01/05/1931 - Amistoso - Internacional 2 x 1 Cruzeiro

CRUZEIRO VERSUS INTERNACIONAL
Aproveitando o feriado nacional de de 1º de maio, os dirigentes do Cruzeiro e Internacional, acordara realizar uma partida amistosa nesse dia.
Fonte: A Federação (RS), 27/04/1931, ano 1931, n. 098, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68955. Acesso em: 01 nov. 2024.

INTERNACIONAL X CRUZEIRO
Na próxima sexta-feira, feriado nacional, realizar-se-á um encontro amistoso entre as valorosas esquadras acima.
É a primeira vez no corrente ano que se realiza um encontro entre os teams desses dois clubes.
Nos meios desportivos reina interesse para o referido embate.
Fonte: A Federação (RS), 29/04/1931, ano 1931, n. 100, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68968. Acesso em: 01 nov. 2024.

INTERNACIONAL X CRUZEIRO
No Estádio dos Eucaliptos encontrar-se-ão, amanhã, pela primeira vez no corrente ano, em jogo amistoso, os fortes teams do Internacional e Cruzeiro.
Essa partida está despertando grande interesse e arrastará, certamente, ao local, uma grande assistência.
Fonte: A Federação (RS), 30/04/1931, ano 1931, n. 101, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68977. Acesso em: 01 nov. 2024.

AMISTOSO - INTERNACIONAL 2 X 1 CRUZEIRO-RS
Data: 01/05/1931
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Juiz: Henrique Maia Faillace
Gols: Mancuso 3’/2 (I); Gabriel ?’/2 (C); Mancuso 15’/2 (I).
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasquese Risada; Ryff, Felix Magno e Moreno; Nenê, Donaldo Ross, Mancuso, Honório e Marreco.
CRUZEIRO-RS: Chico; Cauduro e Espir; Fagundes, Nestor e Souza; Chato, Bojuga, Gabriel, Germano e Toco.
Obs.: jogo encerrado aos 15 minutos do segundo tempo, pois os jogadores do Cruzeiro abandonaram o gramado em protesto pela validação do segundo gol do Internacional.

O 2º GOL DO INTERNACIONAL DEU CAUSA PARA O TEAM DO CRUZEIRO ABANDONAR O CAMPO
Entre os dirigentes do S. C. Internacional:e S. C. Cruzeiro foi acordado a disputa de uma taça, em dois, jogos, ficando esse troféu em poder daquele que vencesse por duas vezes consecutivas.
A primelia dessas partidas foi fixada para 1º de maio e a segunda marcada para 14 de julho próximo, aniversário do Cruzeiro.
Infelizmente, o primeiro embate, realizado ontem, no Estádio dos Eucaliptos, teve um desfecho bastante desagrádavel, pois alguns jogadores do Cruzeiro, não se conformando com a validade do 2º gol do Internacional, abandonaram o campo, nos 15 minutos da segunda fase da partida.
Embora o capitão cruzeirista empregasse esforços para que aqueles voltassem ao gramado, nada conseguiu, pois os mesmos se mostravam irredutíveis.
Foi um ato pouco recomendável para um team de responsabilidade como o do Cruzeiro essa atitude.
A disciplina deve pairar acima de qualquer paixão pessoal.
O árbitro pode errar e isso é comum entre nós, porém, existem recursos legais que se podem invocar a fim de derimir questões surgidas no campo.
O que é preciso evitar de qualquer modo, é o nefasto costume dos teams abandonarem o campo, antes de findo um embate.
Os responsáveis por esses fatos devem saber que põem em jogo, com atitudes pouco refletidas, o bom nome de um clube, transgredindo comezinhas regras de disciplina e num menosprezo flagrante para o público que acorre nos nossos campos de desportos para assistir uma partida de foot-ball.
Agora, principalmente, que voltou a reinar a paz no mundo desportivo, as paixões devem se acalmar, a fim de se completar a obra há pouco iniciada.
Estamos certos que fatos como esses não se reproduzirão.
São os nossos votos e os de todos aquele que sentem a necessidade da elevação do foot-ball.
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Findo o embate dos teams secundários, do qual saiu vencedor a turma do Cruzeiro por 4 a 3, o público esperou meia hora, com uma paciência de Job, o início da partida principal. Afinal, começaram a aparecer alguns jogadores e, após, o juiz, o player uruguaio Henrique.
Ambas as esquadras se apresentaram desfalcadas. O Cruzeiro com a falta de Fagundes e Chico, jogando em seus lugares Jorge e Natálio, e o Internncional sem Javel, Ribeiro e Risada, entrando Mancuso, Alfredo e Álvaro.
No primeiro período, os colorados tiveram a primazia dos ataques, porém, não puderam tirar partido da situação, não só pelo esforço da defesa do Cruzeiro, como pelo mau remate dos seus dianteiros.
Os cruzeirislas, por vezes, puseram em cheque o gol contrário, em fortes escapadas. Bojuga era o condutor de todas elas.
A primeira fase terminou sem que nenhum dos contendores conseguisse abrir a contagem.
Aos 3 minutos do segundo tempo, Mancuso, escorando um centro da esquerda, marcou o primeiro ponto do Internacional.
Minutos depois, Gabriel, aproveitando uma confusão na porta do gol de Penha, empata a partida.
O empate se equilibra um pouco, havendo boas cargas de lado a lado.
Aos 5 minutos, o juiz marca um foul do Cruzeiro junto à area.
Magno cobra e a bola vai de encontro à trave superior. Mancuso atira de cabeça e a manda à rede do Cruzeiro.
O juiz consigna o ponto e os cruzeiristas protestam alegando off-side.
O árbitro mantém a sua decisão, e alguns jogadores abandonam o campo. Iniciam-se demarches para o prosseguimento da partida, mas nada se consegue, devido à atitude de alguns jogadores.
É nossa opinião que o gol nas condições em que foi feito, era legítimo. Se algum player estava fora de jogo, da posição em que nos encontrávamos, não nos foi dado observar.
Segundo alguns, Ross, na ocasião, se encontrava off-side.
O técnico argentino, sr. Gues, que assistia o embate, confirma a validade do ponto, achando-o conquistado dentro das regras.
Fonte: A Federação (RS), 02/05/1931, ano 1931, n. 102, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68985. Acesso em: 01 nov. 2024.

26/04/1931 - Citadino 1931 - 1º turno - Internacional 1 x 0 Grêmio

INTERNACIONAL X GRÊMIO
Aproxima-se o dia da realização da mais sensacional partida disputada em Porto Alegre. Serão adversários as duas maiores potências do foot-ball local, Internacional e Grêmio, ambos possuidores de um colossal acervo de glórias e tradições nunca desmentidas.
Os amantes do favorito desporto bretão só têm duas oportunidades por ano de assistir encontros dessa categoria, e toda vez que no campo da luta se defrontam tais, adversários, temos o prazer de assistir lances de verdadeiros conhecedores do segredo da pelota.
Os adversários de domingo são velhos e tradicionais rivais. Há mais de 20 anos que estes dois galhardos clubes, glória e honra do desporto riograndense, disputam com verdadeiro ardor a palma da vitória, dentro da arena das competições desportivas.
O vencedor da pugna de domingo será o mais cotado para carregar o bastão da liderança no atual turno.
Por todos estes motivos, temos quase que certeza que o magnífico Estádio dos Eucaliptos se tornará pequeno para conter a grande avalanche de torcedores que lá afluirão para apreciar o desenrolar desse memorável prélio.
Amanhã publicaremos mais alguns pormenores sobre este importante encontro, que tanto interesse vem despertando em nosso mundo desportivo.
O Internacional treinará amanhã
O diretor do campo do Sport Club Internacional pede o comparecimento de todos os jogadores abaixo, amanhã, às 15 horas, no campo, a fim de realizarem um puxado treino.
Quadro A — Hugo, Cintura, Álvaro; Homero, Abbadé, Índio, Armando, Mario, Mancuso, Marroni, Ricardo, Jean e Ramão.
Quadro B — Penha, Miro, Risada, Ribeiro, Magno, Moreno, Alfredo, Nenê, Javel, Ross, Honório e Marreco.
Após o treino, serão formados os quadros que deverão enfrentar o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense em disputa do campeonato da Amgea, no próximo domingo.
Fonte: A Federação (RS), 22/04/1931, ano 1931, n. 094, p. 3. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68928. Acesso em: 01 nov. 2024.

CITADINO 1931 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 1 X 0 GRÊMIO
Data: 26/04/1931
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Juiz: Heitor Deste
Gol: Donaldo Ross 15’/2 (I).
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasques e Risada; Ribeiro, Felix Magno e Moreno; Nenê, Javel, Donaldo Ross, Honório e Marreco.
GRÊMIO: Lara; Dario e Eurides Sardinha; Mabília, Poroto e Russinho; Artigas, Amâncio, Luiz Carvalho, Foguinho e Nenê.
Obs.: a partida foi suspensa faltando 4 minutos para o encerramento, após uma briga envolvendo Donaldo Ross e Poroto.

O GRANDE JOGO INTERNACIONAL X GRÊMIO NÃO TERMINOU
FALTANDO 4 MINUTOS PARA O FINAL, REGISTROU-SE UMA DESORDEM
A DECISÃO DO FISCAL SUSPENDENDO A PARTIDA CAUSOU DESCONTENTAMENTO 
A grande peleja entre colorados e gremistas, marcada para ontem teve um desfecho desagradável e que muito depõe contra a educação esportiva.
Certos elementos, tanto jogadores como torcedores, não sabem guardar a linha que deviam manter.
O desporto foi criado para desenvolver a cultura física, dentro da lealdade, da cortesia, da camaradagem. Porém, esses elementos entendem ao contrário, e por isso não se pejam de provocar desordens, desrespeitando milhares de pessoas.
O que assistimos ontem, aliás, com grande tristeza, no Estádio dos Eucaliptos, foi um desses condenáveis atos de pouca educação.
Dois jogadores se empenham em luta no campo, generalizando-se o conflito entre os dois quadros, com algumas exceções.
Serenado este e quando ia prosseguir a peleja, eis que surgem os “valientes”.
Novo conflito se arma e se não fosse a intervenção enérgica da polícia e de outras pessoas, talvez a estas horas tivéssemos a lamentar graves consequências.
Não podemos deixar de condenar atos como os que se registraram ontem, pois elles em nada recomendam o nosso desporto e só podem contribuir para o seu desprestígio.
Muitíssimas vezes, para evitar fatos da natureza de que comentamos, a imprensa tem publicado apelos no sentido de que pessoas nervosas e que não possam sopilar seus ímpetos, antes ficar em casa ou procurar outra diversão, mas nunca procurar ingressar num campo de foot-ball.
Já é tempo de acabarmos com essas desordens.
O público que tão generosamente contribui com o seu dinheiro para assistir uma partida do seu desporto favorito, não pode tolerar esses abusos.
Faz-se mister enérgicas providencias para sanear o nosso foot-ball dos elementos indesejáveis que o vêm prejudicando.
Não nos foi possivel, doante da balbúrdia que se estabeleceu, tomar o nome dos iniciadores do último conflito.
Toda a vez que podermos anotar o nome dos turbulentos os
publicaremos, a fim de que sejam tomadas as devidas providências.
Agora, quanto ao caso dos jogadores, a diretoria da Amgea deve agir com o maior rigor, a fim de evitar reproduções.
A expectativa para o jogo
Para a grande peleja reinava extraordinária expectativa entre o nosso mundo desportivo e foi o assunto predileto da semana finda.
Os palpites fervilhavam e a ânsia para o desfecho da pugna era indescritível. Há muito não se notava tão grande entusiasmo para uma partida de foot-ball.
O tempo se mostra contrário
Amanheceu um dia nublado, incerto. Aos poucos foi se carreando, ameaçando torrencial chuva.
Às 13,30, mais ou menos, começou a cair um chuvisqueiro impertinente.
O povo não esmorece
O público, na ânsia de assistir à sensacional pugna, não se amedronta diante da chuva e se dirige ao Estádium dos Eucaliptos, enchendo todos os veículos que iam para o arrabalde do Menino Deus.
Muito antes do inicio do jogo dos teams secundários, já o pavilhão estava completamente tomado.
Todos esperavam impaciente a hora para o início do jogo.
Os segundos teams
A tarde desportiva foi iniciada com a partida dos quadros secundários.
Constituídos de elementos de certo valor, a partida decorreu muito movimentada, havendo forte “torcida”.
O primeiro tempo terminou pelo empate de zero contra zero.
No segundo período, Mancuso, aproveitando um corner, de cabeça, abre a contagem dos colorados.
Pouco depois, Berlo “chargeou” Marroni na área e o juiz cobra pênalti.
Rothfuchs transforma a penalidade no segundo ponto dos colorados.
Os gremistas reagem fortemente, porém, nada conseguem diante da defesa contrária.
Esse embate terminou com a vitória do Internacional por 2 contra zero.
A partida principal
Pouco antes das 16 horas, começaram a entrar no campo os jogadores. Os primeiros a entrar foram os gremistas.
O Sr. Heitor Deste, do Americano, chama os concorrentes.
Feito o sorteio dos campos, este foi favorável ao Grêmio, escolhendo o seus capitão, o gol de baixo.
A seguir os dois quadros tomam posição, assim, organizados:
Internacional:
Penha
Miro - Risada
Ribeiro - Magno - Moreno
Nenê - Javel - Ross - Honório - Marreco
Grêmio:
Lara
Dario - Sardinha
Mabília - Poroto - Russo
Artigas - Amâncio - Luiz - Fogo - Nenê
Precisamente às 15,50 horas, o cronometrista dá o sinal para o início da partida.
O centro colorado Ross movimenta a esfera passando a Javel que a perde para os contrários.
O Grêmio, tenta o primeiro ataque pela esquerda, desfeito por uma intervenção de Ribeiro.
Os primeiros mínulos são de indecisão, conservando-se a pelota no centro do campo.
Aos poucos os gremistas se firmam e levam fortes ataques ao reduto colorado, fazendo o trio final trabalhar bastante.
Amâncio, o “mignon” meia direita gremista, esforça-se muito e quase todas as cargas são feitas por seu intermédio.
Insistindo no ataque, os visitantes põem em cheque o retângulo colorado. Nenê dá violento balaço e Penha faz difícil defesa.
Os colorados reagem e levam alguns ataques ao campo contrário, porém, seus avanços são mal rematados.
A partida torna-se equilibrada, registrando-se cargas de lado a lado.
Numa avançada dos colorados, Lara pratica o primeiro corner da tarde, o ponteiro esquerdo Marreco cobra, e Ross escora de cabeça, passando a esfera por cima.
A seguir, Ross anula uma boa carga de seus companheiros, devido a um foul.
O Gremio avança pela esquerda sem resultado.
A linha gremistas volta a atacar com grande denodo o campo contrário, onde se mantém por alguns minutos.
Nenê escapa dando ótimo centro rasteiro, que seus companheiros não sabem aproveitar.
Agora são os colorados que põem em perigo o arco de Lara.
Registram-se dois corners contra o Grêmio, que não são aproveitados.
Amâncio escapa e passa a Foguinho, perdendo este boa ocasião de marcar gol.
Os colorados voltam ao ataque e Sardinha faz corner.
Marreco cobra e Ross apara de cabeça, indo a esfera ao fundo da rede gremista.
Este ponto foi anulado pelo árbitro, que cobrou bola fora.
Mais algumas cargas de lado a lado findava o primeiro período da luta com o seguinte resultado:
Internacional - 0
Grêmio - 0
A segunda fase da peleja foi iniciada debaixo de chuva.
Os alvi-rubros, neste período, desenvolveram melhor jogo de combinação, o que lhes valeu pôr em constante risco o arco contrário.
O Grêmio ataca pela esquerda e Nenê centra fora.
A "torcida" faz uma algazarra ensurdecedora.
Novo ataque gremista e Foguinho, a poucos metros do gol de Penha, atira por fora.
Lara intervém várias vezes para salvar situações.
Aos 15 minutos de jogo, o perigoso atacante Ross, aproveitando um passe da direita, em forte entrada, consegue o gol do Internacional.
A conquista desse ponto deu azo a uma ovação extraordinária.
Agora, os dois contrários fazem esforços, um para aumentar a contagem e outro para desfazer a vantagem.
O Grêmio ataca com vigor e Penha pratica difícil defesa de um forte tiro de Luiz. A seguir, o goleiro colorado faz nova defesa de uma virada do mesmo jogador.
Os colorados avançam e Ross, de posse da pelota, procura passar. Aquele shoota e Poroto opõe a cabeça, resultado o primeiro dar com o pé na testa do centro-half gremista.
A testa de Poroto começou a sangrar, pois se pisara no mesmo lugar em que recebera um ferimento por ocasião do jogo contra o Pelotas.
Desse fato começou a rusga entre os dois jogadores e que pouco depois terminava num atracamento.
O juiz marcou foul contra o Internacional. O Grêmio avança e Risada defende.
Os dois adversários fazem ingentes esforços para a conquista de pontos, porém, as defesas se multiplicam para evitar a queda dos respectivos arcos.
Parecia que a partida iria ao final sem mais novidade.
Faltavam 4 minutos para o fim do jogo, quando Poroto, após algumas palavras com Ross, o agride a socos e pontapés. Os demais jogadores intervêm, alguns para apaziguar e outros para brigar.
A Guarda Civil, tendo à frente o seu comandante, procura apaziguar os ânimos, o que consegue um poucos minutos.
Serenado o conflito, o juiz apita para continuar o jogo.
Parecia tudo sanado, quando de súbito, irrompe novo conflito embaixo do pavilhão. Correria e gritos se ouvem. A polícia intervém energicamente e consegue restabelecer a ordem, mandando alguns dos “valientes” para a “Viúva Alegre”.
O numeroso público espera impaciente para o final do jogo.
Porém, qual não foi a sua surpresa, quando se anunciou, que a mesma não continuaria, por ter o fiscal a suspendido.
Tal decisão causou espécie, pois não se registrando invasão de campo e estando a ordem garantida, não havia motivo para suspensão do jogo.
E assim o pobre publico não teve a satisfação de apreciar o final de uma partida que fanto o interessou.
Falando com Ross
Depois de serenados os ânimos, procuramos ouvir um dos protagonistas da cena o player colorado Ross.
Disse ele que não fizera o foul voluntariamente e que por tal motivo havia pedido desculpas a Poroto.
Disse-nos mais que Poroto o ameaçara de aplicar uma “patada” na primeira oportunidade; ao que objetou que não fizesse isso pois havia feito involuntariamente o foul.
Ross recebeu vários ferimentos no pescoço e no peito.
Quanto ao player Poroto não conseguimos, falar-lhe a respeito.
Este player tambem saiu ferido na testa.
O juiz
Arbitrou a pugna o Sr. Heitor Deste, do Americano.
Embora procurasse agir com acerto, teve sensíveis falhas. Às vezes demonstrava severidade e por vezes deixou passar faltas que deveria cobrar.
Mas, manda a justiça dizer, agiu com honestidade.
Os melhores
Do quadro do Internacional poucos nomes há para destacar. Todos atuaram com esforço, porém, com pouco conjunto.
Toda a defesa agiu bem, principalmente Penha, Miro, Risada e Ribeiro; Magno não desenvolveu a sua acostumada atuação; Moreno, regular; a linha de ataque não esteve boa; Honório, muito bem marcado, pouco produziu; os demais, regularmente.
Do Grêmio, podemos salientar a atuaçao dos backs, de Russo e Mabília; Poroto não esteve nos seus dias; o ataque esforçou-se muito, mas pouco produziu. O melhor foi Amâncio, seguido de Luiz e Artigas.
Os terceiros teams
Na partida dos terceiros quadros, jogada pela manhã, venceu o Internacional por 2 a 1.
Fonte: A Federação (RS), 27/04/1931, ano 1931, n. 098, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68955. Acesso em: 01 nov. 2024.

19/04/1931 - Citadino 1931 - 1º turno - Concórdia-POA 2 x 3 Internacional

CONCÓRDIA X INTERNACIONAL
Para este embate que se vai travar no campo de S. João, é que está voltada a atenção dos aficionados do fool-ball.
Embora todos reconheçam uma pequena superioridade do quadro colorado, a representação do Concórdia, jogando na sua cancha, é um advérsário sério e capaz de enfrentar com galhardia o seu adversário.
Contando com novos elementos e um apurado treino, está em condições de oferecer ao público que ali afluirá em grande número um jogo apreciável.
A partida dos teams secundários, pela organização das representações, oferecerá certamente bons Iances.
Os quadros se apresentarão com a seguinte organização, salvo modificação ulterior:
Internacional — Penha; Miro e Risada; Ribeiro, Alfredo e Moreno; Nenê, Javel, Ross, Honório e Marreco.
2º team — Hugo; Álvaro e Cintura; Homero, Abbadé e Índio; Ribeirinho, Armando, Mancuso, Marroni e Ricardo.
3º team — Rossi; J. Carlos e Gil; Gentil, Seara e Didi; Romeu, Quincas, Vanzetto, Varella e Carlitos.
Reservas: Português, Alrmeida, Euclydes, Daycir, Bard, Meneghetti e Pilla.
Concórdia — Borsato; Arno e Bavú; Zé, Andrade e Nilo; Pilla, Tupan, Agostinho, Romualdo e Gasolina.
2º team — Álvaro; Machado e Martelete; Sarará, Nélson e Cotevil; Leoni, Jorge, Morosini, Joãozinho e Lambary.
Fonte: A Federação (RS), 18/04/1931, ano 1931, n. 091, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68891. Acesso em: 31 out. 2024

CITADINO 1931 - 1º TURNO - CONCÓRDIA-POA 2 X 3 INTERNACIONAL
Data: 19/04/1931
Local: Praça São João - Porto Alegre (RS)
Juiz: Gélson Vargas
Gols: Donaldo Ross10’/1 (I); Tupan 35’/1 (C); Nenê 5’/2 (I); Marreco ?’/2 (I); Agostinho 33’/2 (C).
CONCÓRDIA-POA: Borsatto; Arno e Bavú; Zé, Andrade e Nilo; Mocinho, Remo, Agostinho, Tupan e Pilla.
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasques e Risada; Ribeiro, Alfredo e Moreno; Nenê, Javel, Donaldo Ross, Honório e Marreco.

O INTERNACIONAL, COM DIFICULDADE, VENCEU O CONCÓRDIA POR 3 A 2
O campo da rua Bénjamin Constant, em S. João, apanhou ontem uma grande assistência, a fim de apreciar o jogo entre os quadros do Cóncordia Foot-Ball Club e Sport Club Internacional e que se anunciava o melhor da tarde.
Desta vez não falharam os prognósticos, e os concordianos, num grande esforço e com uma vontade férrea de vencer, puseram em polvorosa o quadro colorado.
A partida foi muito movimentada e a bola não parava, andando de um campo a outro com rapidez.
Para a maioria, o quadro do Internacional teria uma fácil vitória, mas essa facilidade por pouco não redundou num fracasso.
O centro-médio Magno substituído pelo player Alfredo, que se revelou fraquíssimo para a posição, foi a causa do fracasso da representação colorada no match de ontem.
Não possui técnica para ocupar a posição. Defende e passa muito mal. Sem o apoio do centro-médio, o quadro, com exceção do trio final, que foi a garantia da vitória, esmoreceu, do que se aproveitaram os contrários para fazer uma bela jogada.
Os teams
Concórdia — Borsatto, Arno e Bavú; Zé, Andrade, e Nilo; Mocinho, Remo, Agostinho, Tupan e Pilla.
Internacional — Penha; Miro e Risada; Ribeiro, Alfredo e Moreno; Nêne, Javel, Ross, Honório e Marreco.
O jogo
Às 16,10 teve inicio a partida. Ross movimenta a pelota passando a Javel que a perde para os contrarios.
Os concordianos ensaiam a primeira carga, mas Miro intervém, anulando-a.
Os colorados atacam e Javel atira por fora. Novos ataques dos alvi-rubros são mal aproveitados devido à falta de remate.
Os locais, verificando a pouca eficiência de Alfredo, começam a atacar pelo centro, porém, Miro e Risada se mostram firmes, desfazendo todas as tentativas dos contrários.
Aos poucos, os colorados, jogando a favor do vento, forçam a defesa contrária a um exaustivo trabalho. Honório dá um fortíssimo tiro que vai de encontro à trave.
Borsatto, o novo goleiro do Concórdia faz duas pegadas, seguidas de tiros de Javel e Nenê.
Aos 10 minulos de jogo, Javel carrega a esfera até as proximidades do gol adversário, onde faz um magnífico passe para Ross e este, sem perda de tempo, atira ao arco, marcando o 1º gol do Internacional.
O feito é muito aplaudido pelo público.
De saída os concordianos fazem esforços para tirar a diferença do adversário.
Uma boa carga é anulada por um foul de Tupan. A seguir, Penha faz uma difícil defesa de uma entrada de Pilla.
Os colorados reagem, porém, as suas cargas não surtem efeito, atirando os atacantes ora por fora, ora às mãos do goleiro.
Agostínho e Tupan, dois velozes dianteiros do Concórdia, desenvolvem atividade para alcançar o arco contrário, porém, encontram pela frente o trio final colorado, onde se vão quebrar todos os seus esforços.
Voltando a atacar, os visitantes põem à prova a perícia de Borsatto, tendo ocasião o novo goleiro concordiano de fazer várias pegadas, algumas bem difíceis.
O árbitro marca uma penalidade junto à area. O ponta colorado Nenê bate-a com violência e Borsatto apara.
A seguir, o goleiro concordiano é novamente chamado a intervir para defender, com dificuldade, uma ótima cabeçada de Ross.
O jogo equilibra-se um pouco, revezando-se as cargas.
Alfredo, centro médio dos colorados, não dá para deter o trio concordiano, o mesmo acontecendo a Andrade, que começa a desenvolver jogo “pesado”, prejudicando os seus companheiros.
Aos 35 minutos de jogo, Remo escapa e passa a Tupan. Este atira e Penha defende com dificuldade, indo à esfera nos pés daquela que em possante tiro, assinala o 1º goal do Concórdia.
O empate do jogo, faz vibrar a “torcida” concordiana.
Com mais algumas jogadas, findou o primeiro tempo, com o seguinte resultado:
Concórdia - 1
Internacional - 1
O segundo tempo, jogando o Concórdia no gol de cima, todos previam, diante da má atuação dos colorados, que aquele conseguiria triunfar.
De fato, fez uma “virada” extraordinária, e por pouco não alcançou o desejado.
Decorridos 5 minutos de jogo, Javel, de posse da bola, faz um passe largo para Nenê. Este avança célere e a poucos metros do arco contrário, manda forte balaço que Borsatto não consegue deter, indo a esfera à rede.
Era o 2º gol do Internacional.
Os concordianos procuram reagir, mas Andrade, aplicando jogo violento, prejudica várias cargas do seu quadro.
O Internacional ataca e Alfredo atira por cima.
Marreco escapa e passa a Honório que, após se desvencilhar de dois contrários, em formidável tiro consegue o 3º gol do Internacional.
Os rapazes do Concórdia, após a conquista desse ponto, começam a atacar com energia, pondo em chequé o campo colorado.
Há um cerrado ataque concordiano, formando um ligeiro entreveiro na porta do gol de Penha, aproveitando-se Agostinho do fato para conquistar o 2º gol do Concórdia.
Faltam 12 minutos para o fim da partida e o Concórdia continua a atacar com vigor.
Penha, Miro e Risada têm um trabalho fatigante.
Registra-se um forte avanço concordiano. A bóla vai em direção a Risada, mas este deixa para Miro. Este defende com infelicidade, batendo no braço.
O árbitro marca a penalidade.
O centro-médio Andrade é destacado para dar o tiro livre, mas o faz com pouca sorte, indo a esfera de encontro à trave lateral.
Registram-se dois avanços dos colorados, sem resultado.
Os locais investem e Ribeiro intervém, mandando a bola fora.
Internacional - 3
Concórdia - 2
— Nos segundos teams venceu, também, a turma colorada por 5 a dois.
Na partida dos terceiros quadros venceu o Concórdia por três a dois.
O juiz
Serviu de árbitro, na falta do juiz escalado, o Sr. Gelson Vargas do Bancário.
A atuação desse desportista não foi má. Teve sensíveis falhas, mas procurou sempre tornar-se imparcial e honesto.
Apreciações
Do Concórdia — Borsatto não é mau, fez várias defesas difíceis, mas não podemos verificar, de certo, a sua perícia; Arno, fraco; Bavú é um back de futuro; a linha média agiu regularmente, abusando Andrade e Nilo do jogo violento; no ataque, Tupan e Agostinho, foram as figuras de maior saliência. O primeiro um ótimo atirador em gol, com um dribbling seguro e rápido. O segundo, bom passador, rápido e aproveitador de oportunidades.
Internacional — Penha, Miro e Risada, jogaram bem. Risada deve defender melhor e não deixar para o companheiro bolas que poderia, com maior facilidade afastar; Ribeiro se houve bem; Alfredo fracassou, se mostrou bastante, fraco para, ocupar, a posição; Moreno, regular; a linha de ataque, embora, seja uma das melhores da capital, não produziu o que era de esperar, devido a falta de apoio da chave do quadro.
Fonte: A Federação (RS), 20/04/1931, ano 1931, n. 092, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68900. Acesso em: 01 nov. 2024.

22/03/1931 - Amistoso - Internacional 5 x 1 Americano-RS

FESTA DESPORTIVA EM HONRA À MISSÃO DO GUARANY
[...] INTERNACIONAL X AMERICANO
Por motivos imperiosos, a Faget não fará realizar, amanhã, conforme estava anunciado o encontro de campeonato estadual entre os quadros do Guarany e Pelotas.
A representação pelotense só chegará a esta capital na próxima terça-feira.
Como o dias de amanhã lhe tivesse sido cedido pela Amgea, a diretoria daquela entidade resolveu realizar no o Estádio dos Eucaliptos uma festa desportiva em honra da missão alegretense, representada na pessoa do seu esforçado presidente, Dr. Celestino de Moura Prunes.
Essa festa consistirá na realização de dois encontros amistosos no qual tomarão parte os quadros do Internacional, Grêmio, Americano e Força e Luz.
A primeira partida será às 14 horas entre o Grêmio Porto Alegrense e Grêmio Sportivo Força e Luz, recém ingressado na primeira divisão e possuidor de um ótimo team.
Às 16 horas entrarão em campo as esquadras representativas do Sport CIub Internacional e S. C. Americano.
Terá o nosso público ocasião de apreciar a apresentação, pela primeira vez no corrento ano, dos quadros do Americano e Força e Luz.
Os teams do Internacional e Grêmio serão os mesmos que jogavam domingo passado.
Dado o valor dos teams que se vão defrontar, é certo que no vasto estádio dos colorados afluirá uma enorme assistência.
Os preços das entradas serão os seguintes:
Pavilhão, 4$000; gerais, 3$000; fardados e menores, 2$000; senhoras, entrada franca.
Os ingressos fornecidos pela Faget serão válidos.
Os sócios do Internacional terão entrada franca mediante a apresentação do recibo de março.
— Abrilhantará a festa desportiva, o excelente jazz-band Força e Luz.
Fonte: A Federação (RS), 21/03/1931, ano 1931, n. 068, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68719. Acesso em: 31 out. 2024.

AMISTOSO - INTERNACIONAL 5 X 1 AMERICANO-RS
Data: 22/03/1931
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Gols: Honório 2’/1 (I); Mancuso 5’/1 (I); Pato 20’/1 (A); Javel 5’/2 (I); Honório ?’/2 (I); Mancuso ?’/2 (I).
INTERNACIONAL: Penha; Risada e Álvaro; Ribeiro, Felix Magno e Moreno; Marreco, Javel, Mancuso, Honório e Jaeger.
AMERICANO-RS: Edmundo; Vasco e Zequita; Zezé II, De Lorenzi e Walter; Lacy, Dirceu, Pato, Ary e Alfredo.

O INTERNACIONAL ABATEU O AMERICANO POR 5 A 1
No Estádio dos Eucaliptos realizou-se, ontem, conforme anunciamos, a festa desportiva organizada pela FAGET, em homenugem ao Dr. Celestino de Moura Prunes, presidente do S. C. Guarany e vice-presidente daquela entidade, representado aqui pela missão que ora-nos visita.
À tarde desportiva decorreu num ambiente de cordialidade e com a presença de numerosos desportistas, notando-se também a assistência de muitas exmas. famílias.
A festa consistiu em: dois jogos, entre o Grêmio x Força e Luz e Internacional x Americano.
[...]
Internacional x Americano
Finda a partida acima, deram entrada em campo os teams do Internacional e Americano, assim formados:
Internacional — Penha; Risada e Álvaro; Ribeiro, Magno e Moreno; Marreco, Javel, Mancuso, Honório e Jaeger.
Americano — Edmundo: Vasco e Zequita; Zezé, De Lorenze e Walter; Lacy, Dirceu, Pato, Ary e Alfredo.
As primeiras jogadas são indecisas,no centro do campo.
Aos dois minutos de jogo, Honório, de posse da esfera, avança pelo centro e apesar de acossado por Vasco e Zequita, consegue atirar ao arco dos grenás, abrindo a contagem para os colorados.
Os americanistas reagem, porém, a defesa alvi-rubra, atenta, desfaz seus arremessos.
Aos cinco minutos, Mancuso, após ligeiro entreveiro na porta do gol de Edmundo, assinala o segundo gol do Internacional.
Prosseguindo o embate, notam-se boas jogadas de parte a parte.
Os americanistas conseguem manter ligeira supremacia nas jogadas, porém, os colorados se defendem com denodo.
Os ataques colorados eram feitos, na maioria das vezes, pela ala esquerda, enquanto a direita nada fazia, devido a distribuição do jogo e dando ocasião aos contrários de se defenderem melhor.
Decorriam 20 minutos de jogo, quando Pato, de longe, atira ao arco de Penha. Risada, tentando defender de cabeça, erra, indo a esphera ao fundo da rede, apesar do esforço de Penha para evitar a queda do seu posto.
Dessa forma foi feito o primeiro e único gol do Americano.
Pouco depois terminava a primeira fase com o seguinte resultado: Internacional, 2; Americano, 1.
No segundo período, decorridos apenas cinco minutos de jogo, Javel, em alto estilo, aumentou para 3 gols a contagem a favor do seu bando.
Minutos após, Honório, em forte tiro, conquista o quarto ponto
Mancuso encerrou a contagem da tarde.
E sem maior novidade, o jogo vai ao fim com o resultado abaixo:
Internacional - 5
Americano - 1
No primeiro período da luta, o Americano apresentou melhor conjunto. O ataque e a defesa agiam bem, porém, no decorrer do embate, ressentiram-se da continuidade. O seu ponto fraco foi o goleiro.
Alegrete e Luiz bastante falta fizeram ao seu team.
O quadro colorado se apresentou bastante modificado, aparecendo Mancuso, Jaeger e Marreco no ataque, e na defesa Álvaro, todos do segundo team.
Mancuso, como centro-atacante, não distribuiu bem o jogo, principalmente no primeiro tempo, melhorando no segundo; Jaeger, na ponta esquerda, se esforçou bastante, mas não se entendeu bem com Honório; Marreco e Javel pouco produziram no primeiro tempo, melhorando no segundo; a defesa atuou bem; Álvaro, chamado a substituir Miro, atuou muito bem.
O conhecido ponteiro direito colorado Bernardo de Souza Netto resolveu encerrar definitivamente a sua atuação desportiva.
Nenê, como é vulgarmente conhecido, era um dos melhores ponteiros gáuchos e já ontem não apareceu no quadro do Internacional.
Ross não jogará pelo Internacional
Corria, ontem, que o conhecido centro-atacante Donaldo Ross vai abandonar o seu clube.
Sobre o motivo da sua retirada correm diversas versões.
Ross não foi ontem incluído no team colorado, confirmando assim o boato.
Fonte: A Federação (RS), 22/03/1931, ano 1931, n. 069, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68731. Acesso em: 31 out. 2024.

15/03/1931 - Amistoso - Internacional 3 x 0 Grêmio

SERÁ INAUGURADO AMANHÃ O ESTÁDIO DOS "EUCALIPTOS", NO MENINO DEUS
PARA ESSE ATO FORAM DISTRIBUÍDOS MUITOS CONVITES
PELA MANHÃ, ÀS 9 HORAS SERÁ LANÇADA A PEDRA FUNDAMENTAL
Conforme é do conhecimento público, o velho e tradicional Sport Club Internacional inaugura amanhã no Menino Deus, à rua Silverio, o seu confortável estádio.
Para o dia da inauguração, os “colorados” organizaram um variado programa, que, por certo, alcançará o êxito esperado.
Pela manhã, perante o mundo oficial, autoridades civis e membros dos clubes coimãos, será lançada a pedra fundamental, devendo falar o Dr. Octavio Telles de Freitas.
À tarde, conforme já noticiamos, haverá uma grande partida de foot-ball.
Para isso, os “colorados” convidaram a valente turma do Grêmio Porto Alegrense, campeão da cidade, que acedeu ao convite.
Às 14 horas haverá uma partida de basketball entre o Tamandaré e o Internacional.
A tarde desportiva de amanhã será, incontestavelmente, um dos grandes dias do foot-ball local, pois se defrontarão os velhos e volorosos rivais Grêmio e Internacional, o que garante o êxito da tarde, pois ambos os quadros vêm recebendo bons treinos.
Por todos esses motivos, estão de parabéns os amantes do esporte bretão.
Segundo fomos informados, o quadro do Intennacional entrará assim constituído:
Penha
Risada — Miro
Ribeiro — Magno — Moreno
Nenê — Jawel — Marreco — Honório — Rothfuchs
Fonte: A Federação (RS), 07/03/1931, ano 1931, n. 056, p. 3. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68642. Acesso em: 28 out. 2024.

"ESTÁDIO DOS EUCALIPTOS"
Devido ao mau tempo, não foi inaugurado ontem, conforme estava marcado, o “Estádio dos Eucaliptos", situado à rua Silverio, no Menino Deus.
Fazia parte do programa, além de outros divertimentos, uma partida de basket-ball e uma de foot-ball.
Em palestra com um influente do Internacional, nos foi adiantado que a festa da inauguração ficou transferida para a primeira oportunidade.
Fonte: A Federação (RS), 09/03/1931, ano 1931, n. 057, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68649. Acesso em: 28 out. 2024.

SERÁ INAUGURADO, AMANHÃ, O "ESTÁDIO DOS EUCALIPTOS", NO MENINO DEUS
É finalmente amanhã, se o tempo permitir, que se realizará a inauguração oficial do “Estádio dos Eucaliptos”, no Menino Deus, situado à rua Silveiro.
O mundo esportivo de Porto Alegre vai assistir uma das melhores partidas do desporto bretão realizadas nesta capital. Inaugurando o novo e grandioso campo, o esforçado e benemérito desportista Dr. Ildo Meneghetti, presidente do Sport Club Internacional, organizou para o dia de amanhã um excelente programa, do qual fazem parte uma partida de foot-ball e outra de basket-ball, sendo a primeira realizada entre os tradicionais e leais adversários “tricolores” e “colorados”, e a segunda entre o Tamandaré e o Internacional.
Para o pugna de amanhã estão sendo feitos vários palpites.
Uns dizem que serão vencedores os “tricolores”.
Outros que vencem os “colorados”, e assim correm as versões durante todos os dias nos cafés.
Assistimos hoje, no Café Nacional, uma palestra entre um gremista e um internacionalista.
O primeiro dizia que estava confiante no seu quadro, mas que também não deixava de receiar no half Link, que era o ponto fraco do seu “onze”.
Mesmo assim, não esmorecia. O “colorado”, como sempre, estava corajoso, confiante nos seus homens, embora sabendo que existe também um ponto fraco no seu quadro.
Antes de se levantarem da mesa, depois de tomar outro café, numa só vóz, ambos disseram: “veremos amanhã a quem caberá a vitória”...
Sem dúvida alguma, o grande embate é uma das coisas mais difíceis de decifrar.
Ambos os quadros vêm treinando com rigor, o que faz prever uma pugna bastante renhida.
O team do Grêmio, valente e corajoso, envidará todos os esforços para vencer.
O quadro do Internacional, contando com Honório, um dos melhores dos seus atacantes o outros bons elementos, trabalhará com denodo, a fim de não, ver caído o seu pavilhão.
Por todos esses motivos, a parlida entre "tricolores" e "colorados" não só levará ao campo numerosa assistência, como também, será um jogo bastante brilhante e movimentado.
Às 9 horas, como é do programa, será lançada a pedra fundamental definitiva do pavilhão, devendo falar o Dr. Carlos de Aragão Bozano.
Às 14,30 horas, terá inicio a partida de basket ball e às 16,30 horas a de foot ball.
Ontem, tivemos oportunidade de visitar novamente, o "Estádio dos Eucaliptos", de onde trouxemos a melhor das impressões.
Para a festa desportiva de amanhã recebemos atencioso convite, o que agradecemos.
Para a festa de amanhã, foram escolhidas as seguintes comissões:
De portões e bilheteria: Iracy Freire, Ernesto Rezende Welck, Carlos Ribeiro da Silva e Ruy Leonardo Truda; de desporto: Carlos De Lorenzi e Randolpho Torres Balbão; de recepção: Dr. Ildo Meneghetli, Briareu de Azambuja Centeno, Dr. Oscar Borba, Miguel Genta, Dr. Waldemar Silva, Edelberto Machado Mendonça, Dr. Ivo Barbedo, Miguel Araújo, Orestes Leite, Jorge Pinto e Jorge Portella.
Para refiar o match de foot-ball foi convidalo o desportista Heitor Deste, do Americano.
Salvo modificação de última hora, o team do Internacional entrará assim constituído:
Penha
Miro, Risada
Ribeiro, Magno, Moreno
Nenê, Jawel, Ross, Honório e Rothfuchs
O quadro do Grêmio é o seguinte:
Lara
Dario, Sardinha
Linck, Poroto, Russo
Coró, Artigas, Luiz, Toguinho e Nenê
Fonte: A Federação (RS), 14/03/1931, ano 1931, n. 062, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68685. Acesso em: 29 out. 2024.

AMISTOSO - INTERNACIONAL 3 X 0 GRÊMIO
Data: 15/03/1931
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Juiz: Heitor Deste
Gols: Javel ?’/1 (I); Javel ?’/1 (I); Javel ?’/2 (I).
INTERNACIONAL: Penha; Miro Vasques e Risada; Ribeiro, Felix Magno e Moreno; Nenê, Javel, Donaldo Ross, Honório e Rothfuchs.
GRÊMIO: Lara; Eurides Sardinhae Eunides Sardinha; Dario, Luiz Carvalho e Russo; Domingos, Artigas, Foguinho, Coró e Nenê.
Obs: jogo de inauguração do Estádio dos Eucaliptos.

A INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO DOS EUCALIPTOS
TODAS AS FESTIVIDADES DECORRERAM NUM AMBIENTE DE ALEGRIA E ENTUSIASMO
O LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL
[...] O INTERNACIONAL CONSEGUIU ABATER O SEU TRADICIONAL ADVERSÁRIO GRÊMIO PORTO-ALEGRENSE POR 3 A 0
Devem estar jubilosos não só os consócios do Sport Club Internacional, como o mundo desportivo da capital, pois a data de ontem assinalou a inauguração da mais linda praça de desportos do Estado.
Fruto de um longo e pertinaz trabalho, onde se destacaram numerosos membros do clube alvi-rubro, notadamente o seu infatigável presidente, Dr. Ildo Meneghetti, que jamais teve um momento de indecisão no desfalecimento na execução da grandiosa obra que planejara.
De fato, o Estádio dos EucaIiptos representa um esforço tiânico, cuja construção marcará o rastro de uma geração trabalhadora e que assinalará aos vindouros o quanto pode uma vontade disposta a lutar e vencer.
A inauguração dessa importante obra constituiu um verdadeiro acontecimento social desportivo, para o qual não regaleou o seu aplauso o nosso público.
A grande praça de desportos dos colorados será a mais moderna escola de aperfeiçoamento físico e moral da nossa sociedade, e a qual deve ser prestigiada e amparada por todos aqueles que almejam ver na altura que deve pairar o progresso do nosso desporto.
Clube fundado para a nacionalização do desporto no Estado, não poderia deixar de demandar o máximo do seu esforço para marchar na vanguarda.
E assim é que, ontem, após longos e rudes trabalhos, passo a passo, conseguiram alcançar o que sonharam durante tantos anos: a inauguração de uma majestosa sede.
Por tudo isso é justo o júbilo dos alvi-rubros e ao qual nos associamos sinceramente, na certeza de que continuarão a trabalhar pelo engrandecimento do nosso desporto.
Descripção do Estádio
Numa área de 23.000 m², situada num quadrilátero composto pelas Ruas Barão do Guaíba, Silveiro, Barão do Cerro Largo e Dr. Campos Cartier; foi construído o novo estádio do S. C. Internacional.
O campo destinado ao foot-ball tem 405 metros de comprimento por 70 de largura, completamente gramado e circundado por uma pista com a largura de 6 metros destinada ao atletismo, tendo a forma de um elipse. Numa das extremidades fíca a cancha de basket-ball e na outra as canchas de tênis.
As bancadas do lado do sol foram construídas aproveitando-se a diferenca de nível, são todas de alvenaria revestidas de cimento e futuramente serão cobertas por unm pérgola entrelaçada de rosas e trepadeiras.
Junto à cerca corre uma cortina de eucaliptos, a fim de conservar o nome tradicional de "Estádio de Eucaliptos".
Em diferentes planos junto à rua Campos Cartier, será construída a praça de Desportos Infantil, destinada aos filhos dos associados, tendo todos os aparelhos necessários.
Provisoriamente, foi construída, de madeira, uma coberta destinda aos sócios e aos espectadores que desejarem assistir as partidas na sombra.
Na parte central da coberta existe um coreto para as autoridades, imprensa e diretoria.
Suas bancadas são de madeira, mas oferecem um relativo conforto. Na parte inferior da coberta, num lado, fica a "copa" e o outro é destinado aos jogadores, onde ficam situados os dormitórios, vestuários, fardamentos, banheiros, instalações sanitárias, etc. Junto a esta coberta sera construído o pavilhão definitivo, que será a sede social e oferecerá todo o conforto não só aos associados como aos jogadores e espectadores.
Numa das extremidades foi reservado o espaço necessário para a piscina de natação, sendo muito provável que esta, em dezembro deste ano, seja inaugurada, pois a sua construção vem preencher uma necessidade para o desporto na capital.
O custo das obras atualmente está em 450:000$000, sendo que 250 contos com a compra do terreno e 200 contos com o preparo do mesmo e as respectivas construções.
O projeto definitivo, que só em parte está construído e que será levado adiante, de conformidade com os recursos que o clube disponha, custará, depois de concluído, 1.000 contos de réis.
A requisição e construção da praça desportiva do S. C. Internacional é custeada por 500 sócios efetivos que serão os seus proprietários se um dia o S. C. Internacional deixar de existir.
Esses 500 sócios elegem um conselho de 48 membros e este, a diretoria. Um terço do conselho e a diretoria são eleitos anualmente.
Lançamento da pedra fundamental
As festas de inauguração do Estádio dos Eucaliptos teve começo pela manhã, com o lançamento da pedra fundamental do pavilhão a se construir.
Pouco antes das 10 horas, com a presença do major Anthero Marcellino da Silva, representante do general José Antônio Flores da Cunha, ilustre interventor federal neste Estado, paraninfo da solenidade; desembargador Florêncio de Abreu, chefe de polícia do Estado; Sr. Antônio Di Pasca, cônsul do Uruguai; tenente-coronel Agenor Barcellos Feijó, comandante da Guarda Civil; representantes de várias outras autoridades e associações da capital, representantes da imprensa, inúmeros associados e exmas. famílias, teve começo a solenidade.
O Sr. Jorge Pinto, secretário do Internacional, procedeu a leitura da ata, cujo documento foi assinado por todos os presentes e em seguida colocado na caixa, bem como exemplares de todos os jornais da capital e várias moedas. Após o fechamento da caixa e o respectivo assentamento, teve a palavra o Dr. Carlos Bernardino de Aragão Bozano, convidado especialmente para fazer o discurso oficial.
Começou dizendo que fora com verdadeira emoção que recebera esse convite, pois ele vinha trazer à sua memória retumbantes vitórias e pelejas passadas.
Falou longamente sobre o clube alvi-rubro, recordando os nomes de Bendionda, Vares, Miller, Kluwe, os irmãos João e Guilherme Flores da Cunha e outros, prosseguindo no seu feliz improviso o Dr. Bozano, teve palavras de louvor e entusiasmo para com a obra do dr. Ildo Meneghetti.
Finalizou dizendo que o desporto gaúcho ainda muito esperava dos alvi-rubros.
As suas últimas palavras foram cobertas por uma salva de palmas.
Após a diretoria do Internacional ofereceu às autoridades e representações presentes, uma açao de champagne.
Com isso deu-se por finda a primeira parte do programa elaborado para comemorar a inauguração do Estádio dos Eucaliptos.
O aspecto do local
O estádio apresentava um lindo aspecto. Por todos os recantos tremulavam pequenas bandeiras nacionais. No pavilhão central viam-se os pavilhões nacional, da Faget, da Amgea e de outras associações.
[...]
A SENSACIONAL PARTIDA DE FOOT-BALL
O Internacional venceu o Grêmio por 3 gols a 0
A atenção da grande massa de povo que se comprimia no vasto estádio estava voltada para a tradicional peleja entre interncionalistas e gremistas.
Os minutos de espera pareciam séculos e na fisionomia de todos transparecia a impaciência. Os gremistas foram os primeiros a pisar o gramado, debaixo de palmas.
Minutos após entraram, os colorados, sob prolongadas palmas. O capitão do Grêmio ofereceu ao do Internacional grande cesta de flores.
Depois das clássicas fotografias, o juiz, Sr. Heitor Deste, chamou os concorrentes nos respectivos postos.
Feito o sorteio, alinham-se os quadros assim organizados:
GRÊMIO:
Lara
Sardinha I — Sardinha II
Dario — Luiz — Russo
Domingos — Artigas — Foguinho — Coró — Nenê
INTERNACIONAL:
Penha
Miro — Risada
Ribeiro — Magno — Moreno
Nenê — Jawel — Ross — Honório — Ricardo
O jogo
Às 16,30, Ross impulsiona a esfera, passando a Jawel e este a Nenê, avançando pela direita e atira contra o gol do Lara, praticando o goleiro gremista a primeira defesa. Novo avanço colorado e Honório atira fora. Registra-se o primeiro foul de Honório em Luiz, batido sem resultado. O Grêmio reage levando dois atques ao campo contrário, conjurado pelos backs. O jogo não oferece grandes lances, porém, a assistência aplaude os jogadores.
Os colorados avançam pela esquerda, perdendo Honório excelente oportunidade, quando se achava só diante de Lara, atirando por cima do arco.
O Grêmio ataca e Moreno concede o primeiro corner. Domingos bate com perícia e Penha pratica ótima defesa. Os gremistas insistem no ataque e Risada faz corner.
O ponteiro direita gremista cobra e Coró escora de cabeça, indo a bola por cima da trave.
Os locais avançam e Sardinha faz foul perto da área perigosa. Nenê cobra, passando a Honório que atira por cima. Dario comete falta, Risada atira, praticando Lara boa defesa.
A defesa do Gêemio cede terreno e os colorados aproveitam a oportunidade para fazer fortes ataques ao campo contrário.  tendo Lara ocasião de demonstrar mais uma vez a sua perícia, defendendo com denodo o seu posto. Ricardo perde duas boas oportunidades.
Luiz dirige um bom ataque ao campo contrário, porém, Miro conjura a situação.
Ross faz um passe largo para Javel e este manda a Nenê. O ponteiro direito colorado corre e próximo à area contrária entrega a esfera novamente a Javel que, sem perda de tempo, atira contra o posto de Lara, marcando o primeiro gol do Internacional.
O feito do ágil meia direita colorado foi calorosamente festejado pelo público.
Recomeçado o prélio, o Grêmio ataca e Coró atira por fora. Domingos escapa e dá um bom centro, Artigas escora de cabeça e e bola vai por cima.
Os colorados avançam pelo centro, Ross passa a Nenê que atira ao ares, praticando Lara difícil defesa.
A esfera vai a Ribeiro e este desfere violento tiro, obrigando ao goleiro gremista a nova e empolgante defesa.
Os gremistas reagem e obrigam a Penha a duas boas defesas. Nova avançada gremista e mal rematada por Coró que atira por fora.
Registra-se um ataque colorado e Nenê, após fintar dois contrários, face a face com Lara, atira fora.
Há um foul de Nenê (Grêmio), e Ross perde boa ocasião de aumentar a contagem.
Momentos antes de finalizar o primeiro tempo, Javel, recebendo um passe, avança, Lara fica indeciso e tenta apanhar a esfera saindo do goal, aproveitando aquele a ocasião para assinalar o 2º gol do Internacional.
Novos e prolongados aplausos coroaram o feito do jogador colorado.
Segundos depois findava o primeiro período da luta com o seguinte resultado:
Internacional - 2
Grêmio - 0
O 2º tempo
O 2º tempo de luta foi iniciado às 17,25. Sai o Grêmio e logo em seguida o árbitro marca um foul de Javel, batido sem resultado.
Os colorados avançam e Nenê obriga Lara a praticar ótima pegada.
Foul de Ribeiro, Russo cobra e Moreno intercepta, mandando a esphera a Ricardo e este a poucos passos do arco de Lara atira por fora.
Registra-se uma forte reação do team gremista. Sardinha atira de longe e Penha apara com dificuldades, fazendo corner.
Há uma confusão na porta do gol dos colorados, fazendo Penha boa tirada.
Domingos escapa e centra, porém, Luiz cabeceia, indo fora.
Foul de Ribeiro, Foguinho cobra, indo a esfera aos pés de Luiz, que, após se desenvenciliar de dois contrários e quando todos contavam certa a queda do arco de Penha, eis que o grande atacante, comumente de infelicidade, atira fora.
Prosseguindo o jogo, o árbitro cobra várias infrações de ambos os quadros.
Num ataque do Grêmio, Luiz perde ótima ocasião, atirando por fora.
Foul de Nenê e Magno obriga a Lara a excelente jogada. Nova defesa do goleiro gremista de um tiro de Honório.
O embate é suspenso por se achar enfermo Dario. Reiniciada a partida, registram-se jogadas no centro do campo. A seguir é interrompida novamente a peleja para a substituição da bola.
Recomeçado o embate, o Grêmio avança e Miro faz foul. Luiz cobra e Penha faz segura pegada. Nenê atira por fora.
Nenê comanda um ataque colorado rematando por aquela com forte pelotaço, fazendo Lara empolgante defesa.
Dois ataques dos colorados pela esquerda não surtem efeito por haver Ricardo atirado por fora.
Minutos antes do final do jogo, Honório, de posse da esfera, atira contra o arco de Lara. Javel acompanha com agilidade a trajetória da esfera e quase às portas do gol de Lara consegue apanhá-la e marcar o 3º último gol do Internacional, entre ovações do público.
Poucos minutos depois finalizava o tradicional encontro com o resultado abaixo:
Internacional - 3
Grêmio - 0
Apreciações
O team vencedor mereceu a vitória. Atuou com mais homogeneidade e demonstrou estar com preparo superior ao adversário.
O Grêmio ressentiu-se  sensivelmente da falta do excelente centro-médio Poroto. E depois as seguidas modificações bastante contribuíram para a pouca eficiência do conjunto gremista. Mas, mesmo assim, Iutaram com denodo até o final.
Quanto aos jogadores daremos rápida opinião.
Penha pouco trabalho teve. As poucas vezes que entrou em ação se portou bem.
Miro e Risada formaram excelente parelha; Ribeiro esteve bem; Magno foi, ao nosso ver, o maior cooperador da vitória do seu quadro. Ágil, valente e oportuno, desfaz com maestria os ataques contrários; Moreno, apesar de reformado, conseguiu se sair bem. O ataque teve na sua direita Nenê-Javel, os seus melhores elementos; Ross dirigiu bem a linha, porém, não acompanha os seus ágeis companheiros; Honório, no qual estavam depositadas as esperanças da maioria dos colorados, muito bem marcado, com forte tiro, é muito afoito nas pegadas, e por tal motivo perdeu várias oportunidades de marcar pontos.
Lara continua sendo o esteio mais forte da defesa gremista.
Fez uma magnífica jogada. Defendeu com denodo o seu posto e os gols que entraram eram indefensáveis.
Os irmãos Sardinha não se entenderam bem e abriam seguidas brechas ao ataque contrário. Dario, como half, pouco produzia: deve continuar na sua posição; Luiz, como chave do team, não correspondeu, e depois de trocar a posição melhorou; Russo, tanto como half de ala como no centro, atuou bem. Este jogador com mais alguns treinos estará apto para ocupar essa difícil posição; o ataque esteve bastante fraco. Depois que Luiz passou a comandá-lo melhorou sensivelmente.
Prêmios
Por intermédio de um dos diretores da FAGET foi entregue, no próprio campo, uma rica taça oferecida por intermédio da entidade máxima de desportos terrestres no Rio Grande do Sul pelo Sport Club Bataclan, de Quaraí, ao quadro do Internacional, vencedor da pugna.
Ao vencedor da partida ne basket-ball, Grêmio Tamandaré, a diretoria do Internacional ofereceu uma linda taça, como recordação da inauguração do Estádio dos Eucaliptos.
Fonte: A Federação (RS), 16/03/1931, ano 1931, n. 063, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/68689. Acesso em: 29 out. 2024.