Citação #03

Você conhece a origem dos uniformes secundários dos clubes? E sabia que, historicamente, o Internacional foi o segundo brasileiro a adotar um fardamento paralelo ao número um. Conheça a história:
"Primeira camisa dois 
Eu ia chamar esse capítulo de "Primeira segunda camisa", mas ficaria muito estranho. De qualquer modo, o propósito aqui é falar justamente sobre qual clube foi o primeiro a adotar um uniforme reserva.
A depender do relato de Mário Filho, o Flamengo já teria definido ambos os uniformes no próprio dia de sua fundação, em 1895, assim: 
'O primeiro uniforme ficará vago. Assim: camisa de meia de seda — manda-se buscar na França uma azul e ouro, para ver se elas desbotam ou não — boné preto, calça de brim branco, cinto branco e sapatos de lona branca, com sola de borracha preta. Isso tem por aí. O segundo uniforme pode ser de camisa de meia preta com duas âncoras vermelhas, cruzadas, boné preto, cinto branco e calção preto ou calça branca, à vontade.'
Só tem um pequeno detalhe: eram uniformes de regatas, não de futebol... Segundo Luís Miguel Pereira, o primeiro uniforme reserva do Flamengo, para o futebol, só foi criado em 1938, a pedido de Dori Krueschner: camisa branca com uma faixa rubronegra horizontal e o escudo no meio. Para o técnico húngaro, seria melhor de enxergá-la nos jogos noturnos e também em partidas contra outros times rubronegros. Involuntariamente, ele estava repaginando o uniforme da primeiríssima partida de futebol do clube — porque, na derrota de 5x1 para o CR Botafogo, em 1903 (ver "Primeiros clubes"), os remadores do Flamengo jogaram com camisas brancas e calções pretos. 
Conforme Paulo Coelho Netto, em 26.12.1906, o Fluminense decidiu lançar, para o ano seguinte, uma camisa branca com faixa diagonal [...]. Segundo Paulo Gini e Rodolfo Rodrigues, graças a essa decisão, o tricolor foi um dos primeiros clubes a adotar uma camisa dois. Só que o site do clube diz que ela não se somou à outra pois, na realidade, substituiu a anterior; que o clube decidiu mudar a camisa porque o uso repetido do tradicional uniforme tricolor de listras verticais estava descaracterizando as cores originais. De acordo com Antonio Carlos Napole, a camisa dois do Fluminense só foi instituída mesmo na década de 30.
Segundo o Guia oficial do campeonato paulista, o primeiro uniforme da Ponte Preta era constituído de camisas de listras verticais alvinegras, sendo que a camisa totalmente preta só era usada em solenidades e jogos festivos. Sendo assim, a primeira camisa dois do futebol brasileiro seria da Macaca.
Todavia, é difícil obter uma confirmação disso. Afinal, de acordo com Sérgio Rossi, André Pécora, Stephan Campineiro e José Bertazzoli, a camisa preta foi efetivamente o primeiro uniforme da Ponte, que jogou com ele até 1913. Isso porque, em 11.08.1913, no amistoso de aniversário do clube, quando empatou com o Ruggerone em 1x1, a camisa preta foi substituída pela camisa listrada alvinegra. Segundo Pécora e Campineiro, somente na década de 20 passou a ter dois uniformes: um listrado e um todo branco. 
Nesse mesmo ano de 1913 quem lançou uma camisa dois foi o América Mineiro. Sua camisa um era branca com faixa diagonal verde e a dois era de listras verticais verdes e brancas. 
Considerando o que foi dito acima e tendo por base o livro de Paulo Gini e Rodolfo Rodrigues, há indícios de que o primeiro clube a lançar uma camisa dois foi o Atlético Mineiro, em 1910. Enquanto a camisa um era preta, a dois tinha listras verticais alvinegras. Em 1911, foi a vez do Internacional de Porto Alegre, com dois uniformes: uma camisa vermelha e outra branca. Já que falamos em camisa dois, pelas informações desse mesmo livro, tudo indica que a primeira camisa três foi do Grêmio. De 1949 a 1955, a camisa tun era listrada, a dois, branca e a três, azul".
Texto retirado da revista Do Fundo do Baú: pioneirismos do futebol brasileiro, de Laércio Becker. 2ª edição, Curitiba - 2012.

Celso Roth, o burro

A fama de Celso Roth corre o país inteiro. Retranqueiro, apavorado, empacado... Um legítimo burro. Palavras da torcida colorada (sim, também sou parte dela hehe). Mas uma faixa chamou a atenção, fazendo sentido diante de todas as oportunidades que Roth teve na casamata colorada.
Fonte: Rede Globo (reprodução)
Antes do jogo entre Internacional e Santos, válida pelo Brasileirão de 2002, um torcedor chamado Ênio Fett, da cidade de Sapiranga, levou uma faixa com os seguintes dizeres:

"CELSO ROTH
NO PASSADO TE CHAMAMOS DE BURRO
POR FAVOR, PROVE-NOS O CONTRÁRIO"

A referência foi ao péssimo primeiro semestre de 1998, quando o Internacional foi eliminado na primeira fase diante do América Mineiro. A gota d'água foi a decisão do Gauchão, com a derrota para o Juventude por 3 a 1 no jogo de ida.

Infelizmente, Celso Roth justificou sua fama de burro e teimoso, apesar da vitória por 3 a 2 sobre o jovem time santista. O destaque da partida: o lateral-esquerdo Chiquinho, que infernizou a vida do lateral Wellington Katzor.

Manter Chiquinho como titular, em grande fase, seria o certo, né? Para Roth, não foi o suficiente. O treinador insistia com Cássio e Chiquinho permanecia esquentando o banco. E o Internacional seguia em queda livre na competição, até a 25ª rodada, quando o time perdeu em casa para o modesto Coritiba. Cláudio Duarte assumiu e livrou o Inter do rebaixamento.

É, Ênio... A fé colorada não foi o suficiente para nos fazer acreditar que Celso Roth poderia nos provar o contrário.

Confrontos decisivos entre Internacional e Juventude desde 2002

Foto: Fernando Gomes/Agência RBS
Campeão mais uma vez. A rotina de títulos estaduais se estende com a sexta taça consecutiva. Um banho de bola dentro de campo mostrou a diferença gritante que existe entre os grupos de Internacional e Juventude.

O time caxiense não foi páreo para o colorado do técnico Argel. Nem mesmo a grande campanha do Juventude fez com que se criasse qualquer ameaça ao Internacional nas duas partidas da decisão do Campeonato Gaúcho de 2016.

Desde 2002, na sequência dos 20 títulos (Mundial de Clubes, duas Libertadores, duas Recopas, Copa Sul-americana, Dubai Cup, Suruga Bank Cup e 12 estaduais), o Juventude esteve no caminho do Internacional em três ocasiões em que o Internacional acabou levantando o caneco. Vamos relembrar:

Em 2008, o Internacional iniciou a decisão com derrota em Caxias do Sul, mas reverteu em casa com uma goleada histórica de 8 a 1, com direito a gol de pênalti do goleiro Clemer.

CAMPEONATO GAÚCHO 2008
FINAL - IDA
JUVENTUDE 1 X 0 INTERNACIONAL
Data: 27/4/2008
Local: Alfredo Jaconi - Caxias do Sul (RS)
Público: 13.385
Renda: R$ 227.800,00
Juiz: Leonardo Gaciba, auxiliado por Marcelo Barison e Paulo Ricardo Conceição.
Cartões: Orozco, Ji-Paraná, Marcão (I); Márcio Alemão (J);
Gol: Maicon 47'/2 (J).
JUVENTUDE: Michel Alves; Hélder, Márcio Alemão, Nunes e Elvis; Renan (Hércules), Juan Peres, Lauro (Maicon) e Leandro Cruz (Márcio Goiano); Mendes e Ivo. Técnico: Zetti.
INTERNACIONAL: Clemer; Índio, Orozco e Marcão; Bustos, Danny Morais, Magrão, Andrezinho (Adriano) e Ji-Paraná (Titi); Nilmar (Iarley) e Fernandão. Técnico: Abel Braga.

CAMPEONATO GAÚCHO 2008
FINAL - VOLTA
INTERNACIONAL 8 X 1 JUVENTUDE
Data: 4/5/2008
Local: Beira-Rio - Porto Alegre (RS)
Público: 42.866 (38.210 pagantes).
Renda: R$ 526.650,00
Juiz: Carlos Simon, auxiliado por Altemir Hausmann e José Carlos Oliveira.
Cartões: Danny Morais, Orozco (I); Juan Perez, Nunes, Elvis e Mendes (J).
Gols: Danny Morais 25'/1 (I); Fernandão 29'/1 (I); Fernandão 31'/1 (I); Alex 37'/1 (I); Fernandão 4'/2 (I); Nilmar 9'/2 (I); Índio, contra 12'/2 (J); Índio 32'/2 (I); Clemer, pênalti 45'/2 (I).
INTERNACIONAL: Clemer; Índio, Orozco e Marcão; Bustos (Jonas), Danny Morais, Magrão, Alex (Andrezinho) e Guiñazu; Fernandão (Iarley) e Nilmar. Técnico: Abel Braga.
JUVENTUDEMichel Alves; Elvis (Leandro Cruz), Laerte, Nunes e Márcio Goiano (Zezinho); Juan Perez, Hércules (Maicon), Hélder e Lauro; Ivo e Mendes. Técnico: Zetti.

No ano de 2013, o colorado conquistou a Taça Piratini, o 1º turno do campeonato. Na decisão da Taça Farroupilha, o Inter bateu o Juventude nos pênaltis, ficando com o título estadual.

CAMPEONATO GAÚCHO 2013
2º TURNO - FINAL
INTERNACIONAL 0 (4) X (3) 0 JUVENTUDE
Local: Centenário - Caxias do Sul (RS)
Público: 18.314 (16.077 pagantes).
Renda: R$ 656.724,00
Juiz: Márcios Chagas, auxiliado por Altemir Hausmann e Júlio César Santos.
Cartões: Gabriel (I); Robinho, Bergson e Jardel (J).
INTERNACIONAL: Muriel; Gabriel, Rodrigo Moledo, Juan e Fabrício; Willians, Aírton, Fred e D'alessandro; Forlán e Leandro Damião (Caio Canedo). Técnico: Dunga.
JUVENTUDE: Fernando; Moisés, Rafael Pereira, Diogo (Romano) e Robinho; Jardel, Gustavo (Dê), Fabrício e Diogo Oliveira; Bergson (Rogerinho) e Zulu. Técnico: Lisca.

Pra fechar, o título desse ano, conquistado com duas vitórias e muita tranquilidade. O Juventude não venceu nenhum dos três confrontos contra o Internacional na temporada. A festa foi no Beira-Rio, com uma goleada de 3 a 0.

CAMPEONATO GAÚCHO 2016
FINAL - IDA
JUVENTUDE 0 X 1 INTERNACIONAL
Data: 1/5/2016
Local: Alfredo Jaconi - Caxias do Sul (RS)
Juiz: Leandro Vuaden, auxiliado por José Javel Silveira e Lúcio Flor.
Cartões: Lucas (J); Fabinho, Anderson, Andrigo e Vitinho (I).
Expulsão: Vitinho (I).
JUVENTUDE: Elias; Lucas, Klaus, Heverton e Pará (Sassá); Wanderson (Felipe Lima), Itaqui (Wallacer), Bruno Ribeiro e Hugo; Dieguinho e Roberson. Técnico: Antônio Carlos Zago.
INTERNACIONAL: Alisson; Paulo Cezar Magalhães, Paulão, Ernando e Artur; Fernando Bob, Fabinho, Ânderson (Marquinhos) e Andrigo (Jair); Vitinho e Sasha (Raphinha). Técnico: Argel Fucks.

CAMPEONATO GAÚCHO 2016
FINAL - VOLTA
INTERNACIONAL 3 X 0 JUVENTUDE
Data: 8/5/2016
Local: Beira-Rio - Porto Alegre (RS)
Público: 42.065 (37.179 pagantes).
Renda: R$ 2.244.615,00
Juiz: Anderson Daronco, auxiliado por Rafael da Silva Alves e Júlio César dos Santos.
Cartões: William, Paulão (I); Bruno Ribeiro, Lucas, Pará, Héverton e Hugo (J).
INTERNACIONAL: Alisson; William (Paulo Cezar Magalhães), Paulão, Ernando e Artur; Fernando Bob (Jair), Fabinho, Ânderson (Gustavo Ferrareis) e Andrigo; Aylon e Sasha. Técnico: Argel Fucks.
JUVENTUDE: Elias; Hélder (Wallacer), Klaus, Héverton (Sassá) e Pará; Wanderson, Lucas, Dieguinho e Bruno Ribeiro; Roberson e Hugo. Técnico: Antônio Carlos Zago.

Confira os gols da vitória colorada que decretou o hexacampeonato estadual:

Larry

Hoje, 6 de maio de 2016, é um dia muito triste na história do Sport Club Internacional. Às vezes, a idade avançada serve de consolo quando se trata de uma perda. Mas nem mesmo os 83 anos de Larry Pinto de Faria amenizam a tristeza que toma conta do coração colorado.

LARRY
(atacante)

Nome completo: Larry Pinto de Faria
Data de nascimento: 3/11/1932
Local: Nova Friburgo (RJ)

CARREIRA:
1951-1954 Fluminense
1954-1961 Internacional

Larry, o atacante "cerebral", chegou no Internacional em 1954, ano que marcou o nome dele na história do Internacional e do clássico Gre-Nal. O Grêmio, tinha em Aírton Pavilhão, fantástico defensor, sua referência. E o Internacional trouxe o atacante para reverter esse quadro.

O nosso nobre atacante infernizava a defesa tricolor nos clássicos. E sua vítima predileta era ninguém menos que o próprio Aírton. Larry sofria nos embates com os tricolores, mas apanhava de cabeça erguida, carregando consigo a classe e a elegância de um malandro carioca, mas a destreza de um gaúcho de coração.

O jogador está marcado na história colorada como o homem que estragou as festividades de inauguração do novo estádio do co-irmão, com uma chapuletada de 6 a 2, com quatro gols seus. Tamanha humilhação fez com que o goleiro gremista, Sérgio Moacir, quisesse abandonar o gramado. Educadamente, Larry o pegou pelo braço e o trouxe de volta à meta, alegando que os torcedores azuis ficariam irados com a atitude do arqueiro.

Em seus sete anos defendendo o Internacional, formou uma dupla letal jogando ao lado de Bodinho. Com a camisa vermelha, Larry conquistou os estaduais de 1955 e 1961, além de conquistar o título Pan-americano de 1956 pela Seleção Brasileira.

Larry defendeu o Internacional até 1961, ano do início da construção do estádio Beira-Rio. O atacante sempre disse que uma de suas maiores tristezas era não ter jogado no Gigante. Mas, assim como o estádio dos Eucaliptos e grandes nomes como Fernandão, Nena, Bodinho e Ênio Andrade, Larry Pinto de Faria parte para a eternidade.

Fica aqui o agradecimento de todos os Colorados Anônimos a todas as alegrias proporcionadas por ti. Obrigado por tudo, Larry!

Citação #02

O Gaúcho de Passo Fundo queria realizar uma partida amistosa contra o Internacional em 1945, sensação do futebol gaúcho com o mítico Rolo Compressor. Para isso, emitiu um ofício à Liga Passo-fundense para o jogo ser disputado no dia 29 de junho daquele ano. Infelizmente, a partida não aconteceu e o Internacional viajou ao Rio de Janeiro para enfrentar o Flamengo.

"Ofício nº 26-45 
Passo Fundo, 21 de Junho de 1945 
Ilmo. Sr. Presidente da Liga Passofundense de Futebol
Nesta Cidade 
Desejando o S. C. Gaúcho trazer a esta Cidade o esquadrão do S. C. Internacional, da Capital do Estado, para disputar uma partida amistosa, solicito-vos, de ordem do Sr. Presidente desta agremiação, que a data de 29 do corrente seja cedida para o referido jogo. 
Sem mais, subscrevo-me atenciosamente 
Pelo S. C. Gaúcho 
Ney de Moraes FernandesSecretário Geral"

Imagem retirada do livro "Os Donos da Bola: o campeonato citadino de futebol de Passo Fundo 1922-1978", de Lucas Scherer (2012).