INTERNACIONAL: Moeller; Tito Arreguy e Miro Vasques; Ribeiro, Lampinha e Paulo Annes; Darcy, Nenê, Donaldo Ross, Veiga e Barros.
OS JOGOS DE ONTEM
CRUZEIRO, 2 - INTERNACIONAL, 3
Realizou-se, ontem, no campo do Caminho do Meio, o esperado encontro do campeonato da cidade entre os fortes quadros do Sport Club Cruzeiro e Sport Club Internacional.
Ambos os quadros apresentaram-se desfalcados de bons elementos: o Cruzeiro, com a falta de Torres e Veterano, substituídos por João e Louzada; e o Internacional da parelha de zagueiros Grant e Gilberto, ocupando seus lugares Miro, extrema esquerda, e Tito Arreguy, este último já há muito reformado.
O jogo esteve muito aquém da expectativa sem técnica, predominando sempre o jogo violento.
O Cruzeiro em conjunto esteve melhor do que seu adversário, faltando à sua linha unicamente remate nas cargas finais.
Os alvi-rubros, talvez, com a preocupação constante na fraqueza do seu último reduto, não desenvolveram jogo apreciável.
Enfim, o jogo desenvolvido pelos contendores deixou má impressão na assistência, contribuindo muito para isso o juiz da partida.
Logo de início, o Internacional procurou assediar o campo contrário, mas os cruzeiristas defendem-se muito, aparecendo como primeiras figuras Espir, Odalgiro e Salatino.
O Cruzeiro reage e João atira fora.
Voltando à carga os alvi-rubros, a defesa cruzeirista comete pênalti, que atirado pelo half Ribeiro, redunda no primeiro ponto do Internacional, aos 45 minutos de jogo.
Os cruzeiristas procuram desfazer a vantagem obtida pelo seu contrário, mas são infelizes no remate final.
E com cargas de lado a lado, terminou o primeiro tempo com o resultado de 4 a 0, favorável aos visitantes.
A segunda fase da partida, esteve muito mais movimentada do que a primeira, porém, o jogo violento tirou todo o brilho que poderia ter a mesma.
Poucos minutos decorriam da saída do jogo, quando Ribeiro conseguiu marcar o segundo ponto para o seu clube.
O Cruzeiro reage fortemente e Tito, ao fazer uma defesa, comete a pena máxima.
Nestor cobra a penalidade, e em violento tiro, abre a contagem para o seu clube.
Animam-se os cruzeiristas com este feito e procuram elevar a contagem, levando fortes cargas ao gol de Moeller, fazendo uma difícil pegada de um tiro de Moacyr.
Os internacionalistas não esmorecem, carregando com vigor, perdendo Barros ótima ocasião de aumentar o score.
Nova carga do Internacional e Barros marca um gol, porém, o árbitro anula o tento por considerá-lo off-side.
Os locais carregam pela direita e Frank dá violento tiro que passa junto à trave superior do gol de Moeller.
Novamente voltam ao ataque os alvi-azuis, e João, em tiro de canto, empata a partida.
Ribeiro troca com Veiga a respectiva posição.
Os alvi-rubros fazem ingentes esforços a fim de desempatarem a pardida, carregando fortemente, tendo Chico, keeper cruzeirista, feito duas belas defesas.
Faltavom 12 minutos para o final quando Ribeiro carrega com vigor, e Espir vem ao seu encontro, rolando ambos no chão.
Surgem protestos da assistência partidária dos alvi-rubros, que queriam a penalidade máxima contra os locais. Porém o juiz não marcou a falta, batendo a bola junto à area.
O Cruzeiro faz duns escapodas sem resultado.
Novamente o Internacional carrega e Ribeiro, segurando a pelota, corre em direção ao gol de Chico, dando outro encontro entre este jogador e Espir.
Depois de titubear um pouco, o árbitro resolveu cobrar a pena máxima do Cruzeiro.
Ribeiro atira o tiro livre, conquistando, desta forma, o gol da vitória.
Dois depois, terminou a partida, com o seguinte resultado:
Internacional - 3
Cruzeiro - 2
Fonte: A Federação (RS), 27/06/1927, ano 1927, n. 146, p. 3. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/61530. Acesso em: 02 set. 2024.