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25/12/1932 - Amistoso - Seleção do Paraná 1 x 1 Internacional

O GRANDE PRÉLIO PARA DOMINGO
O selecionado paranaense enfrentará o Internacional
Disputando sua última partida em nossa capital, o S. C. Internacional, de Porto Alegre, enfrentará domingo próximo, num embate gigantesco e sensacional a seleção paranaense,
Os visitantes, como bem demonstraram na tarde de ontem, são adversários temíveis e se encontram bastante dispostos.
Esperam os “colorados” reafirmar ainda uma vez, o justo conceito de que vieram precedidos.
Quanto à nossa representação, embora não tenha agido acertadamente na Pugna que disputou contra o Andarahy A. C., do Rio, é depositária das esperanças de nossa gente.
Conta com o concurso os nossos mais destacados elementos e se acha algo preparado.
O onze visitante será o mesmo que atuou ontem e o do selecionado Paranaense, prova velmente, o seguinte:
Rei — Anjolino — Pizzatto — Emílio — Ninho — Contin — Waldemiro — Lothar — Emílio — Dulla — Carnieri.
Fonte: O Dia (PR), 23/12/1932, ano 1932, n. 2746, p. 6. Disponível em:http://memoria.bn.gov.br/docreader/092932/23516. Acesso em: 12 dez. 2024.

O SENSACIONAL CHOQUE DE AMANHÃ ENTRE O INTERNACIONAL E SELECIONADO PARANAENSE
O mais gigantesco prélio da temporada
Despedindo-se de Curitiba, o S. C. Internacional, o valoroso grêmio gaúcho que se mantém invicto em nossa capital, enfrentará amanhã, no campo do Palestra Itália, o selecionado paranaense.
Esta, sem dúvida, será a batalha gigante da temporada.
Das duas lutas em que se empenhou com o combinado Athletico-Britânia e Palestra, os gloriosos "colorados" saíram invictos.
Amanhã ele enfrentará a potência máxima do futebol curitibano. E por ele se manter invicto e por ter de amanhã enfrentar o seu mais sério adversário, em Curitiba, ainda porque o entusiasmo do público por esse prélio atinge ao auge, é que podemos afirmar que o campo do Palestra Itália será deficiente para conter a avalanche de povo que para lá amanhã se deslocará, na satisfação indizível e na ânsia incontida de presenciar uma batalha grandiosa e um espectáculo de sensação.
JUIZ
Será juiz desse encontro o Sr. Parahylio Borba.
PRELIMINAR
A peleja preliminar será das melhores, pois reúne dois esplêndidos quadros: Athletico Paranaense e Atlético Ferroviário.
Fonte: Diário da Tarde (PR), 24/12/1932, ano 1932, n. 11352, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/800074/39171. Acesso em: 13 dez. 2024.

25/12/1932 - O Dia (PR), ano 1932, n. 2746, p. 6 - http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/23532

AMISTOSO - SELEÇÃO DO PARANÁ 1 X 1 INTERNACIONAL
Data: 25/12/1932 
Local: Palestra Itália - Curitiba (PR)
Juiz: Maximino Zanon 
Gols: Lothar ?'/2 (S); Dante Marroni ?'/2 (I).
SELEÇÃO DO PARANÁ: Rey; Anjolillo e Pizzatto; Emílio (Contin), Ninho e Athayde; Waldomiro, Lothar (Gildo), Merlin, Dula e Carnieri. 
INTERNACIONAL: Penha; Luiz Luz e Miro Vasques; Alfredo, Risada (Mabília) (Abbadé) e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan, Dante Marroni e Marreco. Técnico: Jean Ryff.

Arte feita em homenagem aos gaúchos representados
pelo Internacional, desenhada pelo cartunista Eloy.
Fonte: O Dia (PR)

INTERNACIONAL INVICTO
A sensacional batalha de ontem no Batel
Apesar de francamente dominado durante quase todo o tempo pelo selecionado paranaense, o S. C. Internacional empata por 1 a 1
Só um motivo muito forte, ontem, no “Estádio do Palestra Itália” desviaria a atenção do espectador da batalha que aos seus olhos se desenrolava gigantesca, emocionante.
S. C Internacional e Selecionado Paranaense faziam, no retângulo verde, do simpático estádio, a maior peleja pebolística da segunda temporada esportiva deste fim do ano, tão propício no nosso esporte, tão carregado de emoções para o nosso público.
Uma multidão compacta, comprimida nas arquibancadas alvi-verdes, de olhos pregados nos vinte e dois lutadores em campo, estereotipava no olhar, espelho vivo das emoções que surgiam a cada choque de colorado e de alviverdes, uma sensação forte e indizível.
Em linha de ataque, cinco “camisas rubras” cortavam velozmente o campo com a bola rolando aos pés e aproximavam-se do último reducto paransense, para Pizzatto ou Anjolilo, on ainda Athayde, numa reação cautelosa, mas firme, chocar-se com o condutor da bola, arrebatar-lhe e impulsioná-la num bem estendido passe para os seus companheiros na linha de frente reproduzirem a façanha do adversário uma, duas vezes que ia ter quase sempre o mesmo desfecho ante as barreiras em que se haviam transformado Luiz Luz, Miro ou Penha.
E a assistência, fremindo de entusiasmo, acompanhava a jogada, explodia numa ovação estupenda, sagrando o arrojo do lance, num desabafo de emoção.
Assim transcorreu quase todo o prélio de ontem, a que firmou definitivamente o Internacional no conceito do público como um quadro de invulgar valor e que, superior brilhou mais do que qualquer outro quadro que nos tem visitado, procedente do Rio ou São Paulo, que ainda hoje com uma boa dose de pretensão, a todo transe, com reclames de jornais e com a política de conchavos da C. B. D., fazem-se conhecer como os mestres supremos do “association” no Brasil.
Botafogo, Corinthians, América, Flamengo, Andarahy e tantos outros quadros de fama aqui vieram e não fizeram, como jamais farão, uma jornada tão gloriosa como a do team gaúcho, que ora nos honra com a sua visita.
A essas ligeiras linhas de registrar a mais esplêndida vitória do Internacional em nossa capital, e da ordem e disciplina.
xxx
Durante quase todo o tempo da luta de ontem na praça de esportes do Palestra, o S. C. Internacional foi dominado pelo selecionado local.
Se o scratch não logrou a obtenção de tentos deve à sua linha que teve muitas falhas nos arremates finais.
No 1º tempo a atuação do selecionado foi esplêndida, destacando na defesa a parelha de backs que esteve admirável, na linha de médios, Athayde, e na de ataque, Carnieri.
O Internacional teve magnífica atuação. Luiz Luz foi o melhor elemento do quadro. Esteve formidável.
No segundo tempo, o Internacional ofereceu boa reação, pondo em perigo por muitas vezes o arco paranaense.
O selecionado, embora não tivesse tão boa atuação como no primeiro tempo, muito trabalho deu à defesa. Conseguiu um gol por intermédio de Lothario, de uma forma que talvez não se reproduzirá. Foi um “sem pulo” e um gol empolgante.
Ninho jogou exausto e, mesmo assim, não foi substituído. Gildo Gabardo, que substituiu Lothario pouco ou nada fez, e isso porque quando Gildo entrou para dar novo impulso à linha, Ninho, muito cansado, já não distribuía como no primeiro tempo, não prestando à linha um auxílio eficiente.
JUIZ
Maximino Zanon foi o árbitro da grande peleja. Agindo criteriosamente com firmeza e imparcialidade, o veterano Maximo agradou plenamente.
PRELIMINAR
Como complemento do espetáculo esportivo de ontem, fraca partida entre o primeiro quadro do Corinthians S. C. e a equipe secundária do Palestra Itália. O prélio, que foi bem arbitrado pelo Sr. Tercio Agner, findou com a vitória dos palestrinos pelo agigantado escore de 11 a 1.
A PRINCIPAL
Às 16,45 horas, os quadros do Internacional e Paraná são aclamados pela assistência ao entrar em campo.
Os quadros alinham-se com a seguinte constituição:
Internacional: Penha; Miro e Luiz Luz; Alfredo, Risada e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan, Marroni e Marreco.
Paranaenses; Rey; Anjolilo e Pizzatto; Athayde, Ninho e Emílio; Waldomiro, Lothario, Merlin, Dulla e Carnieri.
Tirado o toss, o Internacional escolhe o lado favorável ao vento.
Às 17 horas os paranaenses saem perdendo para os colorados. Reatacam os paranaenses e Risada afasta. Toque de Tupan. Anjolilo bate. Miro afasta. Rey pratica defesa de um tiro longo de Risada. Venenoso atira violento, Athayde rebate, Marreco pega e Anjolilo escanteia. Batido esse, Anjolilo afasta. Novamente descem os colorados e Marroni serve Tupan, que envia em gol, defendendo Rey. Falta de Risada em Merlin. Ninho bate e Dulla envia forte em gol. Penha sai do gol e não detém o centro, ocasionando confusão que Miro salva brilhantemente.
Athayde serve Carnieri, este escapa livre e arremata fora.
Agora os paranaenses organizam cerrada carga.
Carnieri centra, Merlin cabeceia e a bola vai à trave, para Luiz Luz afastar. Os colorados atacam e Venenoso, atrapalhado, perde ótima ocasião.
Carnieri escapa e passa a Merlin, que obriga Miro a escantear. Ninho serve Dulla, este passa a Merlin que arremata forte e Penha faz segura defesa. Falta de Anjolilo, Marreco bate e Rey defende.
Bom centro de Carneri termina com cabeçada de Lothar à meta adversária, fazendo Penha boa defesa. Falta de Pizzatto em Venenoso. Risada bate e Ninho afasta. Athayde, acossado por Javel, escanteia. Batida, resulta nulo. Ação Venenoso-Tupan termina com escanteio de Pizzatto, toque de Alfredo, Carnieri bate, Miro afasta. Toque de Luiz, Waldomiro bate e Miro escanteia. Venenoso, de fora da área, arremata fora. Falta de Luiz em Ninho. Athayde bate, nada resultando. Dulla passa a Carnieri, este atira forte em direção ao gol e Luiz escanteia. Baito, este resulta confusão, finalizando Waldomiro por cima da trave. Marreco prejudica ataque por estar off-side. O jogo desenvolve-se quase todo pela esquerda, tendo Carnieri uma atuação assombrosa. Falta de Athayde em Venenoso. Dulla passa adiantado e Alfredo é obrigado a escantear. Lothario, da extrema, centra alto e Merlin envia a pelota em gol de cabeça, praticando Penha difícil defesa. Canto de Luzi. Carnieri bate e Penha afasta. Emílio foge livre e perde para Luiz. Falta de Venenoso em Pizzatto. Atacam os paranaenses e Penha defende.
Termina o 1º tempo com o placar anunciando 0 a 0.
Depois do descanso regulamentar, os quadros iniciam a partida às 18,05 horas, com a saída dos colorados. Com a saída de Tupan, Miro passou para o centro, Mabília para center-half e Risada para back. Carrega forte o Paraná, obrigando Luiz a escantear. Tirado, este resulta em novo corner concedido por Risada. De um ataque paranaense, termina com violento tiro de Merlin fora. Paralisa-se o jogo por ter se contundido Ninho. Corner de Risada, batido Merlin, emenda por cima da trave. Novo escanteio colorado, cedido por Garnizé. Tupan entra novamente a atuar, passando Miro para center half e Mabília sai de campo por achar-se contundido. Rey pratica boa defesa de tiro longo de Tupan. Falta cobrada por Athayde.
2º TEMPO
Depois do descanso regulamentar, os quadros iniciam a partida às 18,05 horas, com a saída dos colorados. Com a saída de Tupan, Miro passou para o centro, Mabília para center-half e Risada para back. Carrega forte o Paraná, obrigando Luiz a escantear. Tirado, este resulta em novo corner concedido por Risada. De um ataque paranaense, termina com violento tiro de Merlin fora. Paralisa-se o jogo por ter se contundido Ninho. Corner de Risada, batido Merlin, emenda por cima da trave. Novo escanteio colorado, cedido por Garnizé. Tupan entra novamente a atuar, passando Miro para center half e Mabília sai de campo por achar-se contundido. Rey pratica boa defesa de tiro longo de Tupan. Falta cobrada por Athayde.
A bola vai à defesa gaúcha e Luiz afasta. Emílio, apoderando-se do couro, faz ótimo passe a Lothario. Este, tendo Luiz pela frente, vira e dá formidável "sem pulo", colocando a bola nas redes coloradas, sem tentativa de Penha, às 18,19, sob aplausos calorosos da assistência. Estava assim, conquistado o 1º e único ponto do Paraná.
Dada a saída e o jogo leva a assistência ao entusiasmo. Carregada forte paranaense é prejudicada por achar-se Waldomiro impedido. Dulla envia forte tiro em gol, fazendo Penha boa defesa. Falta de Venenoso em Athayde. Acção Marroni-Marreco, este último atira e Rey tenta a defesa, afastando fraco para Athayde atirar para a frente. Miro, apossando-se do couro, atira alto, a bola vai em gol. Rey, indeciso, abandona o arco e não consegue deter o couro. Marroni entra e atira violento e a bola vai às redes, marcando, às 18,26, o 1º ponto do Internacional.
Rey pratica defesa de um arremesso longo de Marreco. Gildo substitui Lothario. Toque de Garnizé. Batido por Anjolilo, Risada é obrigado a conceder corner. Batido este, nada resulta. Contin substitui Emilio. Luiz, ao passar a bola a Penha, faz com que o seu arco passe por situação crítica, salvando Penha com escanteio. Marreco escapa velozmente e, acossado por Anjolilo, contunde-se, sendo paralisado o jogo. Rey sai do gol para deter a pelota enviada por Javel Falta de Pizzatto em Venenoso. Batida por Risada, Miro envia forte em gol, Rey não consegue deter o couro. Rebatendo, Javel entra e chuta violento por cima da trave. Os paranaenses atacam e Waldomiro atira fraco em gol para Penha defender. O jogo agora transcorre monótono em fases ótimas de ambas as partes. Waldemiro atira e Garnizé escanteia. Com o Paraná no ataque, termina o jogo empate de 1 a 1.
Fonte: 26/12/1932, Diário da Tarde (PR), ano 1932, n. 11353, p. 4. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/800074/39177. Acesso em: 13 dez. 2024.

PARANAENSES E GAÚCHOS DIVIDIRAM AS HONRAS DA TARDE DE ANTEONTEM
O sensacional prélio entre o Selecionado do Paraná e o S. C. Internacional de P. Alegre findou empatado por 1 x 1. O que foi transcurso da importante peleja - A atuação dos contendores  - Athayde o melhor homem do quadro local - Os heróis da turma visitante - O juiz - A partida, hoje, dos "internacionalistas" - Outras notas
Com a jornada de domingo último, o selecionado da Federação Paranaense de Desportos reafirmou o seu conceito e honrou, mais uma vez, as suas gloriosas tradições. Essa é a nossa opinião, não obstante o quadro local haver saído da cancha sem os louros que merecia. Empenhados como se achavam os nossos clubes na disputa do  campeonato de 1932, e por não ser disputado este ano o certame brasileiro, os valentes clubes que nos visitaram nesta improvisada temporada nunca tiveram melhor oportunidade para levar de vencida todos os nossos conjuntos futebolísticos, inclusive a selecção da capital que jamais baqueou, nos gramados curitibanos, frente a outro adversário que não o forte combinado paulista. Pois, mesmo assim, com o exíguo e ridículo preparo de apenas dois exercícios, a turma representativa de Curityba não se deixou abater pela fortíssima phalange gaúcha, contrariando os prognósticos da maioria dos esportistas da nossa terra. É que o Internacional, depois da exibição que fez, no jogo com o Palestra Itália, granjeara tal fama que dificilmente alguém arriscaria um palpite favorável ao nosso conjunto. De fato, a ação dos “colorados” naquele embate foi de molde a entusiasmar e fazer crer que seriam os triunfadores da jornada de anteontem. Isso não se verificou, porém, graças ao agir do “onze verde”, que fez tudo para merecer a vitória que só lhe fugiu pela extraordinária falta de sorte! A turma local jogou sempre em plano superior, sem se deixar dominar um minuto sequer. A estonteante tática dos visitantes quedou-se paralisada ante a técnica segura dos visitados. É que o adversário agora era o selecionado que tantas glórias tem conquistado para o nosso Estado! Mas, depois de jogar soberbamente contra o vento, os nossos rapazes acusaram sensível decadência na fase complementar, exatamente quando tudo indicava o contrário, sem, entretanto, entregar o comando da partida ao adversário, E dessa inexplicável metamorfose resultou na fuga de uma vitória que se esboçava, logicamente, certa. A contagem verificada, em que pesem as opiniões controversas, ainda encerrou em si a injustiça de ter sido igualada por uma circunstância casual, sem o mérito das jogadas bonitas que caracterizam a linha internacionalista. Não fora isso e a vitória, embora por contagem mínima, seria indiscutivelmente das cores paranaenses. O fator que mais preponderou para que o quadro local não lograsse alcançar uma contagem regular foi a firmeza da defensiva visitante, cujos componentes Iutaram como verdadeiros gigantes para conter e repelir os constantes e perigosos ataques do quinteto verde. Os técnicos da F. P. D. procuraram, patrioticamente, despender os seus esforços para conseguir uma feliz organização do combinado. E o conseguiram em parte. O reduzido espaço de tempo não lhes permitiu uma melhor seleção de valores. O quadro que colocaram em campo é, realmente, o mais eficiente que poderíamos organizar no momento, Todavia, durante o transcurso da partida tiveram algumas ações que não podemos deixar passar com o nosso reparo. Em primeiro lugar, não deveriam ter dado ouvido para os reclamos precipitados da assistência e, por conseguinte, não deveriam ter levado a efeito a substituição de Lothar por Gildo, substituição essa que só serviu para diminuir o poderio da linha de ataque. Em segundo, não compreendemos porque Emilio, médio direito, foi substituído por Contin, médio esquerdo. Finalmente, achamos que, nos últimos 20 minutos da segunda fase, impunha-se a troca do Ninho por Faccine, visto o primeiro desses elementos encontrar-se visivelmente cansado, impossibilitado, portanto, de prestar o seu auxílio aos dianteiros. Esse particular, que a muitos passou despercebido, foi a circunstância principal do desmantelo dos atacantes. É profundamente lamentável que Ninho, o nosso grande centro meio de outros tempos, não pudesse atuar com a mesma precisão que o consagrou um dos melhores do Brasil.
***
Não podemos fechar esta crônica sem acréscimo de mais alguns reparos oportunos: antes de iniciar-se o embate, o Sr. Maximino Zanon, juiz do encontro e membro da Comissão de Futebol, tendo em vista que o campo não possui pista, fez sentir o seu desejo de que ninguém permanecesse dentro do recinto, elas de acordo com as regras oficiais do futebol. Essa resolução provocou protestos dos elementos componentes da embaixada gaúcha. Ao finalizar o primeiro tempo, o secretário da delegação visitante, protestou contra a duração da partida, alegando que a mesma não terminara no prazo regulamentar. Por felicidade, o técnico da embaixada havia controlado o tempo, juntamente com o cronometrista da F. P. D., o que mais contribuía para realçar a precipitação da atitude tomada por aquele distinto esportista. O mais importante de tudo o que nos foi dado anotar, é que os esportistas gaúchos formam um contraste flagrante com os paranaenses no tocante às reclamações. Os visitantes reclamam contra tudo.
Reclamam contra o campo. Recusam bolas. Recusam juízes, Reclamam contra a duração de tempo. Contra os regulamentos do nosso futebol. Só falta reclamarem contra a atuação do Sr. Maximino Zanon, o que muito embora esse árbitro se tivesse conduzido demasiadamente benevolente para com os reclamadores “colorados” — não mais nos admiraria. Entretanto, estamos seguramente informados de que o combinado Palestra-Athletico, quando foi da sua excursão ao Rio Grande, sofreu não pequenas injustiças sem o menor protesto, nem expediu a bombásticos e inverídicos.
***
A ATUAÇÃO DOS AMADORES
Sobre a atuação isolada dos nossos amadores, pouco temos a dizer.
Quase todos estiveram aquém de seus méritos.
Apenas Athayde excedeu a expectativa, tendo agido soberbamente.
O excelente médio palestrino desfez a impressão causada pelas suas exibições anteriores.
Foi o homem da nossa seleção. Firme e decidido nas rebatidas e preciso nos passes, um verdadeiro herói.
Rey, no arco, não teve trabalho sério. Nenhuma só vez foi chamado a intervir em situação de grande perigo. A maioria das bolas que pegou foram de tiros longos e fracos.
O tento que deixou passar, aliás indefensável quanto no chute de Marroni, foi consequência de um atrapalho com o sol, pois o couro, antes do ponteiro gaúcho apanhá-lo, caiu bem próximo do arco local e Rey não o conseguiu ver.
Anjolino e Pizzatto, embora não estivessem nos seus grandes dias, agiram esforçadamente, tendo, ambos, brilhado várias vezes.
Foram dos que mais trabalharam.
Ninho, enquanto não se deixou dominar pelo cansaço, agiu com algum acerto, tendo sido o fator da ligação entre a defesa e o ataque. Depois, cansado e ressentido de uma contusão, nada mais fez. Lutou, entretanto, como um bravo até o final.
Devia ter sido substituído no segundo tempo. O seu esforço foi demasiado para quem ainda não está em perfeita forma e além disso, contundido.
Emílio começou bem e finalizou exausto. Novato, ainda, dentro de pouco tempo será um grande asa médio.
Contin não comprometeu, pelo contrário, agiu discretamente. Atuou poucos minutos,
Waldemiro não esteve, anteontem, à altura do seu valor. Desperdiçou algumas jogadas,
Lothar, embora Iutasse com bastante força de vontade, esteve algo Infeliz nos passes e nos arremates. Marcou, entretanto, um ponto de mestre. Lindo e sensacional. Uma virada estupenda. Sua substituição por Gabardo, como para atender os pedidos da assistência, não nos pareceu acertada.
Gabardo nada fez e prejudicou os companheiros com suas enervantes fintas.
Merlim esteve regular. Nem ótimo, nem péssimo. Destacou-se algumas vezes.
Dulla agiu bem na fase inicial, quando formou com Carnieri o ponto forte da nossa ofensiva. Depois, no segundo tempo, preocupado em socorrer Ninho e nossa defesa, nada mais fez, tendo deixado seu companheiro do ala isolado.
Carnieri, no primeiro tempo, foi o melhor homem do ataque local. No segundo tempo, por ambição de marcar ponto, fez com que a seleção paranaense deixasse de desempatar a peleja. Poucas foram as ações em que interviu na fase complementar.
Dos visitantes, Luiz Luz, Miro, Risada, Alfredo e Marroni foram os melhores homens. Miro atuou de zagueiro, centroavante e centro médio! Risada, de centro médio e quando o cerco paranaense era mais forte passou para a zaga, onde com Luiz formou a barreira formidável da seleção gaúcha.
Alfredo e Marroni também Iutaram com muito acerto. Aquele marcou nossa melhor ala, e o último, como sempre, foi o condutor da vanguarda visitante. Os demais pelejaram com vigor e tenacidade.
Todos, entretanto, concorreram para a magnífica arrancada que representa uma página de glória para o esporte do Rio Grande do Sul.
ALTERAÇÕES NOS QUADROS
Os quadros que se defrontaram, anteontem, sofreram as seguintes alterações.
Selecionado local — Lothar foi substituído por Gildo, passando este a atuar na meia direita e Contin substituiu Emílio na asa média direita.
Lothar e Merlim trocaram de posições por duas vezes.
Internacional — Tupan foi substituído por Miro no comando da vanguarda, indo para a zaga Risada e no lugar deste entrou Mabília. Mais tarde, Abaddé entrou no lugar de Mabília que se retirou de campo. Quase no final Tupan retornou ao gramado, tendo Miro passado para centro médio em lugar de Abbadé, que saiu.
NÚMERO DE CANTOS
No embate principal de domingo último, foram batidos 21 cantos sendo:
Paranaenses 14
Gaúchos 7.
O resultado acima diz algo sobre o transcurso da pugna.
PRELIMINAR
A partida preliminar foi disputada pelos quadros secundários do Palestra Italia e principal do Corinthians S. C., findando pela vitória d’aquele por 11x1.
Dirigiu esta partida o sr. Tercio Agner, pertencente ao Club Athletico Paranaense.
A PRINCIPAL
Sob as ordens do sr. Maximino Zanon, juiz escolhido pelos visitantes, deram entrada na cancha os contendores da pugna principal, os quais se apresentaram assim organizados:
PARANAENSES — Rey, Anjolino, Pizzatto, Andretta, Ninho, Athayde, Waldomiro, Lothar, Emílio, Dulla, Carnieri.
GAÚCHOS — Penha, Miro, Luiz, Alfredo, Risada, Garnizé, Javel, Venenoso, Tupan, Marroni, Marreco.
O Sr. Luiz Guimarães, presidente da F. P. D., saudou a delegação gaúcha oferecendo-lhes uma corbelha de flores naturais.
Agradeceu o chefe da embaixada “internacionalista”.
Tirada a sorte, esta foi favorável aos gaúchos, que escolheram o campo do lado esquerdo das arquibancadas, a favor do vento.
Às 17 horas, Ninho apanha a 1º jogada e passa mal. Anjolino rebate, Alfredo faz falta, Rey apanha a primeira bola atirada de longe. Ninho passa mal. Periga nosso arco e Anjolino faz canto que nada resulta, às 17,04. Anjolino e Marreco disputam o couro, indo este fora. Rey pega nova bola fácil de Tupan. Nossa defesa atrapalha-se e Marreco atira fora. Risada faz falta em Emílio, que batida, resulta perigo para os gaúchos salvo por Miro. Anjolino e Pizzatto furam, sendo salvo por Emílio. Dulla tenta uma carregada, mas é infeliz. Carnieri atira fora em lugar de passar. Centro de Carnieri é aparado por Emílio, que manda violenta cabeçada na trave, perdendo ótima oportunidade de abrir a contagem. A seguir, os gaúchos carregam e desperdiçam o ataque. Carnieri foge de Alfredo, mas passa mal. Avanço de Emílio perde-se na extrema. Passe de Carnieri obriga Luiz a cometer um canto, que nada resulta. Dulla coloca a bola para Emílio rematar bem, porém, Penha pega às 17,13. O vento sopra forte contra os paranaenses. Anjolino faz falta em Marroni, nada resulta. Nossa linha vem agindo com acerto. Os gaúchos estão lutando com calma. Javel, às 17,14  atira violentamente por cima. Penha intervém duas vezes seguidas. Canto de Garnizé, nada resulta. Pizzatto faz falta em Venenoso fora da área, nada resulta. Anjolino corta passe da direita e entrega a Ninho que passa para frente. Athayde, em recurso, atira a canto, que batido por Javel nada resulta. O juiz deixa passar impedimento de Javel. Pizzatto salva, pondo a canto, que batido, Rey apara. Pizzatto novamente salva a situação arrebatando o couro de Marroni. Alfredo faz falta, batida, nada resulta. Miro em situação crítica salva seu posto, praticando estupenda defesa. Miro, a seguir, faz canto que nada resulta. Centro de Athayde faz com que Lothar perca magnífica oportunidade às portas do arco visitante. Alfredo faz pela 4º vez falta ao tirar bola fora. Tupan desperdiça jogada atirando fora, de longe. Athayde atua esforçadamente. Javel tira fora mal. Pizzatto detém Marroni a 3 jardas do nosso arco. Venenoso, pegando o couro, atira fora. Os gaúchos estão jogando bem. A partida está equilibrada. São decorridos 28 minutos de jogo. Luiz comete falta em Ninho e Carnieri perde passe de Athayde. Dois cantos concedidos pelos gaúchos são desperdiçados. Ótima costura Dulla-Emílio-Carnieri obriga Luiz fazer canto, que batido, resulta situação perigosa para os gaúchos com bola fora de Waldemiro. Dulla desperdiça ataque jogando o couro a esmo. Carnieri em jogada pessoal finta Javel por três vezes, passando a seguir para Dulla que não aproveita. Athayde faz falta em Venenoso, que batido, Anjolino defende. Alfredo, acossado por Carnieri, faz canto. Lothar escapa e centra, tendo Dulla e Emílio visado o arco visitante, que foi defendido por Penha. Javel cabeceia violentamente, obrigando Rey a fazer canto. Aos 36 minutos de jogo, nada feito. Os gaúchos estão cedendo terreno. Tupan faz visível falta em Ninho, que o juiz não pune. Luiz faz canto que nada resulta. A linha gaúcha ataca nossa defesa tendo Anjolino salvo. Emílio escapa e obriga Luiz a fazer falta em Carnieri, dentro do arco, tendo o juiz deixado de punir! A assistência protesta. Athayde, firme e resoluto, defende nosso último reduto com grande oportunidade. Faltam dois minutos para o final do 1º tempo. Os gaúchos reclamam injustamente contra o juiz. Penha salva carregada de Emílio. Às 17,45 termina a primeira fase.
IMPRESSÕES
A peleja, como bem atesta o número de cantos a favor do quadro local, embora o vento tivesse soprado fortemente contra o campo paranaense, transcorreu, na fase inicial, favorável à Seleção do Paraná, que criou inúmeras situações críticas para o último reduto visitante.
Os gaúchos, todavia, estiveram à altura de seu valor, tendo diversas vezes posto em cheque o arco paranaense.
O quadro representativo do Paraná, à excepção de Lothar, que esteve algo infeliz, agiu com algum acerto, podendo, ainda, desenvolver melhor atuação.
Athayde, Pizzatto e Carnieri foram os melhores homens na fase que findou.
O SEGUNDO TEMPO
Às 18,05 hs, os visitantes dão início à segunda fase da luta, com Risada na zaga, Mabília no centro da linha média e Miro comandando o ataque. Vão ao ataque e Pizzatto devolve. Dulla dá a Lothar que atira, passando por cima da trave.
Lindo ataque local e Luiz, em recurso, escanteia. O tiro de quina resulta em novo canto que Carnieri desperdiça. Dulla cabeceia fora. Emílio quase faz ponto, mas Risada, com esforço, manda a canto. Nada resulta.
Alfredo dá chute largo. Marroni serve Marreco, que arremata por cima da trave. Há forte cerco ao arco paranaense, mas o trio final emprega-se com denodo e afasta. Novamente Javel põe em perigo o reduto de Rey, mas Athayde continua sendo um grande homem e pratica magnífica tirada.
A linha local desce célere e Risada concede novo canto, que não é aproveitado. Emílio atira e passa de lado. Ninho apresenta visíveis sinais de cansaço.
Lothar recebe o couro e avança perigosamente para Risada mandar a Canto. Waldemiro bate e não há nada.
Avançam os gaúchos pela esquerda e Anjolino evita com precisão. Novo ataque gaúcho e o perigo se avizinha. Rey abraça o couro e descem os locais sem resultado graças à estupenda intervenção de Luiz.
Ninho atira por cima e Luiz, ao defender, quase aninha. Canto sem consequências. Sai Mabília, voltando Tupan ao gramado. Waldemiro duas vezes atira, indo fora uma, e Luiz defendendo
outra. Penha segura bem uma bola arremessada por Lothar. Adiantam-se os visitantes e Rey Pega.
Falta de Alfredo em Carnieri, batida por Athayde não produz resultado. Às 18,20, Emílio tira de Marroni e faz bom passe a Lothar. Este, de modo fulminante, faz balançar as redes dos visitantes pela primeira vez. O feito do ponteiro tricolor foi alvo de grandiosas manifestações da assistência. Animam-se os locais e continua o assédio. O arco de Penha passa momentos de intenso perigo.
Anjolino adianta-se e evita o avanço que os “colorados” procuravam levar a efeito. Bom passe de Athayde vai pilhar Waldemiro e Lothar impedidos.
Waldemiro desloca-se conduzindo o couro e arremata forte, passando por cima da trave. Falta de Venenoso em Athayde.
Eram 18,26. O sol dava em cheio sobre o arco guarnecido por Rey. Os gaúchos avançam em fileira, bem apoiados pela linha média. A bola vai perto de Rey, mas este não a vê. Marroni entra e atira de pequena distância. O guardião local fica sem ação, pois não consegue avistar o couro. Estava empatada a partida. Os visitantes são ovacionados. Marreco atira novamente, indo fora.
Gabardo substitui Lothar. Risada dá forte a Marreco, que atira e Rey abraça. Toque de Garnizé resulta em bom ataque local, que Luiz desfaz. Risada escanteia acossado por Gabardo. Nada há. Contin substitui o médio Emílio. Falta de Athayde em Javel dá ensejo a ótima defesa de Rey.
Carnieri escapa. Luiz deixa e Penha vai ao encontro. O ponta esquerda paranaense em vez de passar ao trio que estava colocado, chuta diretamente. A bola bate em Penha e vai a canto bela oportunidade perdida. Pizzatto, e depois Rey, defendem. Contin evita perigosa perigosa de Marreco. Este machuca-se, sendo o jogo ligeiramente interrompido.
Carga bem conduzida pela direita gaúcha e Athayde emprega-se com denodo. Dulla coloca na área e Penha afasta. Alfredo faz falta em Carnieri. Este cobra e Luiz defende. Risada, novamente de centro médi., Pizzatto faz falta, cobrada por Risada vai às mãos de Rey.
Tupan emenda forte e Rey abraça. Duas vezes Waldemiro centra e Emílio chuta, batendo em jogadores da defensiva gaúcha. Carnieri “dribla” e há falta mútua. Bola ao ar e nada há. Contin atira fora. Anjolino estende a Dulla, este atira passando pela linha de fundo.
Ninho está lutando com grandes dificuldades e dá ensejo a perigosas escaladas dos “colorados”, sendo evidente o perigo para o acco paranaense. Garnizé estende a Penha. Anjolino desarma Javel quando este se avizinhava de Rey para finalizar.
Gabardo chuta de longe sem precisão. Os gaúchos procuram a todo instante a vitória, atacando rigorosamente o campo local. Waldemiro recebe de Gabardo e manda alto. Carnieri chuta sem resultado. Há descontrole no ataque local. Athayde toca, sendo punido, para Pizzatto defender.
Desce Waldemiro e há canto. Cobra-o o ponta direita paranaense e Miro defende. Cada vez mais se acentua o sacrifício de Ninho. Dulla também está “pisado”.
Athayde brilha mais uma vez quando o arco de Rey estava prestes a ser alvejado somente por Marroni.
Emílio conduz um bom ataque que vai até às proximidades da meta sob a vigilância de Penha. Luiz ainda uma vez evita a queda.
Termina o grande prélio, sendo o campo invadido pela assistência que abraça os jogadores.
Paranaenses - 1
Internacional - 2
IMPRESSÕES
Na fase complementar, o quadro paranaense continuou comandando a pugna até os primeiros 15 minutos.
Daí por diante, os gaúchos, em linda reação e com jogadas técnicas, conseguiram igualar a partida, colocando várias ocasiões em sobressalto a defesa local.
O quadro paranaense, devido ao cansaço de alguns de seus elementos, desarticulou-se.
Foi então que os visitantes passaram a oferecer perigo para as nossas cores.
Athayde, Anjolino e Pizzatto continuaram firmes, e do lado dos “internacionalistas” Risada, Luiz, Penha, Miro, Alfredo e Marroni, não descansaram um só instante.
O JUIZ
Dirigiu o importante embate, o Sr. Maximino Zanon, pertencente ao Britânia S. C. e ao quadro de juízes oficiais da F. P. D.
Sua atuação, como sempre, foi imparcial e honesta.
A PARTIDA DOS GAÚCHOS PARA P. ALEGRE
Pelo trem dos campos regressam hoje, para o Rio Grande do Sul, os componentes da valorosa embaixada esportiva do S. C. Internacional, vice-campeão de Porto Alegre.
Os bravos filhos dos pampas, retornam nos seus “pagos” após uma brilhante excursão esportiva na qual não experimentaram o amargor de uma derrota.
Uma bela façanha que deve ser colocada bem nas coxilhas sulinas.
Ontem, durante o dia, os esportistas gaúchos apresentaram suas despedidas às autoridades, entidades, clubes, imprensa e desportistas do Paraná.
Esportistas disciplinados e valorosos, os filhos dos pampas deixaram em nossa terra as mais gratas impressões, quer como exímios futebolistas, quer como perfeitos cavalheiros.
Oxalá recebamos sempre embaixadas como a do glorioso e tradicional S. C. Internacional da metrópole gaúcha.
Agradecemos, sensibilizados, a visita que nos fizeram e as despedidas que nos trouxeram.
Lothar!
No primeiro tempo da partida de anteontem, a linha do combinado paranaense ressentiu-se da infelicidade de alguns elementos, notadamente da que perseguiu o amador Lothar Krueger, centro-avante do Club Athletico Ferroviario.
O destacado dianteiro dos nossos campos perdeu algumas oportunidades de marcar tentos, o que deu margem para a assistência expandir o seu nervosismo, reclamando insistentemente a sua substituição.
A despeito disso, Lothar foi mantido no quadro até parte do 2º tempo, quando marcou, em belíssimo estilo, o único ponto do selecionado.
Resolvida a sua substituição pelo amador Gildo Gabardo, Lothar demonstrou a sua fibra de esportista de escol, retirando-se do campo sem protesto e sem esboçar o mínimo gesto de contrariedade.
Na ocasião em que saía do recinto, a assistência prorrompeu numa forte salva de palmas, naturalmente aplaudindo a sua retirada do quadro. Involuntariamente, porém, os espectadores prestaram-lhe a melhor homenagem da tarde, ovacionando o amador correto que acabara de prestar o seu concurso patriótico às cores esportivas do seu Estado, com a correção e a disciplina peculiares aos verdadeiros “sportmen”.
AS DESPEDIDAS DOS GAÚCHOS
Ao regressarmos ao Rio Grande do Sul, depois de uma inesquecivel permanência em terras do Paraná, aproveitamos a gentileza de “O Dia Esportivo” para, por intermédio de suas colunas, despedirmo-nos do fidalgo povo paranaense, e agradecer à acolhida gentilíssima que nos dispensou.
Levamos de Curityiba — das belezas de uma cidade que sorri através do encanto de seus bairros é da poesia de seus arredores, e de um povo cativante pela espontaneidade de seu cavalheirismo — as impressões mais agradáveis e uma recordação imperecível.
Dentre aquela, não será a menos perdurável, a que levamos do seu esporte, e dos seus desportistas, entre os quais se encontram algumas figuras de singular gentileza e distinção.
Contando com um futebol fortíssimo, Curitiba tanto impressiona pela eficiência de seus quadros quando vencem, como pela sua nobreza desportiva que demonstram quando são vencidos.
Enfim, pedimos aos paranaenses acreditar que o nosso mais vivo destino é o de haver deixado nesta terra as mesmas agradáveis impressões que ela nos produziu, e as mesmas saudades que dela levaremos.
Pela embaixada do Internacional.
APARÍCIO CORA DE ALMEIDA
Adeus, gaúcho amigo!
— Gaúcho amigo. Ao retornares para os teus “pagos”, após a brilhante jornada esportiva que realizaste, permite-me que te apresente as minhas despedidas sinceras e leais.
Lá na tua “querência” não te esqueças de que aqui deixaste o amigo de todos os dias e de todos os tempos....
Façamos da tua visita à minha casa, que também é tua, uma cadeia que nos una cada vez mais, — esquecidos os pequeninos ressentimentos momentâneos, — para glória de nossos rincões e grandeza da nossa Pátria.
Adeus, gaúcho amigo. Feliz viagem.
Fonte: O Dia (PR), 27/12/1932, ano 1932, n. 2747, p. 6. http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/23540. Acesso em: 15 dez. 2024.

22/12/1932 - Amistoso - Palestra Itália-PR 1 x 6 Internacional

INTERNACIONAL X PALESTRA ITÁLIA
O jogo de hoje no estádio palestrino — Preliminar — Os quadros
Realizar-se-á hoje, ou melhor, deverá estar sendo realizado, no campo do Palestra Itália o encontro pebolístico entre as equipes do Internacional de Porto Alegre, vencedora do Combinado Athletico-Palestra-Britânia, e o atual vanguardeiro da tabela, do nosso campeonato: O Palestra Itália.
Em conversa com o embaixador gaúcho, conseguimos saber que a representação gaúcha entrará em campo com a seguinte constituição.
Penha, será o arqueiro.
Luiz e Risada backs. Este último que atuou contra o Combinado no centro médio, entregará a Mabília a sua posição, e retornará ao seu antigo posto.
Alfredo, que no primeiro encontro não pôde tomar parte em virtude de achar-se contundido, volverá ao gramado.
A linha dianteira será a mesma que atuou contra o combinado, isto é será a seguinte:
Javel — Venenoso — Tupan — Marroni e Marreco.
O Palestra, está treinado e seus elementos estão cheios de fé na vitória.
Sua defesa está atuando bem. Mansur, Anjolilo são os seus inegáveis esteios.
Com a inclusão de Vani, que foi um presente de Natal ao Palestra, a sua vanguarda modificará muito.
Farão a preliminar os clubes Athletico e Ferroviario.
Deverá tambem ser esta uma interessante partida pois existem nos dois quadros combatentes elementos de valor.
Fonte: Correio do Paraná (PR), 22/12/1932, ano 1932, n. 181, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/171395/1250. Acesso em: 11 dez. 2024

O IMPORTANTE PRÉLIO FUTEBOLÍSTICO INTERESTADUAL DE HOJE
Disputando sua segunda partida nesta capital, o Internacional de Porto Alegre enfrentará o Palestra Itália — Os quadros — Os juízes — [...] — Outras notas
Hoje, à tarde, no magnífico estádio palestrino, será realizada a segunda exibição dos valorosos futebolistas gaúchos pertencentes ao S. C. Internacional de P. Alegre.
Desta vez os “colorados” gaúchos terão pela frente não um combinado — heterogêneo, mas um “onze” onde todas as suas linhas, quer defensivas ou atacantes, se entendem regularmente.
E de se crer, também, que o quadro visitante, mais descansado e melhor aclimatado, ofereça uma exibição superior em técnica a que nos proporcionou em seu “debut” em nossa metrópole.
No prélio de hoje o quadro “internacionalista”, apresentará algo modificado.
Atuará de centro médio o excelente futebolista Mabilia que actuou de médio direito, indo para seu logar Alfredo, que é o efetivo da posição, passando Risada para o seu verdadeiro
lugar que é a zaga ao lado de Miro.
Assim organizada sua defesa, os “internacionalistas" esperam 
uma perfeita homogeneidade defensiva.
O ataque, ao que parece, sofrerá pequena alteração, indo para o centro, provavelmente, o consagrado astro Luiz Luz, que tanto joga de zagueiro como de centroavante!
Quanto ao “onze” palestrino, conta o mesmo com uma defesa bastante forte e homogênea, onde todos os seus componentes são elementos de destacado valor.
Mansur, Anjolilo, Andretta, Emílio, Dulla e Athayde formam uma verdadeira muralha.
Entretanto, o ataque não está na mesma plana, nem sequer se aproxima da eficiência da defesa.
Na linha dianteira só existe um homem: Waldomiro.
Vani, que regressou de São Paulo, segundo estamos informados, não integrará a ofensiva palestrina.
Enfim, o futebol é um esporte onde a lógica, na maioria das vezes, falha.
Pode ser que os atacantes se entendam as mil maravilhas e a defesa se atrapalhe toda.
**
Os quadros que se defrontarão hoje, entrarão em campo, provavelmente com as seguintes organizações:
INTERNACIONAL — Penha, Miro, Risada, Alfredo, Mabília, Garnizé, Javel, Venenoso, Luiz Luz ou Tupan, Marroni e Marreco.
PALESTRA — Mansur, Anjolino, Andretta, Emilio, Dulla, Athayde, Waldomiro, Cortese, Guarino, Wilson e Canhoto,
**
Os futebolistas gaúchos realizaram, anteontem, pela manhã, um excelente exercício.
Todos os elementos estão dispostos e esperam realizar hoje uma melhor exibição do futebol que se pratica na terra do Minuano.
Fonte: O Dia (PR), 22/12/1932, ano 1932, n. 2743, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/092932/23508. Acesso em: 09 dez. 2024.

AMISTOSO - PALESTRA ITÁLIA-PR 1 X 6 INTERNACIONAL
Data: 22/12/1932 
Local: Palestra Itália - Curitiba (PR) 
Juiz: Ary Lima 
Gols: Dante Marroni?'/1 (I); Venenoso 28'/1 (I); Javel 2'/2 (I); Tupan ?'/2 (I); Marreco 18'/2 (I); Risada, contra 21'/2 (P);  Marreco ?'/2 (I). 
PALESTRA ITÁLIA-PR: Mansur; Anjolillo e Tatu; Andretta, Emílio e Athayde; Waldemiro, Corteze, Dula, Canhoto (Mathias) e Wilson. 
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasques e Luiz Luz; Alfredo (Mabília), Risada e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan (Mancuso), Dante Marroni e Marreco. Técnico: Jean Ryff.

O GRANDE EMBATE FUTEBOLÍSTICO INTERESTADUAL DE ONTEM
O S. C. Internacional , de P. Alegre, derrotou o Palestra Itália, local, pela elevada contagem de 6 x 1 — Atuação dos contendores  O juiz  A preliminar  Outras notas
Realizou-se, ontem, à tarde, no esplêndido estádio palestrino, consoante vinha sendo aguardado, o importante prélio futebolístico entre o S. C. Internacional, de Porto Alegre, e o quadro representativo do Palestra Itália, Iocal.
O embate, em apreço, teve um desfecho lógico e insofismável. Venceu o conjunto que melhor se conduziu e fez já a vitória.
Nos primeiros instantes, os nossos torcedores, diante da atuação algo elogiável da turma palestrina, tiveram esperanças de um resultado honroso para as cores do clube de Anjolino.
Entretanto, essas esperanças, desde logo, desapareceram, pois o “onze” visitante, confirmando plenamente as nossas apreciações anteriores, iniciou uma atuação coordenada e desnorteante, obtendo acentuada superioridade nas ações colectivas.
Veio o primeiro ponto e após o segundo e daí para a frente os “colorados” passaram a comandar a peleja, embora esta, às vezes, parecesse equilibrada.
Os palestrinos desorientaram-se e nada mais fizeram do que atuar, desordenadamente, na ânsia de evitar que a contagem aumentasse, o que em parte conseguiram!
Em consequência dessa diversidade de atuar, a pugna de ontem não oferece margem a uma torcida eletrizante e sensacional.
De um lado, um quadro perfeitamente senhor da situação, e do outro um conjunto valente, porém, pobre de recursos que o colocassem na mesma plana do adversário.
Realmente, os “palestrinos”, se possuíssem uma vanguarda como aquella que possuíam até bem pouco tempo, com Gabardinho, Vani, Patesco, ou mesmo se tivesse solicitado o concurso de alguns dos mais destacados dianteiros de nossa capital, fato que em nada diminuiria no conceito de nossos esportistas, talvez lograssem um fim mais condizente com o justo renome do nosso futebol e mais dignificante para as gloriosas tradições do valoroso campeão de 1924-1926.
Assim como fizeram, exibindo frente a um clube fortíssimo como é o vice-campeão dos pampas, uma linha de ataque medíocre e desarticulada, não nos pareceu deliberação ditada pela boa política.
O egoísmo impatriótico do grêmio da Praça Zacarias sofreu, na tarde fria de ontem, um duro castigo do qual todos os esportistas paranaenses guardarão indelével lembrança.
Enfim, não divaguemos, fugindo ao assunto principal deste introito.
A partida disputada pelos alviverdes locais e alvirrubros da metropole gaúcha caracterizou-se pela incontestável superioridade dos últimos, como bem atesta o resultado verificado.
Seis a um diz melhor do que qualquer comentário. Acresce, ainda, uma circunstância: o único ponto dos “periquitos” não foi obra de jogada consciente e calculada, mas produto de uma infelicidade de Risada, que — ao rebater o couro — aninhou-o em suas próprias redes.
As oportunidades que se lhes ofereceram, principalmente no início e no final do jogo, os palestrinos não as aproveitaram em vista da imperícia de seus avantes.
***
A atuação do quadro local, embora valente e heroica, foi péssima, principalmente no ataque onde nenhum homem, nem mesmo Waldomiro, logrou se destacar.
Aliás, o fracasso do magnífico ponta direita é justificado pela ineficiência de seu companheiro de ala que foi o pior de todos.
Sem uma linha de frente que controlasse a bola e realizasse avançadas homogêneas e seguras, a defesa que, a princípio, se mostrou intransponível, foi cedendo terreno até baquear por seis vezes.
Seus melhores homens foram Tatú, Anjolino e Dulla, principalmente os dois primeiros.
Emílio, enquanto esteve em luta, ocupando o posto de centro médio, foi o melhor elemento do bando local. Não atinamos com o motivo de sua substituição!
Foi um erro de palmatória a sua retirada da cancha, tanto mais que não estava “pregueado” nem fracassando.
Da atuação do quadro gaúcho, bem pouco temos a acrescentar sobre o que dissemos em nossa apreciação anterior.
Confirmou, em toda linha, a fama de que velo precedido.
É o melhor clube do futebol que tem pisado nossa terra.
Possui uma linha dianteira que se entendem às mil maravilhas e onde Marroni, apesar de ser meia esquerda, é o verdadeiro “condottieri”, pois ele é quem organiza as avançadas e obriga com seus passes precisos e curtos, seus companheiros a um constante trabalho. Interessante é o menos entusiasmado dos cinco e, no entanto, o mais produtivo.
Tupan também é um elemento de valor. Ainda não nos mostrou toda a sua mestria, isso devido estar machucado é vir atuando com muita precaução.
Venenoso, Javel e Marreco, completam o perigoso quinteto, cada um mais esforçado e eficiente.
Na linha média, embora figure no centro o consagrado zagueiro Risada, é excelente e tem nítida compreensão de seus deveres, pois sabe fazer ligação entre a retaguarda e a vanguarda, evitando os chutes a esmo.
O trio final, constituído por Penha, Miro e Luiz Luz, é formidável. Os dois zagueiros são esplêndidos. Colocação ótima, entradas oportunas e rebatidas firmes, ao par de uma técnica admirável, são os seus principais característicos.
***
Agradou sobremaneira a todos que compareceram ontem ao estádio palestrino o proceder disciplinado e cavalheiresco dos contendores em campo.
Nenhum deslize, nenhum gesto censurável.
Como nos é grato registrar o fato.
A própria torcida que, nestes últimos tempos, se tem mostrado, mercê de alguns indivíduos sem critério, hostil a todas as embaixadas que aqui temos recebido, portou-se com educação e comedimento em suas manifestações.
Oxalá possamos registar a mesma atitude no próximo embate.
***
Antes de ser iniciado o prélio. O Palestra Itália, num gesto muito gentil e simpático, ofereceu à embaixada do S. C. Internacional, no centro do campo, um lindo cartão em prata com inscrições.
Falou nessa ocasião um dos paredros palestrinos, tendo o chefe da embaixada visitante agradecido.
***
Dirigiu o embate de ontem, especialmente convidado pela embaixada visitante, o sr. Ary Lima, juiz oficial da máxima entidade e pertencente ao Clube Athletico Paranaense.
Sua atuação, embora com pequenos descuidos, foi criteriosa e imparcial.
S.S. teve o prazer de ver respeitadas todas as suas decisões.
A PRINCIPAL
Reunidos no centro do Gramado, os dois quadros trocam gentilezas e a seguir se alinham para a peleja.
A's 17,80 Tupan dá início ao prélio, movimentando o couro que se perde pela linha lateral.
Risada estica o couro e Anjolino rebate, de modo que Tupan se apodera e arremata para Mansur praticar sua primeira catada.
Miro defende. Athayde proporciona magnífica oportunidade a Corteze para abrir a contagem, mas este não aproveita. Venenoso atira alto e a seguir registra-se falta de Athayde, sem consequências.
Dula estende a Wilson que perde para Alfredo.
O mesmo Dula, recebendo bom passe de Anjolino, atira, passando de lado. Emílio põe na área e Luiz evita Canhoto quando este preparava o arremate. Anjolino 
falha duas vezes mas Tatu acorre.
Waldemiro e Corteze trocam passes e Luiz evita com boa tirada. Risada passa a Javel, que adianta o couro, sendo devolvido por Anjolino. Insistem os atacantes gaúchos, mas a defesa local afasta o perigo.
Emílio está jogando proveitosamente. Andretta arrebata a bola de Garnizé. Toque de Risada, cobrado por Dula, é bem encaixado por Penha. Nova carga dos palestrinos. Dula atira perigosamente. Penha defende, deixando escapar para Canhoto emendar, passando pela linha de fundo. Wilson desperdiça bela oportunidade.
Ótima combinação dos internacionalistas morre nos pés de Anjolino. O Palestra carrega pela direita e Luiz despeja. Garnizé evita bem a Corteze e serve Marroni, que perde para Emílio. Athayde chuta e Penha cata. Corteze manda fora. Wilson perde boa bola que lhe foi endereçada por Emílio.
Falta de Venenoso em Athayde. Miro defende com firmeza. Tupan e Marroni vão até a área palestrina, onde Emílio age com presteza. Marreco estende a Tupan. Este chuta, passando a um palmo. Waldemiro coloca na área. Miro fura, mas Luiz está atento e afasta.
Há toque contra os visitantes. Dula cobra com extrema violência passando por cima da baliza. Tatu pratica magnífica defesa de cabeça quando o cerco ao arco de Mansur se tornava ameaçador. Tupan chuta e Tatu cabeceia. Agora é Andretta que faz o mesmo em consequência a tiro de Risada.
Emílio envia a Dula que estende a Canhoto. Este “bica” violento e Penha defende.
Escalada dos gaúchos. Tatu escanteia para Javel cobrar e Risada manda forte. Mansur des
via a novo canto que desta vez não produz resultado. Waldemiro centra e Emílio impulsiona o couro. Wilson atira demasiado alto. Marroni escapa e passa para Tatu devolver.
Javel centra. Marreco entra junto a Anjolino atrapalhando-o e dá ensejo a Marreco apoderar-se da pelota e após uma finta, consignar o PRIMEIRO PONTO DA TARDE.
Os gaúchos “costuram” muito bem e Venenoso, impedido, prejudica o ataque.
Mansur, em momento de grave perigo consegue defender seu posto. Nova investida dos gaúchos e às 17,58 Venenoso assinala o SEGUNDO PONTO DOS SEUS.
Bola ao centro. Dula avança e de fora da área alveja fortemente mas o couro viaja alto. Novo arremesso de Dula com o mesmo destino.
Os visitantes combinam desde a defesa. Tupan arremata e Mansur defende. Penha pega uma bola de longe.
Garnizé dá a Marroni, para Emílio desfazer com oportuna entrada. Corteze retrocede e nada faz.
Luiz escanteia. Waldemiro bate o tiro de quina, que é defendido pelo mesmo Luiz. Emílio, que vinha agindo bem, deixa o gramado, passando Dula para o centro da linha média. Ary vai para centroavante.
Wilson bate um tiro de canto que não dá resultado. Ary serve a Corteze, que arremata para Penha defender facilmente.
Javel leva a efeito fulminante escapada e se desfaz do couro em favor de Venenoso, que arremata fora. Canhoto manda ao arco e Penha encaixa.
Venenoso, ao tentar chutar, comente toque, não produzindo resultado ao ser cobrada a falta.
Wilson e Canhoto fazem boa combinação e este finaliza para Penha praticar boa pegada. Alfredo faz matemático passe a Marreco, não sendo aproveitado.
Marreco bate falta de Anjolino para Andretta defender de cabeça. Luiz faz falta em Ary fora da área. Dula bate contra parede, nada conseguindo.
Athayde conduz a pelota e atira para Penha defender. São levados a efeito diversos ataques mal arrematados pelos dois bandos.
Garnizé evita avançada de Ary. Marreco atira fracamente para Mansur pegar. Wilson avança resoluto mas a zaga visitante não lhe permite finalizar o lance. O bom jogo de cabeça da defensiva internacionalista anula todas as tentativas dos atacantes palestrinos.
A primeira fase da luta termina com a contagem de 2x0 favorável aos gaúchos.
Iniciado o segundo tempo, Athayde faz falta, Miro cobra e Javel coloca-se em impedimento.
Marreco avança, vence um adversário e chuta. A bola atravessa a arca e Javel não tem a menor dificuldade de aninhar, CONSIGNANDO O TERCEIRO PONTO, ao segundo minuto de jogo.
Não haviam cessado os aplausos quando Javel cobra um tiro de canto. Tupan, com fulminante cabeçada, envia a pelota no canto oposto deixando Mansur sem a menor chance. Estava assinalado o QUARTO TENTO.
Falta de Alfredo em Canhoto. Canhoto dá em boas condições a Wilson, que não aproveita. Waldemiro centra e Dula emenda alto. Marreco quase! faz ponto, mas Tatu intervém a tempo.
O Palestra tem um bom período de ataque mas encontra pela frente uma defesa difícil de transpor.
Descem os gaúchos e Marroni atira por cima da trave.
O Palestra ataca infrutiferamente, pois Luiz e Miro, secundados por Risada não lhe dão oportunidade.
Risada defende um tiro de canto batido por Waldemiro. Canhoto faz falta. Dula avança desde o centro do campo e atira, mas a esfera passa alto. Canhoto deixa o gramado, entrando Mathias para a ponta esquerda e Wilson se desloca para a meia.
Andretta tira de Venenoso as portas do arco. Uma série de passes curtos e Tupan arremata, para Anjolino rebater. Tatu vem trabalhando com destaque, especialmente nas bolas de cabeça.
Mathias manda tiro fraco que Penha encaixa. As escaladas dos gaúchos são rápidas e desconcertantes. Canto de Anjolino batido por Javel, o mesmo zagueiro local afasta de cabeça. O perigo não passa, porém, Mansur é chamado a intervir. Tupan calça Dula. Não há nada.
Anjolino e Andretta são envolvidos pela combinação de Marroni e Venenoso. A bola vai ter a Marreco que, incontinente, aninha PELA QUINTA VEZ, às 18,46.
Andretta cobra falta de Garnizé. A bola vai a Dula que estende para a direita, Waldemiro que centra a Mathias. Este arremata e Risada, tentando desviar a trajetória da pelota, faz com que a mesma vá ao fundo das suas próprias redes. Assim foi conquistado o PRIMEIRO E ÚNICO TENTO dos locais às 18,49.
Carregam os palestrinos pela esquerda e Wilson machuca Alfredo, que deixa a cancha, entrando para seu lugar Mabilia. Os palestrinos insistem nos ataques e Luiz se emprega ativamente, Risada defende.
Javel recebe de Mabília e desce veloz, atirando ao lado. A combinação dos médios visitantes com o quinteto, desnortea a defensiva palestrina.
Corteze perde uma bola esplendidamente passada por Waldemiro. Mathias cobra canto de Mabilia e Penha, num belo salto, segura. Tupan é substituído por Mancuso.
Marroni atira fora. Faltam 10 minutos para terminar a luta que vai decaindo. Mathias dá violento tiro que o guardião “colorado” defende difficilmente.
O quadro do Palestra está todo na frente. Marreco coloca-se quase na linha do centro, em seu campo e a bola lhe é enviada da defesa. O ponta esquerda desce célere, e com indefensável arremesso VENCE PELA SEXTA VEZ a perícia de Mansur.
Os jogadores visitantes atacam à vontade. Anjolino toca involuntariamente na área mas o juiz não assinala, muito justamente. Bonito tiro de Waldemiro passa rente a trave. Ary arremata e vai fora.
Ary engana Risada, mas não consegue finalizar com presteza. Descem os gaúchos e a trave devolve. Risada cobra falta de Athayde e Mansur encaixa. Enfim, Corteze faz ótimo passe que não é aproveitado por Wilson.
Faltam dois minutos. Ary corta para Mathias que centra, Luiz amortece e dá a Penha para devolver.
O guardião gaúcho faz mais uma defesa e termina o grande prélio com a merecida vitória dos visitantes pela contagem de 6x1.
Os quadros
Ao pisarem o gramado, os dois bandos tinham a organização abaixo, passando a seguir pelas modificações acima anotadas:
INTERNACIONAL — Penha, Miro e Luiz; Alfredo, Risada e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan, Marroni e Marreco.
PALESTRA — Mansur, Anjolino e Tatu; Andreta, Emilio e Athayde; Waldemiro, Corteze, Dula, Canhoto e Wilson.
A PRELIMINAR
Como prova preliminar, jogaram os quadros secundários do Palestra Itália e do Clube Athletico Paranaense, que tiveram a seu cargo a missão de entreter a assistência enquanto esta esperava o embate interestadual.
Venceu o conjunto que demonstrou durante os 90 minutos de jogo estar mais treinado.
Quando findou a partida, o marcador acusava a contagem seguinte:
Palestra 8x2.
Fonte: O Dia (PR), 23/12/1932, ano 1932, n. 2744, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/23516. Acesso em: 11 dez. 2024.

NOVOS LOUROS SÃO CONQUISTADOS EM NOSSA CAPITAL PELO QUADRO GAÚCHO
O INTERNACIONAL ABATE POR ELEVADO SCORE O PALESTRA ITÁLIA, ATUAL LÍDER DA TABELA CURITIBANA
Apresentando uma técnica mais apreciável que no primeiro jogo, os gaúchos não encontraram obstáculos que lhes impedissem de mais uma vez ver vencedora a sua camisa sanguínea.
Deste jogo, nada poderia esperar o Palestra, pois iria enfrentar um quadro possantíssimo e possuidor de elementos ótimos, como o Internacional.
Uma pequena apreciação, passamos a fazer, sobre os vencedores:
PENHA — Nas poucas vezes que foi chamado a intervir, saiu-se bem.
MIRO — Esteve bom. Muito oportuno, forma com Luiz uma barreira pouco transponível.
LUIZ — Esteve mais firme que no primeiro jogo. O seu jogo nos agradou muito.
ALFREDO — Jogou bem.
RISADA — É um center-half de valor, seu jogo também foi melhor que o feito contra o Combinado. Foi o autor do único ponto palestrino.
GARNIZÉ — Fez o que podia fazer, segurou bem a ala direita palestrina que pouco fez.
JAVEL — VENENOSO — TUPAN — MARRONI E MARRECO, é a constituição da linha dianteira do Internacional, desta não podemos destacar nenhum, pois todos jogaram bem, cooperando para a vitória de seu clube.
OS GOLS
Tupan, recebendo centro de Javel, passa incontinente a Marroni que, sem perda de tempo, manda a pelota às redes de Mansur.
Venenoso, recebendo passe de Marreco, com fraco shoot, consegue burlar a vigilância de Mansur. Marreco escapa e centra, Javel entrando consigna o 3º ponto a favor de seu clube.
Athayde comete corner. Javel bate e Tupan, de cabeça, marca, no canto esquerdo, o 4º gol do Internacional.
Marreco, em combinação, vai até frente ao gol palestrino. Marreco, arrematando, assinala o 5º gol gaúcho.
Mathias dá forte shoot a gol. Risada, tentando desviar, aninha com o joelho a bola nas redes guarnecidas por Penha.
Marreco, recebendo passe de Marroni, escapa e, com forte, tiro conquista o 6º e último gol da tarde.
INTERNACIONAL:
Penha; Luiz — Miro; Alfredo (Mabília) Risada; Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan, Marroni e Marreco.
PALESTRA:
Mansur; Anjolilo — Tatu; Andreta, Emílio, Athayde; Waldomiro, Corteze, Dulla, Canhoto e Wilson.
Sorteado o “toss”, este é favorável ao Palestra.
Às 5,30 a bola é movimentada por Tupan. Anjolilo é chamado a intervir. Ataca o Internacional. Venenoso shoota fraco, para Mansur defender. Ataca o Palestra. Athayde centra e Corteze “fura”, perdendo boa oportunidade de abrir o score. Foul de Canhoto. Miro bate e Athayde salva. Ataca o Palestra e Dula põe fora. Atacam os Palestrinos e Luiz, de cabeça, salva. Rechaça o Internacional. Anjolilo fura e Tupan, de longe shoota fora.
Ataca o Internacional e o Anjolilo salva. Marreco perde. Foul de Risada. Dulla bate, Penha defende. Canhoto, entrando, perde ótima oportunidade de abrir o score. Ataca o Palestra e Garnizé afasta. Volta a pelota ao gramado do Internacional e Luiz salva. Foul de Miro. Waldomiro bate, Dulla, escorando de cabeça, manda a bola alto. Foul de Venenoso em Athayde.
Este bate e Miro, de cabeça, estende a Tupan, este passa a Javel, que perde para Emílio. Tupan shoota forte, a bola vai fora. Ataca o Palestra. Waldomiro, que passa a bola entre as pernas de Luiz, Risada oportunamente salva. Hands de Risada, perto da área. Dulla bate e a bola vai fora. Marroni dá a Tupan, que emendando, manda a pelota fora. Ataca o Internacional. Rizada centra e Tatu defende. Ataca o Palestra, Dulla serve a Canhoto, que shoota forte para Penha defender. Corner de Tatu. Javel bate e Risada shoota. Mansur defendendo, comete corner. Marreco bate e Risada, escorando de cabeça, manda fora. Ataca o Palestra. Canhoto serve a Wilson que shoota fora.
Ataca o Internacional. Javel centra, Tupan recebe e dá a Marroni, que às 17,54 marca o 1º gol do Internacional.
Sai o Palestra, que perde. Insistindo os gaúchos no ataque. Venenoso prejudica boa avançada gaúcha, estando impedido.
Ataca o Internacional. Tupan centra a Marreco que, incontinente, dá a Venenoso, que com shoot fraco marca, às 17,56, o 2º GOL GAÚCHO.
Saem os nossos. Dulla, de longe, shoota fora. Waldomiro centra e Miro defende. Dulla shoota forte de longe e a bola vai fora.
Ataca o Internacional. Tupan shoota para Mansur defender. Corner de Luiz. Waldomiro bate e Risada defende. Emílio sai dando lugar a Ary. Dulla passa para center-half. Ataca o Palestra e Corteze shoota forte para Penha defender. Javel corre célere e centra a Venenoso, que arremata fora. Foul de Corteze. Luiz bate e Anjolilo, de cabeça, defende. Hands de Venenoso. Anjolilo bate e vai o Palestra ao ataque. Canhoto, de longe, shoota para Penha defender. Corner contra o Palestra. Foul de Luiz em Ary perto da área. Dulla bate e a bola vai fora. Athayde shoota para Risada, de cabeça, defender. Tupan dá a Javel, que shoota para Mansur defender de soco. Hands de Andretta. Garnizé, batendo, entrega a Marroni, que devolve a Marreco. Este shoota é Mansur defende.
Foul de Alfredo. Termina o 1º tempo com o score de 2 x 0 favorável aos gaúchos.
2º TEMPO
Saem os gaúchos às 18,30. Atacam os gaúchos e Javel, em off-side, prejudica o ataque do Internacional. Ataca o Internacional. Marreco apodera-se da bola e centra. Javel, entrando, marca às 18,31 o 3º gol gaúcho. Saem os palestrinos. Corner contra de Athayde. Javel bate e Tupan, de cabeça, marca às 18,32 o 4º gol gaúcho.
Saem os nossos. Atacam os palestrinos. Dulla de longe, 
põe fora. Ataca o Internacional. Marreco escapa e shoota para Marroni defender. Dulla dá a Wilson, este centra e Luiz defende de cabeça. Javel dribla Anjolilo e centra. Marroni, emendando, manda fora. Ataca o Palestra. Waldomiro centra e Luiz atira-se de cabeça. Ataca o Internacional. Marreco dá a Venenoso, que shoota fora. Corner de Miro. Wilson bate e Risada, de cabeça, defende. Foul de Canhoto. Luiz centra a Penha, que devolve a pelota ao centro do campo. Dulla apodera-se da bola, carrega e shoota fora. Mathias entra no lugar de Canhoto. Foul de Mathias. Miro bate. Atacam os gaúchos e Dulla põe fora. Mathias escapa e passa por Alfredo. Luiz entrando apodera-se da pelota.
A bola vai a Tupan, que shoota alto. Hands de Dulla. Miro bate e Tatu, de cabeça, defende. Wilson entrega a Mathias, que shoota fora. Corner de Anjolilo. Javel bate e Anjolilo defende. Atacam os palestrinos. Mathias centra e Miro, de cabeça, defende. Corner de Garnizé. Waldomiro bate e Wilson, de cabeça, manda a gol. Luiz defende. Ataca o Internacional. Risada dá a Marreco, este passa a Tupan que, incontinente, devolve a Marreco, que consigna às 18,50 o 5º gol do Internacional.
Saem os nossos. Foul de Garnizé. Andretta bate, e a bola vai a Mathias que shoota. Risada, tentando defender, aninha a pelota nas redes de Penha às 18,52,
Saem os gaúchos, que atacam. Anjolilo salva. Foul de Wilson em Alfredo. Mabília substitui Alfredo. Miro cobra a falta de Athayde, que põe fora. Ataca o Palestra e é consignado. Foul de Mabília em Mathias. Este bate e Luiz, de cabeça, defende. Javel centra a Venenoso, este põe fora, Continua o Internacional no ataque. Tupan dá a Marreco, que shoota. A bola passa raspando a trave. Waldomiro shoota e Penha concede corner. Mathias bate e Penha defende. Tupan sai, dando logar a Mancuso
Atacam os gaúchos. Marreco dá a Marroni, que shoota fôra, Atacam os Palestrinos. Mathias desfere violentíssimo shoot, que Penha defende. Marreco recebe passe de Mancuso e escapa, marcando às 19,06.
Os gaúchos saem os nossos que perdem. Continuam os gaúchos no ataque. Corner contra o Palestra. Marreco bate e Anjolilo defende. Waldomiro, de longe, shoota forte. A bola passa raspando a trave. Atacam os gaúchos, a bola vai à trave e Mansur defende. Foul de Andretta em Anjolilo. Risada bate e Mansur defende. Atacam os Palestrinos. Waldomiro dá e Wilson shoota fora. Foul de Luiz em Corteze. Waldomiro bate e Penha defende.
Fonte: Correio do Paraná (PR), 23/12/1932, ano 1932, n. 182, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/171395/1258. Acesso em: 11 dez. 2024.

O "INTERNACIONAL" CONQUISTA SUA SEGUNDA VITÓRIA EM CAMPOS PARANAENSES
Derrotando com regular facilidade o Palestra Itália pelo largo score de 6 a 1
O PRÓPRIO PALESTRA EM PARTE AJUDOU O ADVERSÁRIO COM INFELIZ MODIFICAÇÃO NO "ONZE"
O Internacional consagrou-se definitivamente no conceito do público
Grande foi a assistência que anteontem acorreu ao campo do Palestra Itália, onde presenciou a segunda exibição do quadro do S. C. Internacional, um dos melhores quadros gaúchos, frente desta vez ao Palestra Itália F. C., vice-campeão paranaense.
A batalha que travaram estes dois conjuntos foi muito boa, apesar de não se terem registrado jogadas de emoção que agradam sempre ao público, motivo pelo qual a assistência não foi entusiasta.
COMO O PALESTRA AJUDOU O ADVERSÁRIO A VENCÊ-LO
O quadro palestrino, algo pretensioso, desprezou o concurso de um de seus amadores ainda registrado, e que, durante muito tempo, que defendeu o conjunto alvi-verde, o fez sempre com muito brilho, honrando as tradições de glórias do grêmio da Praça Zacharias — o grande, o valoroso, o estupendo Vani!
Considerando ainda que a sua linha se achava um tanto enfraquecida, contando com alguns elementos que não estavam à altura da turma e muito menos para enfrentar uma defesa de tão grande valor como a do quadro que ora nos visita, mesmo assim, o Palestra não quis convidar elementos de outros quadros para reforçá-la. Por que?
O Athletico derrotou o Corinthians, de S. Paulo, em 1930. É uma das glórias que jamais se apagarão. No entanto, estando Borba doente, o rubro-negro solicitou o concurso de Pizzatto, e isto absoIutamente não lhe diminui o valor da vitória.
E porque o Palestra, assim não agiu ao ver sua linha fraca para vencer o Internacional é que julgamos-o algo pretensioso.
Aliás, o Internacional conta com uma barreira quase intransponível na zaga e que, no entretanto, pertence ao S. C. Cruzeiro, outro team porto alegrense — Luiz Luz.
O quadro entrou em campo com Emílio de centro médio e Dulla de centroavante. O lugar de Emílio era ocupado por Andretta e o deste por Tatu. Assim constituído, o Palestra fez equilibrada uma boa parte da peleja, tendo Emílio, apesar de ser estreante na posição, agido admiravelmente.
E quando ele melhor trabalhava... bum! Fora de campo para dar o lugar a Dulla e, deste a Ary. E o efeito desta infeliz modificação não se fez esperar...
Melhor do que esta modificação, o Palestra, por certo, deve ter agora encontrado, mas… é muito tarde.
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No início da peleja, o Palestra teve boa atuação, pondo em perigo, por vezes, a cidadela de Penha, defendendo-se bem dos ataques do adversário. Depois passou a ceder terreno aos “colorados”.
Os gaúchos ameaçam o arco alviverde com perigosas cargas, defendendo-se bem Mansur e Anjolilo.
Depois a bola rolou dos pés de Tupan para os de Javel, deste para os de Venenoso e depois para os de Marroni, de onde partiu com destino às redes guardadas por Mansur. Com cargas assim combinadas e mais ou menos impetuosas, veio logo o segundo gol. A seguir, a modificação do Palestra e outros quatro gols que valeram ao Internacional uma bela vitória.
O quadro gaúcho, que não havia agradado, quando a sua apresentação revelou ontem o seu verdadeiro valor, e como já dissemos, é um quadro capaz de feitos surpreendentes ante os mais sérios antagonistas.
Ontem esteve admirável.
A equipe do Palestra em nossas canchas já teve atuação muito mais destacada. Anteontem não jogou tão bem como tem jogado para se manter à frente da tabela do campeonato curitibano deste ano.
Sua defesa jogou bem e na linha de médios destacou-se Dulla. A linha atacante nada fez, puxada por ary, que ainda não pode enfrentar uma defesa de atletas e conhecedora perfeita dos segredos do "association".
O Palestra, melhor do que ninguém, antes de desanimar, sabe o que tem a fazer para evitar fracassos como o de anteontem, do que, aliás, nem mesmo os melhores do mundo muitas vezes escapam.
O ÁRBITRO
Conduziu-se muito bem o árbitro da peleja entre palestrinos e internacionalistas. Foi ele o Sr. Ary Lima, da C. A. P.
BELO GESTO
Antes do início do jogo o Palestra ofereceu ao quadro “colorado”, um lindo cartão de prata com inscrições, como recordação do amistoso encontro.
COMO SE DESENROLOU A PARTIDA
Às 5,30 horas os quadros gaúcho os paranaenses alinham-se assim em campo.
Internacional — Penha; Luiz Luz e Miro; Alfredo, Risada e Garnizé; Javel, Tupan, Venenoso, Marroni e Marreco.
Palestra — Mansur; Anjolilo e Tatu; Andretta, Dulla e Athayde; Waldomiro, Corteze, Dulla, Canhoto e Wilson.
— Movimenta-se a bola e os “colorados” carregam para Anjolilo afastar.
Wilson escapa e perde para Miro.
Athayde atira e Corteze frente ao arco adversário perde boa oportunidade de marcar gol.
Dulla passa bem à Wilson que perde para Alfredo. Dulla põe fora.
Anjolilo “fura” e Tupan atira fora. Waldomiro e Corteze avançam em boa “costura” e o primeiro passa a Dulla, que manda a bola fora.
Falta de Risada em Dulla fora da área. Dulla cobra com forte tiro rasteiro no canto direito de gol internacionalista. Penha mergulha, e ao aparar a bola, deixa-a escapar. Canhoto entra e chuta novamente para a bola bater na perna do keeper colorado e voltar ao campo para Garnizé afastar e Athayde atira fora.
Dulla chuta e Penha defende. Tupan, ao receber um passe de Marreco, atira rente à trave do gol palestrino.
Emílio passa a Dulla e este a Canhoto que chuta forte para Penha defender.
Risada atira e Mansur manda a bola por cima da trave. Cobrado o tiro de canto, Mansur deixa o retângulo, salvando Anjolilo difícil situação.
Os colorados carregam e Tupan passa a Javel, e este a Venenoso, que serve Marroni, para este, com violento tiro no canto direito do arco alviverde conquistar, às 17,54, o 1º gol “colorado”.
Nova carga. Marreco recebe passe de Tupan e centra a Venenoso, que coloca a bola no canto direito do gol palestrino, marcando às 17,56, o 2º gol gaúcho.
Dulla avança e atira fora. Mansur defende tiro de Tupan. Dulla ocupa a posição de centro-médio em lugar de Emílio, que vinha sendo o melhor elemento do quadro e o seu lugar é ocupado por Ary. Boa carga alviverde termina com defesa de Penha de um chute de Canhoto.
Dulla salva uma situação crítica da defesa alviverde.
Falta de Alfredo próximo à area. Dulla vai cobrar, mas... o tempo “chega”.
Internacional — 2
Palestra — 0.
2º TEMPO
A segunda parte da luta tem início às 18,30, e um minuto depois Javel assinala o 3º tento do Internacional.
Dada a saída, os colorados avançam e Javel chuta. A bola bate em Athayde e vai a corner, que cobrado resulta no 4º ponto gaúcho conquistado de cabeça por Tupan, às 18,32. A linha internacionalista carrega e Javel centra para Marroni, que atira por cima da trave.
Wilson substitui Canhoto e Mathias ocupa a ponta esquerda.
Às 18,50 os internacionalistas avançam e Marreco, com regular facilidade, marca o 5º gol “colorado”.
Dada a saída, os palestrinos vão ao campo adversário onde Garnizé comete falta. Andretta cobra passando a Mathias e este despeja forte tiro enviesado ao gol de Penha, a bola bate na perna de Risada e visita pela primeira e única vez as redes internacionalistas, registrando o 1º gol palestrino.
Mabília substitui Alfredo e Mancuso substitui Tupan. A quina atacante palestrina assedia o retângulo de Penha, mas não consegue vazá-lo.
Penha faz bela defesa de um possante tiro de canto de Mathias.
Marreco recebe passe de Mancuso e escapa livre e próximo ao arco de Mansur com violento tiro conquista às 18,50 o 6º gol gaúcho.
Mabília atira e Tatu salva de cabeça.
A linha do Internacional fecha sobre o arco alviverde e Mancuso atira de um metro de distância. A bola ricocheteia no poste esquerdo e volta ao campo para Mansur parar. Falta de Andretta em Venenoso, Risada bate e Mansur defende.
Ary passa a Mathias, este centra e Luiz volta a bola a Penha.
Assédio palestrino sobre o arco colorado.
Javel, off-side, dentro da área atira. A bola vai à trave superior e volta ao campo para Marreco apanhar.
Aqui terminou a peleja quando o marcador apontava:
Internacional — 6
Palestra — 1.
Fonte: Diário da Tarde (PR), 24/12/1932, ano 1932, n. 11352, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/800074/39171. Acesso em: 12 dez. 2024.

17/12/1932 - Amistoso - Combinado Athletico-Britânia 1 x 2 Internacional

O INTERNACIONAL F. C. DE PORTO ALEGRE, NO PARANÁ
A excursão do valoroso Internacional F. C. de Porto Alegre ao nosso Estado, por ocasião de nossa maior data, vem sendo o assunto predileto do mundo esportivo curitibano.
Todos desejam apreciar, em nossas canchas, o atuar empolgante dos valentes vencedores do campeão carioca.
Clube tradicional e valoroso, o Internacional F, C. de há muito que é esperado ansiosamente em nossa terra.
Atualmente os “colorados” gaúchos estão em grande forma, como bem o demonstraram recentemente, abatendo o Botafogo do Rio pela contagem de 3 x 2.
Em suas fileiras militam diversos dos mais destacados “astros” do futebol gaúcho, como RISADA, o grande zagueiro esquerdo da selecção sulina, Miro seu companheiro de zaga, Penha, arqueiro de vastos recursos, Ribeiro, veterano “scratchman”, Marreco, dianteiro inteligente e outros cujos nomes nos escapam no momento.
Resta que os responsáveis pelo destino do nosso esporte não se descuidem do preparo dos nossos quadros que deverão enfrentar os valorosos visitantes.
É preciso que não durmamos sobre os louros conquistados.
O Paraná, futebolisticamente falando, é, sem favor, um dos mais valorosos de nosso país.
Estejamos, pois, a postos, a fim de enfrentarmos os nossos valorosos rivais do extremo sul.
Fonte: O Dia (PR), 03/12/1932, ano 1932, n. 2728, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/23388. Acesso em: 09 dez. 2024.

PARTIU DOMINGO, DE PORTO ALEGRE, COM DESTINO A CURITIBA, A DELEGAÇÃO DO "SPORT CLUB INTERNACIONAL"
PORTO ALEGRE — Embarcou domingo último pelo trem da tabela, para Curitiba, a delegação do Sport Club Internacional, chefiada pelo Dr. Vargas Neto, redator do jornal “A Federação”. Acompanha também a embaixada, como cronista, o Sr. Francisco de Paula Job, pertencente à redação do “Correio do Povo” e um dos esforçados internacionalistas, aqui.
O quadro escalado é o seguinte: Penha, Luiz e Miro, Alfredo, Risada e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan, Marroni e Marreco. A zaga, segundo a opinião de muitos entendidos, é a melhor da capital. O Sr. Alarico Maciel julga ser ela a melhor do Brasil. A linha média é magnífica, destacando-se Alfredo, que é considerado o melhor de nossos campos. No ataque, Venenoso é o melhor homem do Internacional. Tupan é perigoso nos tiros. Marroni de jogo inteligente, mas tem pouco físico. Marreco mostra-se muito rápido, sendo perigoso nas entradas. Javel possui formidável tiro.
O quadro é homogêneo, sendo capaz de enfrentar qualquer adversário forte. Luiz é o grande Luiz Luz, que já fez parte de vários combinados gaúchos que estiveram no Rio, onde assombrou pelo seu jogo extraordinário. E o melhor do Estado, na sua posição: Embora vá fazendo parte da delegação do Internacional, faz parte do S. C. Americano, onde jogou este ano, durante o campeonato, e jogará nos anos seguintes, pois assinou passe por cinco anos naquele clube.
Fonte: A Notícia (SC), 13/12/1932, ano 1932, n. 1307, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/843709/2634. Acesso em: 09 dez. 2024.

O INTERNACIONAL, DE PORTO ALEGRE, CHEGARÁ HOJE A CURITIBA!
Um convite ao mundo esportivo curitibano — Vargas Netto
Hoje, à tarde, às 13,30 horas, pelo trem dos campos, deverá chegar à nossa capital a valorosa embaixada do Internacional, de Porto Alegre, uma das mais gloriosas agremiações esportivas dos pampas, quiçá do sul do Brasil.
A visita dos “colorados” gaúchos que vem sendo de há muito aguardada com grande interesse pelo nosso mundo esportivo, alcançará, por certo, sucesso extraordinário e brilho invulgar.
Clube renomado e tradicional, contando em suas fileiras com elementos de real valor no “soccer” nacional, tais como Penha, Miro, Luiz, Risada e outros, a sua excursão no Paraná está fadada aos mais auspiciosos resultados.
Ela concorrerá para estreitar ainda mais os laços de amizade existentes entre gaúchos e paranaenses, ao mesmo tempo que proporcionará um melhor aperfeiçoamento nos meios esportivos dos dois Estados Irmãos.
Paranaenses e gaúchos, desde longa data que se irmanaram e juntos vêm palmilhando a estrada larga de seus destinos.
Seja, pois, o esporte, notadamente o futebol, um vínculo da nossa maior aproximação.
Façamos desse esporte das multidões, como já o fez o “Combinado Athletico-Palestra”, um elo de amizade, uma cadeia onde os filhos da terra dos Pinheirais e do Minuano, comunguem os mesmos ideais pelo fortalecimento da raça e grandeza da Pátria.
***
O DIA ESPORTIVO, devidamente autorizado pela Associação Paranaense de Imprensa, convida o mundo esportivo curitibano, — autoridades, esportistas e jornalistas — para comparecer hoje, às 13,30 horas, à gare ferroviária, à rua Barão do Rio Branco, a fim de recepcionar a valorosa e distinta delegação esportiva que nos vem trazer o abraço sincero do Rio Grande do sul.
***
Chefiando a embaixada “internacionalista” vem o nosso prezado amigo e confrade Vargas Netto, figura de inconfundível prestígio nos meios esportivos, sociais e jornalísticos da terra gaúcha.
Internacionalista da velha guarda e jornalista de raça, Vargas Netto não quis perder a oportunidade que se lhe ofereceu de, chefiando a embaixada esportiva do seu clube, rever nossa terra que ele tanto admira e tanto exalta, conforme testemunhamos quando, no ano passado, estivemos na metrópole gaúcha.
Que a visita de agora tenha o condão de aumentar no distinto amigo o amor pela nossa terra e pela nossa gente, é o que sinceramente desejamos.
***
O primeiro prélio que o vice-campeão gaúcho disputará em nossa capital será no próximo sábado contra o “Combinado Athletico-Britânia”.
Será, como se vê, uma dura prova para o quadro local.
Terá de enfrentar um conjunto fortíssimo como bem atestam as suas últimas exibições em Porto Alegre frente ao campeão carioca e aos clubes locais.
Embora não esteja em ótimas condições de preparo, é de se crer que os componentes desse quadro que vai representar o esporte de nossa cidade se empreguem com o máximo entusiasmo o ardor combativo, aliás característica nos dois grandes clubes Athletico e Britânia.
O quadro gaúcho, ao que parece, pisará nossa cancha assim organizado:
Penha — Luiz — Miro — Alfredo — Risada — Garnizé — Javel — Venenoso — Tupan — Marroni — Marreco.
O quadro paranaense ainda não está organizado, o que será feito hoje pelas diretorias dos dois clubes.
***
A delegação visitante está assim constituída:
Chefes: Dr. Vargas Netto, nosso prezado confrade da “Federação” e Aparício Cora de Almeida.
Técnico — Jean Ryff
Jogadores:
Goleiros — Penha e Diamantino
Backs — Luiz Luz, Risada, Miro e Álvaro.
Médios — Alfredo, Mabila, Garnizé e Abbadé.
Atacantes — Javel, Venenoso, Tupan, Marroni, Marreco, Mancuso e Nenê.
Tambem vem a turma campeã de basket-ball e mais três reservas.
Fonte: O Dia (PR), 14/12/1932, ano 1932, n. 2737, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/23460. Acesso em: 09 dez. 2024.

INTERNACIONAL X ATHLETICO-BRITÂNIA
SERÁ O PRIMEIRO ENCONTRO PEBOLÍSTICO DA TEMPORADA ESPORTIVA DESSE MÊS
Sábado próximo, dia 17 do corrente, o “Estádio do Palestra Itália”, no Batel, servirá de “ring” ao primeiro “round” da temporada esportiva deste mês promovida pela Associação Paranaense de Imprensa e Federação Paranaense de Desportos.
O admirado quadro do “Sport Club Internacional” fará sua aprásentação primeira em nossa capital, enfrentando o combinado Athletico-Britânia.
Este será o primeiro sensacional “número” do vasto programa Organizado pela Api. e Fpd.
O combinado Athletico-Britânia, apesar da derrota que sofreu do selecionado paranaense pela elevada contagem de 12 a 2, acha-se bem constituído e treinado, prometendo fazer boa figura frente ao esquadrão “colorado”.
A equipe gaúcha, como se sabe, ocupa a segunda colocação na tabela do campeonato gaúcho, tendo vencido recentemente o Botafogo F. C., campeão carioca, em Porto Alegre. Isso é bastante para que se possa fazer uma ideia da sua pujança e da resistencia que oferecerá frente ao combinado dos grêmios rubro-negro e alvi-rubro.
Nesse embate os nossos esportistas terão oportunidade de conhecer pebolistas de nomeada no Brasil como Penha, Risada, Marroni, Marreco, Luiz Luz, Miro e outros.
O curitibano terá tamBém ensejo de ver em grande combate os nossos jovens “footballers” Mansur, Canoco,, Naná, Pandú, Ceccatto e os veteranos Borba, Cuka, Flavio Motta e Faccini.
Por todos os motivos é de se prever para sábado um grande  successo de bilheteria e uma pugna magnífica.
OS QUADROS
Internacional: Penha; Miro e Luiz; Alfredo, Risada e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan, Marroni e Marreco.
Combinado A-B: Mansur; Cuka e Borba; Canoco, Faccini e Guaxupé; Naná, Flávio, Pandú, Ceccatto, Motta ou Maranhão.
— Segundo consta, o combinado jogará reforçado com Mansur e Cuka, respectivamente do Palestra e do Coritiba, em substituição a Cecy e Santi.
Fonte: Diário da Tarde (PR), 15/12/1932, ano 1932, n. 11345, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/800074/39109. Acesso em: 10 dez. 2024

NO PRÓXIMO SÁBADO INICIAR-SE-Á A MAIOR TEMPORADA ESPORTIVA EM CURITIBA
O S. C. Internacional de Porto Alegre chegou ao Paraná
Dar-se-á esta semana, e com início depois de amanhã, em Curitiba, a mais empolgante temporada esportiva do Paraná, fazendo parte também outros festejos que serão levados a efeito, em comemoração ao “Dia do Paraná”.
Dois renomados grêmios, um de Porto Alegre e outro, do Rio de Janeiro, visitarão, também, Curitiba, concorrendo a cinco jogos que serão disputados.
Os clubes que nos deferimos, são: Internacional e Andaraí. O primeiro, que pela primeira vez visita o Paraná, vem a convite da Associação Paranaense de Imprensa, que está patrocinando os festejos do “Dia do Paraná”. O segundo, que também pela primeira vez visita o Paraná, vem acedendo a um convite que lhe foi dirigido pela Federação de Desportos.
OS JOGOS QUE SERÃO DISPUTADOS
Os clubes Internacional e Andaraí, aquele vice-campeão riograndense e este, 3º colocado na tabela do campeonato carioca do corrente ano, disputarão, em Curitiba, 5 partidas.
A temporada interestadual, que marcará época nos anais desportivos, iniciar-se-á no próximo sábado, devendo jogar nesse dia, o Internacional com o combinado formado por elementos dos clubes Britânia e Atlético Paranaense.
No dia seguinte, isto é, no próximo domingo, dar-se-á a primeira exibição do Andaraí, que terá como adversário o combinado da Federação de Desportos.
Segunda-feira, o quadro carioca disputará o seu segundo e último jogo, enfrentando o Coritiba F. C., campeão estadual do ano passado e possuidor, atualmente, de um dos mais homogêneos conjuntos do Paraná.
O Internacional, no dia 22, quinta-feira, jogará pela segunda vez, devendo ser o seu adversário o Palestra Itália.
Finalmente, no dia 25, encerrar-se-á a grandiosa temporada interestadual com o sensacional embate entre o Internacional e o selecionado da Federação Paranaense de Desportos.
Fonte: A Notícia (SC), 15/12/1932, ano 1932, n. 1310, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/843709/2658. Acesso em: 10 dez. 2024.

INTERNACIONAL X ATHLETICO-BRITÂNIA
O grandioso interestadual de amanhã entre gaúchos e paranaenses
No campo do Palestra Itália realizar-se-á amanhã à tarde, a primeira competição futebolística interestadual entre os gaúchos do Internacional e paranaenses Athletico-Britânia.
Os valorosos esportistas do estado sulino, desde anteontem encontram-se em nossa terra, onde vieram trazer o seu eficiente concurso às festividades patrocinadas pela Associação Paranaense de Imprensa, em comemoração à data do Paraná.
Amanhã, pela primeira vez, o Internacional se apresentará em campos paranaenses. Nos meios esportivos da cidade reina o mais justificado entusiasmo em torno do grandioso embate que se anuncia.
O Internacional é aquele mesmo quadro valente e disciplinado que enfrentou o ano passado em Porto Alegre o combinado Athletico-Palestra. Desta vez, porém, segundo declarações de alguns componentes da embaixada visitante, o conjunto está em melhores condições. O mesmo não se pode dizer quanto à forma do nosso quadro.
Os componentes do quadro Athletico-Britânia, sabem muito bem do valor do contendor e tudo farão em defesa das nossas cores. Por sua vez, os bravos gaúchos estão possuídos do desejo firme de figurarem brilhantemente.
Tudo indica que a primeira exibição do Internacional em nossa capital será coroada de êxito completo.
Quer sejam vencedores os nossos, quer o triunfo pertença aos distintos visitantes, ou ainda que os louros sejam divididos no campo da peleja, a finalidade será alcançada. Referimo-nos ao estreitamento, cada vez mais, dos laços de amizade que unem esportistas paranaenses e rio-grandenses, para grandeza desta grande pátria que é o Brasil.
***
O quadro gaúcho que nos visita pela primeira vez, é, sem favor algum, valoroso e temível.
Não exageramos dizendo que é o melhor conjunto que, até então, pisou terras paranaenses.
A sua fortaleza reside na harmonia existente entre todas as suas linhas de ação.
Além disso conta com elementos de insofismável valor, como por exemplo Luiz Luz e Miro, que formam uma zaga extraordinária, cada um mais técnico que o outro, Risada, o homem que, no esporte, “toca todos os instrumentos”, Venenoso, que é um permanente perigo aos arqueiros adversários. Penha um “goleiro” de largos recursos e outros que o nosso mundo esportivo ficará conhecendo.
Os nossos futebolistas que não se illudam. O adversário que nos mandou o Minuano é dos mais temíveis.
Aguardemos.
***
Os quadros que se defrontarão amanhã, estão assim organizados:
PARANAENSES: Mansur — Cuka — Borba — Canoco — Faccini — Guaxupé — Manoelzinho — Flavio — Pandú — Ceccatto — Motta .
Reservas: Cecy, Zanetti, Tony, Ivo, Raul, Naná, Maranhão.
GAÚCHOS: Penha — Luiz — Miro — Alfredo ou Mabília — Risada — Garnizé — Javel — Venenoso — Tupan — Marroni — Marreco.
O UNIFORME DOS COMBATENTES
O quadro gaúcho usará camisa rubra e calção branco; o “onze” paranaense camisa do Club Athletico Paranaense e calções brancos com o escudo do Britânia.
SERVIÇO DE TRANSPORTE
Por ocasião dos prélios que se realizarão no campo do Palestra, haverá um serviço especial de ônibus entre a praça Osório e o ponto terminal na Avenida Vicente Machado, com partida de 4 em 4 minutos, além dos ônibus da carreira normal que trafegarão como de costume.
OS GAÚCHOS BATEM BOLA
Ontem, à tarde, os futebolistas gaúchos, em visita à nossa capital, levaram a efeito um ligeiro bate-bola no campo do Palestra-Itália.
Todos os componentes da embaixada visitante mostram-se dispostos para as grandes refregas que se aproximam.
***
Noticiando o embarque da delegação internacionalista, os nossos prezados confrades do “Jornal da Manhã” publicaram o seguinte:
“Embarca hoje, com destino a terra onde os pinheiros se alteiam esguios e altaneiros, como a própria alma de seu povo — a embaixada do valoroso vice-campeão da cidade. Levam, os internacionalistas, para o Paraná, como maior credencial de poderio, o entusiasmo exultante de vibratilidade da nossa gente. E — é bom frisar — não marcham persuadidos de conquistas no campo raso da luta por isso que, essas conquistas nada representam.
Levam, entretanto, o desejo ardente de confraternização com o nobre povo do Paraná. Querem e desejam compartilhar da mesma alegria que unificará — no dia comemorativo daquele Estado — todos os corações de seus filhos. Querem e desejam incrementar cada vez mais, o prazer, pelas excursões, a fim de que os brasileiros se conheçam mutuamente. Querem, enfim, um convívio fraterno para maior grandeza do desporto.
Marcham, portanto, para a vitória! 
Não para a vitória efêmera de uma conquista passageira, mas para a vitória que se consubstancia na fidalguia das atitudes, na lhaneza — do procedimento, no cavalheirismo sem par dos filhos do Paraná. Essa é, em verdade, a maior vitória que os “colorados” desejam e querem conquistar. E conquistarão. Lá, como aqui, vive-se da lealdade e dos atos nobres que constituem o maior orgulho da gente que teve a ventura de ter no berço este pedaço abençoado da terra.
Marcham, assim, para a vitória!
Deus que o acompanhe, nessa visita, guiando-os para que não abandonem jamais o caminho até hoje trilhado — o caminho da lealdade desportiva”.
***
O JOGO SERÁ IRRADIADO PARA P. ALEGRE
Ao que fomos informados, os três jogos que o Internacional disputará em nossa capital serão irradiados para Porto Alegre.
Para executar esse trabalho, os diários “Jornal da Manhã" e “Jornal da Noite”, de P. Alegre, delegaram poderes ao esportista José M. Tisbierek, secretário da Amgea e que veio junto à embaixada “colorada”.
Hoje ou amanhã cedo deverá ser instalado um telefone no campo com ligação direta ao telégrafo nacional.
OS JUÍZES ESCALADOS PARA A TEMPORADA INTERESTADUAL
A Federação Paranaense de Desportos, em sua reunião de ante-hontem, escalou para a temporada futebolística interestadual os seguintes juízes:
ARY LIMA, para o embate do dia 17 entre o Combinado “Athletico-Britânia” e o Internacional; MAXIMINO ZANON, para o jogo de domingo, 18, entre o Andarahy e o Combinado Paranaense; PARAHYLIO BORBA, para o prélio de segunda-feira, 19, entre o Coritiba e o Andarahy; ALTINO BORBA, para a partida do dia 22, quinta-feira, entre o Palestra Itália e o Internacional e PARAHYLIO BORBA para o último encontro, no dia 25, domingo, entre o Combinado Paranaense e Internacional.
O agradecimento dos cronistas gaúchos
Por intermédio do nosso prezado confrade Francisco de Paula Job, do “Correio do Povo” de Porto Alegre, o Centro do Cronistas Esportivos do Paraná recebeu o seguinte agradecimento:
“Porto Alegre, 9 do Dezembro de 1982,
Ilmos. Srs. Diretores do Centro de Cronistas Esportivos da Capital do Paraná.
Saudações cordiais,
A Associação dos Cronistas Desportivos de Porto Alegre, acusando o recebimento da mensagem que esse centro se dignou enviar-lhe por intermédio da Missão Atlética Rio Grandense, cumpre a missão de externar os seus agradecimentos pelas expres
sões nela contidas, retribuindo-as, de par com os votos sinceros pela felicidade de tão distinto centro eé de seus dignos dirigentes.
A A.C.D.P.A., sente-se verdadeiramente envaidecida pela prova do tão elevado carinho de seu congênere, o Centro de Cronistas do Paraná, e a ele almeja um futuro brilhante e fecundo.
Irmanados, pois, pelos mesmos ideais em que nos congregamos, sejamos sempre unidos para sermos fortes pelo bem comum.
(a) Archimedes Fortini — Presidente
(a) Augusto Totta Rodrigues — Secretario”.
Fonte: O Dia (PR), 16/12/1932, ano 1932, n. 2739, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/23476. Acesso em: 10 dez. 2024.

TEMPORADA INTERESTADUAL
O GRANDE ENCONTRO DE AMANHÃ, ENTRE O INTERNACIONAL E O COMBINADO ATHLETICO-BRITÂNIA
Realizar-se-á amanhã o esperado encontro entre o Sport Club Internacional de Porto Alegre e um combinado formado por elementos dos clubes Britânia e Athletico.
O quadro gaúcho, traz credenciais firmes, como a vitória conseguida ultimamente sobre o Botafogo F. C. campeão do Rio de Janeiro.
Nele vemos elementos de alto valor esportivo, podendo estarmos deste já, sem medo nenhum que Luiz, Risada e Venonoso, assombrarão — o público curitibano.
Dos nossos podemos citar: Francisquinho, Borba Efigênio e outros que não nos comprometerão.
A peleja deverá revestir-se de invulgar brilho, pois ambos os quadros estão com firme vontade de levar a melhor.
Outro encontro também pelo qual muito anseia o povo curitibano é o encontro, entre o Palestra e os mesmos gaúchos. O Palestra atual vanguardeiro do campeonato curitibano está com um quadro possantíssimo.
Mansur, o arqueiro oportuno, estará firme em seu lugar.
Anjolilo, podemos mesmo afirmar que, depois de Pizzatto, é o melhor zagueiro de Curitiba.
Dulla, o vanguardeiro de nosso concurso está em forma, é a esperança palestrina.
Ary, o menino prodígio, satisfará ao público que volverem-se para o estádio palestrino, com seus lances emocionantes.
Dos gaúchos, salientamos: Penha, arqueiro seguro e oportuno.
Luiz é sem dúvida um dos melhores backs brasileiros.
Risada, o homem fantasma, já é conhecido pelo nosso público.
Venenoso, seu nome diz mesmo o que é, diante disso deixamos de cronicar sobre seu jogo.
Além de outros elementos de valor com que conta o Internacional.
É pois de se esperar que este jogo seja formidável, na expressão da palavra.
***
Para o 1º encontro foram escalados os seguintes quadros:
Internacional — Penha; Miro e Luiz; Alfredo, Risada e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan, Marroni e Marreco.
Combinando — Mansur; Cuka e Borba; Canocco, Faccini e Guaxupé; Naná, Flavio, Pandú, Ceccato e Motta.
Local — Este jogo será realizado no estadio do Palestra Itália.
Fonte: Correio do Paraná (PR), 16/12/1932, ano 1932, n. 177, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/171395/1190. Acesso em: 10 dez. 2024.

AMISTOSO - COMBINADO ATHLETICO-BRITÂNIA 1 X 2 INTERNACIONAL
Data: 17/12/1932
Local: Palestra Itália - Curitiba (PR)
Juiz: Ary Lima
Gols: Tupan ?’/2 (I); Risada ?’/2 (I); Motta ?’/2 (C).
COMBINADO ATHLETICO-BRITÂNIA: Mansur; Cuka e Borba; Canoco, Faccini e Ivo; Manoelzinho, Flávio (Raul), Pandu, Cecatto e Motta.
INTERNACIONAL: Penha; Luiz Luz e Risada; Mabília, Risada e Garnizé; Javel, Venenoso, Tupan (Nenê), Dante Marroni e Marreco. Técnico: Jean Ryff.

O IMPORTANTE PRÉLIO DE ONTEM ENTRE O COMBINADO ATHLETICO-BRITÂNIA LOCAL E, INTERNACIONAL, DE PORTO ALEGRE
A merecida vitória do quadro visitante pela contagem de 2 x 1 — A atuação dos contendores  O fracasso da linha dianteira local  O juiz — Os quadros  A preliminar  Outras notas
O nosso protesto
Perante numerosa assistência, realizou-se ontem, no campo do Palestra Itália, o primeiro jogo da temporada futebolística interestadual — promovida para abrilhantar os festejos da nossa data magna. Por diversos fatores, entre os quais se sobressaem a relativa fraqueza do quadro local, o prélio entre o conjunto do Internacional e o combinado Athletico-Britânia não alcançou o êxito que era de esperar. Isso não importa em dizer que o embate tenha sido destituído de interesse, pois os amadores em campo empregaram-se com ardor, procurando imprimir à partida um cunho emocionante. Da peleja, saiu vitorioso o quadro visitante, que, de fato, jogou melhor e fez jus ao triunfo obtido. Os futebolistas gaúchos, conforme era previsto, corresponderam plenamente à fama de que vieram precedidos, conduzindo as suas jogadas sempre em plano superior às do adversário. O ponto forte da turma “colorada” reside, pelo que nos foi possível observar, na defesa que é uma das mais homogêneas que têm pisado em campos curitibanos.
Desde o guardião até aos médios, constata-se a mesma toada de jogo. Todos adotam o sistema proveitoso da ligação entre si, sem quebrar a harmonia que facilita o auxílio da defensiva nos vanguardeiros. Neste particular, apreciamos bastante o modo de agir dos visitantes, pois conseguiram tornar quase inexpugnável o reduto que defendiam. Rara foi a vez que vimos um médio da turma gaúcha devolver o couro sem direção, como é comum em nossa capital entre os jogadores da retaguarda. Vai daí a facilidade de locomoção demonstrada pelos atacantes, quase sempre colocados em ação graças aos passes calculados dos seus companheiros. Essa tática acadêmica e aconselhada no preparo de qualquer conjunto proporcionou insano trabalho e sérios apuros ao último reduto do combinado local, que só não baqueou por mais vezes em consequência do denodo com que lutaram determinados elementos, principalmente o trio final. Há também que notar a falta de aproveitamento por parte da linha internacionalista, e muitas ações bem trabalhadas e que, entretanto, pela falta de arremate mais precisos, finalizavam sem perigo ou eram facilmente repelidas pela vivacidade dos zagueiros locais. A “costura” dos visitantes, que, além disso, são pródigos nas fintas, chegou a enervar em determinados momentos, pela sua sucessão prolongada e de resultados contraproducentes. Não fora isso, estamos certos que o fraco combinado curitibano estaria agora arcando com um revés mais grave. Enquanto tal se passava no bando dos “colorados”, era de se ver o esforço do bando local para controlar as suas jogadas, sem o conseguir, porém. Quando na defesa, se desfazia de um perigoso ataque adversário e enviava o couro aos dianteiros, estes se encontravam desarticulados e incapazes de levar a efeito qualquer tentativa de sucesso. Ou então se verificava o contrário: na ocasião propícia de receber o concurso da retaguarda para uma avançada promissora, falhava o arremesso e os atacantes nada podiam tentar em face da firmeza dos médios e zagueiros contrários. Convém frisar, entretanto, que mesmo a despeito desses senões apontados, o quinteto atacante local agiu abaixo da crítica, mais parecendo bisonhos praticantes do que experimentados futebolistas. Não sabemos se isso se verificou por estarem alguns deles ressentidos de contusões recentes, ou se outro qualquer motivo implicou na sua fraca atuação. O fato é que agiu mal; muito aquém do que se poderia supor.
Apenas Motta se salvou. Nos demais, reconhecemos apenas o ardor e a boa vontade demonstrados. A defesa, tendo-se em vista a demonstração superior dos visitantes e o mínimo verificado, não se pode atribuir responsabilidade no fracasso. No quadro do Internacional, além do elogio global que já fizemos, destacamos as figuras de Mabília, Marreco, Javel, Miro, Luiz e Marroni. O centro-médio Risada apareceu mais na fase complementar. Enfim, o “debut” da valorosa falange gaúcha agradou e merece ser aplaudida na sua próxima exibição. Até lá, os nossos visitantes estarão mais aclimatados e, talvez, mais capacitados para melhor apresentação, o que equivale em afirmar-se que o novo encontro será coroado de maior sucesso ainda.
Aguardemos.
***
O JUIZ
Dirigiu o embate entre paranaenses e gauchos, o Sr. Ary Lima.
Sua atuação, conquanto eivada de pequenos erros, foi criteriosa e imparcial.
PRÉLIO PRINCIPAL
Às 17 horas em ponto, os “colorados” dão entrada ao campo, conduzindo uma linda corbeille de flores naturais. Em seguida entram os locais, que são recebidos com “hurras” por parte dos simpáticos visitantes. Segue-se troca de gentilezas entre esportistas curitibanos e porto-alegrenses, sendo batidas diversas chapas fotográficas. Os capitães das turmas disputantes dissertam, improvisando significativas saudações.
Em seguida, o Sr. Ary Lima ordena a tirada do “toss”, que favorece o quadro local. Tupan dá a saída e Marreco atira por cima, sendo o couro bem abraçado por Mansur. Ataque dos locais é bem defendido por Luiz. Borba comete falta em Venenoso. Miro cobra e Mansur defende. Borba faz boa defesa, “puxando” o couro. Tiro longo de Faccine. Penha defende. Os locais estão pouco controlados, fazendo jogo por alto. Javel centra e Marroni cabeceia por cima da trave. Venenoso desperdiça ótima oportunidade de marcar tento. Cuka estende bem para a direita. Canoco cobra falta de arremesso, sem resultado. Falta de Tupan em Faccine. Falta de Canoco em Marroni. Mabília envia formidável tiro ao arco, fazendo Mansur estupenda defesa a escanteio. O tiro de quina é batido, sem resultado. Atacam os locais e Motta atira para Penha abraçar. O juiz Pune toque imaginário em Faccine. Borba, ao tentar defesa, contunde Venenoso. O jogo é suspenso por instantes, sendo recomeçado às 17,21. Perigoso e cerrado ataque gaúcho termina com tiro de lado de Marreco. Falta de Marroni em Flavio. Faccine cobra violento e o balão vai à trave. Boa defesa de Cuka, seguido de tiro fora executado por Marroni. Flavio também põe alto. Falta de Tupan em Faccine. Nada resulta. Cecatto e Pandú atiram fora. Cuka defende e adianta-se, perdendo o couro. Marroni atira forte na trave e Borba afasta. Mais dois ataques gaúchos, que abusam das fintas, mas assim mesmo arrematam bem. Defesa de Penha. Tiro de Faccine é aparado por Penha. Bom avanço dos visitantes é rechaçado por Cuka, que passa a Ivo e este envia para frente. Cecatto atira de lado. Falta de Mabília em Motta, que cobra fora. Toque de Mota. Centro de Marreco, ninguém aproveita. Falta de Venenoso em Borba dentro da área. Avanço dos locais pela direita resulta em canto de Garnizé. Manoelzinho cobra e Faccine dá formidável tiro... nas capoeiras! Toque de Canoco. Luiz é encarregado de cobrar, sendo o arremesso inutilizado por toque de Tupan. Venenoso é apanhado em impedimento, Venenoso atira e Mansur defende a canto que, cobrado por Marreco, é repelido por Cuka. Falta de Canoco em Marreco. Luiz cobra e Faccine defende de cabeça. A linha média dos locais está agindo às tontas. Dois arremessos de Risada são defendidos, o primeiro, por Borba, e o segundo por Mansur. Toque de Cuka. Risada bate e Venenoso e Javel anulam, impedidos. Falta de Risada em Pandú. Tupan atira forte por cima da trave. Venenoso atira de lado, perdendo boa oportunidade de marcar ponto. Falta de Faccine em Marroni. Em seguida, Marreco coloca por fora. Motta centra e Penha põe a canto, que não chega a ser cobrado por haver expirado o 1º tempo.
***
Às 18,05 é reiniciada a peleja por intermédio de Pandú. A bola vai a Miro, que rebate. Marroni atira por cima e Mansur segura. Pandú passa a Manoelzinho e este atira fora. Javel põe o couro pelo lado direito. Tupan atira o couro por cima. Ligeiro incidente é resolvido amigavelmente. Javel é pilhado, impedido. Toque de Tupan. Falta de Luiz em Flavio. Faccine atira por cima. Bonito ataque dos locais é arrematado por Motta, que atira para Penha escantear. O chute de quina nada produz. Marreco chuta e Mansur defende. Passe de Motta a Pandú, terminando este por fora. Javel arremata violento por fora. Do lance resulta ficar Javel contundido. Falta de Risada em Ceccato. Faccine atira sem resultado. Borba defende a canto. Bom tiro de Marreco que Mansur não segura, mas Borba, em último recurso, põe a canto. Bom ataque dos locais é repelido por Miro. Ataque dos gaúchos que Tupan inutiliza pondo fora, de cabeça. Os visitantes estão atacando com insistência. Javel atira forte e Mansur defende a escanteio. Cuka salva a situação criada pelo tiro de canto. Cuka, Borba e Mansur sobressaem-se jogando com acerto. Marroni dá a Marreco e este passa para Tupan que, com chute calculado, marca o 1º ponto da tarde, indo o couro bem no canto do arco. Escanteio de Risada é cobrado por Motta, sem resultado prático. Falta de Ivo em Marroni. Risada cobra com forte “bico”, aninhando o couro pela segunda vez no arco dos locais, às 18,27. Os gaúchos dominam, com boa combinação na linha dianteira. Toque de Manoelzinho, Cuka defende. Toque de Cecato. Venenoso atira fora. Raul substitui Flávio que se encontra contundido. Canoco tóca propositalmente. Continuam os gaúchos no ataque. Falta de Garnizé em Raul. Cuka é encarregado de cobrar, Miro rebate e o couro vem a Cuka que passa a Motta. Este marca o 1º ponto dos locais, às 18,35. Animam-se os locais. Luiz faz falta em Raul. O tiro é cobrado por Canoco e resulta em sério aperto para o último reduto gaúcho. O perigo termina com a bola às mãos de Penha. Insistem os locais no ataque, animando mais a peleja. Boa avançada dos gaúchos é mal arrematada por Venenoso. Ataque dos locais é desperdiçado pela direita. Mabília atira e Mansur se gura. Luiz comente toque, Cuka cobra, mas Miro afasta. Cuka, atordoado, cai em campo, sendo o jogo paralisado para recomeçar em seguida. Tupan é substituído por Nenê. Ataque dos locaes pala esquerda, Motta atira e Penha defende, Manoelzinho esperdiça. Motta atira  e Miro escanteia, Motta cobra e Borba (!) cabeceia, sem resultado. Falta de Nenê em Borba. O jogo torna-se monótono. Ataque fraco dos gaúchas e termina o prélio com a vitória do Internacional por 2 a 1.
A PRELIMINAR
Disputando a partida preliminar, defrontaram-se as equipes médias dos clubes Athletico Paranaense e Coritiba F. C., tendo saído vencedora esta última pela contagem de 4x2.
OS QUADROS
Os quadros que se defrontaram ontem estavam assim organizados:
INTERNACIONAL — Penha — Luiz — Risada — Mabília — Risada — Garnizé — Javel — Venenoso — Tupan depois Nenê — Marroni e Marreco.
ATHLETICO-BRITÂNIA — Mansur — Cuka — Borba — Canoco — Faccine — Ivo — Manoelzinho — Flavio depois Raul — Pandú — Cecatto — Motta
Fonte: O Dia (PR), 18/12/1932, ano 1932, n. 2741, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/092932/23492. Acesso em: 11 dez. 2024.

DEPOIS DE UM JOGO EMOCIONANTE, OS GAÚCHOS CONSEGUEM VENCER UM COMBINADO CURITIBANO
Contra a expectativa geral, os gaúchos puseram em campo, um quadro possantíssimo.
Favorecidos ainda mais pela sorte, conseguiram vencer o Selecionado Athletico-Britânia pela contagem de 2x1.
Os nossos, jogando sem treino, pouco se entenderam, principalmente os dianteiros.
Mansur — foi o homem que mais se esforçou no quadro paranaense. As bolas que o venceram, eram indefensáveis.
Borba — jogou muito, mais que fez era impossível.
Cuka — esforçou-se muito, foi um dos melhores homens em campo.
Canoco — esteve regular.
Faccine — jogou bem, muito auxiliou a linha dianteira.
Ivo — foi o maior fraco da defesa, mesmo assim seu concurso não foi infrutífero.
Manoel — Estava pesado! Perdeu boas oportunidades.
Flávio — Foi uma negação, foi substituído por Raul, que também pouco fez.
Pandú — Esteve regular.
Ceccatto — Muito esforçado, teve altos e baixos.
Motta — foi o melhor homem da linha dianteira. Conseguiu o único ponto do combinado.
Dos gaúchos, salientaram-se:
Penha — jogou muito; calmo, oportuno e seguro.
Luiz — teve momentos em que seu jogo era assombroso, mas em outros momentos decaía.
Miro — Bom back, seu jogo foi ótimo.
Garnizé — Fez o que podia e devia fazer.
Rizada — Foi um dos mais destacados elementos gaúchos. Cobrando uma falta, conseguiu de longe aninhar a esfera no canto esquerdo do arco de Mansur.
Mabille — Bom marcador e distribuidor. Agradou-nos.
Javel — Perigosíssimo extrema; punha sempre em cheque a defesa curitibana.
Venenoso — Perdeu ótimas Oportunidades. Jogou bem.
Tupan — Parecia estar doente, pouco corria. Não condisse com a fama que procedeu de P. Alegre. Conquistou o primeiro gol para os seus.
Marroni e Marreco — jogaram muito. Entendem-se bem.
JUIZ
O Sr. Ary Lima teve boa atuacão.
COMBINADO:
Mansur; Cuka e Borba; Canoco, Faccine, Guaxupé; Manoel, Flávio, Pandú, Ceccato e Motta.
INTERNACIONAL:
Penha; Luiz e Miro; Mabília, Garnizé e Risada (cap.); Javel, Venenoso, Tupan, Marroni e Marreco.
O toss é favorável ao combinado. A saída é dada pelo Internacional, às 17,06. Tupan movimenta a pelota, entrega a Marroni que devolve a Marreco, este shoota e Mansur defende. Ataca o Combinado. Ceccato shoota para Penha defender.
Foul de Borba. Risada bate, Tupan cabeceia para Mansur defender. Ataca o Combinado, Risada põe fora. Penha defende. Luiz defende. Javel centra, Marroni cabeceando põe por cima da trave.
Ataca o Internacional. Marreco junto ao arco shoota fora. Foul contra o Internacional, Canoco bate para Penha defender. Mabília dá formidável pelotaço de fora da área, que Mansur defende com corner. Javel bate e Borba defende. Ataca o Combinado, Motta dá bom pelotaço que Penha defende otimamente. Venenoso casualmente contunde-se. Ceccatto centra, Pandú cabeceando põe a bola fora. Confusão no gol do Combinado e a bola vai ter a Javel que shoota, passando a bola rente ao arco. Foul de Marroni. Faccine bate e a bola vai à trave. Volta o Internacional ao ataque. Marroni shoota, passando a bola por cima das traves. Foul de Tupan. Cuka bate e Risada, de cabeça, defende.
Motta desfere ótimo shoot a goal, que Miro desvia. Faccine shoota para Penha defender.
Marroni dá formidável pelotaço que Mansur defende. A bola permanece no campo do Combinado. Tupan shoota para Mansur defender. Nova defesa de Mansur de um shoot de Javel. Javel centra, Mansur defende. Faccine shoota de fora da área para Penha defender. Foul de Mabília. Motta bate e a bola vai fora. Javel centra, Tupan, entrando, põe fora. Corner contra o Internacional. Manoel bate e Faccine shoota, a bola passa “duas léguas“ do goal. Hands de Lauro. Luiz bate e Tupan comete hands. Foul de Marreco. Canoco bate e a bola vai fora. Ataca o Internacional. Tupan apodera-se da bola e sho
ota. A bola vai à trave. Venenoso shoota forte, Mansur defende com corner. Marreco bate, Canoco defende. Ataca o Internacional, Marroni shoota para Mansur defender. Hands de Cuka. Risada bate, Tupan escoa de cabeça, a bola vai à trave. Foul de Risada. Cuka bate e Luiz tira. Venenoso escapa, dá a Tupan, este shoota, a bola passa por cima da trave. Ataca o Internacional. Tupan apodera-se da bola e entrega a Venenoso, 
que perde ótima oportunidade de abrir o score. Motta centra, a bola é desviada por Penha que vai a corner.
Termina o 1º half-time com o score de 0x0.
2º TEMPO
O juiz chama os jogadores para seus postos. A saída é dada pelo Combinado às 18,05. Ataca o Combinado. Miro intenvém. Ataca o Internacional. Venenoso centra, Borba defende.
Pandú recebe a pelota e escapa, centra a Manoel que frente ao gol shoota fora. Javel centra. Tupan dá formidável pelotaço que passa rente às traves. Tupan apodera-se da bola e centra. Javel acha-se em off-side, o juiz consigna o mesmo. Hands de Tupan. Faccine bate e Luiz comete foul do combinado. Javel bate e Pandú, apoderando-se da pelota, carrega, Miro defende. Marreco de fora da área desfere forte shoot que vai à trave. Javel entrega a Pandú, este entrega a Venenoso, que incontinente devolve a Javel, que desfere forte shoot, obrigando a Mansur conceder corner. Marreco bate, Tupan shoota, mas Cuka salva.
Novamente Cuka salva a queda de seu arco. Marreco escapa, centra a Tupan, que com um shoot enviesado consegue, às 18,26, o 1º gol. Faccine bate e a bola vai alta. Ataca o Combinado. Pandú apodera-se da bola e entrega a Motta, que desfere forte shoot, obrigando Penha a cometer corner. Manoel bate e Motta comete foul. Javel centra, Risada, emendando, põe a bola fora. Ataca o Internacional. Javel apodera-se da bola e dá formidável pelotaço que passa raspando as traves. Pandú centra e Penha defende. Foul de Mabília. Faccine bate e Miro defende. Javel escapa. Borba, em apuros, concede corner. Javel bate. Novo corner contra o Internacional.
Sai o Combinado, que ataca. Corner contra o Internacional. Motta bate, a bola vai fora. Foul de Faccine. Risada bate e às 18,28 consegue o 2º ponto do Internacional.
Sai o combinado, que perde. Marreco apodera-se da bola e centra, e Tupan deixa passar. Mansur defende. Hands de Manoel. Luiz bate e Cuka afasta o perigo. Tupan sai, dando lugar a Venenenoso. Hands de Motta. Venenoso shoota fora. Flavio dá lugar a Raul.
Hands de Canoco. Garnizé bate. Javel, escorando, obriga a Mansur defender. Foul de Garnizé. Cuka bate e estabelece-se uma confusão na porta do gol gaúcho. A bola vai a Motta que manda às redes às 18,36.
Saem os gaúchos, que perdem. Ataca o Combinado. A bola vai fora. Foul de Luiz. Cuka bate, Penha faz linda defesa. Foul de Risada. Cuka bate e Luiz defende de cabeça. Javel centra, Venenoso apodera-se da bola e shoota fora.
Mabília shoota para Mansur defender. Hands de Miro. Cuka bate, Miro salva seu arco da queda eminente. Ataca o Internacional. Venenoso dá a Marreco, que shoota fora. Motta shoota para Penha defender. Risada concede corner. Motta bate e Borba põe fora. Foul de Risada. Cuka bate e Mabília defende.
Termina o jogo com o Internacional no ataque.
FINAL:
Internacional 2.
Combinado 1.
Fonte: Correio do Paraná (PR), 18/12/1932, ano 1932, n. 179, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/171395/1234. Acesso em: 10 dez. 2024.

O INTERNACIONAL TRIUNFA NO PARANÁ
Os "colorados" derrotaram, ontem, por 2 a 1, o Combinado Athletico-Britânia
Com o título e subtítulo acima, o “Jornal da Manhã”, de Porto Alegre, do dia 18 do corrente, publicou as seguintes linhas:
“Como se sabia, o Internacional enfrentou, ontem, em Curitiba, o combinado Athletico-Britannia, do Estado do Paraná”.
A respeito desse jogo, o Dr. Ildo Meneghetti, presidente do clube excursionista, recebeu ontem o seguinte telegramma:
CURITIBA, 17 — Vencemos, facilmente 2x1 o combinado, Athletico-Britannia, — reforçado bom keeper excelente back. Goals foram feitos por Tupan e Risada. Juiz prejudicou muito nossa atuação. Assistência pouca. Tivemos um gol anulado. Abraços — Ryff”.
N. da R. — Admira-nos que o Sr. Ryff, que é técnico da embaixada gaúcha que ora nos visita, logo na sua primeira notícia para o Rio Grande, tivesse afirmado que o arbitro da pugna prejudicou ao Internacional, anulando um ponto que “ninguém não viu”...
Mas o que é mais de admirar, ainda, é o fato do Sr. Ryff, na recepção oferecida aos gaúchos pela F. P. D. haver escolhido para arbitrar a pugna de ontem o mesmo juiz que tanto prejudicou ao seu quadro!...
Essas leviandades, bem como outras que constatamos na “Gazeta do Povo” de ontem e atribuídas a componentes da delegação do Andarahy, repercutem mal nos círculos esportivos de nossa terra que tão carinhosa e pródiga de gentilezas tem se mostrado para com os visitantes tanto mais que em absoluto representam a verdade tais expressões inoportunas.
Com mais vagar, e da estacada, comentaremos o assunto.
Fonte: O Dia (PR), 23/12/1932, ano 1932, n. 2744, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/092932/23516. Acesso em: 12 dez. 2024.

A RECEPÇÃO DE HOJE, NO RUBRO-NEGRO, AOS ESPORTISTAS GAÚCHOS
Hoje à noite, às 21 horas, o Clube Athletico Paranaense, glorioso tri-campeão estadual, oferecerá, em sua sede social, à rua Monsenhor Celso, uma recepção dedicada à embaixada esportiva do S. C. Internacional, de Porto Alegre.
Ao que estamos informados, comparecerão a referida recepção, além dos componentes da delegação visitante, presidentes da F. P. D, [...] e clubes filiados, associados e torcedores rubro-negros e representantes do mimoso e querido Grêmio Rubro-Negro.
Fonte: O Dia (PR), 23/12/1932, ano 1932, n. 2744, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/092932/23516. Acesso em: 12 dez. 2024.