17/08/1941 - Citadino 1941 - 1º turno - Internacional 3 x 0 Grêmio

— PORTO ALEGRE, 11 (A. N) — DEVIDO AO MAU TEMPO, não se realizou o “Clássico da Cidade”, entre os quadros do Internacional e do Grêmio Portoalegrense, ficando a referida prova para o próximo dia 15 do corrente.
Fonte: Gazeta de Notícias (RJ), n. 185, 12 ago. 1941, p. 10. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/103730_07/7506. Acesso em: 19 jun. 2025.

CITADINO 1941 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 3 X 0 GRÊMIO
Data: 17/08/1941
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Renda: 30:000$000
Juiz: Alfredo Cesaro
Gols: Carlitos 9’/1 (I); Carlitos 43’/1 (I); Villalba 15’/2 (I).
INTERNACIONAL: Júlio Petersen; Alfeu e Júlio Ramos; Osvaldo Brandão, Assis e Niquelagem; Tesourinha, Russinho, Villalba, Ruy Motorzinho e Carlitos.Técnico: Wolmi Boccorni.
GRÊMIO: Edmundo; Dario e Walter; José, Noronha e André; Mário, Ivo, Basílio, Foguinho e Duarte. Técnico: Telêmaco Frazão de Lima.

"Júlio reapareceu no Gre-Nal, ocupando o quadrilátero
colorado. A magnífica performance cumprida em Pelotas,
contra o Bancário e sua regularidade nos ensaios,
levaram o técnico dos campeões do Estado a incluí-lo
no team que disputaria, contra os tricolores o primeiro
“clássico” oficial do ano. E Júlio satisfez. Sem ser exigido
em nenhuma intervenção excepcional, o keeper
internacionalista produziu o bastante para justificar a
sua presença no quadro. Acima, vêmo-lo, segurando
firme um arremesso de Duarte.
Fonte: Sport Illustrado (RJ)
"Numerosa assistência encheu completamente o
estádio da rua Silveiro e fez passar pelas bilheterias
importância superior a duas dezenas de contos,
acompanhando o jogo tradicional entre colorados
e tricolores, o “derby” porto-alegrense. O resultado
foi favorável aos diabos-rubros, que, por intermédio
de Carlitos e Villalba, atingiram por três vezes as
redes de Edmundo, conseguindo um triunfo brilhante
sob todos os aspectos. No clichê ao alto, vemos o
1º tento da tarde, assinalado por Carlitos, que
aparece caído, enquanto Villalba, sorridente corre a
felicitar o seu companheiro de quadro. Edmundo,
que mergulhou improficuamente, ergue-se lentamente
do solo, enquanto Tesourinha e André, experimentando
emoções diversas, observam a bola dentro da meta tricolor".
Fonte: Sport Illustrado (RJ)

O INTERNACIONAL VENCEU O GRÊMIO POR 3 A 0
PORTO ALEGRE, 18 (Da Sucursal de A NOITE — O Grêmio de Football Portoalegrense foi derrotado, ontem, no match de campeonato, pelo Internacional por três pontos a zero.
Fonte: A Noite (RJ), n. 10603, 18 ago. 1941, p. 29. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/348970_04/10520. Acesso em: 19 jun. 2025.

CRÔNICA DE PORTO ALEGRE
As expressões máximas do "soccer" gaúcho em competência sensacional
Todos que acorreram ao Estádio dos Eucaliptos sabiam que a partida não seria fácil para o Internacional. Isto porque o Grêmio estava possuído de um grande desejo de reabilitação e de um entusiasmo ímpar. Já por isso, ou talvez por algum outro motivo, grande foi a assistência que se transportou ao longínquo gramado, fazendo passar pela bilheteria a soma recorde do presente campeonato: 30:000$. E esse publico não se enganou. A par das inúmeras sensações que sempre oferece o clássico, houve também, para gáudio de todos, bom foot-ball, principalmente no primeiro tempo, quando o Grêmio, apresentando um association metódico e lúcido, conseguiu tornar o jogo parelho, se bem que não no placar, onde os colorados obtiveram a vantagem de dois pontos. Esta vantagem, o Internacional a conseguiu graças à completa ineficácia da artilharia gremista, que, combinando otimamente no centro do gramado, tornava-se, porém, inofensiva ao aproximar-se da área perigosa. O contrário acontecia com a vanguarda dos rubros. Suas escaladas não eram bem dirigidas, mas em compensação eram perigosíssimas, a ponto de pôr em constante sobressalto a defesa dos tricolores. Dessas escapadas nasceram os dois tentos, ambos espetaculares e de notável precisão.
Para o segundo half-time esperava-se a tradicional reação dos tricolores. Esta começou a se fazer sentir logo nos primeiros instantes, quando o Internacional concedeu dois escanteios consecutivos. Mas, mostrando toda a sua pujança, os defensores das cores rubras cortaram qualquer ação do Grêmio com um tento de Villalba, e ante o descontrole dos tricolores tomaram completamente conta do gramado, não só assinalando mais gols devido a grande atuação de Noronha e Dario. Otimamente apoiados pela intermediária, os atacantes rubros atacam e voltam a atacar, sendo, porém, contidos pelos dois baluartes do Grêmio. E assim o match chegou a seu término com a vitória insofismável do Internacional, espelho justo de sua melhor conduta em campo.
Como já deixamos antever linhas acima, a vitória do Internacional sobre o seu tradicional rival, foi construída moralmente pela intermediária, que com grande precisão apoiou o ataque, onde apenas Carlitos e Villalba apareceram como figuras de mérito. Efetivamente, o center-forward argentino e o mignon ponta-esquerda cumpriram atuações verdadeiramente excepcionais. Aquele segundo tento de Carlitos valeu ao todo por um espetáculo. Villalba foi um condotieri malicioso, hábil e oportunista. Já o mesmo não podemos dizer de Ruy, Russinho e Tesourinha. Os dois ultimos vêm passando por maus momentos, enquanto que se nos pareceu estranha a fraca atuação de Ruy. Na linha média todos jogaram eficientemente, principalmente o eixo Assis que dia a dia vem se firmando como o provável reserva de Noronha no selecionado rio-grandense que concorrerá ao próximo campeonato brasileiro. Brandão e Nick secundaram-no em boa forma. Na parelha de zagueiros tivemos um estreante: Ramos. Achamos ainda cedo fazer qualquer comentário sobre o seu jogo, mas podemos dizer de passagem que não nos agradou a sua atuação.
Talvez para o futuro venha melhorar. Oxalá isso aconteça, pois, trata-se de um elemento jovem e de grande força de vontade. Alfeu foi a grande figura da defesa. Cobriu as lacunas deixadas por Ramos, e precisamente isso aumenta o mérito de sua já notável atuação. Júlio reapareceu no arco e o fez de maneira esplêndida. Não poderia ser melhor a sua rentrée. Enfim, todos contribuíram grandemente para a espetacular vitória do S. C. Internacional.
O Grêmio vem passando horas amargas este ano. Faltam-lhe valores e daí não poder, absolutamente, subsistir um conjunto bom. Salvo uma ou outra apresentação, as demais têm sido fraquíssimas. Ainda contra o seu adversário de todos os tempos, apenas no primeiro half-time apareceu o quadro do Grêmio, pois, que já no segundo, aqueles onze homens nem sequer pareciam ser do "glorioso" de outras épocas. Até mesmo o tradicional sangue lhe faltou. Mas talvez o que vem passando seja apenas passageiro, para gáudio de sua grande legião de torcedores.
Apenas cinco homens podemos destacar no esquadrão do glorioso team do "fortim": Edmundo, Dario, Noronha, Ivo e Foguinho. O eixo foi, sem dúvida alguma, a maior figura do campo. Sem jamais perder o controle ante a fraca atuação dos médios de ala, Noronha monopolizou a atenção da torcida com suas jogadas precisas e de muita técnica. Reeditou a sua grande atuação do ano passado no Estádio de Pacaembu. Edmundo começou um pouco inseguro, mas logo após firmou-se, tornando-se o goleiro que estamos acostumados de admirar. Dario, apesar de veterano, foi o grande baluarte de sempre.
Rebatedor emérito e de ótima colocação, constituiu um dos pontos altos da sua equipe. Foguinho, como sempre, foi incansável do princípio ao fim, tendo Ivo lhe seguido de perto as pegadas. Os demais, com exceção de Duarte, estiveram fraquíssimos.
Alfredo Cesaro foi o juiz. Conduziu-se muito bem, aliás como o vem fazendo desde que atua em nossos gramados.
Depois da partida entre os reservas, em que o Internacional venceu penosamente, nos últimos instantes, por 1x0, conservando-se deste modo invicto e ponteiro da tabela, deram entrada no gramado as equipes principais sob forte entusiasmo do público. Estavam assim constituídas:
Internacional: — Júlio; Alfeu e Ramos; Brandão, Assis e Nick; Tesourinha, Russinho, Villalba, Ruy e Carlitos.
Grêmio: — Edmundo; Dario e Walter; José, Noronha e André; Mário, Ivo, Bazílio, Foguinho e Duarte.
Já no primeiro minuto, Carlitos perdeu excelente oportunidade de abrir a contagem, desvaindo por sobre o travessão, uma bola que Edmundo defendera parcialmente de um insinuoso chute de Villalba. Logo após, Bazílio retribuiu a "gentileza" de Carlitos, imitando-o em quase idênticas condições. Aos nove minutos surgiu o primeiro gol: Carlitos, recebendo uma bola que Villalba desviara com a cabeça, acomodou-a no canto inferior esquerdo da meta defendida por Edmundo. Explode a torcida colorada. 1x0 no placar.
O Grêmio reage e, mercê de um jogo de ótimo padrão, permanece no campo adversário durante quase vinte minutos, sem contudo conseguir algo de prático. De vez em vez os rubros efetuam escapadas, sempre perigosas para o arco de Edmundo. Quando faltavam dois minutos para se encerrar a primeira fase, Carlitos recebe a bola no centro do gramado. Corre pela orla do campo sempre perseguido por José. Com dois ou três dribles livra-se do médio tricolor.
Surge Dario que também é enganado. Finalmente, de uma posição dificil, desfere um chute enviesado que atinge as redes meio palmo além da trave. Gol verdadeiramente espetacular! 2x0. Fim do primeiro tempo, logo após ter Bazílio perdido outra excelente oportunidade.
O segundo tempo foi de grande superioridade do Internacional, que já aos quinze minutos cortou qualquer tentativa de reação por parte do Grêmio, com mais um gol, conseguido, aliás, com grande habilidade por Villalba. Com 3x0 contra nada era possível fazer, pensaram os tricolores, e aí veio a debacle geral do quadro, não tendo o score subido graças às intervenções de Noronha, Dario e Edmundo. Findou assim o clássico do foot-ball porto-alegrense, cujo resultado colocou o Internacional novamente na liderança da tabela. [...]
Fonte: Sport Illustrado (RJ), n. 180, 18 set. 1941, p. 8. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/182664/6851. Acesso em: 19 jun. 2025.

19/11/1940 - Campeonato Gaúcho 1940 - Fase final - Final - 1º jogo - Internacional 4 x 1 Bagé

TEM HOJE O BAGÉ A OPORTUNIDADE DESEJADA PARA DESFORRAR-SE DOS RUBROS
Iniciam-se, hoje, as finais do Estadual de futebol
Estão os de Bagé diante do ensejo de esperada desforra sobre os rubros
QUADROS
O campeonato estadual de futebol entra, hoje, em sua fase final, com a realizacão do primeiro encontro da série "melhor de três". O desenrolar do certame máximo da FRGD tem sido brilhante, sob todos os aspectos que se o encare.
Aproxima-se o momento culminante. Há intenso interesse para as finais não só por estar em jogo o cetro de campeão dos Pampas, como pela categoria e fama dos conjuntos degladiantes.
O Internacional vem de triunfo em triunfo no campeonato do Estado. Os seus contendores não apresentaram uma resistência apreciável, ao contrário, foram presas fáceis para o "rolo compressor". Agora, o compromisso é muito maior. Ao enfrentar o poderoso conjunto dos "milionários", os colorados terão de aumentar a "pressão" do "rolo" para obter o triunfo, que não se apresenta tão dificil, principalmente pela acentuada energia e ardor que deverão ser postos em jogo pelos citadinos, a fim de continuar com o "rosário de êxitos".
Duplo objetivo visam os "diabos rubros" hoje, à tarde, na Timbaúva: galgar primeiro degrau para o título de campeão estadual e defender o nome desportivo da capital, como lídimos representantes.
Aquela excursão do Grêmio Esportivo Bagé deixou uma dúvida brutal. O único clube, dos grandes, que não enfrentou ao jalde negro, foi o Internacional. Ora, os colorados já infligiram aos bageenses uma dura derrota. Até hoje a cicatriz sangra. O maior desejo dos rapazes da pedra moura é desforrar-se. Surge, hoje, às 17 horas a grande oportunidade. O Grêmio Bagé, por isso e pelos bons valores que integram o seu quadro, é um adversário perigosíssimo. É bem possível que os rubros consigam triunfar. Para tal conseguirem, forcejarão muito.
OS DOIS QUADROS
Os pupilos de Cavedini-Dilorenzi deverão apresentar-se com o mesmo quadro que enfrentou ao Rio Grandense, de Santa Maria, isto é: Júlio; Álvaro e Risada; Assis, Magno e Levi; Tesourinha, Russo, Marques, Rui e Castillo.
O clube de José Gomes Sobrinho formará da seguinte maneira: Veliz; Ganchinho e Jorge; Ripalda, Cabeça d'água e Laerte; Rodriguez, Fierro, Martins, Rubliar e Tupan.
Só falta Sapirã, já radicado no Nacional, de Montevidéu.
Local: Timbaúva. Horário: 17 horas. Haverá preliminar.
O JUIZ DO GRANDE COTEJO
Dirigirá o grande embate final do campeonato do Estado o conhecido árbitro Alfredo Cezaro, escolhido de comum acordo.
NOTA OFICIAL DA F. R. G. D.
Para a partida a ser realizada hoje no gramado do Força e Luz, entre o Sport Club Internacional e Grêmio Esportivo Bagé, a 1º da melhor de três, em disputa do título de Campeão Estadual, a Federacão Rio Grandense de Desportos tomou as seguintes deliberações:
Direção geral: Cícero Ahrends, presidente da F. R. G. D .; Fiscal: dr. Luiz Peres; Representante junto aos clubes disputantes: Miguel Genta; Representante junto à imprensa e rádio: Alencar Bueno; Comissão de recepcão; dr. Remi Gorga, Arnoldo Silva e Mario Pereira; Fiscalização de portões: Carlos Ruschel, Miguel Lardiez e Vitor Móra.
Juiz escolhido de comum acordo: Alfredo Cesaro.
Horário: Partida preliminar às 15 horas.
Partida principal: S. C. Internacional x G. E. Bagé.
17 horas em ponto.
Preços: Pavilhão 5$; meia 3$. Geral, 4$; meia, 2$000.
Terão direito à meia entrada somente senhoras, colegiais fardados e militares sem graduação. Os sócios do G. S. Força e Luz deverão apresentar o recibo nº 11: A fim de facilitar a aquisição de entradas, a F. R. G. D. iniciará a venda dos ingressos pela manhã, ficando o bilheteiro na filial nº 1 do Café Nacional (fronteiro à Cia. Energia).
NOTA DO INTERNACIONAL
Para o match de hoje com o nosso coirmão G. E. Bagé, em disputa do campeonato estadual do corrente ano, a direção de campo do Internacional convoca os jogadores abaixo, que deverão estar às 15,30 horas, em nosso campo, a fim de se fardarem e seguirem para o campo do G. S. Força e Luz, aonde se ferirá a luta, às 17 horas:
Júlio — Marcelo — Alfeu — Risada — Álvaro — Pedrinho — Magno — Nenê — Levi — Carlitos — Rui — Russinho — Toreli — Marques — Castilhos - Tesourinha e Moacir.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 248, 19 nov. 1940, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3488. Acesso em: 18 jun. 2025.

CAMPEONATO GAÚCHO 1940 - FASE FINAL - FINAL - 1º JOGO - INTERNACIONAL 4 X 1 BAGÉ
Data: 19/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Renda: 10:977$000
Juiz: Alfredo Cesaro
Gols: Marques 22’/1 (I); Marques 24’/1 (I); Fierro 28’/1 (B); Marques 35’/1 (I); Russinho ?’/2 (I).
INTERNACIONAL: Júlio Petersen; Alfeu e Risada; Assis, Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Ruy Motorzinho e Castillo. Técnico: Orlando Cavedini.
BAGÉ: Veliz; Jorge e Ganchinho; Laerte Cunha, Macedo e Ripalda; Rodrigues (Ballejo), Fierro, Santana, Rubilar e Tupan (Rodriguez). Técnico: Omar Saraiva.

O INTERNACIONAL DEU UM PASSO SEGURO PARA À CONQUISTA DO “ESTADUAL”, VENCENDO O BAGÉ
Funcionou o “rolo compressor” tendo Marques como mola mestra: autor de três tentos — Russinho completou o escore: 4x1 — O segundo jogo será domingo, na Timbaúva
O Grêmio Esportivo Bagé não se apresentou em condicões de alcançar a ambicionada revanche do Sport Club Internacional. Confirmando seus triunfos anteriores, o "rolo compressor" abateu também o XI bageense, dando o primeiro passo para a conquista do título de campeão estadual de 1940.
Os colorados agiram muito melhor que os visitantes. Mais coesos e decididos, os pupilos de Cavedini-Dilorenzi lutaram com denodo pelo triunfo, conseguindo fixar vantagem definitiva já na primeira etapa, apesar do adversário ter arrancado na na frente.
A conquista inicial deu muito entusiasmo e animacão ao time de José Gomes Sobrinho. Durante um bom quarto de hora, os metropolitanos lutaram inutilmente, dominados pelos nervos. Aos poucos o controle retornou surgindo as boas ações. As tramas se sucederam, registrando-se alguns instantes de pânico para a zaga e para as redes de Veliz. A ofensiva número um da capital começou a evoluir e a invadir os domínios do inimigo, em buscas das conquistas. Elas retardaram, é verdade, mas se multiplicaram com rapidez. Aos 22' vinha o empate e dois minutos mais tarde a vantagem estava garantida. Restavam dez minutos, quando ainda Marques, o goleador, aumentou a diferença, assegurando, praticamente, o triunfo.
Mal iniciado o período complementar, o placar subiu. Perdeu, então, o cotejo toda a atração. Sobreveio uma ligeira reação dos fronteiristas que chegaram a dominar territorialmente alguns minutos. Tramavam demais, enredando-se ou atrapalhando-se dentro da área de 16 metros. Demais a mais os arremates furam falhíssimos, daí a permanência daquele único tento da "madrugada"...
A famosa ofensiva bageense exibiu três homens inteligentes: Rubilar — Santana e Fierro. O trio trabalhou bastante, faltou, entretanto, uma ligação mais eficiente com a defesa. Santana logo decaiu e veio a ser substituído no período complementar por Tupã, entretando Balejo para a ponta direita. A modificação pouca diferença trouxe. Se Tupã aponta mais ao arco faz, igualmente, mais "farolagem", prejudicando o conjunto. Cremos que a ausência de Sapirã diminuiu sensivelmente a penetração e a potencialidade da "artilharia". Os dois uruguaios: Rubilar e Fierro são ótimos controladores e fintadores, mas retêm demasiadamente o couro nos pés, retardando as ofensivas e dando ensejo para a defesa contrária agir e se precaver. A zaga local preocupou-se de modo exclusivo do trio atacante, deixando as pontas livres, pela inocuidade de seus titulares. Tupã e Rodriguez estiveram num péssimo dia. Balejo ainda mostrou alguma agressividade e deu bons chutes.
A intermediária do Grêmio constituiu o ponto vulnerável do time visitante. Macedo (cabeça d'água) não teve mãos a medir com o trio atacante do "rolo". Mas, auxiliado pelos médios, bem cedo o "eixo" corria desnorteado. Na zaga, Jorge se destacou pelo esforço e pela constante deslocacão. Ganchinho em plano inferior. Veliz fez algumas boas defesas. Foi surpreendido no terceiro tento, obtido por Marques num puxe. Ficou estático: Meio frango...
xxx
O quadro da "Chácara dos Eucaliptos" mostrou-se cheio de nervosismo com a conquista-relâmpago dos bageenses. Passada e emoção eles reagiram e envolveram por completo a defesa antagônica. Evidenciou-se a superioridade dos forwards portoalegrenses. Mais apoiados pela intermediária, enquanto os médios laterais inimigos só se preocupavam com a defesa, os internacionalistas tomaram conhecimento das redes de Veliz graças à perícia e ao oportunismo de Marques, sempre à espreita do "buraco". Os três contrastes registrados no primeiro tempo deve-se à inconstância de Jorge, sempre preocupado em desfazer todas as investidas, sem guardar a posição. O excesso de zelo do capitão do time bageense trouxe consequências desastrosas.
O ponto alto dos rubros, mais uma vez, residiu na vanguarda. A defesa esteve melhor que nos compromissos anteriores. Magno teve altos e baixos, terminou exausto, mas não comprometeu. Assis e Pedrinho bastante diligentes. Álvaro e Risada, depois Alfeu, portaram-se bravamente. O veterano zagueiro canhoto sempre firme e cheio de recursos. Júlio, a princípio nervoso, defendeu-se muito bem. Russinho reuniu, novamente, as honras de animador, seguido de Marques e Tesourinha. Castillo: bem e Rui discreto.
xxx
Os bageenses iniciaram a partida. da. Tramam logo Rubilar e Santana. O meia esquerda engana a Russinho e Marques, e Álvaro interrompe a série de fintas. Russinho progride e põe Veliz em ação. O arqueiro impulsiona a bola e investem os jalde negros. Assis comete falta em Tupã e este executa o tiro livre, para Fierro controlar a boca da meta e vencer Júlio, num chute fortíssimo, que passou sobre a cabeça do arqueiro. Tínhamos um minuto e meio de jogo. Descem os rubros, a favor do vento, atirando Marques. Veliz encaixa com segurança. Os passes dos bageenses são mais precisos e frequentes. Passes largos, de preferência para as extremas. Nota-se inseguranca receio nos locais. Jorge escanteia aos seis minutos, sem efeito. Macedo cede outro tiro de canto, sem maiores resultados. Insistem os locais e Castillo prejudica com off-side.
Rodriguez arremata defeituosamente. Lá pelos 15 minutos, o "rolo compressor" se acerta. Veliz intervém. Um centro de Rodrigues é emendado por Fierro. Júlio abandona a cidadela e afasta de soco. Retornam os visitantes ao ataque e Rodriguez erra por um triz (20'). Magno ampara e habilita Russinho que deixa cruzar para Tesourinha.
O "colored" despeja e Marques se infiltra entre os zagueiros e acomoda o "balão" nas redes, aos 22 minutos. Entusiasmados, insistem os vermelhos. Ganchinho cede corner, de efeito nulo. Aos 24 minutos cai de novo as redes bageenses. Na direita, Assis devolveu a Russinho, que deriva a Tesourinha, este devolve ao meia direita , Tesourinha recebe outra vez centrardo de "colher" a Marques. Um chute preciso atinge o canto direito, rente ao solo: 2x1 para o Internacional. Um momento difícil para o Internacional verificou-se ao 28 minutos. Esteve iminente a queda do arco rubro. Júlio salva em falso num centro de Rodriguez, que Rubilar atrasou. Fierro atira e Álvaro defende. Santana aponta com o arco vazio e Álvaro surge no momento de evitar o empate. Logo após Magno alivia.
Lances dispersos e registra-se o terceiro tento, quando o Bagé reacionava. As cargas se alternavam, até que Castillo se apossa da "redonda" e centra alto. Marques deixa picar e de costas atira. Veliz foi surpreendido, nem se mexeu e 3x1, aos 35 minutos. Pressiona o "rolo compressor". Jorge, Ganchinho e Laerte se desdobram.
Escoa-se o tempo com os 3x1 no marcador.
O segundo tempo teve um começo fulminante, desta feita são os colorados que colhem o "porongo" de saída. "Bordam" Rui e Russinho. O capitão dos colorados [...] dentro da área e aponta. O couro ganha efeito no terreno e [...] o artilheiro colorado: 4x1, antes do primeiro minuto da fase derradeira.
Estava mais que decidida a partida número um da série "melhor de três" pelo campeonato estadual, em sua fase final.
Aos 49 minutos, Risada não pôde continuar mais, depois de um choque com Fierro. O veterano craque se contundiu no primeiro tempo e não resistiu ao choque, abandonando o gramado. O árbitro erradamente manteve o jogo suspenso, aguardando a entrada de Alfeu, que formou a zaga com Álvaro. Os rapazes da "pedra moura" não desanimam. Lutam sem o menor proveito. Combinam bem, mas pifam dentro da área, sem visar as redes. Quando o faziam não acertavam. Ballejo deflagra o "canhão" e Assis defende bem. Jogo vistoso de Rubilar e Fierro na da linha média, tornando-se nulo nas proximidades da área, ante a ação eficaz de Álvaro e Alfeu, muito bem ajudados por Assis e até por Russinho, bastante atrasado nos momentos de pressão dos visitantes. O martelar inútil cansou os forwards bageenses, dando margem ao Internacional ter o comando das investidas. Os minutos vão passando, até findar o cotejo, que porco interesse despertou no segundo tempo.
INTERNACIONAL — 4
GREMIO BAGÉ — 1
Arbitro: Alfredo Cesaro: regular.
Renda: 10:977$000.
OS QUADROS
INTERNACIONAL — Júlio — Álvaro — Risada (Alfeu) — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russo — Marques — Rui — Castillo.
BAGÉ — Veliz — Jorge e Ganchinho — Laerte — Macedo e Ripalda — Rodrigues (Ballejo) — Fierro — Santana (Tupan) — Rubilar e Tupan (Rodriguez).
ÍNDICES: — Técnico: Um para o Internacional e zero para o Bagé. Disciplinar: Cinco para cada um dos contendores.
Os melhores: Russinho — Marques — Assıs — Jorge — Rubilar — Álvaro — Magno e Laerte.
SERÁ DOMINGO O 2º JOGO
A segunda da "melhor de três" entre o Bagé e o Internacional será no próximo domingo no estádio da Timbaúva.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 249, 20 nov. 1940, p. 10. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3503. Acesso em: 18 jun. 2025.

15/11/1940 - Campeonato Gaúcho 1940 - Fase final - Semifinal - Internacional 4 x 2 Riograndense-SM

OS COLORADOS TERÃO DE EMPREGAR-SE A FUNDO PARA VENCER O RIOGRANDENSE, DE SANTA MARIA
Cheios de confiança, por terem derrotado o Grêmio Bagé, os visitantes pretendem "surpreender" o "rolo compressor"
Há muita curiosidade em torno do quadro do Rio Grandense, de Santa Maria. O grande motivo vem desde aquele triunfo obtido sobre o Grêmio Esportivo Bagé, invicto nesta capital durante a ultima excursão.
A vitoria dos rubro-esmeraldas teve ampla repercussão e encheu de razão aos santamarienses, que vieram animadíssimos e dispostosa surpreender ao Internacional, campeão da cidade.
Hoje, finalmente, no campo da Timbaúva, Rio Grandense e Internacional estarão frente a frente, para decidir quem combaterá os jalde-negros de Bagé, pelo título máximo do Estado.
O prélio, indiscutivelmente, esboça-se renhidíssimo. Mais uma vez opinamos pelo triunfo dos colorados, embora reconhecemos serem os adversários dos colorados mais agressivos e com mais time que o Juventude.
O acurado preparo dos companheiros de Dudu, de Assis, de Salaberry e outros, tambem influi no vaticínio. Teremos, possivelmente, um escore menor, não tão amplo como o de domingo passado. Contudo inclinamo-nos pelo êxito dos pupilos da dupla Cavedini-Dilorenzi, sem pretender menosprezar os denodados e valentes jogadores visitantes.
OS QUADROS CONTENDORES
Os quadros dos campeões do Nordeste e Serra apresentar-se-ão assim formados:
Internacional — Marcelo — Alfeu — Risada — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russinho — Marques — Rui — Castillo.
Rio Grandense — Goloberri — Joãozinho — Assis — Ataliba — Mario Pinto — Caçapava — Sadi — Dudu — Adão — Negrito — Ernesto.
A PRELIMINAR ENTRE OS SEGUNDOS QUADROS DO GRÊMIO E DO INTERNACIONAL
A preliminar do encontro de hoje em disputa do campeonato estadual entre o Internacional e Rio Grandense, de Santa Maria, será entre os segundos quadros do Grêmio e do Internacional, em partida oficial do campeonato dessa categoria. Representará a Amgea o desportista Antônio Áureo de Barcelos e o departamento técnico será representado pelo desportista Celso Albert. Arbitrará esse jogo o desportista Rodolfo Del Bagno, do quadro secundário da Amgea. Servirão de bandeirinhas: Guilherme Sroka e Antônio Motini.
Esse embate será iniciado às 14 horas, com 15 minutos de tolerância, no campo da Timbaúva.
NOTA DA INTERNACIONAL
A direção de campo do S. C. Internacional convoca os jogadores do segundo quadro que deverão hoje jogar com o 2º quadro do Grêmio como preliminar da partida com o Rio Grandense de Santa Maria, no campo do Força e Luz, para estarem, em nosso campo, às 13 horas em ponto, para se fardarem e seguirem para a Timbaúva:
Tedesco, Clóvis, Olmiro, Levin, Nenê, Gaspar, Sebinho, Rui, Catalani, Baixinho, Otávio, Ari, Italo.
Os jogadores do primetro quadro, abaixo escalados, deverão estar em nosso campo às 14,30 horas, em ponto, a fim de se fardarem e seguirem para o campo da luta:
Júlio, Marcelo, Álvaro, Risada, Alfeu, Pedrinho, Magno, Assis, Levi, Castillo, Rui, Marques, Russinho, Tesourinha, Toreli, Carlitos e Danilo.
O JUIZ
Para dirigir esse jogo, foi convidado pelos dois contendores o desportista Alfredo Cesaro.
NOTA DA F. R. G. D.
A Federação Rio Grandense de Desportos tomou as seguintes deliberações para o jogo de hoje, a ser realizado no gramado do campo do Grêmio Sportivo Força e Luz, entre o Sport Club Internacional e Rio Grandense Futebol Clube:
Direção geral: Cicero Ahrends, presidente da F. R. G. D .; representante: dr. Remi Gorga; cronometrista: Mario Pereira; representante junto aos clubes disputantes: Miguel Genta; representante junto à imprensa: Arnaldo Silva; fiscalização de portões: Carlos Ruschel, Miguel Lardiez, Dorval Fonseca, Leo Birnfeld, Vitor Mora e Lencar Bueno; preços: pavilhão, 5$000; meia, 3$000; geral, 4$000; meia, 2$000.
Somente vigorarão as cadertas fornecidas pela A. M. G. E. A. e F. R. G. D. Terão direito a entrada mediante a apresentação do recibo nº 11 os sócios do G. S. Força e Luz.
Pagarão meia entrada colegiais fardados, senhoras e militares sem graduação.
A fim de facilitar a aquisição de ingressos, o bilheteiro estará, pela manhã, no Café Nacional (fronteiro à Cia. Energia).
A partida preliminar, entre os segundos quadros do Grêmio Porto Alegrense e Sport Club Internacional, terá inicio às 14 horas. O jogo principal entre o Sport Club Internacional, campeão da Zona Nordeste e Rio Grandense F. C., campeão da Serra, será iniciada às 16 horas.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 245, 15 nov. 1940, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3451. Acesso em: 18 jun. 2025.

CAMPEONATO GAÚCHO 1940 - FASE FINAL - SEMIFINAL - INTERNACIONAL 4 X 2 RIOGRANDENSE-SM
Data: 15/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Juiz: Alfredo Cesaro
Gols do Inter: Marques, Mário Pinto, contra, Castillo e Russinho.
INTERNACIONAL: Marcelo; Alfeu e Risada; Assis, Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Ruy Motorzinho e Castillo. Técnico: Orlando Cavedini.
RIOGRANDENSE-SM: Goloberri; Joãozinho e Assis; Ataliba, Mário Pinto e Caçapava; Sadi, Dudu, Adão, Negrito e Ernesto.

10/11/1940 - Campeonato Gaúcho 1940 - Zona Nordeste - Internacional 6 x 3 Juventude

INTERNACIONAL E JUVENTUDE, DE CAXIAS, DECIDIRÃO, HOJE, O TÍTULO DE CAMPEÃO DO NORDESTE, NO CAMPO DA TIMBAÚVA
O regulamento do campeonato estadual de futebol da F. R. G. D. permite substituições — A preliminar será o Torneio Encerramento Juvenil, da Série “A” da AMGEA
O primeiro compromisso do "rolo compressor" no Campeonato Estadual de Futebol será hoje contra o valoroso Juventude, campeão caxiense e vencedor de Bento Gonçalves e Novo Hamburgo.
Num rápido relance, a partida se nos afigura francamente favorável aos locais, embora se alardeie muita combatividade e energia por parte dos rapazes do Interior. Cremos ser muito difícil a resistência dos esmeraldinos frente a poderosa ofensiva vermelha, apontada, sem o menor favor ,como a melhor dos campos da capital.
O Juventude não tem uma artilharia à altura da local, enquanto a sua defesa não se apresenta como das mais sólidas.
Consideramos o sexteto defensivo dos rubros em melhores condições que o dos visitantes, daí
conclui-se que o Internacional terá de levar a melhor.
Desnecessário se torna dizer que os juventudistas oporão resistência tenaz, procurando até surpreender ao campeão porto-alegrense, mas uma vitória é muito difícil. A classe há de aparecer e impor-se.
O vencedor desse encontro será o campeão da zona do Nordeste e como tal enfrentará o Riograndense de Santa Maria, campeão da Zona da Serra.
HORÁRIO
A preliminar será iniciada às 14,30 horas com 15 minutos de tolerância e o jogo entre Internacional - Juventude começará às 16 horas.
JUIZ
Dirigirá o jogo decisivo do campeonato da zona do nordeste o desportista Oto Bumbel, do E. C. Novo Hamburgo, escolhido de comum acordo.
OS QUADROS CONTENDORES
Os quadros que disputarão o título de campeão do nordeste, apresentar-se-ão assim organizados:
INTERNACIONAL
Marcelo — Alfeu — Risada — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russinho — Carlitos — Rui e Castillo.
JUVENTUDE
Benito — Longhi — Galopeto — Osmar — Bolacha — Frigeri — Raul — Bortinha — Renato — Martini e Garbin.
HAVERÁ SUBSTITUIÇÕES
O regulamento do campeonato estadual de futebol da F. R. G. D. permite substituições de três jogadores no decorrer do jogo. Esse regime vigorará hoje.
NOTA DO INTERNACIONAL
Para o match a ser jogado hoje, na Timbaúva, em disputa do campeonato estadual, com o E. C. Juventude de Caxias, os diretores de campo do Internacional escalaram os seguintes jogadores, que deverão estar no campo da rua Silveiro às 15 horas em ponto, a fim de se fardarem e seguirem para o campo da luta: Júlio — Marcelo — Risada — Álvaro — Alfeu — Pedrinho — Magno — Assis — Levi — Tesourinha — Russinho — Marques — Carlitos — Rui — Castillo e Toreli.
NOTA DA F. R. G. D.
Para a partida a ser realizada hoje no campo do Grêmio Sportivo Força e Luz, entre o Sport Club Internacional, campeão de Porto Alegre, e Esporte Clube Juventude, campeão de Caxias em disputa do título de campeão da Zona Nordeste, no Campeonato Estadual de 1940, a F. R. G. D. tomou as seguinte deliberações:
Direção geral a cargo do Presidente da FRGD, sr. Cícero Ahrends.
Fiscal da partida: dr. Luiz Perez; Cronometrista: sr. Miguel Genta; Representante junto às diretorias dos clubes disputantes, sr. Arnoldo Silva, Representante junto à imprensa: sr. Miguel Ladiez; Fiscalização junto aos portões a cargo dos srs. Carlos V. Ruschel, Léo Birnfeld, Alencar Bueno e Victor Mora.
PRELIMINAR
Às 14,30 horas — Torneio Encerramento do Campeonato Juvenil promovido pela AMGEA, disputado pelos quadros representativos do Grêmio F. B. Porto Alegrense, E. C. Cruzeiro e E. C. S. José. Autoridades escaladas pela AMGEA.
JOGO PRINCIPAL
Às 16 horas — S. C. Internacional versus E. C. Juventude.
Juiz — Otto Bumbel do E. C. Novo Hamburgo, escolhido de comum acordo. Preços: Pavilhão: 4$000; meia pavilhão 3$000; Geral 8$000; meia geral 2$000. Os sócios do G. S. Força e Luz terão entrada franca mediante a apresentação do recibo nº 10. Os portadores de convites e ingressos terão entrada pelo portão Autoridades. Cadernetas somente vigorarão as fornecidas pela FRGD e AMGEA.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 240, 10 nov. 1940, p. 15. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3364. Acesso em: 17 jun. 2025.

CAMPEONATO GAÚCHO 1940 - ZONA NORDESTE - INTERNACIONAL 6 X 3 JUVENTUDE
Data: 10/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Renda: 9:029$000
Juiz: Otto Pedro Bumbel
Gols: Castillo 11’/1 (I); Feliz Magno, pênalti ?’/1 (I); Renato 32’/1 (J); Raul 37’/1 (J); Tesourinha 2’/2 (I); Castillo 7’/2 (I); Renato ?’/2 (J); Tesourinha 18’/2 (I); Marques ?’/2 (I).
INTERNACIONAL: Marcelo; Alfeu e Risada; Assis, Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Carlitos (Marques), Ruy Motorzinho e Castillo. Técnico: Orlando Cavedini.
JUVENTUDE: Benito; Longhi e Galopeto; Bolachinha, Bolacha e Frigeri (Garbin); Raul, Bortinha, Renato, Mario (Tissot) e Remo. Técnico: Alfredo Jaconi.

"Alguns defensores "colorados", ostentando a "faixa-campeão"
do ano de 1940, no Bicentenário de Porto Alegre".
Fonte: Sport Illustrado (RJ)

OS COLORADOS SÃO SEMIFINALISTAS DO ESTADUAL DE FUTEBOL DESTE ANO
Já na próxima sexta-feira os locais enfrentarão o Rio Grandense, de Santa Maria, campeão da zona da Serra
O Internacional confirmou o favoritismo, ao abater amplamente ao Juventude, de Caxias, em disputa do título de campeão do Nordeste, pelo título máximo do Estado.
Uma contagem larga acusou o prélio que ofereceu alguns instantes de emoção à torcida sempre presa à marcha do placar e quase alheia a qualidade do jogo e às possibilidades deste ou aquele time. O que interessa ao afeiçoado é a vantagem numérica.
Os colorados facilitaram diversas vezes no decorrer do empate, fazendo pouco caso ao adversário, que chegou a pespegar dois grandes sustos.
Arrancando na frente com dois tentos, os rubros permitiram o empate e por um triz que a contagem não foi equilibrada, de novo, na segunda fase. A oportunidade chegou a ser delineada, quando Pedrinho cometeu um pênalti e a diferença no marcador era apenas de um tento (4x3). O tiro livre foi defendido por Marcelo e a ofensiva resolveu consolidar a vantagem, "caminhando" definitivamente para as redes. A superioridade de classe e dos valores individuais dos locais permitiu esse luxo de comandar o jogo "a volonté" bulindo com os nervos e a paciência dos "hinchas".
No final da festa de gols, a torcida exultou. Os mais ponderados analisaram friamente o cotejo e tiraram conclusões pouco lisonjeiras para o campeão da cidade. Chegaram a relembrar o triunfo dos rubros em Caxias, quando superaram ao Juventude por 8x1. Aquilo sim era time, resmugava um ardoroso colorado, que não se conformava com os três tentos que a defesa dos "diabos rubros" havia tomado.
O prognóstico foi traçado pelo "Diário de Notícias". Os 90 minutos confirmaram o vaticínio.
Embora perdendo, os rapazes do Juventude empenharam-se com denodo. "Fizeram o que estava ao seu alcance. Não esmoreceram e lograram empatar, depos de estar em plano inferior. Nos valores individuais torna-se justo destacar Galopeto e Longhi, a zaga; Benito no arco e Bolacha, de center half; Renato, na entre ala direita, teve alguns méritos.
Os demais discretíssimos.
O "rolo compressor" não esteve num de seus melhores dias. A defesa claudicou com frequência, basta — atentar — separar os três tentos, em contraste com a "meia dúzia" da "artilharia". Firma-se, cada vez mais, a afirmativa de que o ponto alto dos vermelhos, sem a menor dúvida, é a ofensiva enquanto a defesa periclita com frequência.
Na semifinal de domingo, o "rolo compressor" evidenciou a eficácia de sua vanguarda, que conquistou seis pontos.
Longhi cabeceia fraco e Castillo emenda com precisão, aos 11 minutos (1x0). Pouco mais tarde Magno aumentava, ao bater um tiro máximo.
A vantagem não desalentou aos rapazes do Interior. Não esboçaram uma reação impressionante. Uma escapada veio alentá-los e descontar a diferença do placard já no último quarto de hora (32'), por intermédio de Renato. Animados com o feito, os esmeraldinos atacaram com mais denodo, conseguindo escanteio, de efeito nulo. Bolacha, "eixo", aponta e
Marcelo nuetraliza. Responde o Internacional, perigosamente, para o árbitro anular o esforço de modo injusto ao punir um pretenso impedimento de Carlitos. A seguir verificou-se o empate. Remo fugiu pela esquerda e cruzou a Raul, na ponta direita, que acertou, na corrida, em cheio: 2x2 aos 37 minutos.
O período complementar trouxe algumas modificações nas duas equipes. Frigeri, médio caxiense, cedeu posição a Garbin. Nos campeões da cidade não figurou mais Carlitos, que se contundira no primeiro tempo, cabendo a Marques comandar a ofensiva. No transcurso da peleja, o Juventude fez mais duas substituições. Tissot substituiu a Mario na linha atacante, e Frigeri retornou, ocupando o posto de Bolachinha, médio direito.
Os colorados reiniciaram a pugna com grande decisão, tanto que no 2º minuto deste período Tesourinha escorou magistralmente um centro de Carlitos, desempatando. Marques, por duas vezes não aproveita. Da segunda vez o couro resvalou no travessão e a zaga aliviou. Pouco mais tarde (52') tramam Russinho, Marques e Castillo para este fazer estremecer as redes de Benito pela quarta vez. Benito, logo após, sensacionaliza ao cometer dificílima defesa de um chute de Castillo. Os minutos seguintes foram de intensa emoção para os torcedores do campeão da cidade.
Cheio de brilho e vontade de aumentar as cifras, a fim de salvaguardar-se de qualquer surpresa desagradável, o Internacional infiltra-se, sempre com manifesta facilidade, em face da ação defeituosíssima dos médios contrários e auxílio nulo dos entre alas a defesa. Marques perde uma oportunidade esplêndida, depois de Benito ter abandonado o arco. Tesourinha evolui pela direita. Serve a Marques, que devolve ao ponta, para ser decretado o quinto gol para os rubros, aos 63'.
Dois pânicos tremendos proporciona Tesourinha na área inimiga. Pressiona o "rolo compressor". Estava nitidamente delineado o vencedor, aliás, essa impressão esteve conosco desde os minutos iniciais. Um tento de Marques é anulado por impedimento. Facilitam, outra vez, os dianteiros, "bordando" nas proximidades da área de 16 metros. Marcelo intervém. Faltando três minutos para terminar o embate. Galopeto atrasa mal, entregando a Marques que escolhe à vontade o canto: 6x3. Com o Internacional no ataque, finda o cotejo intermunicipal, pelo campeonato estadual da FRGD.
Renda: 9:029$000
Árbitro: Otto Pedro Bumbel: — fraco.
Os quadros:
INTERNACIONAL — Marcelo — Alfeu — Risada — Assis — Magno — Pedrinho — Tesoura — Russinho — Carlitos (Marques) — Rui e Castilhos.
JUVENTUDE: Benito — Longhi e Galopeto — Bolachinha (Frigeri) — Bolacha — Frigeri (Garbin) — Raul — Bortinha — Mario (Tissot) — Renato e Remo.
Índices: técnico: 1 para Internacional e 0 para o Juventude; disciplinar: 5 para ambos.
Os melhores: Benito — Risada — Tesourinha — Russo — Renato — Galopeto — Bolacha e Longhi.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 242, 12 nov. 1940, p. 13. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3388. Acesso em: 17 jun. 2025.

O MELHOR JOGO DE PORTO ALEGRE
Campeonato estadual:
JUVENTUDE (de Caxias), 3 x INTERNACIONAL (de Porto Alegre), 6
Já se havia mesmo previsto a vitória dos rubros no primeiro compromisso do Campeonato Estadual, efetuado no campo dos "rajados". Prevista porque os juventudinos, apesar de terem perdido somente uma partida no certame caxiense, não estavam à altura para suportar a artilharia local, em esplêndida forma, nem possuíam uma dianteira capaz de transpor a "barreira" dos locais. Acrescente-se a tudo isso o estímulo da torcida, toda para os "colorados" (ou quase toda...), o gramado, isto é, campo estranho etc., factores esses que influem psicologicamente no ânimo dum quadro, cuja responsabilidade é bem grande, tentando obter o título máximo do Rio Grande do Sul. Justificado foi, dessa forma, o otimismo dos "fans" quanto ao desfecho do prélio.
—oOo—
Iniciado o jogo, os internacionalistas lançaram-se à frente com muito ardor e bastante técnica, pondo em perigo imediato a cidadela confiada à pericia de Benito, que mostrou possuir qualidades. Surpreendidos com a saída de leão dos rubros, os visitantes esmoreceram, passando a defesa a chutar bolas para a frente, embora muitas vezes sozinha, sem um objetivo certo que não o de limpar a área de qualquer maneira... Enquanto isso, o Internacional exibia uma classe de passes matemáticos, certos, ora pela direita, às vezes pela esquerda, dando insano trabalho aos defensores do Juventude. Os dois tentos que surgiram não causaram surpresa, pois já estavam até demorando...
Com o placar favorável, abandonaram os jogadores locais a pressão que vinham fazendo e começaram um "brinquedo" de passes e jogo para a assistência.
Refeitos do susto inicial e da opressão sentida, os juventudinos foram aos poucos tomando fôlego e conseguiram, numa bonita reação, empatar o jogo: 2x2! A torcida rubra ficou assustada, por sua vez, pois que agora o arco confiado a Marcelo estava perigando mais seguido... Mas os jogadores rubros parece que estavam cientes da superioridade e da classe que possuíam, assim não se impressionaram com a reação e continuaram no mesmo padrão, até que o apito do cronometrista deu por findo o primeiro tempo.
Começado o segundo período, o Internacional tomou conta do jogo, fazendo prevalecer o poderio da sua artilharia até que a contagem chegasse na altura dos seis. E o team visitante só pôde conquistar mais um tento, isto mesmo devido ao brinquedo da zaga e do centro médio.
Estava finda a partida e... confirmada a opinião inicial, favorável aos rubros.
O Juventude apresentou apenas alguns jogadores com qualidades, salientando-se o meia direita Bortinha e o esquerda Renato. Na defesa apareceu o trabalho do center-half Bolacha e do zagueiro Galopeto, que por diversas vezes andou num "galope" envolvido pelas artimanhas de Tesourinha e Russinho, os melhores dos locais, na dianteira. Os demais atuaram regularmente, com excepção dos pontas, muito bisonhos e sem controle de bola.
O Internacional, por sua vez, não esteve tão perfeito, mas agradou aos torcedores porque venceu por 6x3 e deu um "passeio" (entremeado com um susto) no team adversário...
Não fosse a reprovável brincadeira, a que quase sempre se entregam todos os quadros quando estão na dianteira, procurando cansar a defesa inimiga, teríamos uma bela exibição por parte dos rubros. Mas... tudo ficou no mesmo e assistimos a uma partida com poucos momentos de emoção. Estes nos foram proporcionados pelos arqueiros, que atuaram a contento. Alfeu, half-back colorado que estava afastado, reapareceu, não em esplêndida forma, mas sem comprometer. Seu companheiro Risada constituiu o ponto alto do triângulo final, obtendo palmas da torcida, por sua ótima atuação. Na linha intermediária Magno, centro-médio, cumpriu boa performance, salientando-se dos seus colaboradores da direita e da esquerda, onde Pedrinho e Assis apareceram bem, contribuindo mais para a defesa do que no auxílio ao ataque. Na artilharia, como já nos referimos antes, o melhor foi a ala direita, seguida por Ruy e Castillo. Carlitos, de centroavante não teve muitas oportunidades, pois lesionou-se logo no princípio, sendo substituído só no final do primeiro tempo, quando entrou Marques em seu lugar. Este também estava afastado, por motivo de doença e reapareceu bem, com muito "apetite", chegando a perder boas jogadas por ser demais "guloso"...
—oOo—
Os teams tiveram a seguinte constituição:
JUVENTUDE — Benito; Longhi e Galopeto; Bolachinha, Bolacha e Frigeri; Raul, Bortinha, Mario, Renato e Remo.
INTERNACIONAL — Marcelo; Alfeu e Risada; Assis, Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Carlitos, Ruy e Castillo.
Os locais substituíram o centroavante Carlitos, que se lesionara, por Marques, e os visitantes fizeram entrar Garbin no lugar de Frigeri.
A contagem obedeceu à ordem seguinte:
1º ponto — Aos 11 minutos, Castillo, numa rebatida fraca do back, abre a contagem.
2º ponto — Novamente numa investida de Castillo teve origem o segundo tento, indiretamente, pois o extrema chutou e a bola tocou na mão do zagueiro, valendo-se o juiz para, rigorosamente, punir com pênalti os visitantes. A torcida pede aos "colorados" para jogar fora, mas Magno, destacado para bater a penalidade, aproxima-se vagarosamente e envia violento bicaço, que Benito não consegue deter.
3º ponto — O Juventude desconta, quatro minutos depois, numa investida pela esquerda, onde Renato aproxima-se da meta, finta Risada e ilude Marcelo, que lhe saíra ao encontro, marcando o primeiro gol para o seu bando: 2x1.
4º ponto — Numa escapada de Remo, nasce o tento de empate, quando Raul escora muito bem, desviando para o canto: 2x2! Susto da torcida "colorada"...
5º ponto — O terceiro gol dos rubros surgiu no segundo tempo, aos dois minutos de luta. Galopeto, acossado por Marques, não consegue alcançar a pelota, aproveitando-se Tesourinha para desempatar.
6º ponto — Marques entra na área ameaçadoramente, e estende para Castillo. Este engana Bolachinha e chuta com a direita, num tiro cruzado, no canto oposto do arco confiado a Benito.
7º ponto — Renato consegue desfazer a diferença, levando a melhor numa jogada frente a Risada, consignando o terceiro e último tento do Juventude.
8º ponto — É da autoria de Tesourinha, que atira forte e indefensavelmente. 5x3.
9º ponto — Quase ao finalizar o prélio, aumenta a contagem para 5x3, por intermédio de Marques, o "condotiere" rubro, que finaliza com êxito uma jogada de Russinho. Pouco depois terminava a partida.
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Com esta vitória o Internacional candidatou-se para disputar o título de finalista com o Riograndense, da cidade de Santa Maria, e, saindo vencedor, considerar-se-á já vice-campeão do Estado.
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Mais uma vez o tempo favoreceu os jogadores, pois não estava quente e não ventou de forma a prejudicar os contendores. A renda atingiu a casa dos 8 contos de réis.
Fonte: RABELLO, Pythagoras. Sport Illustrado (RJ), n. 140, 12/12/1940, p. 25. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/182664/5651. Acesso em: 17 jun. 2025.

03/11/1940 - Citadino 1940 - 3º turno - Internacional 2 x 2 São José-RS

OS COLORADOS, JÁ CAMPEÕES DESTE ANO, JOGAM HOJE SUA ÚLTIMA PARTIDA DO CERTAME CITADINO
Os “santos”, que lutam ainda pelo título de vice-campeões, serão os seus adversários
O Internacional despedir-se-á hoje do campeonato citadino de futebol. O título de campeão está garantido, mas isso não quer dizer que os "diabos rubros" se desinteressem pelo cotejo de hoje.
Com dez pontos na tabela, lado a lado com o Cruzeiro, os Zequinhas assim o vice-campeonato, o que não é impossivel, já que os tricolores somam 12 pontos e lhes resta o Força e Luz pela frente.
Prevê-se uma luta titânica entre os "brancos" e os "colorados". A grande oportunidade para os rapazes possivelmente se esqueceu daquela possivelmente, se esqueceu daquela memorável partida que finalizou em 4x4, sob o apito de Virgílio Fedrighi, que prejudicou enormemente aos "santos". A lembrança daquela injustiça acirra aos adversários dos campeões da metrópole, no Bicentenário, e desejam, a todo transe, vingar-se. As honras tentam. Além dos dois pontos, há a significação do triunfo sobre um XI campeão, daí o grande interesse desta partida, a ser travada no "tapete verde" da Timbaúva.
ELUSTONDO NÃO INTEGRARÁ O S. JOSÉ
Os "santos" não contarão com o concurso de seu entre ala canhoto: Elustondo, que sofreu um ligeiro acidente de veículo.
"Peixinho", o técnico dos "brancos", encaixou na linha a Lobato. Em compensação, reaparecerá o "eixo" Junção.
O time de Salvador Vinhas será o seguinte: Ivo — Armando e Sampaio — Kucerat — Junção e Zica; Javel — Décio — Tsás — Lobato e Cidrônio.
O "ROLO COMPRESSOR"
Ciosos de seu título, os pupilos da "dupla" Cavedini — Dilorenzi não acreditam num revés. Querem fazer a última demonstração de seu poderio e provar que são mesmo os campeões.
Marcelo — Álvaro — Risada — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russo — Carlitos — Rui e Castillo representarão, provavelmente, o time do Internacional.
AUTORIDADES E ÁRBITROS
Funcionará como juiz dos quadros principais: Henrique Maia Failace, escolhido de comum acordo. Bandeirinhas: Rafael Mastracusa e Aristeu dos Santos. Representante da Amgea: Antônio Áureo Barcelos. Juiz para os segundos quadros: Valdomiro Zanini, auxiliares: Fidélis Mastracusa e Antônio Simoni. Representante do Departamento Técnico: Celso Albert.
NOTA DOS CONTENDORES
INTERNACIONAL — Para nosso match de hoje, com o nosso valoroso coirmão S. C. S José, a realizar-se no Estádio da Timbaúva, foram tomadas as seguintes resoluções:
Direção geral — a cargo do Presidente, sr. Hoche de Almeida Barros, auxiliado pelos demais diretores.
Portões — a cargo dos Tesoureiros do Clube e dos do E. C. S. José, auxiliados pelas pessoas por eles determinadas.
Preços — 4$000 pavilhão, 3$000 meio pavilhão e 3$000 geral.
Jogadores — a cargo dos Diretores de campo, srs. Carlos De Lorenzi e Orlando Cavedini, que baixaram as seguintes determinações:
Às 13 horas em ponto em nosso campo aonde se deverao fardar e seguir para a Timbaúva:
Tedesco, Celso, Olmiro, Clóvis, Gaspar, Nenê, Lewin, Baixinho, Rui Barbosa, Catalani, Danilo, Sebinho, Olívio, Toreli.
Os jogadores do primeiro quadro fardar-se-ão no próprio campo da luta aonde deverão se encontrar às 15 horas em ponto:
Júlio, Marcelo, Alfeu, Risada, Álvaro, Carlitos, Magno, Pedrinho, Assis, Tesourinha, Russinho, Rui, Marques e Castillo.
Tendo o Departamento de Cooperação e Propaganda organizado uma passeata para depois do jogo, a Diretoria solicita a todos os sócios que compareçam a passeata, que partirá do campo do jogo.
S. JOSÉ: — Devendo o Esporte Clube Sao José defrontar-se domingo com o coirmão Sport Club Internacional, o diretor técnico convoca para comparecerem no Estádio da Timbaúva, às 13 horas os seguintes Jogadores: Pereira — Neri — Heuser — Rebolo — Favorino — Armando — Manuel — Baiano — Alceu — Mario — Gemada e Ari, e às 14 horas no gramado do Passo da Areia, onde se fardarão e seguirão incorporados para o local da pugna os seguinte jogadores: Ivo — João de Barro — Mando — Mabília — Sampaio — Zica — Junção — Kucerat — Javel — Décio — Alemão — Lobato e Chinês.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 233, 03 nov. 1940, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3248. 17 jun. 2025.

HOMENAGEM AOS CAMPEÕES COLORADOS
Será prestada, hoje, pelo Departamento de Cooperação e Propaganda do Internacional, após o jogo com o São José — Homenagem ao “Diário de Notícias”
O Departamento de Cooperacão e Propaganda do S. C. Internacional promove, hoje apos a partida com o Sao José, um grande corso em homenagem aos jogadores colorados, que sagraram-se brilhantemente campeões do corrente ano.
Todo aquele que desejar tomar parte na passeata, poderá entender-se com o sr. Vicente Rao, que estará à disposição dos interessados por ocasião do jogo, logo à entrada do campo do G. S. Força Luz, local da partida.
É o seguinte o itinerario do corso: Saindo do campo, segue pelo Caminho do Meio, rua Venâncio Aires, Concórdia, Demétrio Ribeiro, rua do Arroio, rua dos Andradas, Av. Borges de Medeiros, rua. 7 de Setembro, tendo como ponto terminal a sede do Clube, à rua cap. Montanha, aonde, então, se farão ouvir diversos oradores, encerrando o primeiro dia de festas.
Quando o cortejo passar pela frente de nossa redacão sera prestada uma homenagem ao "DIÁRIO DE NOTÍCIAS".
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 233, 03 nov. 1940, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3248. 17 jun. 2025.

CITADINO 1940 - 3º TURNO - INTERNACIONAL 2 X 2 SÃO JOSÉ-RS
Data: 03/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Renda: 4:800$000
Juiz: Henrique Maia Faillace, auxiliado por Rafael Mastracusa e Aristeu dos Santos.
Gols: Chinês 21’/1 (S); Alemãozinho 26’/1 (S); Ruy Motorzinho ?’/1 (I); Russinho 22’/2 (I).
INTERNACIONAL: Marcelo; Álvaro e Risada; Assis, Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Carlitos, Ruy Motorzinho e Carlitos. Técnico: Orlando Cavedini.
SÃO JOSÉ-RS: Ivo Winck; Armando e Sampaio; Zica, Junção e Kucirá; Javel, Décio, Alemãozinho, Lobato e Chinês. Técnico: Eunides Sardinha.
Obs: faltando 13 minutos para acabar a partida, um forte temporal impediu que o jogo continuasse. No início da partida, os jogadores do Internacional, campeões municipais de 1940, foram saudados pela torcida com confetes e serpentinas. O São José também presenteou o Internacional com um corbelle.

"Este é o “rolo compressor”. Campeão absoluto da cidade
de Porto Alegre. Na jornada de 1940: Russinho, Pedrinho,
Magno, Carlitos, Alfeu, Assis, Tesourinha, Marques, Rui,
Castillo, Toreli, Álvaro, Risada e Marcelo, tudo envidaram
para a defesa das cores prediletas. Hosanas aos campeões!
Fonte: Diário de Notícias (RS)
[...] "Carlos Dilorenzi, o 'mentor' do XI rubro [...]".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"[...] Orlando Cavedini, o 'técnico' oficial [...]".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"[...] Risada, o veterano [...]".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"[...] Hoche de Almeida Barros, o presidente".
Fonte: Diário de Notícias (RS)

SUSPENSO O JOGO INTERNACIONAL X SÃO JOSÉ QUANDO FALTAVAM 11 MINUTOS PARA TERMINAR
O forte temporal que desabou, ontem à tarde, impediu o prosseguimento desse jogo, quando o resultado era 2x2
Uma peleja inacabada. Internacional e São José não completaram os 90 minutos regulamentares. Lutaram denodadamente 79 minutos, quando o tempo enfarruscou. Nuvens negras cobriram o céu, tornando a tarde tão escura, que impossibilitou o prosseguimento da justa desportiva.
Assim, não foi completada a despedida do "rolo compressor" do campeonato de futebol da metrópole, nem o próprio escore. Ficou uma forte emoção em todos os colorados e uma intensa expectativa para qualquer dia destes. O prélio se desenhou difícil para os campeões da cidade, que estiveram em desvantagem, sobretudo na etapa primária quando a defesa vermelha apresentou enormes brechas, facilitando a infiltração dos "Zequinhas", cheios de combatividade e de energia.
Os colorados apresentaram-se, de início, com muita displiscência. Estavam "remplies de soi mêmes". Entretanto, bem cedo contataram o equívoco e esboçaram violentas reações. O extraordinário dispêndio de energias, de parte dos rapazes da Areia, veio dar a chance desejada para os rubros. Descontaram a vantagem de dois tentos, assegurada pelo São José, já sobre a hora do primeiro período. A contagem se equilibrou no tempo complementar, após afanosas investidas.
Com uma intermediária irregular, inconstante, o Internacional teve de trabalhar ativamente. Apenas Assis se destacou na "coluna vertebral". Se poucos méritos teve a linha média, a ofensiva suplantou suas atuações anteriores, firmando-se definitivamente como o ponto alto do "rolo compressor". Russinho e Rui salientaram-se, sobretudo pela colaboração contínua e eficiência à retaguarda, quase sempre em apuros.
Coisa curiosa. Três homens perturbaram a zaga, médios e arqueiro colorados: Tsás e os ponteiros. Décio, na entre ala direita, e Lobato, improvisado de "insider" canhoto, não produziram como deviam. Incomodaram algumas vezes, mas não satisfizeram.
Os "santos" aproveitaram muito pouco os "furos" da defesa internacionalista, conquistando dois gols nos primeiros 45 minutos, desperdiçando bons ensejos.
Na "volteada", os brancos arrefeceram o entusiasmo. Cederam, talvez, ao cansaço, embora não se entregassem. Destacou-se, então, o notável desempenho de Ivo, o "arqueiro revelação de 40" e dos zagueiros Armando e Sampaio, sobretudo o primeiro.
Restavam 11 minutos de luta, quando o prélio foi suspenso. A chuva alagou por completo a cancha, impedindo o prosseguimento do cotejo. É bem possível que os 11 minutos sejam jogados quarta-feira, no mesmo local, com os portões abertos.
A HISTÓRIA DOS QUATRO TENTOS E OS LANCES PRINCIPAIS
A primeira sensação de pânico coube à torcida colorada. Javel evoluiu e atrasou a Tsás, no momento em que Marcelo procurou desarmar ao ponteiro. Tsás emenda desviando, tendo o arco à sua disposicão. Momentos após repete-se a situação de aprêmio para os rubros, errando Tsás, outra vez.
Registrou-se outro instante cruel para a defesa do "rolo compressor" depois de um escanteio de Pedrinho. Marcelo intervém com um soco e Lobato, com as redes desguarnecidas, cabeceia desviado.
O Internacional assedia inutilmente. Assis apoia e estende para a frente. Armando controla e atrasa a Ivo, de cabeça. Este chuta. Tsás amortece o "couro" e serve a Cidrônio, isolado na direita, desmarcado. Chinês progride rápido e se avizinha. Marcelo procura interceptar, mas não consegue cortar o chute certeiro: 1x0, aos 21 minutos.
Cinco minutos mais tarde sobe a contagem. Javel habilita a Tsás. Pifa Risada e o "condotieri" do Passo da Areia não tem dificuldades de acertar no alvo: 2x0. Marcelo sensacionaliza com uma defesa num tiro livre, enviando a escanteio. Acentua-se a vigilância de Armando. Sampaio também se exibe, contendo as investidas coloradas. Magno apoia e Junção falha algumas vezes.
Armando, ao despejar legalmente Carlitos, derruba este. O árbitro sem apitar interrompe o jogo, batendo a bola. Prossegue a partida, centra Tesourinha e Ivo defende parcialmente, com esforço inaudito. Rui e Russinho atropelam o arqueiro, sem tocá-lo e cabe ao primeiro (Rui) tirar o zero do placar: 2x1. Em seguida soa o apito do cronometrista. Lobato estava protestando contra o ato do juiz Faillace, que não apitou para interromper o jogo, resolvendo depois bater a bola.
De nada adiantou a reclamação de Lobato.
No segundo tempo, os rubros controlaram melhor. A marcação da zaga foi mais eficiente e a linha média apareceu em plano superior ao da fase inicial. Ivo assombrou, praticando duas ou três defesas de grande gala, além de algumas intervenções oportuníssimas.
Aos 67 minutos verificou-se o almejado empate. Magno desarma e conduz, entregando a Castillo. Sampaio defende fraco e Castillo se apossa de novo centrando. Tesourinha domina e centra, para Russinho desviar, habilmente, á boca da meta, rumo às redes, numa posição difícil: 2x2.
Instantes após, Ivo pratica formidável defesa, num tiro de Tesourinha, cedendo escanteio, de efeito nulo. Tesourinha faz das suas. Dribla dois e obriga magnífica defesa de Ivo. Tsás atira com violência, resvalando no travessão! Álvaro falha e Cidrônio atira fraco nas mãos de Marcelo. Começa a escurecer (26'). Cidrônio atira e Marcelo encaixa com segurança. Russinho "gambeteia" a Armando e a Junção e finaliza. Ivo demonstra, mais uma vez, as suas qualidades, defendendo para escanteio, também sem resultado. A seguir, a partida é suspensa.
Juiz: Henrique Faillace: bom.
Renda: 4:800$000
INTERNACIONAL: Marcelo — Álvaro e Risada — Assis — Magno e Pedrinho — Tesourinha — Russo — Carlitos — Rui e Carlitos.
SAO JOSÉ: Ivo — Armando — Sampaio — Zica — Junção — Kucerat — Javel — Décio — Tsás — Lobato — Cidrônio.
Os melhores: Ivo, Armando, Sampaio, Russinho, Rui, Marcelo, Tesourinha, Javel, Assis.
Índices: Técnico: 0 para ambos, disciplinar: 4 para os dois.
— Na preliminar o Internacional "goleou" ao São José, por 9x0.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 234, 04 nov. 1940, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3267. Acesso em: 17 jun. 2025.

QUATRO EMPATES E UMA DERROTA EM DOZE JOGOS
Essa a folha do Internacional na sua brilhante campanha deste ano, na qual conquistou o campeonato
Os colorados entraram na temporada de 1940 com o pé direito. O Torneio Inicial marcou expressivo triunfo. Teve dupla significação a vitória. Não foi só o troféu alcançado, mas a supremacia sobre o "rival de sempre" — o Grêmio.
Dizem que o XI rubro é especialista em torneios. O campeonato inicia-se e a frase parece confirmar-se. O Intercruz acusa um empate de 4 tentos, nos "Eucaliptos".
O segundo compromisso do "rolo compressor" desdiz a sentença. Os tricolores mordem o pó da derrota; 3 x 2, na própria "baixada". A liderança firma-se com a turma de Hoche de Almeida Barros.
Os rajados são levados de roldão (7 x 1). O encontro seguinte fere-se no Passo da Areia e assinala outro êxito: 5 x 2, para encerrar de modo brilhante a jornada do turno.
Um novo empate, de 2 x 2, marca o segundo Intercruz. A derrocada aparece no Grenal. Magno contunde-se seriamente, sofrendo a fratura do pé. Com dez homens, foi impossível combater de igual para igual. A boa estrela de 1940 tentou bruxolear. Os esforços e dedicação dos técnicos contornaram a "pane", auxiliados pelo gesto indisciplinar dos clubes locais, ao negarem os jogadores requisitados pela F. B. F., para a  formação do selecionado brasileiro.
O Internacional ganhou tempo e os jogadores lesionados se refizeram, entrando em forma. O único que não reapareceu foi Marques, tambem de pé fraturado.
Desanuviado o horizonte, Cavedini e Dilorenzi trabalharam com afinco e puderam imprimir a mesma marcha vitoriosa que haviam encetado, depois de Rui Souza ter abandonado a direção técnica.
No período de crise, os colorados suplantaram a duras penas ao Força e Luz (3 x 2) e igualaram com os "santos" (4 x 4). Nesta altura ombreavam com os gremistas, já que estes perderam no turno para os rajados.
Mesmo assim, o clube da rua Silveiro não deixou de figurar na vanguarda.
Turno neutro. O Cruzeiro com dez homens não suportou o elan colorado e baqueou fragorosamente: 5 x 1. Os tricolores também conheceram o ferrete vermelho: 4 x 3, o mesmo sucedendo aos rajados (também com dez homens) que cederam por 5 x 1. Finalmente, o cotejo inacabado de ontem: 2 x 2, faltando 11 minutos. Mesmo um revés nada significará para a posição do Internacional, que finalizou o certame de 1940 com 18 pontos, contando 1 do empate de ontem.
Essa a marcha que levou o Internacional ao campeonato.
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O afastamento de Rui Souza da direção técnica dos rubros creou um problema para a administração de Hoche de Almeida Barros. Durou pouco o impasse. Orlando Cavedini foi convidado, novamente, para a primeira linha. Carlos Dilorenzi, como amigo do técnico passou a auxiliá-lo. Formou-se, assim, a "dupla" Cavedini-Dilorenzi.
Os "heróis anônimos" das vitórias. Trabalharam sem desfalecimento até colherem os louros da vitória: o título máximo do futebol metropolitano.
Os feitos de 34 e 36 se repetem em 1940!
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O "campeão da regularidade" é Guilherme Schroeder, o veterano zagueiro do selecionado gaúcho e um dos maiores baluartes do "rolo compressor".
O popular "Risada" apresentou uma "performance" digna de registro na defesa dos rubros. Raríssimas vezes não constou entre os mais destacados. Calmo, seguro, ótimo cabeceador, firme nos rechaços, o "papai", como dizem os seus companheiros, teve atuação saliente em todos os prélios do Internacional.
Ai vemo-lo no clichê a assinar a súmula. Bem poderia ter sido pela última vez, se não fosse a inclemência do tempo. Benjamim Simões, do Departamento Técnico da AMGEA, assiste à assinatura do boletim.
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Foi feliz a gestão de Hoche de Almeida Barros à testa do Sport Club Internacional, campeão de 1940. Os inúmeros casos administrativos tiveram sempre pronta solução, junto com o Conselho Deliberativo do clube, sempre chamado a opinar nos assuntos mais delicados.
Cremos, que o mandatário dos colorados deve estar satisfeitíssimo.
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Futebol! Palavra cheia de atração e encanto. Fascinante para uns; árida para outros, mas supinamente emotiva para a maioria. Possui uma significação particular e exclusiva. Os torcedores encontram nela "o compêndio de suas emoções mais intensas e mais fortes". A alegria e a tristeza povoam todos os seus instantes. São dois sentimentos antagônicos, diametralmente opostos, e, entretanto, se ligam intimamente, numa verdadeira comunhão, no "association".
O futebol se assemelha a uma autêntica peça teatral, digamos um "drama". Nem todos os personagens estão sobre o "tapete verde". Há os que vivem nas arquibancadas, debruçados sobre o parapeito ou a medir a linha lateral do "field": os técnicos.
O técnico é o "ponto" da "peça", usando a expressão feliz de um colega carioca. Ele "sofre" muito, muitíssimo mesmo mais que os "atores".
Cavedini e Dilorenzi "sofreram", mas venceram!
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 234, 04 nov. 1940, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3267. Acesso em: 17 jun. 2025.