JUVENTUDE: Wellerson; Márcio, Picoli, Adílson Pinto e Dênis; Djair (Marcão), Lauro, Mabília (Luciano Fonseca) e Kiko (Wallace); Maurício (Adriano Chuva) e Cris. Técnico: Valmir Louruz.
INTERNACIONAL: João Gabriel; Fernando Cardozo, Ronaldo (Alex Peres) e Espínola; Barão, Enciso, Claiton (Leonardo Manzi), Juca (André Gheller) e Elivélton; Fabiano (Paulo César) e Rodrigão. Técnico: Zé Mário.
O carrasco Mabília abre o placar. Fonte: Pioneiro
Espínola cria confusão com os jogadores do Juventude. Fonte: Pioneiro
O zagueiro Picoli tenta conter a fúria de Espínola. Fonte: Pioneiro
Batalha campal entre Juventude e Internacional. Fonte: Pioneiro
O lateral Marcão, ex-Internacional, leva a pior. Fonte: Pioneiro
Marcão deixa o campo revoltado com a agressão. Fonte: Pioneiro
Verão de 1989. Época de carnaval, calor e folia. Para uns, muito trabalho. Para outros, tempos de zoeira. Nílson e Maurício decidiram misturar folia com trabalho às vésperas do Gre-Nal mais decisivo e importante da história do clássico, pulando o carnaval em Tramandaí. Abel Braga ficou possesso com a repercussão e a pressão sobre eles aumentou, para nossa sorte...
Foto: Fernando Gomes/Agência RBS
O Campeonato Brasileiro de 1988 se arrastou até o início do ano seguinte, tendo a fase final iniciada em janeiro de 89. O Cruzeiro padecia diante do Colorado mais uma vez na história do Brasileirão, depois de 75 e 79. Na outra chave, o Grêmio eliminara o Flamengo, com a raiva acumulada desde 1982.
Quis o destino que Grêmio e Internacional fizessem a semifinal de um Brasileirão, valendo vaga na Libertadores da América. O Internacional contava com a segurança de Taffarel, uma zaga sólida, um meio-campo criativo e um ataque avassalador, tendo o artilheiro do campeonato, Nílson, à frente. De quebra, o Inter terminou a primeira fase com a melhor campanha.
O Grêmio ostentava um timaço treinado pelo querido e cerebral Rubens Minelli. Tachado pela imprensa de "Grêmio-Show", com Mazarópi, Alfinete, Luiz Eduardo, Cristóvão, Jorginho e Cuca, o tricolor assegurava uma hegemonia no Rio Grande do Sul, sendo tricampeão gaúcho nos anos de 85 a 87.
Cenário perfeito para um Gre-Nal decisivo: calor, casa cheia, ânimos acirrados e timaços em campo. Beira-Rio espumando, um verdadeiro inferno, na expectativa da classificação colorada. O jogo de ida terminou em 0 a 0 no Olímpico.
A festa instalada no Beira-Rio começou a esfriar com o primeiro gol do Grêmio. Um chute de Marcos Vinícius inaugurou o placar. O nervosismo aumentou com a expulsão de Casemiro, após atingir violentamente o zagueiro gremista Trasante. A partir daí, o Grêmio veio para cima do Internacional com a força de uma locomotiva, mandando bolas na trave e falhando seguidamente nas conclusões.
No intervalo, o técnico Abel Braga surtou no vestiário, chutando paredes, armário e esbravejando com os jogadores do seu grupo. Enquanto isso, há quem diga que dirigentes gremistas festejavam a vitória antecipadamente com champagne. Mas se há algo que o futebol ensina ao ser humano, é que a vitória só se festeja depois do apito final.
Em campo, o Internacional voltou com outro ânimo. Incrivelmente, Abel Braga sacrificou o volante Leomir, colocando Diego Aguirre em campo e recuando Norberto para a lateral-esquerda. Com dez jogadores no gramado e a faca entre os dentes, o Colorado foi pra dentro dos tricolores e, como sempre, o Gre-Nal ganhou ares de guerra campal.
Aos 16 minutos, o Beira-Rio veio abaixo. Edu Lima sofreu a falta no canto esquerdo de ataque, após uma chegada mais forte de Alfinete. Edu cobrou exatamente onde estava o centroavante Nílson, que subiu, parou no ar e, como Dario Maravilha, mandou pro fundo da rede do goleiro Mazarópi, um típico fanfarrão, que assistiu perplexo o arremate de cabeça.
Com a torcida enlouquecida, o Internacional passou a pressionar o Grêmio no seu campo de defesa. Os jogadores tricolores batiam cabeça, enquanto Edu, Nílson e Maurício os infernizavam com toque de bola e jogadas perigosas. E, finalmente, a virada veio em mais um gol de Nílson. Depois de um drible de corpo de Maurício sobre Aírton e Bonamigo, o ponta-direita chutou cruzado (ou cruzou chutado) e Nílson escorou pro fundo do gol, aos 26 minutos do segundo tempo.
Nílson dava tchau para a torcida visitante; Maurício fazia aviãozinho ao ser substituído; Abel fumava um cigarro atrás do outro pra conter o nervosismo; a defesa colorada mostrava imponência e frieza; Luís Carlos Martins envolvia o adversário, seu ex-clube, com um toque de bola refinado... O Grêmio de Cristóvão e Cuca estava virado em frangalhos. O tricolor parecia refrigerante de 3 litros: perdeu o gás na metade.
O Gre-Nal do Século tinha dono: o Internacional, finalista do Campeonato Brasileiro e representante brasileiro na Libertadores de 1989.
CAMPEONATO BRASILEIRO 1988 - SEMIFINAL - VOLTA - INTERNACIONAL 2 X 1 GRÊMIO
Data: 12/02/1989
Local: Beira-Rio - Porto Alegre (RS)
Público: 78.083
Renda: NCz$ 58.944,00
Juiz: Arnaldo Cézar Coelho, auxiliado por Aloísio Viug e Dilermando Sampaio.
INTERNACIONAL: Taffarel; Luís Carlos Winck, Nenê, Aguirregaray e Casemiro; Norberto, Leomir (Diego Aguirre) e Luís Carlos Martins; Maurício (Nórton), Nílson e Edu Lima. Técnico: Abel Braga.
GRÊMIO: Mazarópi; Alfinete, Trasante, Luiz Eduardo e Aírton; Bonamigo, Cristóvão Borges e Cuca; Jorginho (Reinaldo), Marcos Vinícius e Jorge Veras (Serginho). Técnico: Rubens Minelli.
Norberto busca espaço diante de Aírton. Fonte: Revista Placar (SP)
Por cima, ninguém superou Taffarel. Fonte: Revista Placar (RS)
Nílson levou a defesa formada por Alfinete, Trasante e Mazarópi ao colapso. Fonte: Pioneiro (RS)
"Nílson marca para o Inter: vaga na final". Fonte: Revista Placar (SP)
Nílson, perseguido por Diego Aguirre, corre como um trem desgovernado para comandar a festa colorada. Fonte: Zero Hora (RS)
Canal: Edu Cesar
O GRE-NAL DO SÉCULO
Pela primeira vez Grêmio e Internacional se enfrentavam numa fase decisiva do Campeonato Brasileiro. Quem vencesse estaria na final de 1988. O Grêmio saiu na frente, com um gol do atacante Marcus Vinícius. Quem salvou o Inter foi o centroavante Nílson. Com uma cabeçada mortal e um chute de pé direito, ele comandou a virada do Inter. Nílson, hoje no Vasco, quase ficou de fora com uma contusão no joelho. Esse 2 x 1 também valeu ao Inter a quebra de um jejum de doze clássicos sem vitórias. “Foi o maior jogo da minha vida”, declarou o técnico colorado, Abel. Para muitos, foi também o Gre-Nal do século.
Fonte: Revista Placar (SP), n. 1114, abr. 1996, p. 84.
INTERNACIONAL: Ademir
Maria; Chiquinho, Nórton, Aguirregaray e Casemiro; Norberto (João Carlos), Luis
Carlos Martins e Luvanor (Marquinhos); Zé Carlos, Nélson Bertollazzi e Edu Lima.
Técnico: Carbone.
GOIÁS: Eduardo Heuser;
Válter (Dalto), Gomes, Ronaldo Castro e Jorge Batata; Fagundes (Wallace Goiano)
e Carlos Magno; Tiãozinho, Túlio e Josué. Técnico: Sebastião Rufino.
A presença de Nélson Bertollazzi no confronto contra o Goiás foi quase nula. Fonte: Pioneiro
Aguirregaray observa o embate entre colorados e esmeraldinos. Fonte: Pioneiro
O ponta Edu Lima confronta o lateral Válter. Fonte: Pioneiro
Luís Carlos Martins leva qualidade ao meio de campo colorado. Fonte: Pioneiro
A imagem, assim como a temporada de 1989 do Internacional, é uma completa confusão. Fonte: Pioneiro
COPA DO BRASIL 1992 - FINAL - VOLTA -
INTERNACIONAL 1 X 0 FLUMINENSE
Data: 13/12/1992
Local: Beira-Rio - Porto Alegre (RS)
Público: 45.717 (32.722 pagantes).
Juiz: José Aparecido de Oliveira, auxiliado por Ângela Paula Regis Ribeiro e Edie Mauro Garcia Detófoli. Cartões: Marquinhos (I); Sérgio Manoel, Souza, Ézio, Zé Teodoro e Bobô (F).
Gol: Célio Silva, pênalti 43’/2 (I).
INTERNACIONAL:
Gato Fernández; Célio Lino, Célio Silva, Pinga e Daniel Franco; Ricardo Costa,
Élson (Luciano Souza) e Marquinhos; Maurício, Gérson (Nando) e Caíco. Técnico:
Antônio Lopes.
FLUMINENSE: Jéfferson; Zé
Teodoro, Vica, Souza e Sandro (Carlinhos Itaberá); Lira, Pires, Sérgio Manoel e
Bobô; Vágner Aquino e Ézio. Técnico: Sérgio Cosme. Obs.:
com este resultado, o Internacional sagrou-se campeão da Copa do Brasil de 1992.
Em pé: Gato Fernández, Célio Silva, Célio Lino, Pinga, Ricardo Costa e Daniel Franco. Agachados: Élson, Gérson, Maurício, Marquinhos e Caíco. Fonte: Placar
Célio Lino apoia no ataque, cercado por Vica e Zé Teodoro. Fonte: Jornal dos Sports
Maurício passa por Bobô, vingando o Brasileiro de 1988. Fonte: Jornal do Brasil
Célio Silva, heróico e soberano pelo ar e por terra. Fonte: Jornal do Brasil
Daniel Franco ergue a taça da Copa do Brasil, enquanto Élson concede entrevista. Fonte: Placar