DOMINGO, O CLÁSSICO CONFRONTO DO FUTEBOL PORTOALEGRENSE: INTERNACIONAL X GRÊMIO
PORTO ALEGRE, 7 (Asapress) — A quanta rodada do campeonato da cidade de Porto Alegre, composta de dois jogos, terá como atração máxima a realização do clássico do futebol local, Internaclonal x Grêmio Portalogrense. Ambos estão invictos e com 0 ponto perdido. O segundo jogo da rodada entre o Cruzeiro e o Nacional foi antecipado para sábado à tarde.
Fonte: O Diário (SP), n. 155, 08 jul. 1943, p. 10. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/890383/1179. Acesso em: 02 jul. 2025.
CITADINO 1943 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 3 X
0 GRÊMIO
Data: 11/07/1943
Local: Eucaliptos
- Porto Alegre (RS)
Renda: Cr$
39.727,00
Juiz: Henrique
Maia Faillace
Gols do Inter:
Joane, Tesourinha e Ênio.
INTERNACIONAL: Ivo Winck; Alfeu e Nena; Assis, Ávila e
Abigail; Tesourinha, Villalba, Ênio, Joane e Carlitos. Técnico: Wolmi Boccorni.
GRÊMIO: Júlio Petersen; Clarel e Ruy; André, Badanha e Heitor; Galdino, Ivo
Aguiar, Nichelli, Touguinha e Mário Carioca.
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"O poderoso quadro do Internacional, que venceu o Grêmio por 3x0, depois de evidenciar grande superioridade. Assinalado vê-se Tesourinha, talvez a expressão máxima que já produziu o “soccer” gaúcho". Em pé: Alfeu, Ivo Winck, Assis, Nena, Ávila e Abigail. Agachados: Tesourinha, Villalba, Ênio, Joane e Carlitos. Fonte: Sport Illustrado (RJ) |
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"Joane, o esplêndido atacante bandeirante, que após a fase de aclimatação, está de jogo para jogo, aumentando sua produção em Porto Alegre". Fonte: Sport Illustrado (RJ) |
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"Fase do jogo quando mais intenso era o domínio colorado. Júlio defende, acossado por Tesourinha". Fonte: Sport Illustrado (RJ) |
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"Flagrante da torcida uniformizada do S. C. Internacional, que vem de ser, por primeira vez, organizada na capital do R. G. do Sul". Fonte: Sport Illustrado (RJ) |
O INTERNACIONAL VENCEU O GRÊMIO POR 3X0
PORTO ALEGRE, 12 (A. N.) — O Internacional venceu o Grêmio por 3 x 0. A partida decorreu sob entusiasmo delirante de uma assistência numerosa. Pela primeira vez a “torcida” se apresentou “uniformizada”.
Fonte: A Noite (RJ), n. 11284, 12 jul. 1943, p. 17. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/348970_04/21597. Acesso em: 01 jul. 2025.
Em Porto Alegre, o Grêmio e o Internacional disputaram, domingo, o clássico do futebol local, vencendo o Internacional pela contagem de 3 tentos a 0, assumindo, assim, sozinho, a liderança da tabela com 6 pontos ganhos, enquanto que o Grêmio e Cruzeiro ficaram no segundo posto com 4 pontos.
O médio Heitor, do Grêmio, fraturou a tíbia logo no início do segundo período, abandonando o campo. A vitória do Internacional foi merecidíssima.
Fonte: O Diário (SP), n. 160, 13 jul. 1943, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/890383/1248. Acesso em: 03 jul. 2025.
DE PORTO ALEGRE: — Causou ótima impressão o gesto simpático de Joane, indo visitar o médio Heitor, que fraturou uma perna, num choque que teve com o avante bandeirante, por ocasião do encontro Grêmio x internacional.
Fonte: A Tribuna (SP), n. 095, 15 jul. 1943, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/153931_02/17287. Acesso em: 03 jul. 2025.
O FUTEBOL GAÚCHO
O Internacional venceu facilmente o Grêmio por 3 x 0, permanecendo invicto na liderança do campeonato — Tesourinha e Joane, duas grandes figuras — Renda recorde: Cr$ 39.727,00
As atuações pouco convincentes do S. C. Internacional no torneio triangular e Campeonato de Honra foram muito aquém das exibições feitas por aquele conjunto harmonioso no ano passado, vencendo sem conhecer o amargor de uma derrota o tricampeonato estadual, de tal maneira que a F. R. G. F. não teve dúvidas em determinar que representasse o Estado no certame nacional, com exceção de seu centroavante, por ser estrangeiro.
Como se disse, as atuações medíocres do campeão da cidade, nos torneios extras, que precederam o certame oficial da cidade e onde os "colorados" fizeram figura inexpressiva, fez com que os amantes do futebol já não acreditassem mais na tão propalada superioridade de seu onze sobre os outros adversários, impressão que mais se fortaleceu, quando em disputa do campeonato de honra, o Grêmio empatou três tentos com o Internacional.
Daí este compromisso, pelo campeonato oficial da cidade, ser encarado por muitos do tricolor com grandes possibilidades de êxito e havendo também, em grande número, aqueles que acreditavam cegamenie num triunfo do Grêmio. Isso o suficiente para justificar a alta cifra arrecadada nas bilheterias.
Mas, decepcionando essa enorme massa humana que se comprimiu no "Estádio dos Eucaliptos", o espetáculo foi desinteressante pela flagrante superioridade do vencedor que jogou como quis e como sabe fazer, reeditando uma grande atuação. Com uma defesa sólida, onde a linha de "halves" foi o ponto culminante da vitória, os colorados construíram o triunfo que teve dupla significação: a de ficarem isolados na liderança da tabela e evidenciarem que ainda são a que foram em 42. A derrota do Grêmio por 3 a 0 foi fruto exclusivo de sua tática empregada, — marcação cerrada — a qual dá bons resultados quando é executada contra quadro de igual categoria ou quando o conjunto que a emprega possui dois interiores trabalhadores e dois "halves" de ala com muito fôlego e noção de sua missão, que é defender e avançar com a bola, constituindo-se num sexto atacante, voltando imediatamente a sua posição junto do adversário a que está incumbido de se "colar".
Não quero com isso criticer as determinações de Telêmaco, de vez que o considero um ótimo diretor, acho mesmo que talvez as suas determinações não foram cumpridas a rigor.
Mas, o Grêmio já entrou em campo vencido, esta é a expressão. Porque, um quadro que inicia um jogo e só se defende não pode fazer gol e não marcando tento não pode vencer. Deve-se considerar também que a referida macação contra o Internacional é contraproducente, pois tem o tricampeão gaúcho dois médios laterais soberbos no "contra-golpe" à referida tática, e possui agora Joane, o ótimo atacante bandeirante, que depois da fase de ambientação está se revelando primoroso no jogo de ligação com Villalba, que jogou deslocado para a meia, fez um esplêndido labor com os médios laterais e se constituíram o "ataque improvisado", de vez que os restantes da ofensiva estavam "amarrados" pela marcação, com exceção de Tesourinha, que fez o que quis com o zagueiro destacado para vigiá-lo. Aos 10 minutos do tempo complementar, Heitor, "half" esquerdo tricolor abandonou o gramado seriamente lesionado.
Essa circunstância tornou mais angustiosa a defesa gremista, onde Júlio, seu guardião, foi figura máxima.
O primeiro tento da tarde surge aos 19 minutos de jogo, quando Joane recebeu otimamente de Assis que avançou como sexto atacante e cruzou para a esquerda. O jogador paulista depois, de correr um trecho, desferiu certeiro pelotaço que deu na face interior da meta e foi balançar as redes, tornando inútil a estirada de Júlio.
Quando decorriam 40 minutos, Abigail avançou e quase da linha de fundo centrou para Ênio, com uma calculada cabeçada, enviar a bola às redes.
O terceiro gol foi uma verdadeira maravilha, obra de um autêntico artista! Tesourinha foi o seu autor. O endiabrado ponteiro que é um craque da pelota, tomou a bola sobre a meia lua de centro do campo e foi driblando a todos que lhe saíam ao encalço, um, dois, três e por último o goleiro, e entrou gol a dentro, indo nas redes! Foi tal a emoção do referido jogador que chegou a chorar de alegria, não resta dúvida.
Tesourinha, ao que parece, chegou agora ao máximo de sua carreira futebolística.
Os quadros foram os seguintes:
INTERNACIONAL: Ivo, Alfeu e Nena; Assis, Ávila e Abigail; Tesourinha, Villalba, Ênio, Joane e Carlitos.
GRÊMIO: Júlio, Clarel e Rui; André, Badanha e Heitor; Galdino, Ivo, Vinícius, Mauro e Mario.
Juiz: Henrique Failace — Bom.
Fonte: Sport Illustrado (RJ), n. 277, 29 jul. 1943, p. 10. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/182664/9292. Acesso em: 03 jul. 2025.