De saída, logo que foi batido o kick-off, os dianteiros alvi-rubros avançaram pelos domínios do adversário, obrigando Osguardio a defender seu gol, que esteve momentaneamente em perigo.
A essa, seguiram-se outras ofensivas do Internacional, ora anuladas pela linha média, ora pelos backs do Porto Alegre, sem que outro resultado trouxesse a não ser o de ativar o jogo, movimentá-lo.
Por sua vez, a eleven do Porto Alegre, abandonando a confusão e falta de iniciativa característica dos primeiros momentos de jogo, organizou-se, passados já 10 minutos e em cargas rápidas, pela extrema esquerda, chamou De Lorenzi a postos com shoots fortes e certeiros.
Nesse interim, cometido um hand na área do "Internacional" foi batido o pênalti; defendeu De Lorenzi, com cara felicidade, mandando a bola ao centro.
Seguiu-se um free kick contra os alvi-rubros, sem resultado apreciável.
Normalizados os ataques dos dois adversários, o quinteto do Porto Alegre demorou-se, por vezes, em campo inimigo, algumas em jogo forte e apertado em frente e bem próximo do gol, outras com rápides e bem dirigidas centradas da extrerma direita.
Pode-se, então, apreciar lindas combinações dos alvi-verdes, cujo perigo conseguiram conjurar os internacionalistas, recebendo, uns e outros, cerradas palmas.
Seguiu-se um jogo disputado, de ambos os lados, mas sem grandes recursos de tática.
Aproveitando um passe, Leão os escapou-se, velozmente, com a bola até a área de gol do "Internacional".
Apertado, ali, pelas defesas contrárias, teve de mandar a pelota ao seu companheiro Baptista, que estava livre na extrema.
Nada pôde este fazer: estava off-side e o apito do juiz impedia-o de chutar.
Momentos após, De Lorenzi foi obrigado a interceder na defesa de seu gol contra um belo tiro de Leão, saindo-se bem dessa contingência.
Já aos 40' foi batida a primeira corner do dia contra o Internacional.
Chutada por França, houve instantes de entrevero no qual Bello pôs fim mandando a bola, com pé firme, nos domínios adversários.
Dela apossou-se a linha alvi-rubra indo molestar, seriamente, o arqueiro Osguardio com corners nos 43 e 45'.
Na defesa do último, o back Notari incorreu num hand, de cuja punição foi incumbido Bello.
E, chutado com firmeza, no canto esquerdo do gol, Osguardio não teve tempo de anular sua consequência que foi a abertura do score, segundos antes de findo o primeiro half-time, com um gol para o Internacional.
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Às 17 horas, decorridos, portanto, o descanso regulamentar, foi reiniciada a luta.
Caracterizou-se o jogo, de começo, pelas investidas rápidas e perigosas, estremcindas de lindos lances que fariam prever mais um ponto, para um ou outro quadro.
E, se bem que as defesas dos contrincantes estivessem vigilantes, os forwardes conseguiram driblá-las indo travar combate com o triângulo do último reduto.
Houve um momento em que o jogo tornou-se calmo.
Leão, o hábil extrema do Porto Alegre, recebendo um passe, foge com a bola e burlando os entraves opostos pelos adversários, aproxima-se do gol alvi-rubro, arrematando a carga com um belo tiro que De Lorenzi não pôde defender.
Estava assim feito, aos [...], precisamente, o 1º ponto do Porto Alegre.
Foi, em seguida, batida uma corner contra o Internacional, mas a bola perdeu-se atrás das traves.
Daí por diante, o jogo esteve sempre renhido devido aos esforços dos contrincantes, que, ao que parece, não desejavam um empate.
Dinamarquês, o forward alvi-verde, encarregou-se de quebrar o equilíbrio do score.
A continuação duma carga de Leão, aquele player que estava no centro, recebeu a bola e, sem perda de tempo, com um shoot forte e rasteiro de 15 jardas, conquistou mais um gol e, com ele, a vitória para o seu quadro.
Uma ruidosa salva de palmas saudou o feito do forward vencedor.
Redobraram, então, de entusiasmo os contendores, mas o resultado manteve-se inalterável.
Já nos últimos momentos do match, foram batidos uma corner e um pênalti contra o Internacional, sem consequências apreciáveis.
E às 17 e 45, aclamados pela grande assistência que afluiu à Chácara das Camélias, os teams do Porto Alegre e do Internacional abandonaram o campo, o último, vencido; aquele, portador duma das mais brilhantes e ruidosas vitórias dos nossos campos de association.
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O quadro do Internacional apresentou-se mais homogêneo do que o do Porto Alegre; entretanto, este fez jogo mais apreciável, de mais escola do que aquele.
A ala direita dos alvi-verdes estava, incomparavelmente, melhor do que a esquerda, de modo que foi nesse lado que se desenrolaram os principais lances da pugna, pois que os dianteiros esquerdos do Internacional eram superiores aos companheiros da ala oposta.
As defesas portaram-se bem.
Alguns do Internacional deram mostras de pouco treino, principalmante, da linha média para trás.
Surpreendeu-nos o jogo do Porto Alegre.
Foi, realmente, com justiça, que Ihes coube a vitória.
Em seu quadro há um homem que foi, incontestavelmente, a primeira figura do campo: Leão.
A ele e aos seus companheiros de bandeira saudamos pelo feito de ontem.