30/04/1933 - Citadino 1933 - 1º turno - Cruzeiro-RS 1 x 3 Internacional

CITADINO 1933 - 1º TURNO - CRUZEIRO-RS 1 X 3 INTERNACIONAL
Data: 30/04/1933
Local: Caminho do Meio - Porto Alegre (RS)
Juiz: João Ghizzoni
Gols: Honório 4’/1 (I); Davi 21’/1 (I); Dante Marroni 38’/1 (I); Otacílio 30’/2 (C).
CRUZEIRO-RS: Edmundo; Cauduro e Espir; Benê, Nestor e Russo; Bibi, Mingote (Inácio), Otacílio, Fagundes e Celso. 
INTERNACIONAL: Penha; Álvaro e Risada; Alfredo, Miro Vasques e Garnizé; Venenoso, Honório, Cavaco, Dante Marroni e Davi.

O JOGO DE ONTEM
Não correspondeu à expectativa — O Internacional, aproveitando melhor as oportunidades, conseguiu três tentos que lhe garantiram a vitória
O jogo de ontem — O Internacional abateu o Cruzeiro por 3 a 1
Efetuou-se ontem, no campo do Caminho do Meio, a 4ª rodada do campeonato da cidade.
De acordo com a tabela da Amgea, bateram-se os quadros do Esporte Clube Cruzeiro e do Sport Club Internacional.
Para esse embate reinava grande ansiedade e a prova desse anseio está no numeroso público que compareceu ao local, apesar da chuva impertinente que caiu durante largo espaço de tempo.
Entretanto, o jogo não correspondeu.
Ambos os quadros tiveram apenas uma atuação que se pode classificar de regular.
No primeiro período da luta, o Internacional, obtendo no início um ponto, desnorteou a defesa alvi-azul, e por isso teve ascência nas jogadas.
Na fase final, o Cruzeiro, num esforço mais pessoal do que de conjunto, pôs seguidamente em cheque o campo adversário, resultando desse assédio apenas um tento pela influência dos atacantes dos quais apenas Otacílio atirava ao arco.
A inclusão de Celso na ponta esquerda, resultou um verdadeiro fracasso, pois ele se limitou a apreciar o jogo.
Um protesto do Internacional
Antes de se iniciar a partida principal, o capitão do Internacional lavrou um protesto em boletim contra a inclusão dos jogadores Benevenuto, Otacílio e Celso na esquadra cruzeirista, de acordo com uma exigência da F. R. G. D. que proíbe a inclusão nos clubes filiados de players sem o competente passe.
O Cruzeiro contra-protestou alegando que os ditos jogadores estavam legalmente inscritos na Amgea e por isso incluiria no time.
Esse incidente retardou o início da partida e às 15,45 entraram os quadros na seguinte ordem:
Cruzeiro — Edmundo; Cauduro e Espir; Benê, Nestor e Russo; Bibi, Mingote (depois Inácio), Otacílio, Fagundes e Celso.
Internacional — Penha; Álvaro e Risada; Alfredo, Miro e Garnizé; Venenoso, Honório, Cavaco, Marroni e Davi.
Homenagem à memória de Ramiro Marroni
Antes de iniciar o jogo, os dois quadros, acompanhados pelo público que enchia o campo, foi prestada uma homenagem à memória do saudoso desportista Ramiro Marroni, conservando-se todo em profundo silêncio, durante um minuto.
O jogo
Às 15,50 o Cruzeiro inicia a partida. Os primeiros momentos decorrem indecisos, para logo depois os colorados tomarem a iniciativa dos ataques.
O árbitro marca um foul contra o Cruzeiro. Alfredo bate e Cavaco emenda, passando a esfera por cima da trave.
Os alvi-azuis avançam e Penha faz a peimeira defesa da tarde.
Carga dos colorados e corner contra o Cruzeiro. Davi bate e Benê defende, desviando a esfera para a esquerda. Davi centra e Espir tenta defender, porém, Honório, em rápido lance, tira-lhe a pelota para marcar aos 4 minutos o 1º gol do Internacional, entre vivas demonstrações de júbilo dos seus admiradores.
Animados com a vantagem, os colorados forçam seguidamente o campo contrário, dando insano trabalho à defesa alvi-azul.
Registra-se forte avanço internacionalista e Marroni, precipitado, remata alto.
Foul de Otacílio, sem resultado.
Otacílio escapa e atira no canto esquerdo, dando oportunidade para Penha praticar lindo mergulho e defender seu posto.
Bibi, cometendo foul, prejudica uma ótima avançada dos companheiros.
Nova carga do Cruzeiro rematada por Otacílio e o goleiro Penha detém.
Venenoso escapa e atira, tendo Russo interceptado, indo o couro aos pés de Honório, que o manda por cima da trave.
A supremacia dos colorados é patente. O Cruzeiro só se limita às escapadas.
Os colorados avançam e Cavaco remata alto.
Celso escapa e dá um magnífico centro que Penha segura.
Foul de Risada perto da área. Nestor bate e Penha defende com dificuldade.
Penha defende um tiro de Otacílio.
O jogo agora se equilibra um pouco, revezando-se as cargas.
Os colorados fazem a maior parte das cargas pela esquerda, onde David se mostra algo fraco, deixando o ponteiro Venenoso sem trabalho.
Edmundo detém um tiro de Davi, com dificuldade.
Penha, que está fazendo uma excelente jogada, detém um tiro de Otacílio.
Cavaco dá um lindo corte para Honório e este perde para Espir.
Aos 21 minutos de jogo, Honório corre pela direita e passa para Venenoso, cruzando este o couro na frente do arco de Edmundo, de que se aproveita Davi para assinalar o 2º gol do Internacional.
O Internacional carrega com vigor, rematando Honório pelo lado.
Em nova carga dos colorados Edmundo pratica magnífica defesa de um tiro de Honório.
O Cruzeiro ataca e Alfredo faz linda tirada num momento bastante crítico para o arco de Penha.
Nova investida cruzeirista. Fagundes remata de cabeça para Penha defender.
Os colorados investem, Marroni atira e Edmundo defende.
Foul do Cruzeiro, batido sem resultado.
Carga dos colorados e corner contra o Cruzeiro. Davi bate e Edmundo defende.
A seguir, Alfredo defende um tiro livre batido por Otacílio, proveniente de um toque de Garnizé.
Foul de Benê. Garnizé bate e o couro vai a Marroni que, em belo estilo, aninha a pelota no canto esquerdo do arco de Edmundo, assinalando, assim, o 3º gol do Internacional aos 38 minutos de jogo.
Mais algumas jogadas e termina a primeira fase com o resultado abaixo:
Internacional - 3
Cruzeiro - 0
O segundo período
Nesta fase, o Cruzeiro substituiu Mingote por Inácio, melhorando o ataque alvi-azul.
A saída deu-se às 16,40 horas.
De início, o jogo, como na primeira fase, foi indeciso.
O árbitro cobra um toque de Honório, sem resultado.
O Internacional ataca e Venenoso é dado como impedido.
A seguir, Otacílio é punido com a mesma falta.
Os colorados avançam resolutos, porém, um toque de Honório prejudica a avançada.
Foul de Álvaro, resultando um forte assédio da linha alvi-azul, que Risada, em oportuna entrada, afasta o perigo.
Toque de Celso. Bibi escapa e atira pelo lado.
Impedimento de Davi.
O Cruzeiro avança e Penha defende uma cabeçada de Inácio.
O Cruzeiro melhora a atuação carregando com mais insistência.
Venenoso escapa e desfere violento tiro que Edmundo detém.
O Internacional carrega e Cavaco atira por cima da trave superior.
Foul do Internacional, que não surte efeito.
Foul de Benê. Celso perde um ótimo corte de Otacílio.
O Cruzeiro avança e Álvaro concede corner. Celso bate com perícia, fazendo Honório, que caíra pela defesa, linda tirada.
O juiz marca um foul de Davi e outro de Honório, que não surte efeito.
Penha, a seguir, pratica duas lindas defesas.
Num encontro casual entre Miro e Benê, este se contunde, sendo interrompido o jogo.
Reiniciada a partida, registra-se uma carga do Cruzeiro, rematada por Inácio em tiro alto.
Penha defende um puxe de Celso. O Cruzeiro ataca com insistência, mas os arremessos morrem nos pés dos zagueiros.
Nova e forte carga cruzeirista e Inácio, livre na frente do arco de Penha, atira o couro por cima da trave.
Foul de Miro. Benê bate e Alfredo faz linda tirada.
Foul de Espir, batido sem resultado.
Penha pratica ótima defesa de um tiro de Nestor.
Off-side de Venenoso e Celso, em impedimento que o juiz não viu, escapa e passa para Otacílio que, em dem dirigido tiro, consegue o Único gol do Cruzeiro aos 30 minutos de jogo.
Foul de Honório dá ocasião a Penha praticar linda tirada.
Corner contra o Internacional e Penha novamente entra em ação para defender o seu posto.
Toque do Cruzeiro e forte avançada colorada que Davi remata em violento tiro, passando o couro junto à trave.
O Cruzeiro ataca e Penha pratica duas lindas defesas.
Pouco depois, terminava a partida com o seguinte resultado:
Internacional - 3
Cruzeiro - 1
Fonte: A Federação (RS), 01/05/1933, ano 1933, n. 101, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/388653/72890. Acesso em: 17 dez. 2024.

09/04/1933 - Citadino 1933 - 1º turno - Grêmio 5 x 3 Internacional

O GRANDE EMBATE DE DOMINGO
Gremistas e colorados se preparam com ardor
Se os prognósticos não falhares, o que é uma coisa difícil, em se tratando de quadros do valor do Grêmio e do Internacional, o público assistirá domingo um formidável encontro de futebol.
O tradicional encontro, o maior acontecimento desportivo da capital também tem irradiação por todo o Estado e fora dele.
E para confirmar a nossa asserção, podemos informar que quase todos os correspondentes e as agências telegráficas receberam pedido de um serviço desenvolvido do grande jogo. É um sinal evidente que o embate será acompanhado não só no interior, como no Rio, S. Paulo, Minas, Paraná, Santa Catarina e outros Estados.
É que o embate entre gremistas e colorados já se tornou conhecido em toda parte e ele desperta no espírito dos patrícios que se acham fora do teatro da luta o mesmo entusiasmo como se estivessem presentes.
Quanto mais se aproxima o dia designado para a luta gigantesca, mais cresce a ansiedade para o seu desfecho.
Se o bando comandado por Sardinha está firme no propósito de sobrepujar, ainda uma vez, o seu forte adversário, não é menos a crença dos colorados em vencer o tricampeão.
A formidável luta que se avizinha, pelos preparativos que se vêm fazendo, parece destinada a ultrapassar as anteriores.
Os prováveis quadros
Salvo pequenas modificações, os quadros se apresentarão na seguinte ordem :
Grêmio — Lara; Dario e Sardinha; Heitor, Poroto e Sardinha II; Lacy ou Camarú, Artigas, Luiz, Foguinho e Nenê.
Internacional — Penha; Miro e Risadinha; Alfredo, Mabília e Garnizé; Javel, Honório, Tupan, Venenoso ou Marroni e Marreco.
O juiz
Pela Amgea foi designado para arbitrar esse importante jogo, o player americanista Ivo Tavares.
Não resta dúvida que a escolha recaiu num dos melhores árbitros do quadro de juízes da entidade metropolitana.
E estamos certos, saberá dirigir com acerto dentro das regras do “association”, sem prevenções nem injustiças.
Os últimos treinos
Hoje à tarde, os dois adversários para domingo realizarão os últimos treinos de conjunto.
Fonte: A Federação (RS), 06/04/1933, ano 1933, n. 082, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/388653/72725. Acesso em: 16 dez. 2024.

NAS VÉSPERAS DO GRANDE PELEJA
O assunto do dia em todas as rodas é o grande encontro de domingo.
Nas vésperas do tradicional prélio, os palpites pululam por toda parte; alguns pessimistas e outros otimistas até os extremos.
A maioria, no entretanto, se mostra reservada diante das possibilidades que têm os dois quadros que se vão bater. E achamos que estes têm razão.
Tanto o Grêmio como o Internacional estão em condições de vencer o prélio. O tricampeão da cidade se apresentará com o mesmo quadro do ano findo. É um conjunto que vem  jogando desde há anos e sua articulação diante de qualquer adversário é quase perfeita. Além disso, o grande Lara no gol é um fantasma para os atacantes contrários.
O Internacional, com uma defesa esplêndida e contando com uma vanguarda poderosa, tudo fará para abater o formidável reduto gremista.
Ainda ontem, os dois adversários de domingo, realizaram magníficos treinos, deixando em todos que os assistiram uma impressão agradável.
Os motivos acima apontados vêm servindo para elevar ainda mais o grão de entusiasmo da população.
Os segundos times
A partida entre os segundos times é digna de ser presenciada.
Ambos contam com elementos de valor.
O bando colorado, segundo estamos informados, será o seguinte:
Marcelino; Carneiro e Álvaro; Rao, José e Índio; Chatinho, Vanderlino, Mancuso, Carvalho e David.
Fonte: A Federação (RS), 07/04/1933, ano 1933, n. 083, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/72729. Acesso em: 16 dez. 2024.

O GRANDE PRÉLIO DE AMANHÃ
Empolga a população da metrópole
Grêmio e Internacional , numa luta gigantesca, emocionarão com lances eletrizantes a assistência
A cidade inteira vibra de entusiasmo, com a aproximação da sensacional luta que sagrará vencedor um dos temíveis adversários: Grêmio ou Internacional.
Este ano, não sabemos o motivo, a ansiedade para esse encontro, é muitíssima superior aos anteriores.
Cremos que ela nasce do preparo dos dois quadros. Uns vaticinam que a vitória mais uma vez servirá ao valoroso tricampeão da cidade, e outros estão crentes no triunfo do destemido time colorado
O certo é que os dois velhos rivais, na tarde de amanhã, farão vibrar de emoção em emoção, milhares de espectadores.
É o dia do maior certame desportivo da cidade.
Assim, dentro de 24 horas, estarão satisfeitos todos os anseios para a sensacional pugna.
E agora a nossa vez, para que essa gigantesca batalha seja coroada do mais pleno êxito, tanto social como desportivo, se faz necessário que jogadores e o público saibam se conduzir como verdadeiros desportistas: dentro das boas normas de educação e de respeito mútuo.
Vencedores e vencidos, farão assim, jus aos aplausos de todos.
É o que esperamos registrar na próxima edição.
A praça de desportos do Grêmio
Como é sabido, o grande embate será travado no campo dos Moinhos de Vento, que acaba de passar por sensíveis melhoramentos.
A grande bancada, construída no local das antigas canchas de tênis, foi recuada doze metros e aumentada, de modo a acomodar para mais de 3 mil pessoas, ficando ainda entre essa bancada e o parapeito do mesmo lado, uma área de mais de oito metros de largura, facilitando, portanto, o acesso do público à aludida bancada e no pavilhão da rua D. Laura.
Do lado da Sociedade de Tiro Alemão, ficou também igual área entre a bancada e o parapeito, sendo, pois, aumentada de uma grande parte a bancada ali já existente, que ficou, assim, com a acomodação para cerca de mil e quinhentas pessoas.
As pessoas que tiverem ingresso pelo portão n. 4, o primeiro da rua Mostardeiro, terão acesso às bancadas da cancha de tênis pela escada de cimento armado que acaba de ser construída na cabeceira da referida bancada.
O gramado sofreu também grandes melhoramentos, sendo todo nivelado e drenado, de modo a não permitir o empoçamento das águas em dias de chuva, sendo também gramado nas partes em que o capim havia desaparecido, principalmente nas áreas e alargados de trinta centímetros de cada lado.
A diretoria do Grêmio avisa aos sócios que não poderão entrar os que não apresentarem o respectivo recibo ou caderneta de identidade, que estão sendo fornecidas com o ingresso permanente.
Os sócios que ainda não receberam tal caderneta poderão procurá-la em poder do tesoureiro geral do clube, Sr. José da Silva Martins, bastando, para tanto, fornecerem duas fotografias de 4x3.
Os jogadores, amadores de bola e cesto e atletas em geral que ainda não possuem a caderneta de identidade, devem trazer suas fotografias, a fim de receberem-na do tesoureiro.
Os quadros do Grêmio para o jogo com o Internacional
O diretor técnico do departamento de futebol do Grêmio escalou, para enfrentar os colorados, os seguintes jogadores:
III quadro:
Rui, Parula e Emúlio; Tubino, Juca e Polaco; Mario, Ari, Telini, Cícero e Miguel.
Reservas: Eichenberg, Eugênio e Rodrigues.
II quadro:
Armênio; Ulderico e Egipto; Arno, Stalin e Acelino; Domingos, Coró, Xutes, Joãozinho e Nanico.
Reservas: Degrazia, Bira e Biriba.
I quadro:
Lara; Dario e Sardinha I; Heitor, Poroto e Sardinha II; Lací, Artigas, Luiz, Foguinho e Nenê.
Reservas: Leal, Adão e Comarú.
Os jogadores do terceiro quadro devem estar em campo às 8,30 horas da manhã; os do segubdo, às 13 horas e os do primeiro, às 15 horas.
O terceiro time do Internacional
Para formarem o terceiro quadro que jogará, amanhã, pela manhã, com o Grêmio, o diretor técnico do Internacional escalou a seguinte turma:
Rossi; Natal e Bersari; João, Nadinho e Higino; Aleixo, Flores, Salvador, Marroni e Tedesco.
Reservas: Valdo, Inácio, Picitelli; Quincas e Lima e demais jogadores inscritos.
Estes jogadores devem estar no Estádio às 8 horas para, fardados, seguirem para o campo do Grêmio.
Os juízes para amanhã
Pela Amgea foram escalados os seguintes juízes para os jogos de amanhã.
Para os primeiros quadros, Ivo Tavares, do Americano; para os segundos, Ramiro Marroni, do Cruzeiro; para os terceiros, Laudares Martins, do Cruzeiro.
Associação de cronistas desportivos
Pelo desportista Arquimedes Fortini, presidente da Associação de Cronistas Desportivos de Porto Alegre, foi designado para representar a mesma associação no grande encontro de amanhã entre o Grêmio e o Internacional, o Sr. Cícero Soares, tesoureiro.
O Sr. Adão Coelho representará a Associação de Cronistas Desportivos nas regatas de amanhã.
A. Totta Rodrigues, secretário.
GRÊMIO FUTEBOL PORTO ALEGRENSE
Nota oficial
Para o grande embate de campeonato a realizar-se amanhã, a diretoria do Grêmio, em cujo campo se ferirá a pugna, adotou as seguintes resoluções:
Representante oficial — Representará oficialmente o clube perante a Amgea, o seu próprio presidente, Coronel Agenor Barcelos Feio.
Comissão de Portões — Para fiscalização dos portões de ingresso, são designados os seguintes consócios: Araci Silva, Virgílio do Canto Bacelar, José dos Santos, Augusto Teixeira, Arno Petersen, Tenente Aureliano Ribeiro da Silva sob a direção geral do tesoureiro, Sr. José da Silva Martins.
Direção técnica — A cargo do respectivo diretor, Sr. Eurides
Guasque de Mesquita.
Permanência dentro do campo — Afora as autoridades policiais, só poderão permanecer dentro do campo as autoridades desportivas previstas no regulamento da Amgea. Para regularem a entrada das referidas pessoas, ficam designados os consócios srs. Rodolfo Kley e Artur Schiehl, respectivamente, 1º e 2º vice-presidente.
Sócios — Apelo — Os sócios terão entrada no portão central, mediante a apresentação do recibo 3-4 e os sócios graduados e efetivos, mediante a apresentaçao da caderneta de identidade que está sendo fornecida. Os sócios que ainda não receberam tais cadernetas, poderão procurá-las em poder do tesoureiro geral do clube.
A diretoria apela para os sócios em geral, no sentido de que todos, inclusive os graduados e efetivos, apresentem ao porteiro a respectiva caderneta de identidade, estes e aqueles o recibo correspondente, a fim de evitar confusões e dificulkdades, visto que não é possível ao porteiro conhecer a todos os associados. Ingresso especial — As pessoas portadoras de ingressos especiais da FRGD e AMGEA, bem como os convidados pelo clube, deverão entrar pelo portão central.
Pavilhão da rua D. Laura — A entrada para o pavilhão da rua D. Laura será feita pelo primeiro portão da Rua Mostardeiro e pelo portão do lado do Tiro Alemão, visto que haverá somente um preço de entradas para adultos.
Arquibancadas paras sócios — A fim de desafogar mais o pavilhão central e oferecer mais comodidade aos senhores associados, a diretoria reservou para os mesmos toda a arquibancada de sombra à esquerda da sede, estando já feitas as divisões e ligações necessárias.
Entradas de favor — A diretoria avisa que não haverá, absolutamente, entradas de favor, sendo, pois, inútil insistir.
Funcionamento da comissão do portões — A comissão designada para os portões deverá estar no campo à meia hora, pontualmente.
Horário do jogo — A partida dos segundos quadros será iniciada às 13,30 horas e o dos primeiros quadros terá começo às 15,30, horas, havendo para ambas a tolerância regulamentar de 15 minutos.
Imprensa — A imprensa terá a sua disposição exclusiva à tribuna respectiva.
Comissão de recepção — São designados para receber as altas autoridades convidadas e encaminhá-las à tribuna oficial os consócios srs. drs. Paulo Hecker, Aurélio de Lima Py e Sr. Adolfo G. Luce Júnior.
Ingresso dos infantis, jogadores e atletas em geral — Os juvenis terão ingresso mediante a apresentação do recibo nº 4, estando o cobrador dos infantis à disposição dos interessados no “guichet” ao lado do portão central.
Os jogadores e atletas terão entrada mediante, a apresentação, da caderneta, de identidade. Aqueles que ainda não receberam o ingresso, poderão procurá-lo em poder do tesoureiro do Clube.
Convidados de associados — sendo o pavilhão insuficiente para acomodar o grande número de sócios e suas exmas. famílias, a diretoria pede aos sócios, jogadores e atletas em geral, o obséquio de não se fazerem acompanhar de pessoas estranhas ao clube, mesmo adquirindo entradas nas bilheterias para tais convidados.
Entradas à venda — Para maior comodidade e descongestionamento das bilheterias na hora da partida, a diretoria resolveu expor à venda, domingo pela manhã, no Café Nacional à Rua dos Andradas, as entradas para esse importante jogo.
Preços das entradas — De acordo com a tabela de preços da Amgea, as entradas para esse embate serão cobradas à razão de 4$000, tanto para as arquibancadas cobertas, como não, é 3$000 para menores e senhoras.
S. C INTERNACIONAL
Nota oficial
Para os matches de amanhã, com o Grêmio F. B. Porto Alegrense, a direção técnica dos colorados escalou os seguintes quadros:
2º quadro — Diamantino; Álvaro e Carneiro; Rao, José e Ronchi; Chatinho, Vanderlino, Mancuso, Fagundes e David.
Reservas: Moreira, Darci, Armando e Dirceu.
1º quadro — Penha; Miro e Risada; Alfredo, Mabília e Garnizé; Venenoso, Honório, Tupan, Marroni e Marreco.
Reservas: Índio e Javel.
Os jogadores do segundo quadro e reservas deverão estar no campo do Internacional às 13 horas em ponto, a fim de, fardados, seguirem para o campo do Grêmio e os do 1º, bem como as reservas, fardar-se-ão no campo do Internacional às 14 horas em ponto, e seguirão em seguida para o campo onde se realizará o jogo.
Coronel Agenor Barcelos Feio
O dia de amanhã assinala a passagem de mais um aniversário natalício do acatado desportista Coronel Agenor Barcelos Feio, presidente do Grêmio Porto Alegrense.
Vastamente relacionado e apreciado em nosso meio social-desportivo, pelas qualidades que lhe ornam o caráter, o coronel Feio é um elemento de grande destaque.
À frente dos destinos de um dos maiores centros esportivos da capital, o Coronel Feio se tem revelado um administrador capaz e esforçado.
Os grandes melhoramentos por que tem passado a sede do tricampeão da cidade, é uma prova exuberante do que afirmamos.
Amanhã, por certo, o ilustra aniversariante terá oportunidade de verificar do apreço e da simpatia que goza.
Os seus companheiros de clube lhe preparam significativas homenagens.
A jornada de amanhã
No campo do Moinhos de Vento travar-se-á amanhã a maior partida de futebol do campeonato dirigido pela Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos.
São contendores os valentes e treinados times do S. C. Internacional e Grêmio Porto Alegrense, dois leais adversários de todos os tempos.
Pelo preparo técnico de amanhã, a anunciada luta de amanhã vai assumir proporções as mais gigantescas.
O quadro gremista, treinado e possuidor de um conjunto formidável, será um adversário de respeito aos representantes da jaqueta rubra.
Por sua vez, "os colorados", confiantes no seu ardor e passado cheio de glórias, tudo envidarão para que tremule bem alto o seu glorioso pavilhão.
Se de um lado estão Luiz Carvalho, Poroto, Lara, Artigas e Dario, — do outro lado aparecerão Penha, Risada, Alfredo, Honório, Tupan, Marroni e Venenoso, todos verdadeiros expoentes do futebol gaúcho.
Resta, porém, para maior brilho da grandiosa tarde desportiva de amanhã que, vencedores e vencidos, se portem como autênticos desportistas que são.
E isso, estamos certos, acontecerá, pois ambos os quadros são formados de players cuja educação e moral não podem ser postas em dúvida.
Mais algumas horas e será saciada a vontade do nosso público, assistindo a melhor partida do campeonato amgeano.
J. D. Varella.
Fonte: A Federação (RS), 08/04/1333, ano 1933, n. 084, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/72741. Acesso em: 17 dez. 2024.

CITADINO 1933 - 1º TURNO - GRÊMIO 5 X 3 INTERNACIONAL
Data: 09/04/1933
Local: Baixada - Porto Alegre (RS)
Juiz: Ivo Tavares
Gols: Artigas Pérez, Luiz Carvalho [2], Nenê (G); Venenoso, Marreco e Tupan (I).
GRÊMIO: Lara; Dario e Eurides Sardinha; Heitor, Poroto e Eunides Sardinha; Lacy, Artigas, Luiz Carvalho, Foguinho e Nenê. Técnico: Eurides Sardinha.
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasques e Risada; Alfredo, Mabília e Garnizé; Venenoso, Honório, Tupan, Dante Marroni e Marreco. Técnico: Jean Ryff.

25/12/1932 - Amistoso - Seleção do Paraná 1 x 1 Internacional

O GRANDE PRÉLIO PARA DOMINGO
O selecionado paranaense enfrentará o Internacional
Disputando sua última partida em nossa capital, o S. C. Internacional, de Porto Alegre, enfrentará domingo próximo, num embate gigantesco e sensacional a seleção paranaense,
Os visitantes, como bem demonstraram na tarde de ontem, são adversários temíveis e se encontram bastante dispostos.
Esperam os “colorados” reafirmar ainda uma vez, o justo conceito de que vieram precedidos.
Quanto à nossa representação, embora não tenha agido acertadamente na Pugna que disputou contra o Andarahy A. C., do Rio, é depositária das esperanças de nossa gente.
Conta com o concurso os nossos mais destacados elementos e se acha algo preparado.
O onze visitante será o mesmo que atuou ontem e o do selecionado Paranaense, prova velmente, o seguinte:
Rei — Anjolino — Pizzatto — Emílio — Ninho — Contin — Waldemiro — Lothar — Emílio — Dulla — Carnieri.
Fonte: O Dia (PR), 23/12/1932, ano 1932, n. 2746, p. 6. Disponível em:http://memoria.bn.gov.br/docreader/092932/23516. Acesso em: 12 dez. 2024.

O SENSACIONAL CHOQUE DE AMANHÃ ENTRE O INTERNACIONAL E SELECIONADO PARANAENSE
O mais gigantesco prélio da temporada
Despedindo-se de Curitiba, o S. C. Internacional, o valoroso grêmio gaúcho que se mantém invicto em nossa capital, enfrentará amanhã, no campo do Palestra Itália, o selecionado paranaense.
Esta, sem dúvida, será a batalha gigante da temporada.
Das duas lutas em que se empenhou com o combinado Athletico-Britânia e Palestra, os gloriosos "colorados" saíram invictos.
Amanhã ele enfrentará a potência máxima do futebol curitibano. E por ele se manter invicto e por ter de amanhã enfrentar o seu mais sério adversário, em Curitiba, ainda porque o entusiasmo do público por esse prélio atinge ao auge, é que podemos afirmar que o campo do Palestra Itália será deficiente para conter a avalanche de povo que para lá amanhã se deslocará, na satisfação indizível e na ânsia incontida de presenciar uma batalha grandiosa e um espectáculo de sensação.
JUIZ
Será juiz desse encontro o Sr. Parahylio Borba.
PRELIMINAR
A peleja preliminar será das melhores, pois reúne dois esplêndidos quadros: Athletico Paranaense e Atlético Ferroviário.
Fonte: Diário da Tarde (PR), 24/12/1932, ano 1932, n. 11352, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/800074/39171. Acesso em: 13 dez. 2024.

25/12/1932 - O Dia (PR), ano 1932, n. 2746, p. 6 - http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/23532

AMISTOSO - SELEÇÃO DO PARANÁ 1 X 1 INTERNACIONAL
Data: 25/12/1932 
Local: Palestra Itália - Curitiba (PR)
Juiz: Maximino Zanon 
Gols: Lothar ?'/2 (S); Dante Marroni ?'/2 (I).
SELEÇÃO DO PARANÁ: Rey; Anjolillo e Pizzatto; Emílio (Contin), Ninho e Athayde; Waldomiro, Lothar (Gildo), Merlin, Dula e Carnieri. 
INTERNACIONAL: Penha; Luiz Luz e Miro Vasques; Alfredo, Risada (Mabília) (Abbadé) e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan, Dante Marroni e Marreco. Técnico: Jean Ryff.

Arte feita em homenagem aos gaúchos representados
pelo Internacional, desenhada pelo cartunista Eloy.
Fonte: O Dia (PR)

INTERNACIONAL INVICTO
A sensacional batalha de ontem no Batel
Apesar de francamente dominado durante quase todo o tempo pelo selecionado paranaense, o S. C. Internacional empata por 1 a 1
Só um motivo muito forte, ontem, no “Estádio do Palestra Itália” desviaria a atenção do espectador da batalha que aos seus olhos se desenrolava gigantesca, emocionante.
S. C Internacional e Selecionado Paranaense faziam, no retângulo verde, do simpático estádio, a maior peleja pebolística da segunda temporada esportiva deste fim do ano, tão propício no nosso esporte, tão carregado de emoções para o nosso público.
Uma multidão compacta, comprimida nas arquibancadas alvi-verdes, de olhos pregados nos vinte e dois lutadores em campo, estereotipava no olhar, espelho vivo das emoções que surgiam a cada choque de colorado e de alviverdes, uma sensação forte e indizível.
Em linha de ataque, cinco “camisas rubras” cortavam velozmente o campo com a bola rolando aos pés e aproximavam-se do último reducto paransense, para Pizzatto ou Anjolilo, on ainda Athayde, numa reação cautelosa, mas firme, chocar-se com o condutor da bola, arrebatar-lhe e impulsioná-la num bem estendido passe para os seus companheiros na linha de frente reproduzirem a façanha do adversário uma, duas vezes que ia ter quase sempre o mesmo desfecho ante as barreiras em que se haviam transformado Luiz Luz, Miro ou Penha.
E a assistência, fremindo de entusiasmo, acompanhava a jogada, explodia numa ovação estupenda, sagrando o arrojo do lance, num desabafo de emoção.
Assim transcorreu quase todo o prélio de ontem, a que firmou definitivamente o Internacional no conceito do público como um quadro de invulgar valor e que, superior brilhou mais do que qualquer outro quadro que nos tem visitado, procedente do Rio ou São Paulo, que ainda hoje com uma boa dose de pretensão, a todo transe, com reclames de jornais e com a política de conchavos da C. B. D., fazem-se conhecer como os mestres supremos do “association” no Brasil.
Botafogo, Corinthians, América, Flamengo, Andarahy e tantos outros quadros de fama aqui vieram e não fizeram, como jamais farão, uma jornada tão gloriosa como a do team gaúcho, que ora nos honra com a sua visita.
A essas ligeiras linhas de registrar a mais esplêndida vitória do Internacional em nossa capital, e da ordem e disciplina.
xxx
Durante quase todo o tempo da luta de ontem na praça de esportes do Palestra, o S. C. Internacional foi dominado pelo selecionado local.
Se o scratch não logrou a obtenção de tentos deve à sua linha que teve muitas falhas nos arremates finais.
No 1º tempo a atuação do selecionado foi esplêndida, destacando na defesa a parelha de backs que esteve admirável, na linha de médios, Athayde, e na de ataque, Carnieri.
O Internacional teve magnífica atuação. Luiz Luz foi o melhor elemento do quadro. Esteve formidável.
No segundo tempo, o Internacional ofereceu boa reação, pondo em perigo por muitas vezes o arco paranaense.
O selecionado, embora não tivesse tão boa atuação como no primeiro tempo, muito trabalho deu à defesa. Conseguiu um gol por intermédio de Lothario, de uma forma que talvez não se reproduzirá. Foi um “sem pulo” e um gol empolgante.
Ninho jogou exausto e, mesmo assim, não foi substituído. Gildo Gabardo, que substituiu Lothario pouco ou nada fez, e isso porque quando Gildo entrou para dar novo impulso à linha, Ninho, muito cansado, já não distribuía como no primeiro tempo, não prestando à linha um auxílio eficiente.
JUIZ
Maximino Zanon foi o árbitro da grande peleja. Agindo criteriosamente com firmeza e imparcialidade, o veterano Maximo agradou plenamente.
PRELIMINAR
Como complemento do espetáculo esportivo de ontem, fraca partida entre o primeiro quadro do Corinthians S. C. e a equipe secundária do Palestra Itália. O prélio, que foi bem arbitrado pelo Sr. Tercio Agner, findou com a vitória dos palestrinos pelo agigantado escore de 11 a 1.
A PRINCIPAL
Às 16,45 horas, os quadros do Internacional e Paraná são aclamados pela assistência ao entrar em campo.
Os quadros alinham-se com a seguinte constituição:
Internacional: Penha; Miro e Luiz Luz; Alfredo, Risada e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan, Marroni e Marreco.
Paranaenses; Rey; Anjolilo e Pizzatto; Athayde, Ninho e Emílio; Waldomiro, Lothario, Merlin, Dulla e Carnieri.
Tirado o toss, o Internacional escolhe o lado favorável ao vento.
Às 17 horas os paranaenses saem perdendo para os colorados. Reatacam os paranaenses e Risada afasta. Toque de Tupan. Anjolilo bate. Miro afasta. Rey pratica defesa de um tiro longo de Risada. Venenoso atira violento, Athayde rebate, Marreco pega e Anjolilo escanteia. Batido esse, Anjolilo afasta. Novamente descem os colorados e Marroni serve Tupan, que envia em gol, defendendo Rey. Falta de Risada em Merlin. Ninho bate e Dulla envia forte em gol. Penha sai do gol e não detém o centro, ocasionando confusão que Miro salva brilhantemente.
Athayde serve Carnieri, este escapa livre e arremata fora.
Agora os paranaenses organizam cerrada carga.
Carnieri centra, Merlin cabeceia e a bola vai à trave, para Luiz Luz afastar. Os colorados atacam e Venenoso, atrapalhado, perde ótima ocasião.
Carnieri escapa e passa a Merlin, que obriga Miro a escantear. Ninho serve Dulla, este passa a Merlin que arremata forte e Penha faz segura defesa. Falta de Anjolilo, Marreco bate e Rey defende.
Bom centro de Carneri termina com cabeçada de Lothar à meta adversária, fazendo Penha boa defesa. Falta de Pizzatto em Venenoso. Risada bate e Ninho afasta. Athayde, acossado por Javel, escanteia. Batida, resulta nulo. Ação Venenoso-Tupan termina com escanteio de Pizzatto, toque de Alfredo, Carnieri bate, Miro afasta. Toque de Luiz, Waldomiro bate e Miro escanteia. Venenoso, de fora da área, arremata fora. Falta de Luiz em Ninho. Athayde bate, nada resultando. Dulla passa a Carnieri, este atira forte em direção ao gol e Luiz escanteia. Baito, este resulta confusão, finalizando Waldomiro por cima da trave. Marreco prejudica ataque por estar off-side. O jogo desenvolve-se quase todo pela esquerda, tendo Carnieri uma atuação assombrosa. Falta de Athayde em Venenoso. Dulla passa adiantado e Alfredo é obrigado a escantear. Lothario, da extrema, centra alto e Merlin envia a pelota em gol de cabeça, praticando Penha difícil defesa. Canto de Luzi. Carnieri bate e Penha afasta. Emílio foge livre e perde para Luiz. Falta de Venenoso em Pizzatto. Atacam os paranaenses e Penha defende.
Termina o 1º tempo com o placar anunciando 0 a 0.
Depois do descanso regulamentar, os quadros iniciam a partida às 18,05 horas, com a saída dos colorados. Com a saída de Tupan, Miro passou para o centro, Mabília para center-half e Risada para back. Carrega forte o Paraná, obrigando Luiz a escantear. Tirado, este resulta em novo corner concedido por Risada. De um ataque paranaense, termina com violento tiro de Merlin fora. Paralisa-se o jogo por ter se contundido Ninho. Corner de Risada, batido Merlin, emenda por cima da trave. Novo escanteio colorado, cedido por Garnizé. Tupan entra novamente a atuar, passando Miro para center half e Mabília sai de campo por achar-se contundido. Rey pratica boa defesa de tiro longo de Tupan. Falta cobrada por Athayde.
2º TEMPO
Depois do descanso regulamentar, os quadros iniciam a partida às 18,05 horas, com a saída dos colorados. Com a saída de Tupan, Miro passou para o centro, Mabília para center-half e Risada para back. Carrega forte o Paraná, obrigando Luiz a escantear. Tirado, este resulta em novo corner concedido por Risada. De um ataque paranaense, termina com violento tiro de Merlin fora. Paralisa-se o jogo por ter se contundido Ninho. Corner de Risada, batido Merlin, emenda por cima da trave. Novo escanteio colorado, cedido por Garnizé. Tupan entra novamente a atuar, passando Miro para center half e Mabília sai de campo por achar-se contundido. Rey pratica boa defesa de tiro longo de Tupan. Falta cobrada por Athayde.
A bola vai à defesa gaúcha e Luiz afasta. Emílio, apoderando-se do couro, faz ótimo passe a Lothario. Este, tendo Luiz pela frente, vira e dá formidável "sem pulo", colocando a bola nas redes coloradas, sem tentativa de Penha, às 18,19, sob aplausos calorosos da assistência. Estava assim, conquistado o 1º e único ponto do Paraná.
Dada a saída e o jogo leva a assistência ao entusiasmo. Carregada forte paranaense é prejudicada por achar-se Waldomiro impedido. Dulla envia forte tiro em gol, fazendo Penha boa defesa. Falta de Venenoso em Athayde. Acção Marroni-Marreco, este último atira e Rey tenta a defesa, afastando fraco para Athayde atirar para a frente. Miro, apossando-se do couro, atira alto, a bola vai em gol. Rey, indeciso, abandona o arco e não consegue deter o couro. Marroni entra e atira violento e a bola vai às redes, marcando, às 18,26, o 1º ponto do Internacional.
Rey pratica defesa de um arremesso longo de Marreco. Gildo substitui Lothario. Toque de Garnizé. Batido por Anjolilo, Risada é obrigado a conceder corner. Batido este, nada resulta. Contin substitui Emilio. Luiz, ao passar a bola a Penha, faz com que o seu arco passe por situação crítica, salvando Penha com escanteio. Marreco escapa velozmente e, acossado por Anjolilo, contunde-se, sendo paralisado o jogo. Rey sai do gol para deter a pelota enviada por Javel Falta de Pizzatto em Venenoso. Batida por Risada, Miro envia forte em gol, Rey não consegue deter o couro. Rebatendo, Javel entra e chuta violento por cima da trave. Os paranaenses atacam e Waldomiro atira fraco em gol para Penha defender. O jogo agora transcorre monótono em fases ótimas de ambas as partes. Waldemiro atira e Garnizé escanteia. Com o Paraná no ataque, termina o jogo empate de 1 a 1.
Fonte: 26/12/1932, Diário da Tarde (PR), ano 1932, n. 11353, p. 4. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/800074/39177. Acesso em: 13 dez. 2024.

PARANAENSES E GAÚCHOS DIVIDIRAM AS HONRAS DA TARDE DE ANTEONTEM
O sensacional prélio entre o Selecionado do Paraná e o S. C. Internacional de P. Alegre findou empatado por 1 x 1. O que foi transcurso da importante peleja - A atuação dos contendores  - Athayde o melhor homem do quadro local - Os heróis da turma visitante - O juiz - A partida, hoje, dos "internacionalistas" - Outras notas
Com a jornada de domingo último, o selecionado da Federação Paranaense de Desportos reafirmou o seu conceito e honrou, mais uma vez, as suas gloriosas tradições. Essa é a nossa opinião, não obstante o quadro local haver saído da cancha sem os louros que merecia. Empenhados como se achavam os nossos clubes na disputa do  campeonato de 1932, e por não ser disputado este ano o certame brasileiro, os valentes clubes que nos visitaram nesta improvisada temporada nunca tiveram melhor oportunidade para levar de vencida todos os nossos conjuntos futebolísticos, inclusive a selecção da capital que jamais baqueou, nos gramados curitibanos, frente a outro adversário que não o forte combinado paulista. Pois, mesmo assim, com o exíguo e ridículo preparo de apenas dois exercícios, a turma representativa de Curityba não se deixou abater pela fortíssima phalange gaúcha, contrariando os prognósticos da maioria dos esportistas da nossa terra. É que o Internacional, depois da exibição que fez, no jogo com o Palestra Itália, granjeara tal fama que dificilmente alguém arriscaria um palpite favorável ao nosso conjunto. De fato, a ação dos “colorados” naquele embate foi de molde a entusiasmar e fazer crer que seriam os triunfadores da jornada de anteontem. Isso não se verificou, porém, graças ao agir do “onze verde”, que fez tudo para merecer a vitória que só lhe fugiu pela extraordinária falta de sorte! A turma local jogou sempre em plano superior, sem se deixar dominar um minuto sequer. A estonteante tática dos visitantes quedou-se paralisada ante a técnica segura dos visitados. É que o adversário agora era o selecionado que tantas glórias tem conquistado para o nosso Estado! Mas, depois de jogar soberbamente contra o vento, os nossos rapazes acusaram sensível decadência na fase complementar, exatamente quando tudo indicava o contrário, sem, entretanto, entregar o comando da partida ao adversário, E dessa inexplicável metamorfose resultou na fuga de uma vitória que se esboçava, logicamente, certa. A contagem verificada, em que pesem as opiniões controversas, ainda encerrou em si a injustiça de ter sido igualada por uma circunstância casual, sem o mérito das jogadas bonitas que caracterizam a linha internacionalista. Não fora isso e a vitória, embora por contagem mínima, seria indiscutivelmente das cores paranaenses. O fator que mais preponderou para que o quadro local não lograsse alcançar uma contagem regular foi a firmeza da defensiva visitante, cujos componentes Iutaram como verdadeiros gigantes para conter e repelir os constantes e perigosos ataques do quinteto verde. Os técnicos da F. P. D. procuraram, patrioticamente, despender os seus esforços para conseguir uma feliz organização do combinado. E o conseguiram em parte. O reduzido espaço de tempo não lhes permitiu uma melhor seleção de valores. O quadro que colocaram em campo é, realmente, o mais eficiente que poderíamos organizar no momento, Todavia, durante o transcurso da partida tiveram algumas ações que não podemos deixar passar com o nosso reparo. Em primeiro lugar, não deveriam ter dado ouvido para os reclamos precipitados da assistência e, por conseguinte, não deveriam ter levado a efeito a substituição de Lothar por Gildo, substituição essa que só serviu para diminuir o poderio da linha de ataque. Em segundo, não compreendemos porque Emilio, médio direito, foi substituído por Contin, médio esquerdo. Finalmente, achamos que, nos últimos 20 minutos da segunda fase, impunha-se a troca do Ninho por Faccine, visto o primeiro desses elementos encontrar-se visivelmente cansado, impossibilitado, portanto, de prestar o seu auxílio aos dianteiros. Esse particular, que a muitos passou despercebido, foi a circunstância principal do desmantelo dos atacantes. É profundamente lamentável que Ninho, o nosso grande centro meio de outros tempos, não pudesse atuar com a mesma precisão que o consagrou um dos melhores do Brasil.
***
Não podemos fechar esta crônica sem acréscimo de mais alguns reparos oportunos: antes de iniciar-se o embate, o Sr. Maximino Zanon, juiz do encontro e membro da Comissão de Futebol, tendo em vista que o campo não possui pista, fez sentir o seu desejo de que ninguém permanecesse dentro do recinto, elas de acordo com as regras oficiais do futebol. Essa resolução provocou protestos dos elementos componentes da embaixada gaúcha. Ao finalizar o primeiro tempo, o secretário da delegação visitante, protestou contra a duração da partida, alegando que a mesma não terminara no prazo regulamentar. Por felicidade, o técnico da embaixada havia controlado o tempo, juntamente com o cronometrista da F. P. D., o que mais contribuía para realçar a precipitação da atitude tomada por aquele distinto esportista. O mais importante de tudo o que nos foi dado anotar, é que os esportistas gaúchos formam um contraste flagrante com os paranaenses no tocante às reclamações. Os visitantes reclamam contra tudo.
Reclamam contra o campo. Recusam bolas. Recusam juízes, Reclamam contra a duração de tempo. Contra os regulamentos do nosso futebol. Só falta reclamarem contra a atuação do Sr. Maximino Zanon, o que muito embora esse árbitro se tivesse conduzido demasiadamente benevolente para com os reclamadores “colorados” — não mais nos admiraria. Entretanto, estamos seguramente informados de que o combinado Palestra-Athletico, quando foi da sua excursão ao Rio Grande, sofreu não pequenas injustiças sem o menor protesto, nem expediu a bombásticos e inverídicos.
***
A ATUAÇÃO DOS AMADORES
Sobre a atuação isolada dos nossos amadores, pouco temos a dizer.
Quase todos estiveram aquém de seus méritos.
Apenas Athayde excedeu a expectativa, tendo agido soberbamente.
O excelente médio palestrino desfez a impressão causada pelas suas exibições anteriores.
Foi o homem da nossa seleção. Firme e decidido nas rebatidas e preciso nos passes, um verdadeiro herói.
Rey, no arco, não teve trabalho sério. Nenhuma só vez foi chamado a intervir em situação de grande perigo. A maioria das bolas que pegou foram de tiros longos e fracos.
O tento que deixou passar, aliás indefensável quanto no chute de Marroni, foi consequência de um atrapalho com o sol, pois o couro, antes do ponteiro gaúcho apanhá-lo, caiu bem próximo do arco local e Rey não o conseguiu ver.
Anjolino e Pizzatto, embora não estivessem nos seus grandes dias, agiram esforçadamente, tendo, ambos, brilhado várias vezes.
Foram dos que mais trabalharam.
Ninho, enquanto não se deixou dominar pelo cansaço, agiu com algum acerto, tendo sido o fator da ligação entre a defesa e o ataque. Depois, cansado e ressentido de uma contusão, nada mais fez. Lutou, entretanto, como um bravo até o final.
Devia ter sido substituído no segundo tempo. O seu esforço foi demasiado para quem ainda não está em perfeita forma e além disso, contundido.
Emílio começou bem e finalizou exausto. Novato, ainda, dentro de pouco tempo será um grande asa médio.
Contin não comprometeu, pelo contrário, agiu discretamente. Atuou poucos minutos,
Waldemiro não esteve, anteontem, à altura do seu valor. Desperdiçou algumas jogadas,
Lothar, embora Iutasse com bastante força de vontade, esteve algo Infeliz nos passes e nos arremates. Marcou, entretanto, um ponto de mestre. Lindo e sensacional. Uma virada estupenda. Sua substituição por Gabardo, como para atender os pedidos da assistência, não nos pareceu acertada.
Gabardo nada fez e prejudicou os companheiros com suas enervantes fintas.
Merlim esteve regular. Nem ótimo, nem péssimo. Destacou-se algumas vezes.
Dulla agiu bem na fase inicial, quando formou com Carnieri o ponto forte da nossa ofensiva. Depois, no segundo tempo, preocupado em socorrer Ninho e nossa defesa, nada mais fez, tendo deixado seu companheiro do ala isolado.
Carnieri, no primeiro tempo, foi o melhor homem do ataque local. No segundo tempo, por ambição de marcar ponto, fez com que a seleção paranaense deixasse de desempatar a peleja. Poucas foram as ações em que interviu na fase complementar.
Dos visitantes, Luiz Luz, Miro, Risada, Alfredo e Marroni foram os melhores homens. Miro atuou de zagueiro, centroavante e centro médio! Risada, de centro médio e quando o cerco paranaense era mais forte passou para a zaga, onde com Luiz formou a barreira formidável da seleção gaúcha.
Alfredo e Marroni também Iutaram com muito acerto. Aquele marcou nossa melhor ala, e o último, como sempre, foi o condutor da vanguarda visitante. Os demais pelejaram com vigor e tenacidade.
Todos, entretanto, concorreram para a magnífica arrancada que representa uma página de glória para o esporte do Rio Grande do Sul.
ALTERAÇÕES NOS QUADROS
Os quadros que se defrontaram, anteontem, sofreram as seguintes alterações.
Selecionado local — Lothar foi substituído por Gildo, passando este a atuar na meia direita e Contin substituiu Emílio na asa média direita.
Lothar e Merlim trocaram de posições por duas vezes.
Internacional — Tupan foi substituído por Miro no comando da vanguarda, indo para a zaga Risada e no lugar deste entrou Mabília. Mais tarde, Abaddé entrou no lugar de Mabília que se retirou de campo. Quase no final Tupan retornou ao gramado, tendo Miro passado para centro médio em lugar de Abbadé, que saiu.
NÚMERO DE CANTOS
No embate principal de domingo último, foram batidos 21 cantos sendo:
Paranaenses 14
Gaúchos 7.
O resultado acima diz algo sobre o transcurso da pugna.
PRELIMINAR
A partida preliminar foi disputada pelos quadros secundários do Palestra Italia e principal do Corinthians S. C., findando pela vitória d’aquele por 11x1.
Dirigiu esta partida o sr. Tercio Agner, pertencente ao Club Athletico Paranaense.
A PRINCIPAL
Sob as ordens do sr. Maximino Zanon, juiz escolhido pelos visitantes, deram entrada na cancha os contendores da pugna principal, os quais se apresentaram assim organizados:
PARANAENSES — Rey, Anjolino, Pizzatto, Andretta, Ninho, Athayde, Waldomiro, Lothar, Emílio, Dulla, Carnieri.
GAÚCHOS — Penha, Miro, Luiz, Alfredo, Risada, Garnizé, Javel, Venenoso, Tupan, Marroni, Marreco.
O Sr. Luiz Guimarães, presidente da F. P. D., saudou a delegação gaúcha oferecendo-lhes uma corbelha de flores naturais.
Agradeceu o chefe da embaixada “internacionalista”.
Tirada a sorte, esta foi favorável aos gaúchos, que escolheram o campo do lado esquerdo das arquibancadas, a favor do vento.
Às 17 horas, Ninho apanha a 1º jogada e passa mal. Anjolino rebate, Alfredo faz falta, Rey apanha a primeira bola atirada de longe. Ninho passa mal. Periga nosso arco e Anjolino faz canto que nada resulta, às 17,04. Anjolino e Marreco disputam o couro, indo este fora. Rey pega nova bola fácil de Tupan. Nossa defesa atrapalha-se e Marreco atira fora. Risada faz falta em Emílio, que batida, resulta perigo para os gaúchos salvo por Miro. Anjolino e Pizzatto furam, sendo salvo por Emílio. Dulla tenta uma carregada, mas é infeliz. Carnieri atira fora em lugar de passar. Centro de Carnieri é aparado por Emílio, que manda violenta cabeçada na trave, perdendo ótima oportunidade de abrir a contagem. A seguir, os gaúchos carregam e desperdiçam o ataque. Carnieri foge de Alfredo, mas passa mal. Avanço de Emílio perde-se na extrema. Passe de Carnieri obriga Luiz a cometer um canto, que nada resulta. Dulla coloca a bola para Emílio rematar bem, porém, Penha pega às 17,13. O vento sopra forte contra os paranaenses. Anjolino faz falta em Marroni, nada resulta. Nossa linha vem agindo com acerto. Os gaúchos estão lutando com calma. Javel, às 17,14  atira violentamente por cima. Penha intervém duas vezes seguidas. Canto de Garnizé, nada resulta. Pizzatto faz falta em Venenoso fora da área, nada resulta. Anjolino corta passe da direita e entrega a Ninho que passa para frente. Athayde, em recurso, atira a canto, que batido por Javel nada resulta. O juiz deixa passar impedimento de Javel. Pizzatto salva, pondo a canto, que batido, Rey apara. Pizzatto novamente salva a situação arrebatando o couro de Marroni. Alfredo faz falta, batida, nada resulta. Miro em situação crítica salva seu posto, praticando estupenda defesa. Miro, a seguir, faz canto que nada resulta. Centro de Athayde faz com que Lothar perca magnífica oportunidade às portas do arco visitante. Alfredo faz pela 4º vez falta ao tirar bola fora. Tupan desperdiça jogada atirando fora, de longe. Athayde atua esforçadamente. Javel tira fora mal. Pizzatto detém Marroni a 3 jardas do nosso arco. Venenoso, pegando o couro, atira fora. Os gaúchos estão jogando bem. A partida está equilibrada. São decorridos 28 minutos de jogo. Luiz comete falta em Ninho e Carnieri perde passe de Athayde. Dois cantos concedidos pelos gaúchos são desperdiçados. Ótima costura Dulla-Emílio-Carnieri obriga Luiz fazer canto, que batido, resulta situação perigosa para os gaúchos com bola fora de Waldemiro. Dulla desperdiça ataque jogando o couro a esmo. Carnieri em jogada pessoal finta Javel por três vezes, passando a seguir para Dulla que não aproveita. Athayde faz falta em Venenoso, que batido, Anjolino defende. Alfredo, acossado por Carnieri, faz canto. Lothar escapa e centra, tendo Dulla e Emílio visado o arco visitante, que foi defendido por Penha. Javel cabeceia violentamente, obrigando Rey a fazer canto. Aos 36 minutos de jogo, nada feito. Os gaúchos estão cedendo terreno. Tupan faz visível falta em Ninho, que o juiz não pune. Luiz faz canto que nada resulta. A linha gaúcha ataca nossa defesa tendo Anjolino salvo. Emílio escapa e obriga Luiz a fazer falta em Carnieri, dentro do arco, tendo o juiz deixado de punir! A assistência protesta. Athayde, firme e resoluto, defende nosso último reduto com grande oportunidade. Faltam dois minutos para o final do 1º tempo. Os gaúchos reclamam injustamente contra o juiz. Penha salva carregada de Emílio. Às 17,45 termina a primeira fase.
IMPRESSÕES
A peleja, como bem atesta o número de cantos a favor do quadro local, embora o vento tivesse soprado fortemente contra o campo paranaense, transcorreu, na fase inicial, favorável à Seleção do Paraná, que criou inúmeras situações críticas para o último reduto visitante.
Os gaúchos, todavia, estiveram à altura de seu valor, tendo diversas vezes posto em cheque o arco paranaense.
O quadro representativo do Paraná, à excepção de Lothar, que esteve algo infeliz, agiu com algum acerto, podendo, ainda, desenvolver melhor atuação.
Athayde, Pizzatto e Carnieri foram os melhores homens na fase que findou.
O SEGUNDO TEMPO
Às 18,05 hs, os visitantes dão início à segunda fase da luta, com Risada na zaga, Mabília no centro da linha média e Miro comandando o ataque. Vão ao ataque e Pizzatto devolve. Dulla dá a Lothar que atira, passando por cima da trave.
Lindo ataque local e Luiz, em recurso, escanteia. O tiro de quina resulta em novo canto que Carnieri desperdiça. Dulla cabeceia fora. Emílio quase faz ponto, mas Risada, com esforço, manda a canto. Nada resulta.
Alfredo dá chute largo. Marroni serve Marreco, que arremata por cima da trave. Há forte cerco ao arco paranaense, mas o trio final emprega-se com denodo e afasta. Novamente Javel põe em perigo o reduto de Rey, mas Athayde continua sendo um grande homem e pratica magnífica tirada.
A linha local desce célere e Risada concede novo canto, que não é aproveitado. Emílio atira e passa de lado. Ninho apresenta visíveis sinais de cansaço.
Lothar recebe o couro e avança perigosamente para Risada mandar a Canto. Waldemiro bate e não há nada.
Avançam os gaúchos pela esquerda e Anjolino evita com precisão. Novo ataque gaúcho e o perigo se avizinha. Rey abraça o couro e descem os locais sem resultado graças à estupenda intervenção de Luiz.
Ninho atira por cima e Luiz, ao defender, quase aninha. Canto sem consequências. Sai Mabília, voltando Tupan ao gramado. Waldemiro duas vezes atira, indo fora uma, e Luiz defendendo
outra. Penha segura bem uma bola arremessada por Lothar. Adiantam-se os visitantes e Rey Pega.
Falta de Alfredo em Carnieri, batida por Athayde não produz resultado. Às 18,20, Emílio tira de Marroni e faz bom passe a Lothar. Este, de modo fulminante, faz balançar as redes dos visitantes pela primeira vez. O feito do ponteiro tricolor foi alvo de grandiosas manifestações da assistência. Animam-se os locais e continua o assédio. O arco de Penha passa momentos de intenso perigo.
Anjolino adianta-se e evita o avanço que os “colorados” procuravam levar a efeito. Bom passe de Athayde vai pilhar Waldemiro e Lothar impedidos.
Waldemiro desloca-se conduzindo o couro e arremata forte, passando por cima da trave. Falta de Venenoso em Athayde.
Eram 18,26. O sol dava em cheio sobre o arco guarnecido por Rey. Os gaúchos avançam em fileira, bem apoiados pela linha média. A bola vai perto de Rey, mas este não a vê. Marroni entra e atira de pequena distância. O guardião local fica sem ação, pois não consegue avistar o couro. Estava empatada a partida. Os visitantes são ovacionados. Marreco atira novamente, indo fora.
Gabardo substitui Lothar. Risada dá forte a Marreco, que atira e Rey abraça. Toque de Garnizé resulta em bom ataque local, que Luiz desfaz. Risada escanteia acossado por Gabardo. Nada há. Contin substitui o médio Emílio. Falta de Athayde em Javel dá ensejo a ótima defesa de Rey.
Carnieri escapa. Luiz deixa e Penha vai ao encontro. O ponta esquerda paranaense em vez de passar ao trio que estava colocado, chuta diretamente. A bola bate em Penha e vai a canto bela oportunidade perdida. Pizzatto, e depois Rey, defendem. Contin evita perigosa perigosa de Marreco. Este machuca-se, sendo o jogo ligeiramente interrompido.
Carga bem conduzida pela direita gaúcha e Athayde emprega-se com denodo. Dulla coloca na área e Penha afasta. Alfredo faz falta em Carnieri. Este cobra e Luiz defende. Risada, novamente de centro médi., Pizzatto faz falta, cobrada por Risada vai às mãos de Rey.
Tupan emenda forte e Rey abraça. Duas vezes Waldemiro centra e Emílio chuta, batendo em jogadores da defensiva gaúcha. Carnieri “dribla” e há falta mútua. Bola ao ar e nada há. Contin atira fora. Anjolino estende a Dulla, este atira passando pela linha de fundo.
Ninho está lutando com grandes dificuldades e dá ensejo a perigosas escaladas dos “colorados”, sendo evidente o perigo para o acco paranaense. Garnizé estende a Penha. Anjolino desarma Javel quando este se avizinhava de Rey para finalizar.
Gabardo chuta de longe sem precisão. Os gaúchos procuram a todo instante a vitória, atacando rigorosamente o campo local. Waldemiro recebe de Gabardo e manda alto. Carnieri chuta sem resultado. Há descontrole no ataque local. Athayde toca, sendo punido, para Pizzatto defender.
Desce Waldemiro e há canto. Cobra-o o ponta direita paranaense e Miro defende. Cada vez mais se acentua o sacrifício de Ninho. Dulla também está “pisado”.
Athayde brilha mais uma vez quando o arco de Rey estava prestes a ser alvejado somente por Marroni.
Emílio conduz um bom ataque que vai até às proximidades da meta sob a vigilância de Penha. Luiz ainda uma vez evita a queda.
Termina o grande prélio, sendo o campo invadido pela assistência que abraça os jogadores.
Paranaenses - 1
Internacional - 2
IMPRESSÕES
Na fase complementar, o quadro paranaense continuou comandando a pugna até os primeiros 15 minutos.
Daí por diante, os gaúchos, em linda reação e com jogadas técnicas, conseguiram igualar a partida, colocando várias ocasiões em sobressalto a defesa local.
O quadro paranaense, devido ao cansaço de alguns de seus elementos, desarticulou-se.
Foi então que os visitantes passaram a oferecer perigo para as nossas cores.
Athayde, Anjolino e Pizzatto continuaram firmes, e do lado dos “internacionalistas” Risada, Luiz, Penha, Miro, Alfredo e Marroni, não descansaram um só instante.
O JUIZ
Dirigiu o importante embate, o Sr. Maximino Zanon, pertencente ao Britânia S. C. e ao quadro de juízes oficiais da F. P. D.
Sua atuação, como sempre, foi imparcial e honesta.
A PARTIDA DOS GAÚCHOS PARA P. ALEGRE
Pelo trem dos campos regressam hoje, para o Rio Grande do Sul, os componentes da valorosa embaixada esportiva do S. C. Internacional, vice-campeão de Porto Alegre.
Os bravos filhos dos pampas, retornam nos seus “pagos” após uma brilhante excursão esportiva na qual não experimentaram o amargor de uma derrota.
Uma bela façanha que deve ser colocada bem nas coxilhas sulinas.
Ontem, durante o dia, os esportistas gaúchos apresentaram suas despedidas às autoridades, entidades, clubes, imprensa e desportistas do Paraná.
Esportistas disciplinados e valorosos, os filhos dos pampas deixaram em nossa terra as mais gratas impressões, quer como exímios futebolistas, quer como perfeitos cavalheiros.
Oxalá recebamos sempre embaixadas como a do glorioso e tradicional S. C. Internacional da metrópole gaúcha.
Agradecemos, sensibilizados, a visita que nos fizeram e as despedidas que nos trouxeram.
Lothar!
No primeiro tempo da partida de anteontem, a linha do combinado paranaense ressentiu-se da infelicidade de alguns elementos, notadamente da que perseguiu o amador Lothar Krueger, centro-avante do Club Athletico Ferroviario.
O destacado dianteiro dos nossos campos perdeu algumas oportunidades de marcar tentos, o que deu margem para a assistência expandir o seu nervosismo, reclamando insistentemente a sua substituição.
A despeito disso, Lothar foi mantido no quadro até parte do 2º tempo, quando marcou, em belíssimo estilo, o único ponto do selecionado.
Resolvida a sua substituição pelo amador Gildo Gabardo, Lothar demonstrou a sua fibra de esportista de escol, retirando-se do campo sem protesto e sem esboçar o mínimo gesto de contrariedade.
Na ocasião em que saía do recinto, a assistência prorrompeu numa forte salva de palmas, naturalmente aplaudindo a sua retirada do quadro. Involuntariamente, porém, os espectadores prestaram-lhe a melhor homenagem da tarde, ovacionando o amador correto que acabara de prestar o seu concurso patriótico às cores esportivas do seu Estado, com a correção e a disciplina peculiares aos verdadeiros “sportmen”.
AS DESPEDIDAS DOS GAÚCHOS
Ao regressarmos ao Rio Grande do Sul, depois de uma inesquecivel permanência em terras do Paraná, aproveitamos a gentileza de “O Dia Esportivo” para, por intermédio de suas colunas, despedirmo-nos do fidalgo povo paranaense, e agradecer à acolhida gentilíssima que nos dispensou.
Levamos de Curityiba — das belezas de uma cidade que sorri através do encanto de seus bairros é da poesia de seus arredores, e de um povo cativante pela espontaneidade de seu cavalheirismo — as impressões mais agradáveis e uma recordação imperecível.
Dentre aquela, não será a menos perdurável, a que levamos do seu esporte, e dos seus desportistas, entre os quais se encontram algumas figuras de singular gentileza e distinção.
Contando com um futebol fortíssimo, Curitiba tanto impressiona pela eficiência de seus quadros quando vencem, como pela sua nobreza desportiva que demonstram quando são vencidos.
Enfim, pedimos aos paranaenses acreditar que o nosso mais vivo destino é o de haver deixado nesta terra as mesmas agradáveis impressões que ela nos produziu, e as mesmas saudades que dela levaremos.
Pela embaixada do Internacional.
APARÍCIO CORA DE ALMEIDA
Adeus, gaúcho amigo!
— Gaúcho amigo. Ao retornares para os teus “pagos”, após a brilhante jornada esportiva que realizaste, permite-me que te apresente as minhas despedidas sinceras e leais.
Lá na tua “querência” não te esqueças de que aqui deixaste o amigo de todos os dias e de todos os tempos....
Façamos da tua visita à minha casa, que também é tua, uma cadeia que nos una cada vez mais, — esquecidos os pequeninos ressentimentos momentâneos, — para glória de nossos rincões e grandeza da nossa Pátria.
Adeus, gaúcho amigo. Feliz viagem.
Fonte: O Dia (PR), 27/12/1932, ano 1932, n. 2747, p. 6. http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/23540. Acesso em: 15 dez. 2024.