24/4/1960 - Amistoso - Montenegro 0 x 4 Internacional

AMISTOSO - MONTENEGRO 0 X 4 INTERNACIONAL
Data: 24/4/1960
Local: Taquarais - Montenegro (RS)
Renda: aprox. Cr$ 63.000,00
Juiz: Luiz Gonzaga Rodrigues
Gols: Paulo Vechio 40'/1 (I); Paulo Vechio 45'/1 (I); Deraldo 33'/2 (I); Deraldo 37'/2 (I).
INTERNACIONAL: Silveira; Osmar e Louro; Ezequiel, Zangão e Barradinhas; Osvaldinho, Ivo Diogo (Zago), Paulo Vechio, Kim (Vilmar) e Deraldo. Técnico: Teté.
MONTENEGRO: Sérgio; Zé Bugre e Tico-Tico; Lacy (Ivan), Pires (Joel) e Chulica; Alazão, Neizinho, Melena, Serginho e Ademar (Antônio) (Silva).

Edevaldo


EDEVALDO
(lateral-direito)

Nome completo: Edevaldo de Freitas
Data de nascimento: 28/1/1958
Local: Campos dos Goytacazes (RJ)

Carreira:
1977-1981
Fluminense
1982-1983
Internacional
1983-1985
Vasco
1985-1986
Porto-POR
1986
Botafogo-SP
1987
Bangu
1988
Vila Nova
1989
América-RJ
1991
Castelo-ES
1992
Portuguesa-RJ
1992
Izabelense-PA
1993
Portuguesa-RJ
1994
Muniz Freire
1995
Barra-RJ
1995-1996
Portuguesa-RJ
1996-1997
Mesquita
1998
Jacarépauá

O torcedor colorado mais antigo certamente lembra do samba: “Gera, Gera, Gera, Geraldão/É um grande artilheiro/Alegria do povão”. O que poucos sabem, é que esse ode ao artilheiro Geraldão foi composto pelo lateral Edevaldo, o rei das batucadas no Beira-Rio no ano de 1982.
Edevaldo foi criado nas categorias de base do Fluminense, onde recebeu o apelido de “cavalo”, devido a sua resistência e porte físico. Se profissionalizou no clube carioca em novembro de 1977 e permaneceu até o final de 1981. Lá foi onde começou a ter as suas primeiras convocações para a Seleção Brasileira, principalmente após a conquista do Campeonato Carioca de 1980.
No início de 1982, o Internacional comprou o passe do lateral com o dinheiro da venda de Batista. Problemas de salário atrasado no Rio de Janeiro pesaram na escolha de Edevaldo por Porto Alegre. Não demorou muito para que o lateral-direito conquistasse o torcedor colorado com um futebol simples e eficiente.
Seus grandes momentos enquanto jogador do Internacional foram a conquista do título estadual, a convocação para a Copa do Mundo de 1982, naquela que muitos afirmam ser a melhor Seleção de todos os tempos, e na conquista do Torneio Joan Gamper, marcando de pênalti o primeiro gol da decisão contra o Manchester City.
Em setembro de 1983, se transferiu para o Vasco, onde foi vice-campeão brasileiro perdendo a decisão para o Fluminense em 1984. Em Portugal, disputou apenas 3 partidas pelo Futebol Clube do Porto. Retornou ao Brasil na metade de 1986, para defender o Botafogo de Ribeirão Preto.
A partir de então, a carreira do lateral ficou baseada no futebol capixaba, do interior carioca, passando por Goiás e Pará. Encerrou a carreira em 1998, no Jacarepaguá.

Manga

MANGA
(goleiro)

Nome completo: Haílton Corrêa de Arruda
Data de nascimento: 26/4/1937
Local: Recife (PE)

Carreira:
1957-1958
Sport
1958-1967
Botafogo
1967-1973
Nacional-URU
1974-1977
Internacional
1977
Operário-CG
1978
Coritiba
1979-1980
Grêmio
1981-1982
Barcelona-EQU

Diz o ditado que Deus escreve certo por linhas tortas. No caso de Manga, sua história foi escrita com base em suas mãos e dedos deformados. Não é à toa que o Dia do Goleiro é uma homenagem ao jogador, ideia lançada nos anos 70, data comemorada no dia de seu aniversário: 26 de abril.
Manga é o típico jogador raiz, cercado de folclore e grandes histórias. A mística do Manguita Fenômeno, como o próprio se intitulava, resultou em glórias gigantescas, principalmente em suas passagens por Botafogo, Nacional de Montevidéu e no Internacional.
O jovem Manga, apelido de infância por ser um exímio apanhador de mangas, começou a carreira nos juvenis do Sport. Em 1957, foi lançado aos profissionais em uma excursão do time pernambucano na Europa, depois de o goleiro Osvaldo Baliza se lesionar. Desde então, nunca mais aceitou esquentar banco em nenhum clube na carreira.
Como esperado, o centro do país foi o seu destino. Pelo Botafogo, foram três títulos do Rio-São Paulo (62, 64 e 66), uma Taça Brasil (68) e quatro campeonatos estaduais (61, 62, 67 e 68). Apesar das conquistas, Manga vivia em pé de guerra com a imprensa carioca, principalmente o cronista esportivo João Saldanha. Manga é um dos responsabilizados pela eliminação da Copa do Mundo de 1966, na fatídica partida contra a Seleção de Portugal.
Em 1967, foi contratado pelo Nacional de Montevidéu, onde, mais uma vez, assumiu a titularidade com muito trabalho. Em território charrua, foram quatro campeonatos nacionais e as inédita conquistas da Libertadores de 1971, quebrando a invencibilidade de três títulos do Estudiantes, se vingando da derrota em 1969, e do Intercontinental de 1971. Permaneceu no futebol uruguaio até 1974.
O Internacional não conseguia manter uma estabilidade em sua meta, pois Schneider não conseguia se consolidar com a camisa 1 por cometer muitas falhas em momentos decisivos. Manga foi contratado após a Copa do Mundo da Alemanha. Assim, o Internacional parou de bater na trave. Conquistou dois campeonatos brasileiros, em 75 e 76. Além disso, Manga conquistou os estaduais de 74, 75 e 76. Na decisão de 1975 contra o Cruzeiro, fez defesas inacreditáveis, parecendo muito tranquilas por sua plasticidade.
Em 77, a direção colorada não quis dar um merecido aumento para o goleiro, que deixou o Internacional magoado. A torcida colorada sentiu a ausência do fenômeno, principalmente após a quebra da hegemonia do octacampeonato.
Mesmo acima dos 40 anos, Manga conquistou mais três títulos estaduais: sul-matogrossense pelo Operário (1977), paranaense pelo Coritiba (1978) e gaúcho pelo Grêmio (1979). A reta final de sua carreira se deu no Barcelona de Guayaquil, onde conquistou o título equatoriano em 1981. Parou de jogar somente em 1982, aos 42 anos.

Histórico, impressão e superstições para a Libertadores de 2019


Sorteio mais esperado que de amigo secreto
River Plate-ARG, Alianza Lima-PER, e Talleres-ARG ou São Paulo. Assim está desenhado o caminho do Internacional rumo ao tricampeonato da América. Será a quarta tentativa de o clube conquistar o topo do continente, alcançado em 2006 e 2010 diante de São Paulo e Chivas Guadalajara-MEX, respectivamente.
Em 2011, o sonho parou diante do Peñarol em pleno Beira-Rio com uma derrota relâmpago nas oitavas-de-final. No ano seguinte veio o Fluminense, também nas oitavas, com pênalti perdido por Dátolo no jogo de ida.
Já em 2015, a eliminação foi ainda mais doída, pois chegamos muito perto. O Inter, que nunca havia perdido para times mexicanos em Libertadores enfrentou o Tigres, do ídolo Rafael Sobis e do gigante Gignac. Vitória por 2 a 1 na ida e derrota por 3 a 1 na volta.
Mas para que não haja empecilhos, é necessário que se faça uma grande campanha na primeira fase, para que possamos trazer os jogos dos mata-matas para o Beira-Rio. Com certeza, será muito complicado enfrentar o atual campeão continental e enfrentar a longa viagem até Lima, mas quem quer ser campeão, tem que enfrentar o que vier.
O último adversário sairá dos confrontos entre Talleres (time do ídolo eterno Guiñazu) e São Paulo (tradicional freguês que anda em baixa, mas tem uma camisa que entorta varal).
A primeira impressão do sorteio realizado ontem à noite é a que estamos em um dos grupos mais difíceis dessa Libertadores. Como sempre, acreditamos e apoiaremos o nosso Colorado rumo ao sonhado tricampeonato da América.
Para os mais supersticiosos:
  • ·         São Paulo foi campeão em 2005. Em 2006 veio o Inter e... Campeão!
  • ·         Estudiantes foi campeão em 2009. Em 2010 veio o Inter e... Bicampeão!
  • ·         River Plate foi campeão em 2018. Em 2019 virá o Inter e... LOADING...
Só falta iniciar a campanha com um gol de lateral-direiro. Daí não será dito mais nada e a história será escrita. Acredita, colorado!

17 de dezembro de 2006: o dia em que tudo aconteceu

Por Geison Munhoz

Me perdoa!

Ninguém levava fé. Seja honesto, colorado: nem tu mesmo acreditava que terminaria do jeito que terminou. Parecia impossível, intangível, inconcebível. Era algo tão distante, como a estrela solitária de 1992 diante do Fluminense e toda aquela polêmica acerca do pênalti em cima de Pinga. A conquista da Taça Libertadores de 2006 alimentou um sonho e uma incógnita na cabeça do torcedor colorado: "SERÁ QUE DÁ"?
Entre agosto e dezembro, perdemos quatro referências fundamentais do time-base: Bolívar (general da zaga colorada), Jorge Wagner (lateral-esquerdo que marcou dois golaços contra Nacional e LDU na fase final), Tinga (nosso motor incansável e autor do gol do título) e Rafael Sobis (o guri que rasgou a camisa do São Paulo, calou o Morumbi e fez a zorra toda na reta final da Copa). Vieram Hidalgo (lateral-esquerdo do Libertad, adversário do Inter na semifinal), Vargas (campeão com o Boca Juniors em 2003) e Pinga (sim, ele mesmo, mas estava sem condições, graças a Deus).
Aqueles meses foram angustiantes, como se já não bastasse a parada da Copa do Mundo que gerou aquele hiato gigantesco entre os confrontos contra a LDU. No Campeonato Brasileiro, o Internacional ia deixando a taça escapar rodada por rodada para um São Paulo mordido, porém, aguerrido e lutador, como nunca mais visto desde 2008.
Aos poucos apareciam bons nomes entre os jovens, como os campeões do Brasileiro Sub-20 Alexandre Pato (que arrebentou com o Palmeiras na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro) e Luiz Adriano, ao mesmo tempo em que tivemos as baixas de Márcio Mossoró e Rentería. Na última rodada, fomos goleados pelo Goiás em pleno Beira-Rio, mas quem se importava? Cara, estávamos a caminho do Japão!
Agora tu, colorado... Imaginou que aquele coloradinho que cresceu com uma camiseta escrito "Aplub" em meio de um monte de camisetas escrito "Renner", veria o Internacional jogando contra o Barcelona em uma manhã de domingo, a não ser no Ronaldinho Soccer 97? Imaginou que teu pai te colocaria em um carro junto com toda a tua família e vocês fariam parte da maior festa que esse estado já viu em comemoração de um título mundial?
Passado o cagaço do jogo contra o Al-Ahly, veio um cagaço ainda maior quando o Barcelona socou sem cuspe e com areia o coitado do América do México. A madrugada do dia 17 de dezembro foi de total angústia. Sono? Fome? Sede? A única coisa que se pensava era em não passar do horário do jogo. Quem conseguiu dormir só teve esse sucesso depois de tomar um tarja preta, porque meu Deus... Que agonia do cacete!
O jogo começa e vai se desenrolando em meio a muitos "haja coração", "quem é que sobe", "bateu pro gol". E aquele dentuço FDP, que tanto nos fez chorar, não parava de sorrir. Futebol era a alegria de Ronaldinho, mas aquele dia era de cerrar seus dentes e costurar a sua boca. Ele era a esperança do lado azul e o que mantinha a rivalidade viva, mesmo do outro lado do mundo.
O embate estava sendo melhor do que o esperado. Víamos um time compactado, marcador, saindo para o jogo nas horas apropriadas, sem a afobação que vitimou o time mexicano na semifinal. Aí começa a loucura e a resposta para a pergunta do início do texto é: "É DIFÍCIL, MAS DÁ". Edinho (sim, o nome dele vai estar aqui, tu querendo ou não) acerta o nariz de Índio, que cai sangrando, enquanto Fernandão sente cãibras e não se aguenta em pé.
Clemer segue fechando o gol, enquanto Fernandão segue no sacrifício. "IH, ACHO QUE NÃO VAI DAR". E, finalmente, Fernandão tem que deixar o campo e o escolhido por Abelão é Adriano Gabiru. "ACABOU O SONHO, GURIZADA. FOI LINDO VER O INTER NO JAPÃO, MAS QUEM SABE EM UMA OUTRA OPORTUNIDADE. VAMOS PERDER DE CABEÇA ERGUIDA".
Só que o futebol é uma coisa muito louca. Tem um misto de senso de justiça com mística, onde o plot-twist é a cereja do bolo. E nas palavras de Denardin (2006):
"Índio faz o domínio da bola, Ronaldinho faz a marcação a distância. Índio chuta de qualquer maneira para o meio do campo, de cabeça torneou Adriano Gabiru. Tocou para Luiz Adriano pro Iarley... Olha o gol do Inter pintando... Luiz Adriano ta livre, lá vai Iarley, tocou no Gabiru, vai marcar, atirou, Gooooool! Goooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooool".
A partir desse momento, a água virou vinho, os peixes se multiplicaram, mares se abriram. O maior dos colorados ateus levantou as mãos para o céu e disse: "OBRIGADO, SENHOR". Vizinhanças finalmente desentocaram em um momento único de confraternização, agitando bandeiras e camisetas aos gritos de "INTER! INTER! INTER!". O vizinho que era fuzilado com os olhos pelo pessoal da rua por causa do som alto passou a ser amado pela vizinha ao colocar no alto-falante: "PAPAI É O MAIOR! PAPAI É QUE É O TAL! QUE COISA LOUCA! QUE COISA RARA! PAPAI NÃO RESPEITA CARA!".
Mas o jogo ainda não tinha acabado. Faltavam menos de 10 minutos e os joelhos não paravam de doer. As articulações estavam judiadas pelos sinais de fé do torcedor, ora de pé, ora ajoelhado, como se brincasse de vivo ou morto. Estávamos vivos, mas qualquer vacilo custaria esse sonho que um dia foi tão surreal.
Aí que São Clemer e seus apóstolos começaram uma sucessão de milagres em cima de milagres. Viram como as forças divinas estiveram conosco?! A cara de bosta de Ronaldinho, Deco e cia. era impagável. Cada torcedor se tornou um Abel Braga em frente às suas respectivas TVs, fazendo o sinal universal de ACABA LOGO COM ESSA MERDA, PELAMORDEDEUS! Se os espanhóis não sabiam quem era o Internacional, pois então... Muito prazer, campeões do mundo. Então, o juiz apitou o fim do jogo.
Foi lindo demais aquele caos de jogadores e comissão técnica correndo de um lado para o outro. Nunca um torcedor foi tão bem representado. Soava como uma imitação da vida real aquela explosão de alegria. Jamais na história haverá algo mais lindo do que a manhã do dia 17 de dezembro de 2006. Foi um domingo em que o churrasco foi secundário, o chimarrão esfriou, a cerveja chocou e o almoço teve que esperar a festa acabar.
Para o colorado que viveu o amargor dos anos 80 e 90, aquele dia nunca acabou e nunca mais vai ter fim. E no dia em que inventarem uma máquina do tempo, experimente. Volte ao passado e diga para aquele ou aquela coloradinha de camisetinha escrito "Aplub" que sim, um dia seremos campeões do mundo!