de um clube tem um antecessor. Antes do promissor Paulo Roberto Falcão estrear no time profissional, havia um meia-cancha de muita garra e qualidade no Internacional no início dos anos 70: Carbone.
A carreira de Carbone começou no São Paulo, depois de jogar pela várzea paulistana e rejeitar Juventus (por ter de jogar como ponta) e Coritnhians (por receio de ser sombra do seu tio, Rodolfo Carbone). O emblemático José Poy foi quem lançou o meia aos profissionais do tricolor paulista.
Depois de passagem pela Ponte Preta, foi emprestado ao Metropol (atual Criciúma), mas uma grave contusão no joelho fez com que Carbone tivesse de dar uma pausa em sua carreira, ficando quase um ano inteiro parado.
Após retornar ao São Paulo, foi negociado em definitivo com o Internacional, que buscava uma referência pelo lado esquerdo do meio-campo no início da era Beira-Rio. A sorte finalmente sorriu para Carbone. O Internacional recuperou a hegemonia do estado e, por duas vezes, o meia foi eleito o melhor jogador do Rio Grande do Sul.
Carbone conquistou os títulos estaduais de 1969 a 1973 e suas boas atuações o levaram a Seleção Brasileira. Mas para se manter com a amarelinha, o meia quis proximidade do eixo Rio-São Paulo. Assim, se transferiu para o Botafogo. A grande frustração foi com a não convocação para a Copa do Mundo de 1974, dada como certa pelo meia.
Depois de quatro meses emprestado ao Grêmio, Carbone retornou ao Botafogo, mas com a sua relação estremecida com os dirigentes cariocas, o que levou o meia a iniciar seus estudos na faculdade de Jornalismo.
No final de 1979, retornou a São Paulo para encerrar a carreira pelo Nacional e dar continuidade aos seus estudos. Além disso, foi no mesmo Nacional que iniciou a sua promissora carreira de treinador. Até hoje, a sua não ida para a Copa do Mundo de 1974 não ficou bem esclarecida pelo técnico Zagallo.

Marinho Peres

MARINHO PERES
(zagueiro)

Nome completo: Mário Peres Ulibarri
Data de nascimento: 19/3/1947
Local: Sorocaba (SP)

Carreira:
1965-1967
São Bento
1968-1971
Portuguesa
1972-1974
Santos
1974-1976
Barcelona-ESP
1976-1977
Internacional
1977-1980
Palmeiras
1980
Galícia
1980-1981
América-RJ

Marinho começou a sua carreira no São Bento, time de sua cidade natal. Ao seu lado, um companheiro que mais tarde viria a ser seu colega na Seleção Brasileira: o gigante Luís Pereira. O zagueiro nunca passou por dificuldades na vida, mas a responsabilidade sempre foi ponto forte de sua carreira.
Em 1968 foi para a Portuguesa, onde teve sua primeira convocação, ainda no mesmo ano. O jogador é lembrado até hoje pelos torcedores da Lusa por ser o autor do primeiro gol da história do Canindé. Porém, uma sequência de resultados ruins fez com que Marinho saísse pela porta dos fundos.
Foi a oportunidade de ouro para que o Santos aproveitasse e levasse o zagueiro para a Vila Belmiro. Boas atuações e o título estadual de 1973 (dividido com a própria Portuguesa) renderam mais convocações na fase de preparação para a Copa do Mundo de 1974. Mais uma vez, Marinho Peres estava ao lado do amigo Luís Pereira.
O Brasil terminou a Copa na 3ª colocação e Marinho Peres encerrou o Mundial como capitão. A vitrine despertou a atenção dos espanhóis Real Madrid e Barcelona, ainda mais pelo fato de o zagueiro ter a dupla nacionalidade. O Barcelona levou a melhor, mas a passagem pela Espanha foi longe de ser favorável.
Por ter a dupla nacionalidade, Marinho seria obrigado a prestar o serviço militar obrigatório. A direção do Barcelona tentou articular um “adiantamento” na documentação do atleta, mas não adiantou. O zagueiro acabou fugindo da Catalunha e vindo para Porto Alegre.
Novamente no Brasil, a sorte sorriu para Marinho Peres. Ao lado de Figueroa, conduziu o Internacional ao oitavo título estadual consecutivo e ao bicampeonato nacional. O Internacional, acostumado com zagueiros botinudos, viu uma defesa formada pela raça do chileno e a elegância de Marinho.
Entretanto, Marinho ficou encarregado de ser o protagonista da zaga colorada em 1977, após a saída de Figueroa, mas a perda do título estadual para o Grêmio pesou e o jogador não soube lidar com o fato de ser uma das referências do time. Deixou o clube no segundo semestre de 77 e foi para o Palmeiras, onde foi vice-campeão brasileiro em 1978, perdendo a decisão para o Guarani. Antes de encerrar a carreira, passou por Galícia e América-RJ.

Milton

MILTON
(goleiro)

Nome completo: Milton Ramos Vergara
Data de nascimento: 29/9/1931
Local: Porto Alegre (RS)

Carreira:
1947-1949
Vila Cristal
1950-1951
Internacional
1951
Brasil-PEL
1952-1956
Internacional
1956
Esportivo
1958-1959
Atlético-PR

Como muitos atletas dos anos 40 e 50, o goleiro Milton surgiu na várzea porto-alegrense, no time da Vila Cristal. Veio para o Internacional em 1950, ano em que foi campeão juvenil, mas foi emprestado ao Brasil de Pelotas para adquirir mais experiência.
Ao retornar para Porto Alegre, foi promovido ao time profissional em 1952, com a missão de substituir o emblemático Ivo Winck, que havia adoecido. De última hora, o goleiro Éverton também não pôde jogar. Imediatamente, assumiu a titularidade do time que sucedeu o famoso “Rolo Compressor” dos anos 40, o “Rolinho”.
Uma de suas maiores façanhas é ter ficado mais de 900 minutos sem sofrer gols com a camisa colorada. Foi campeão gaúcho em 1952, 1953 e 1955, e do Torneio Régis Pacheco, disputado na Bahia, sendo convocado à Seleção Gaúcha em 1954. Milton foi o goleiro titular do Gre-Nal de inauguração do estádio Olímpico, em uma acachapance goleada de 6 a 2, estragando a festa do co-irmão.
Teve que abandonar a carreira no final dos anos 50, quando defendia o Atlético Parananense, por causa da instabilidade financeira.
Faleceu no dia 27 de outubro de 2012, em Porto Alegre, vítima de um câncer de pulmão. Na reta final de sua vida, Milton fez parte de eventos consulares do Internacional. O goleiro foi um dos maiores guardiões da camisa nº 1.