O bageense Paulo César começou a carreira no Pelotas em
1977. Curiosamente, enquanto o zagueiro esteve no Pelotas, o clube esteve na
elite do futebol gaúcho. Contratado pelo Internacional no início de 1982, Paulo
César teve raras oportunidades no time colorado. À sua frente, havia três monstros da
defesa: Mauro Galvão, Mauro Pastor e André Luís. Permaneceu no Internacional
entre 82 e 83, sendo repassado ao Esportivo.
Depois de duas boas temporadas em Bento Gonçalves, foi
emprestado ao Sampaio Corrêa. Retornou ao Esportivo em 85, permanecendo até o
ano seguinte. Pelo CSA, ajudou o clube a chegar à 2ª fase do Brasileirão de 86,
mas fez uma vexatória campanha em 87.
Depois disso, teve passagens pelo XV de Jaú, Goiás,
Araçatuba e Pelotas, com dificuldades de se firmar como titular nas equipes que
defendeu. Parou de jogar em 1992, no Araçatuba.
Falar de Oreco é falar de versatilidade. O jogador atuava
pelos dois lados do campo, além de jogar centralizado na defesa. Natural de
Santa Maria, o jogador iniciou a carreira no Internacional local, em 1949. Seu
apelido vem de uma forma reduzida de “reco-reco”.
Prestes a embarcar para o Rio de Janeiro para jogar pelo
Fluminense, a direção colorada convidou o jovem lateral para um amistoso. E a
partir de 1950, Oreco era o lateral-esquerdo titular do Internacional. Nos
Eucaliptos, conquistou os estaduais de 1950 a 1953 e 1955. A Seleção Brasileira,
representada por jogadores gaúchos, conquistou o Pan-americano de 1956. Oreco
foi um dos jogadores mais aclamados.
Em 1957, Oreco foi para o Corinthians. O treinador do
time era um grande conhecedor do futebol gaúcho: Osvaldo Brandão, ex-Inter. O
ídolo colorado estava no caminho para se tornar grande ídolo do clube paulista,
com atuações excepcionais que o levaram à Copa do Mundo de 1958.
Mas uma lesão grave o tirou da Copa de 62 e acabou
deixando o craque no ostracismo. Depois de nove temporadas defendendo o clube
do Parque São Jorge, Oreco foi explorar o exterior. Jogou no futebol
colombiano, mexicano e no então novíssimo cenário estadunidense.
Pendurou as chuteiras em 71, mas seguiu divulgando o “soccer”
nos Estados Unidos através de sua escolinha de futebol, que teve um sucesso
gigantesco. Entretanto, o mesmo futebol que era sua paixão, acabou por vitimar o
ex-atleta. Durante uma partida de masters, Oreco se sentiu mal e acabou
falecendo no dia 3 de abril de 1985, em Ituverava, São Paulo.
Ademir Alcântara começou a carreira no Cianorte em 1979. Ademir
era o camisa 10 clássico: habilidoso e de um passe preciso, porém, a mobilidade
não era o seu maior trunfo. No mesmo ano, foi para o extinto Pinheiros, onde jogou
até 1984, sendo campeão da segunda divisão paranaense em 82.
Sua primeira passagem pelo futebol gaúcho foi no Pelotas,
em 84. No áureo-cerúleo foi artilheiro do Campeonato Gaúcho e se tornou um dos
maiores ídolos do clube pelotense. No Inter, em 85, não teve o mesmo sucesso.
Mesmo assim, as portas se abriram para o habilidoso meio-campo, que partiu para
Portugal.
De 1986 a 1988, defendeu o Vitória de Guimarães, onde também
se tornou ídolo da torcida. Sua transferência para o Benfica foi bastante
conturbada, pois o Porto também estava na negociação do atleta, mas acabou
ficando para trás. No Benfica, Ademir foi campeão nacional na temporada
1988/1989.
Depois de passagens por Boavista e Marítimo, Ademir decidiu
retornar ao Brasil. No tempo em que esteve em Portugal, Ademir Alcântara era
conhecido por “Ademirável”, pelos que idolatravam o meia, e por “A-dormir”, por
aqueles que achavam o jogador lento.
Ficou um ano no Mogi Mirim e foi para o Coritiba. No Coxa,
Ademir é um dos ídolos do time nos anos 90, ajudando o clube a se reerguer no
cenário nacional, com o acesso à Série A conquistado em 1995. Até hoje, o
jogador é mencionado por Alex, o “Cabeção”, como uma das maiores referências de
sua carreira.
Ademir Alcântara encerrou a carreira em 1997, no Pelotas.
Atualmente, trabalha no ramo da construção civil no Paraná.
Quando Zezinho abria a boca, sempre soava arrogante. Mas
em suas atitudes, o atacante tinha humildade exemplar. Quando adolescente,
Zezinho trabalhava em uma empresa de granito e mármore, mas a lei o impediu de
seguir trabalhando. O futebol, até então um hobby, se tornou uma alternativa
para driblar as dificuldades.
Apadrinhado pelo prefeito de Macaúbas, Zezinho foi levado
às categorias de base do Flamengo no início dos anos 90. Retornou à Bahia em
1992 e se profissionalizou no Vitória em 94. No Rio Branco de Americana começou
a alçar os primeiros vôos da carreira, marcando gols e ganhando destaque.
Depois de passar pela Caldense, Zezinho ficou meio ano no
Toulouse. Com problemas de adaptação, retornou ao Brasil. Defendeu Madureira,
América de Natal e Vasco, onde marcou um dos gols da decisão do Torneio Rio-São
Paulo, driblando o goleiro Zetti, no jogo de ida.
Zezinho veio para o Internacional em setembro de 99, e às
vésperas de um Gre-Nal válido pelo Campeonato Brasileiro, já chegou botando
lenha na fogueira fora das quatro linhas. O Internacional foi derrotado e o
atacante deixou o gramado do Olímpico vaiado por ambas as torcidas. Walmir
Louruz insistia em apostar no atacante, mas foi demitido e a insistência de
nada valeu. Com Émerson Leão, Celso retomou a titularidade absoluta e Zezinho
ficou na reserva até o final do ano.
Retornou ao Vasco e, a partir de então, se aventurou por
Portugal e pelo nordeste no Brasil, especificamente por Piauí e Ceará. Encerrou
a carreira no Cratéus, em 2011. Zezinho pendurou as chuteiras, mas tem uma
escolinha de futebol na sua cidade natal, Macaúbas, na Bahia. Durante sua
passagem por Porto Alegre, o atacante fazia doações a instituições de caridade,
além de distribuir cestas básicas em Macaúbas.
Os anos 90 foram difíceis para o torcedor colorado. Víamos o co-irmão se erguendo e se posicionando entre os grandes. Enquanto isso, e Internacional era vitimado por péssimas administrações que afligiam o torcedor ano a ano. Depois do título estadual de 1994 (o famoso "interminável"), vivemos dois anos insossos, sem sequer passar à próxima fase do Campeonato Brasileiro.
Em 1995, vice-campeão estadual e a vaga às semifinais do Brasileirão escapou no primeiro turno, em uma derrota bisonha para a Portuguesa em casa, com direito a pênalti desperdiçado por Branco. No ano seguinte, ficamos de fora da decisão do Gauchão e, mais uma vez, eliminação na última rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro, com a famosa derrota para o rebaixado Bragantino e, mais uma vez, com pênalti desperdiçado, dessa vez por Leandro Machado.
O torcedor colorado estava cansado de sofrer. Era foda vestir a camisa vermelha naquele tempo... Mas Deus guardou algo de bom para a coloradagem que enfrentava a friaca da beira do Guaíba ou o calorão dos meses de dezembro a março. O povão sempre esteve presente, jamais abandonou. Esteve junto com cânticos apaixonados.
1997 foi um ano para nenhum colorado esquecer. Está certo que o maior título do Internacional na década foi a Copa do Brasil, mas nós sabíamos o quanto valia aquele Gre-Nal. No jogo de ida, 1 a 1 no Olímpico, com gols de Christian e Vágner Fernandes.
Na semana do clássico, uma jogada de mestre: Fabiano simula uma contusão e a imprensa vai na onda. Porém, o predestinado Fabiano aparece nos onze iniciais. E quem deciciu? O nosso amado cachaceiro. Depois de um lançamento primoroso de Enciso, improvisado na lateral, o camisa 7 lança um canudo na meta de Danrlei e a vitória dava o caneco para o Internacional.
Aqueles dois anos duraram uma eternidade para o torcedor. Eu ainda tenho na memória a imagem do gol do Fabiano de trás da goleira, junto com a narração de Pedro Ernesto Denardin... Hoje eu olho para o time do Internacional e não vejo nem 10% da determinação daquele time. Recordar é bom sempre, mas fica um sentimento de tristeza por ver o Internacional nessa situação.
Fiquem com o jogo completo (salve Master Colorado!) e suspirem de nostalgia:
CAMPEONATO GAÚCHO 1997 - FINAL - VOLTA - INTERNACIONAL 1 X 0 GRÊMIO Data: 2/7/1997 Local: Beira-Rio - Porto Alegre (RS) Juiz: Carlos Eugênio Simon Gol: Fabiano 4'/2 (I). INTERNACIONAL: André; Enciso, Márcio Dias, Gamarra e Régis; Ânderson Luiz, Fernando, Arílson e Sandoval; Christian e Fabiano. Técnico: Celso Roth. GRÊMIO: Danrlei; Arce, Vágner Fernandes, Mauro Galvão e Roger; Otacílio, Luiz Carlos Goiano, Émerson e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Zé Alcino. Técnico: Evaristo Macedo.