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10/11/1999 - Campeonato Brasileiro 1999 - 1ª fase - Internacional 1 x 0 Palmeiras


O descenso é o inferno para qualquer clube no cenário nacional. Qual torcedor gostaria de ver seu time do coração disputando partidas no segundo escalão do futebol brasileiro? A dor do rebaixamento deve doer e nós, colorados, jamais gostaríamos de provar esse sabor amargo.
A apreensão da torcida colorada foi levemente amenizada pelo ponto ganho na justiça, depois da constatação da irregularidade na escalação de Sandro Hiroshi por parte do São Paulo. Casa cheia e os nervos aflorados, em um misto de confiança e apreensão na luta contra a queda à Série B.  O Inter ainda dependia de resultados paralelos para permanecer na Série A.
A esperança colorada estava depositada em Lúcio, Dunga e Fabiano. O Palmeiras tinha um time excelente, com Marcos, Cléber, Zinho e Paulo Nunes, odiado pela massa vermelha em virtude de sua identificação com o Grêmio.
Mal o árbitro Márcio Rezende de Freitas apitou o início de jogo e o Inter começou a pressionar o Palmeiras, que se preparava para a disputa do Mundial contra o Manchester United. Quem imaginava que o Verdão viria somente pra cumprir tabela, se enganou. O Palmeiras se defendeu e criou grandes possibilidades no primeiro tempo. O Inter, nervoso, não conseguia ter o controle da bola.
Felipão, gremista escancarado, parecia disposto a rebaixar o Internacional. Ainda nervoso, mas determinado a não cair, o Inter e seu time de operários suportavam a pressão palmeirense do jeito que dava. Mesmo desfalcado, o Verdão era um timaço. Os alto-falantes do Beira-Rio não informavam os resultados alheios, para não desmotivar o torcedor e o time. Tudo estava desfavorável e o Colorado precisava da torcida mais do que tudo.
Aos 35 do segundo tempo, o Inter chegava na frente em um contra-ataque, quando Celso, que entrou no lugar do lateral-esquerdo Gustavo, aplica um lençol no volante Galeano e é derrubado. A falta era sinônimo de esperança. Celso, artilheiro do Inter no campeonato, e Elivélton se posicionavam para a cobrança de falta.
Celso cobrou por cima da barreira e Dunga, 15 anos de volta depois de deixar o Beira-Rio, escora de cabeça, fugindo da marcação. Ele, que foi preterido por Leão nas últimas rodadas, se tornou nosso salvador.
A partir daí, loucura total. O Inter fazia o que dava para segurar o Palmeiras, depois de ter o técnico Leão expulso. Rezende deu apenas dois minutos de acréscimo e na virada dos 46, os refletores se apagam. Depois de quinze minutos sem luz, a bola volta a rolar e Pena dá o último susto, chutando uma bola por cima do gol do baixinho João Gabriel.
Fim de jogo. Internacional permanece na elite do futebol nacional e, de quebra, termina o campeonato na frente do rival. A fatídica década de 90 chegava ao fim com duas fugas do rebaixamento. Ambas bem sucedidas, graças a Deus, Letelier e Dunga.

CAMPEONATO BRASILEIRO 1999 - 1ª FASE - INTERNACIONAL 1 X 0 PALMEIRAS
Data: 10/11/1999 
Local: Beira-Rio - Porto Alegre (RS) 
Público: 40.068 
Renda: R$ 63.206,00 
Juiz: Márcio Rezende de Freitas, auxiliado por Marco A. Gomes e Marco A. Martins.
Cartões: Enciso (I); Asprilla e Cléber (P). 
Gol: Dunga 36’/2 (I).
INTERNACIONAL: João Gabriel; Denílson, Ânderson Luiz, Lúcio e Gustavo (Celso); Dunga, Enciso, Claiton e Elivélton; Fabiano e Almir. Técnico: Émerson Leão.
PALMEIRAS: Marcos; Arce (Jackson Coelho), Agnaldo Liz (Edmílson), Cléber e Júnior; Galeano, Rogério Fidélis, Zinho e Asprilla; Paulo Nunes e Evair (Pena). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Canal: Edu Cesar

Dunga

DUNGA
(volante)

Nome completo: Carlos Caetano Bledorn Verri
Data de nascimento: 31/10/1963
Local: Ijuí (RS)

CARREIRA:
1981-1984
Internacional
1984-1985
Corinthians
1986
Santos
1987
Vasco
1987-1988
Pisa-ITA
1988-1992
Fiorentina-ITA
1992-1993
Pescara-ITA
1993-1995
Stuttgart-ALE
1995-1998
Jubilo Iwata-JAP
1999-2000
Internacional

Como um carrapato, Dunga marcava adversários sem deixá-los respirar. Desde jovem, o vigor físico era a marca registrada de Dunga, que além de ser um exímio marcador e líder, possuía um chute fortíssimo e preciso.

Dunga foi lançado aos profissionais do Internacional em 1981, mas só passou a ser titular absoluto da posição em 1983. Ganhou projeção ao conquistar os títulos do Joan Gamper de 82, Gauchão de 84, além de fazer parte da inesquecível SeleInter, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984.

Se transferiu para o Corinthians na metade de 1984 e permaneceu no Parque São Jorge até 1985. Em 1986, foi para o Santos junto com De León, repassados pelo empresário Juan Figger. No ano de 1987, foi campeão carioca defendendo o Vasco, jogando ao lado de Romário.

Rapidamente, foi para e Europa. Passou por Pisa, Fiorentina e Pescara. Na Itália, passou a maior dificuldade na carreira. A Seleção de Lazaroni, eliminada nas oitavas-de-final da Copa de 1990, foi duramente criticada, especialmente Dunga. A imprensa tachou tal momento de fracasso como a "Era Dunga". O volante jamais se abateu e deu bola às críticas da imprensa. Seguiu jogando o futebol que o fazia um dos melhores jogadores do mundo na posição.

Em 93, começou a reviravolta na carreira de Dunga no Stuttgart. No futebol alemão, característico pelo futebol força, o volante retomou a confiança e voltou à Seleção. O tapa de luva dado na mídia veio com o título mundial em 94, numa época de desconfiança nacional em cima do time brasileiro. O volante ergueu a taça e esbravejou contra aqueles que duvidaram do seu potencial e dos seus companheiros.

Foi fazer dinheiro no Japão, jogando pelo Jubilo Iwata. Era cômico ver Dunga se relacionando com os jovens jogadores japoneses. Disputou mais uma Copa do Mundo, em 98, perdendo a decisão para a França.

Dunga retornou ao Internacional em 1999, com muita festa. Uma pena o time não corresponder com a liderança do atacante. O Internacional teve um péssimo ano, mas Dunga foi o grande salvador com o gol que livrou o Internacional do rebaixamento, diante do Palmeiras. O volante pendurou as chuteiras em 2000, depois da eliminação colorada na Copa Sul-Minas.

Retornou ao Beira-Rio em 2013, como técnico. Levantou a taça do Gauchão, mas o time não foi bem na Copa do Brasil e no Brasileirão. Mesmo assim, Dunga é um dos jogadores mais queridos da torcida colorada e se declarou um torcedor apaixonado pelo Inter após sua demissão.