03/11/1940 - Citadino 1940 - 3º turno - Internacional 2 x 2 São José-RS

OS COLORADOS, JÁ CAMPEÕES DESTE ANO, JOGAM HOJE SUA ÚLTIMA PARTIDA DO CERTAME CITADINO
Os “santos”, que lutam ainda pelo título de vice-campeões, serão os seus adversários
O Internacional despedir-se-á hoje do campeonato citadino de futebol. O título de campeão está garantido, mas isso não quer dizer que os "diabos rubros" se desinteressem pelo cotejo de hoje.
Com dez pontos na tabela, lado a lado com o Cruzeiro, os Zequinhas assim o vice-campeonato, o que não é impossivel, já que os tricolores somam 12 pontos e lhes resta o Força e Luz pela frente.
Prevê-se uma luta titânica entre os "brancos" e os "colorados". A grande oportunidade para os rapazes possivelmente se esqueceu daquela possivelmente, se esqueceu daquela memorável partida que finalizou em 4x4, sob o apito de Virgílio Fedrighi, que prejudicou enormemente aos "santos". A lembrança daquela injustiça acirra aos adversários dos campeões da metrópole, no Bicentenário, e desejam, a todo transe, vingar-se. As honras tentam. Além dos dois pontos, há a significação do triunfo sobre um XI campeão, daí o grande interesse desta partida, a ser travada no "tapete verde" da Timbaúva.
ELUSTONDO NÃO INTEGRARÁ O S. JOSÉ
Os "santos" não contarão com o concurso de seu entre ala canhoto: Elustondo, que sofreu um ligeiro acidente de veículo.
"Peixinho", o técnico dos "brancos", encaixou na linha a Lobato. Em compensação, reaparecerá o "eixo" Junção.
O time de Salvador Vinhas será o seguinte: Ivo — Armando e Sampaio — Kucerat — Junção e Zica; Javel — Décio — Tsás — Lobato e Cidrônio.
O "ROLO COMPRESSOR"
Ciosos de seu título, os pupilos da "dupla" Cavedini — Dilorenzi não acreditam num revés. Querem fazer a última demonstração de seu poderio e provar que são mesmo os campeões.
Marcelo — Álvaro — Risada — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russo — Carlitos — Rui e Castillo representarão, provavelmente, o time do Internacional.
AUTORIDADES E ÁRBITROS
Funcionará como juiz dos quadros principais: Henrique Maia Failace, escolhido de comum acordo. Bandeirinhas: Rafael Mastracusa e Aristeu dos Santos. Representante da Amgea: Antônio Áureo Barcelos. Juiz para os segundos quadros: Valdomiro Zanini, auxiliares: Fidélis Mastracusa e Antônio Simoni. Representante do Departamento Técnico: Celso Albert.
NOTA DOS CONTENDORES
INTERNACIONAL — Para nosso match de hoje, com o nosso valoroso coirmão S. C. S José, a realizar-se no Estádio da Timbaúva, foram tomadas as seguintes resoluções:
Direção geral — a cargo do Presidente, sr. Hoche de Almeida Barros, auxiliado pelos demais diretores.
Portões — a cargo dos Tesoureiros do Clube e dos do E. C. S. José, auxiliados pelas pessoas por eles determinadas.
Preços — 4$000 pavilhão, 3$000 meio pavilhão e 3$000 geral.
Jogadores — a cargo dos Diretores de campo, srs. Carlos De Lorenzi e Orlando Cavedini, que baixaram as seguintes determinações:
Às 13 horas em ponto em nosso campo aonde se deverao fardar e seguir para a Timbaúva:
Tedesco, Celso, Olmiro, Clóvis, Gaspar, Nenê, Lewin, Baixinho, Rui Barbosa, Catalani, Danilo, Sebinho, Olívio, Toreli.
Os jogadores do primeiro quadro fardar-se-ão no próprio campo da luta aonde deverão se encontrar às 15 horas em ponto:
Júlio, Marcelo, Alfeu, Risada, Álvaro, Carlitos, Magno, Pedrinho, Assis, Tesourinha, Russinho, Rui, Marques e Castillo.
Tendo o Departamento de Cooperação e Propaganda organizado uma passeata para depois do jogo, a Diretoria solicita a todos os sócios que compareçam a passeata, que partirá do campo do jogo.
S. JOSÉ: — Devendo o Esporte Clube Sao José defrontar-se domingo com o coirmão Sport Club Internacional, o diretor técnico convoca para comparecerem no Estádio da Timbaúva, às 13 horas os seguintes Jogadores: Pereira — Neri — Heuser — Rebolo — Favorino — Armando — Manuel — Baiano — Alceu — Mario — Gemada e Ari, e às 14 horas no gramado do Passo da Areia, onde se fardarão e seguirão incorporados para o local da pugna os seguinte jogadores: Ivo — João de Barro — Mando — Mabília — Sampaio — Zica — Junção — Kucerat — Javel — Décio — Alemão — Lobato e Chinês.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 233, 03 nov. 1940, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3248. 17 jun. 2025.

HOMENAGEM AOS CAMPEÕES COLORADOS
Será prestada, hoje, pelo Departamento de Cooperação e Propaganda do Internacional, após o jogo com o São José — Homenagem ao “Diário de Notícias”
O Departamento de Cooperacão e Propaganda do S. C. Internacional promove, hoje apos a partida com o Sao José, um grande corso em homenagem aos jogadores colorados, que sagraram-se brilhantemente campeões do corrente ano.
Todo aquele que desejar tomar parte na passeata, poderá entender-se com o sr. Vicente Rao, que estará à disposição dos interessados por ocasião do jogo, logo à entrada do campo do G. S. Força Luz, local da partida.
É o seguinte o itinerario do corso: Saindo do campo, segue pelo Caminho do Meio, rua Venâncio Aires, Concórdia, Demétrio Ribeiro, rua do Arroio, rua dos Andradas, Av. Borges de Medeiros, rua. 7 de Setembro, tendo como ponto terminal a sede do Clube, à rua cap. Montanha, aonde, então, se farão ouvir diversos oradores, encerrando o primeiro dia de festas.
Quando o cortejo passar pela frente de nossa redacão sera prestada uma homenagem ao "DIÁRIO DE NOTÍCIAS".
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 233, 03 nov. 1940, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3248. 17 jun. 2025.

CITADINO 1940 - 3º TURNO - INTERNACIONAL 2 X 2 SÃO JOSÉ-RS
Data: 03/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Renda: 4:800$000
Juiz: Henrique Maia Faillace, auxiliado por Rafael Mastracusa e Aristeu dos Santos.
Gols: Chinês 21’/1 (S); Alemãozinho 26’/1 (S); Ruy Motorzinho ?’/1 (I); Russinho 22’/2 (I).
INTERNACIONAL: Marcelo; Álvaro e Risada; Assis, Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Carlitos, Ruy Motorzinho e Carlitos. Técnico: Orlando Cavedini.
SÃO JOSÉ-RS: Ivo Winck; Armando e Sampaio; Zica, Junção e Kucirá; Javel, Décio, Alemãozinho, Lobato e Chinês. Técnico: Eunides Sardinha.
Obs: faltando 13 minutos para acabar a partida, um forte temporal impediu que o jogo continuasse. No início da partida, os jogadores do Internacional, campeões municipais de 1940, foram saudados pela torcida com confetes e serpentinas. O São José também presenteou o Internacional com um corbelle.

"Este é o “rolo compressor”. Campeão absoluto da cidade
de Porto Alegre. Na jornada de 1940: Russinho, Pedrinho,
Magno, Carlitos, Alfeu, Assis, Tesourinha, Marques, Rui,
Castillo, Toreli, Álvaro, Risada e Marcelo, tudo envidaram
para a defesa das cores prediletas. Hosanas aos campeões!
Fonte: Diário de Notícias (RS)
[...] "Carlos Dilorenzi, o 'mentor' do XI rubro [...]".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"[...] Orlando Cavedini, o 'técnico' oficial [...]".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"[...] Risada, o veterano [...]".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"[...] Hoche de Almeida Barros, o presidente".
Fonte: Diário de Notícias (RS)

SUSPENSO O JOGO INTERNACIONAL X SÃO JOSÉ QUANDO FALTAVAM 11 MINUTOS PARA TERMINAR
O forte temporal que desabou, ontem à tarde, impediu o prosseguimento desse jogo, quando o resultado era 2x2
Uma peleja inacabada. Internacional e São José não completaram os 90 minutos regulamentares. Lutaram denodadamente 79 minutos, quando o tempo enfarruscou. Nuvens negras cobriram o céu, tornando a tarde tão escura, que impossibilitou o prosseguimento da justa desportiva.
Assim, não foi completada a despedida do "rolo compressor" do campeonato de futebol da metrópole, nem o próprio escore. Ficou uma forte emoção em todos os colorados e uma intensa expectativa para qualquer dia destes. O prélio se desenhou difícil para os campeões da cidade, que estiveram em desvantagem, sobretudo na etapa primária quando a defesa vermelha apresentou enormes brechas, facilitando a infiltração dos "Zequinhas", cheios de combatividade e de energia.
Os colorados apresentaram-se, de início, com muita displiscência. Estavam "remplies de soi mêmes". Entretanto, bem cedo contataram o equívoco e esboçaram violentas reações. O extraordinário dispêndio de energias, de parte dos rapazes da Areia, veio dar a chance desejada para os rubros. Descontaram a vantagem de dois tentos, assegurada pelo São José, já sobre a hora do primeiro período. A contagem se equilibrou no tempo complementar, após afanosas investidas.
Com uma intermediária irregular, inconstante, o Internacional teve de trabalhar ativamente. Apenas Assis se destacou na "coluna vertebral". Se poucos méritos teve a linha média, a ofensiva suplantou suas atuações anteriores, firmando-se definitivamente como o ponto alto do "rolo compressor". Russinho e Rui salientaram-se, sobretudo pela colaboração contínua e eficiência à retaguarda, quase sempre em apuros.
Coisa curiosa. Três homens perturbaram a zaga, médios e arqueiro colorados: Tsás e os ponteiros. Décio, na entre ala direita, e Lobato, improvisado de "insider" canhoto, não produziram como deviam. Incomodaram algumas vezes, mas não satisfizeram.
Os "santos" aproveitaram muito pouco os "furos" da defesa internacionalista, conquistando dois gols nos primeiros 45 minutos, desperdiçando bons ensejos.
Na "volteada", os brancos arrefeceram o entusiasmo. Cederam, talvez, ao cansaço, embora não se entregassem. Destacou-se, então, o notável desempenho de Ivo, o "arqueiro revelação de 40" e dos zagueiros Armando e Sampaio, sobretudo o primeiro.
Restavam 11 minutos de luta, quando o prélio foi suspenso. A chuva alagou por completo a cancha, impedindo o prosseguimento do cotejo. É bem possível que os 11 minutos sejam jogados quarta-feira, no mesmo local, com os portões abertos.
A HISTÓRIA DOS QUATRO TENTOS E OS LANCES PRINCIPAIS
A primeira sensação de pânico coube à torcida colorada. Javel evoluiu e atrasou a Tsás, no momento em que Marcelo procurou desarmar ao ponteiro. Tsás emenda desviando, tendo o arco à sua disposicão. Momentos após repete-se a situação de aprêmio para os rubros, errando Tsás, outra vez.
Registrou-se outro instante cruel para a defesa do "rolo compressor" depois de um escanteio de Pedrinho. Marcelo intervém com um soco e Lobato, com as redes desguarnecidas, cabeceia desviado.
O Internacional assedia inutilmente. Assis apoia e estende para a frente. Armando controla e atrasa a Ivo, de cabeça. Este chuta. Tsás amortece o "couro" e serve a Cidrônio, isolado na direita, desmarcado. Chinês progride rápido e se avizinha. Marcelo procura interceptar, mas não consegue cortar o chute certeiro: 1x0, aos 21 minutos.
Cinco minutos mais tarde sobe a contagem. Javel habilita a Tsás. Pifa Risada e o "condotieri" do Passo da Areia não tem dificuldades de acertar no alvo: 2x0. Marcelo sensacionaliza com uma defesa num tiro livre, enviando a escanteio. Acentua-se a vigilância de Armando. Sampaio também se exibe, contendo as investidas coloradas. Magno apoia e Junção falha algumas vezes.
Armando, ao despejar legalmente Carlitos, derruba este. O árbitro sem apitar interrompe o jogo, batendo a bola. Prossegue a partida, centra Tesourinha e Ivo defende parcialmente, com esforço inaudito. Rui e Russinho atropelam o arqueiro, sem tocá-lo e cabe ao primeiro (Rui) tirar o zero do placar: 2x1. Em seguida soa o apito do cronometrista. Lobato estava protestando contra o ato do juiz Faillace, que não apitou para interromper o jogo, resolvendo depois bater a bola.
De nada adiantou a reclamação de Lobato.
No segundo tempo, os rubros controlaram melhor. A marcação da zaga foi mais eficiente e a linha média apareceu em plano superior ao da fase inicial. Ivo assombrou, praticando duas ou três defesas de grande gala, além de algumas intervenções oportuníssimas.
Aos 67 minutos verificou-se o almejado empate. Magno desarma e conduz, entregando a Castillo. Sampaio defende fraco e Castillo se apossa de novo centrando. Tesourinha domina e centra, para Russinho desviar, habilmente, á boca da meta, rumo às redes, numa posição difícil: 2x2.
Instantes após, Ivo pratica formidável defesa, num tiro de Tesourinha, cedendo escanteio, de efeito nulo. Tesourinha faz das suas. Dribla dois e obriga magnífica defesa de Ivo. Tsás atira com violência, resvalando no travessão! Álvaro falha e Cidrônio atira fraco nas mãos de Marcelo. Começa a escurecer (26'). Cidrônio atira e Marcelo encaixa com segurança. Russinho "gambeteia" a Armando e a Junção e finaliza. Ivo demonstra, mais uma vez, as suas qualidades, defendendo para escanteio, também sem resultado. A seguir, a partida é suspensa.
Juiz: Henrique Faillace: bom.
Renda: 4:800$000
INTERNACIONAL: Marcelo — Álvaro e Risada — Assis — Magno e Pedrinho — Tesourinha — Russo — Carlitos — Rui e Carlitos.
SAO JOSÉ: Ivo — Armando — Sampaio — Zica — Junção — Kucerat — Javel — Décio — Tsás — Lobato — Cidrônio.
Os melhores: Ivo, Armando, Sampaio, Russinho, Rui, Marcelo, Tesourinha, Javel, Assis.
Índices: Técnico: 0 para ambos, disciplinar: 4 para os dois.
— Na preliminar o Internacional "goleou" ao São José, por 9x0.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 234, 04 nov. 1940, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3267. Acesso em: 17 jun. 2025.

QUATRO EMPATES E UMA DERROTA EM DOZE JOGOS
Essa a folha do Internacional na sua brilhante campanha deste ano, na qual conquistou o campeonato
Os colorados entraram na temporada de 1940 com o pé direito. O Torneio Inicial marcou expressivo triunfo. Teve dupla significação a vitória. Não foi só o troféu alcançado, mas a supremacia sobre o "rival de sempre" — o Grêmio.
Dizem que o XI rubro é especialista em torneios. O campeonato inicia-se e a frase parece confirmar-se. O Intercruz acusa um empate de 4 tentos, nos "Eucaliptos".
O segundo compromisso do "rolo compressor" desdiz a sentença. Os tricolores mordem o pó da derrota; 3 x 2, na própria "baixada". A liderança firma-se com a turma de Hoche de Almeida Barros.
Os rajados são levados de roldão (7 x 1). O encontro seguinte fere-se no Passo da Areia e assinala outro êxito: 5 x 2, para encerrar de modo brilhante a jornada do turno.
Um novo empate, de 2 x 2, marca o segundo Intercruz. A derrocada aparece no Grenal. Magno contunde-se seriamente, sofrendo a fratura do pé. Com dez homens, foi impossível combater de igual para igual. A boa estrela de 1940 tentou bruxolear. Os esforços e dedicação dos técnicos contornaram a "pane", auxiliados pelo gesto indisciplinar dos clubes locais, ao negarem os jogadores requisitados pela F. B. F., para a  formação do selecionado brasileiro.
O Internacional ganhou tempo e os jogadores lesionados se refizeram, entrando em forma. O único que não reapareceu foi Marques, tambem de pé fraturado.
Desanuviado o horizonte, Cavedini e Dilorenzi trabalharam com afinco e puderam imprimir a mesma marcha vitoriosa que haviam encetado, depois de Rui Souza ter abandonado a direção técnica.
No período de crise, os colorados suplantaram a duras penas ao Força e Luz (3 x 2) e igualaram com os "santos" (4 x 4). Nesta altura ombreavam com os gremistas, já que estes perderam no turno para os rajados.
Mesmo assim, o clube da rua Silveiro não deixou de figurar na vanguarda.
Turno neutro. O Cruzeiro com dez homens não suportou o elan colorado e baqueou fragorosamente: 5 x 1. Os tricolores também conheceram o ferrete vermelho: 4 x 3, o mesmo sucedendo aos rajados (também com dez homens) que cederam por 5 x 1. Finalmente, o cotejo inacabado de ontem: 2 x 2, faltando 11 minutos. Mesmo um revés nada significará para a posição do Internacional, que finalizou o certame de 1940 com 18 pontos, contando 1 do empate de ontem.
Essa a marcha que levou o Internacional ao campeonato.
***
O afastamento de Rui Souza da direção técnica dos rubros creou um problema para a administração de Hoche de Almeida Barros. Durou pouco o impasse. Orlando Cavedini foi convidado, novamente, para a primeira linha. Carlos Dilorenzi, como amigo do técnico passou a auxiliá-lo. Formou-se, assim, a "dupla" Cavedini-Dilorenzi.
Os "heróis anônimos" das vitórias. Trabalharam sem desfalecimento até colherem os louros da vitória: o título máximo do futebol metropolitano.
Os feitos de 34 e 36 se repetem em 1940!
***
O "campeão da regularidade" é Guilherme Schroeder, o veterano zagueiro do selecionado gaúcho e um dos maiores baluartes do "rolo compressor".
O popular "Risada" apresentou uma "performance" digna de registro na defesa dos rubros. Raríssimas vezes não constou entre os mais destacados. Calmo, seguro, ótimo cabeceador, firme nos rechaços, o "papai", como dizem os seus companheiros, teve atuação saliente em todos os prélios do Internacional.
Ai vemo-lo no clichê a assinar a súmula. Bem poderia ter sido pela última vez, se não fosse a inclemência do tempo. Benjamim Simões, do Departamento Técnico da AMGEA, assiste à assinatura do boletim.
***
Foi feliz a gestão de Hoche de Almeida Barros à testa do Sport Club Internacional, campeão de 1940. Os inúmeros casos administrativos tiveram sempre pronta solução, junto com o Conselho Deliberativo do clube, sempre chamado a opinar nos assuntos mais delicados.
Cremos, que o mandatário dos colorados deve estar satisfeitíssimo.
***
Futebol! Palavra cheia de atração e encanto. Fascinante para uns; árida para outros, mas supinamente emotiva para a maioria. Possui uma significação particular e exclusiva. Os torcedores encontram nela "o compêndio de suas emoções mais intensas e mais fortes". A alegria e a tristeza povoam todos os seus instantes. São dois sentimentos antagônicos, diametralmente opostos, e, entretanto, se ligam intimamente, numa verdadeira comunhão, no "association".
O futebol se assemelha a uma autêntica peça teatral, digamos um "drama". Nem todos os personagens estão sobre o "tapete verde". Há os que vivem nas arquibancadas, debruçados sobre o parapeito ou a medir a linha lateral do "field": os técnicos.
O técnico é o "ponto" da "peça", usando a expressão feliz de um colega carioca. Ele "sofre" muito, muitíssimo mesmo mais que os "atores".
Cavedini e Dilorenzi "sofreram", mas venceram!
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 234, 04 nov. 1940, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3267. Acesso em: 17 jun. 2025.

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