O JOGO DO PRÓXIMO DOMINGO
O encontro entre colorados e uruguaiense, no próximo domingo, está despertando muito interesse.
O campeão da fronteira vem otimamente preparado para a refrega, enquanto os locais, não se descuidando do preparo, esperam confiantes na vitória.
A missão de Uruguaiana deve chegar hoje pelo trem da tabela.
Fonte: A Federação (RS), 06/12/1934, ano 1934, n. 278, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/76902. Acesso em: 13 fev. 2025.
A MISSÃO URUGUAIANA CHEGOU ONTEM
A carinhosa recepção que lhe foi feita
Reina muito entusiasmo para o embate de domingo
Conforme era esperada, chegou ontem a esta capital a luzida missão do Sport Club Uruguaiaba, campeão da fronteira.
Como se sabe, a valente representação fronteirista lutará domingo próximo com o Internacional, campeão do centro.
Para esse embate movimentam-se, justamente, todos os desportistas desta capital, pois o "onze" capitaneado por Bacury, segundo se diz, é um quadro valente e bem treinado.
UMA VISITA DOS CHEFES DA MISSÃO À REDAÇÃO DESTA FOLHA
Hoje pela manhã estiveram na redação desta folha os desportistas Clemente Ariosto Ricciardi, Emílio Tauceda e Octavio Machado (Bacury), respectivamente, presidente da missão, técnico e capitão geral do Uruguaiana, que nos vieram visitar.
Mantivemos com esses desportistas cordial palestra, a qual será, a seguir, relatada aos nossos leitores.
O URUGUAIANA CAMPEÃO DA CIDADE
"O nosso clube", disseram os nossos visitantes, "conquistou o campeonato da cidade de forma brilhante, pois sofreu o dissabor da derrota uma única vez, e essa foi contra o Universal, vice-campeão da nossa terra".
A SITUAÇÃO DO ESPORTE EM URUGUAIANA
Inqueridos sobre a situação esportiva de Uruguaiana, os nossos visitantes disseram: "O foot-ball uruguaianense está em completa paz e os dirigentes da Associação Uruguaianense de Desportos Atléticos procuram, cada vez mais, a harmonia entre os clubes de nossa terra. Devemos em grande parte esse progresso, essa harmonia e essa normalidade graças aos desportistas Alberto de Lemos, presidente da Associação; José Mascia, presidente do do nosso grêmio; e Raul Almeida, esforçado presidente do Ferro Carril".
A DISPOSIÇÃO DOS JOGADORES E O TREINO DE HOJE
Os rapazes integrantes do "onze" campeão da fronteira acham-se entusiasmados e dispostos para o grandioso embate.
Hoje à tarde realizaram eles um puxado treino no campo do Grêmio, cedido gentilmente pela sua diretoria.
EXCURSÕES REALIZADAS PELO URUGUAIANA
"Em julho desse ano, o Uruguaiana excursionou a Pelotas e Bagé, honrando nesses municípios o foot-ball da nossa terra.
Em outubro realizamos nova excursão. O nosso quadro visitou Livramento e Alegrete, vencendo a maioria dos jogos realizados.
No dia 9 de julho, por ocasião dos festejos pátrios da Argentina, visitamos Libres, onde vencemos forte quadro dessa cidade conquistando uma excelente taça. O Libres, retribuindo a visita, esteve em Uruguaiana, sendo novamente vencido.
Em setembro, vencemos, em Uruguaiana, o Grêmio, de Bagé".
FUNDADO EM 1911
O campeão da fronteira foi fundado em 1911, por um pugillo de jovens entusiastas, contando, por conseguinte, 23 anos.
O CASO DO PLAYER MOJICA
Em vista de sabermos, informados por elementos do Internacional, que há negociações entre o clube rubro e o meia-esquerda Mojica, integrante do "onze" visitante, inquirimos os nossos hóspedes a fim de melhor orientar os leitores desta folha.
"Corre", disseram eles, "em Uruguaiana, essa notícia.
O que podemos adiantar é que se Mojica quiser fixar residência aqui e sendo para o seu progresso desportivo, em nada se oporá o nosso clube. Essa é uma norma antiga. O Uruguaiana não cria 'impasse' a nenhum jogador".
O JOGO DE DOMINGO
"Os senhores estão entusiasmados para o embate de domingo?", indagamos.
"Sim. O nosso entusiasmo emana da valentia dos nossos jogadores. Eles estão dispostos para a luta.
Nós sabemos que o nosso adversário de domingo é poderoso e tem conjunto. Em nada importará isso. Batalharemos com ardor, pois desejamos ardentemente elevar ainda mais, nesta capital, o bom nome do foot-ball de Uruguaiana. Também, não temos pretensão de vencer. Mas, com o foot-ball não tem lógica... esperamos o embate".
SEVERO NÃO VEIO
Em vista de não estar legalmente inscrito, não jogará amanhã o centro-médio Severo, a revelação do foot-ball da nossa terra.
Esse player tem jogado em nosso quadro quando se trata de partidas amistosas. Tem ele apenas 19 anos.
Fazem parte da missão os drs. Raul F. Valls e Mirandolino Comarú, respectivamente, conselheiro técnico e orador da missão.
O QUADRO PARA DOMINGO
Informaram os nossos visitantes que o Uruguaiana será representado pelo seguinte team no jogo de domingo.
Pitoco
Perica-Della Vega
Jeronymo-Mango-Rômulo
Carioca, Perroni, Bacury, Mugica e Marence.
Reservas: Brazeiro, Comarú, Pacheco, Caburé e Lolo.
Fonte: A Federação (RS), 07/12/1934, ano 1934, n. 279, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/76910. Acesso em: 13 fev. 2025.
CAMPEONATO DO ESTADO
O grande embate de amanhã
O Internacional e Uruguaiana prometem uma luta empolgante
A ansiedade para o desfecho do encontro é enorme
O valoroso campeão de Porto Alegre — Sport Club Internacional — terá de cumprir amanhã, um dos mais sérios compromissos do atual campeonato estadual.
Para se adjudicar o honroso título de campeão do Estado, o clube colorado não tem poupado esforços.
Depois de haver ultrapassado todas as barreiras que se lhe antepuseram no certame da cidade, tem ele agora que passar as últimas, para galgar o fim culminado.
Se conseguir abater a destemida equipe do Sport Club Uruguaiana, lhe restará um único obstáculo a transpor.
Bem medindo na responsabilidade com que vai arcar, o “onze” colorado não se tem descurado do preparo. Está em perfeita forma e sua imensa legião de admiradores espera serenamente pelo triunfo.
O adversário que terá pela frente, o veterano Sport Club Uruguaiana, o mais antigo grêmio da fronteira, com um passado brilhante, onde as suas vitórias se contam às centenas, será um contrário digno.
A animação dos uruguaianenses para o grande prélio, é um índice seguro de que eles venderão muito caro a derrota.
Por isso é de esperar que a luta que se vai travar no campo dos Moinhos de Vento, arrastará àquele local uma enorme assistência.
OS QUADROS
Internacional:
Penha
Natal-Risada
Garnizé-Poroto-Levy
Chato, Tupan, Mancuso, Cavaco, Darcy
Uruguaiana:
Pitoco
Perica-Della Vega
Jeronymo-Mango-Rômulo
Carioca, Perroni, Bacury, Mugica e Marence
Reservas: Brazeiro, Comarú, Pacheco, Caburé e Lolo.
[...] Federação Rio-Grandense de Desportos
NOTA OFICIAL
A diretoria da F. R. G. D. resolveu o seguinte:
a) Realizar no próximo domingo, 9 do corrente, no estádio do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, a segunda semifinal do campeonato estadual de 1934, encontrando-se o Sport Club Internacional, campeão da zona centro, com o S. C. Uruguaiana, campeão da fronteira;
b) designar para representante e fiscal da F. R. G. D., o Dr. Aurélio Py;
c) escalar para árbitro do encontro o desportista Luiz Luz;
d) iniciar a partida às 16,30 horas, com tolerância de 15 minutos;
e) designar as seguintes comissões para atenderem os diversos serviços, sob a direção geral do presidente da F. R. G. D.:
Junto às autoridades civis e militares: Dr. O. Dias Campos e Adolpho G. Luce Jor. Junto à missão do S. C. Uruguaiana: srs. Edelberto Mendonça e acadêmico Newton Degrazia. Junto aos representantes da imprensa; srs. Cícero Soares e Pery A. Soares.
Fiscalização de portões e bilheterias: Sr. Vespasiano Santos, tesoureiro da F. R. G. D. — (a) Pedro Moreira, secretário geral.
NOTA — na partida preliminar o quadro dos juvenis do S. C. Cruzeiro enfrentará os juvenis do G. S. Leopoldense, de S. Leopoldo. Este encontro será iniciado às 15 horas.
Fonte: A Federação (RS), 08/12/1934, ano 1934, n. 280, p. 9. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/76921. Acesso em: 10 mar. 2025.
CAMPEONATO GAÚCHO 1934 - SEMIFINAL - INTERNACIONAL 4 X 2 URUGUAIANA
Data: 09/12/1934
Local: Baixada - Porto Alegre (RS)
Juiz: Luiz Luz
Gols: Tupan 5’/1 (I); Mancuso 17’/1 (I); Perrone ?’/1 (U); Cavaco ?’/1 (I); Tupan?’/2 (I); Marenco ?’/2 (U).
INTERNACIONAL: Penha; Natal e Risada; Garnizé, Poroto e Levi; Chatinho (Marreco), Tupan, Mancuso, Cavaco e Darci Encarnação. Técnico: Mário de Abreu.
URUGUAIANA: Pitoco; Perica e Della Vega; Jeronymo, Mango (Lolo) e Rômulo; Carioca, Perrone, Bacury, Mojica e Marenco (Comarú).
INTERNACIONAL X URUGUAIANA
A atuação dos colorados não convenceu — Técnica fraca e jogadas violentas
O Uruguaiana fez magnífica exibição — 4 a 2 foi o resultado final
O espectáculo futebolístico oferecido ontem no mundo desportivo da capital pela Federação Rio Grandense de Desportos, não esteve à altura do que era de esperar.
Tecnicamente o embate foi quase um fracasso.
O valoroso Sport Club Internacional, fazendo a sua apresentação no certame máximo do Estado, não confirmou, em conjunto, o título que conquistou.
Fez uma péssima jogada diante de um adversário relativamente mais fraco e menos habituado aos grandes prélios.
Não se diga que o team colorado agiu, como é de seu hábito, quando tem pela frente um quadro menos forte. Ele procurou vencer, fazer goleada mesmo; mas não alcançou o fim colimado. O conjunto, exceção feita de Natal e Penha, andou mal.
Uma rápida apreciação dos jogadores confirmará o que acima relatamos: Risada, o consagrado zagueiro gaúcho, esteve num dos seus piores dias e em vez de auxiliar o seu companheiro de zaga, inferior em técnica, este foi justamente o que salvou maior número de vezes, situações críticas; Poroto, o grande centro-médio, só se conseguiu firmar no período final; os dois asas, Levy e Garnizé, lutara, apenas com certa violência; no ataque, que não há nomes a destacar, pois todos rivalizaram: Tupan, a "maravilha negra", seguindo a sequência, após fazer um tento, começou com o seu jogo improdutivo e prejudicial aos companheiros, na mania das "fintas", perdendo ótimas ocasiões; Cavaco se esforçou muito mas pouco produziu: Mancuso fez um ponto unicamente, e os ponteiros Chatinho, Darcy e Marreco, foram figuras apagadas.
Assim, a primeira apresentação do Internacional, no certame da F. R. G. D., não convenceu.
Venceu, na verdade, mais auxiliado pelo jogo “carregado” e pela falta de coragem dos zagueiros contrários.
Agora é justo que apreciemos a atuação do Uruguaiana.
É quadro inferior em técnica e em conjunto ao adversário que “topou”, mas, no entretanto, se mostrou um adversário digno. Lutou bravamente e, embora vencido, pode-se afirmar que fez uma boa demonstração.
Todos os seus homens procuraram enfrentar com energia o poderoso adversário que tinham pela frente e por vezes, tiveram a primazia dos ataques, pondo em sério perigo o retângulo de Penha.
Pela afobação no remate perderam ótimas oportunidades de marcar mais tentos.
Os pontos fracos do quadro foram o centro-médio e os zagueiros; Pirica foi o causante dos dois primeiros tentos dos locais, por isso que ele não tem qualidades para o posto. Pitoco e Della Vega estiveram bem; os médios de ala jogaram muito bem, anulando o jogo dos ponteiros colorados; no ataque podemos destacar Mojica, um perigoso atacante; Carioca, Perrone, os outros dois, pouco apareceram.
Ao terminar, não podemos deixar passar sem um ligeiro comentário, a atuação violenta do Internacional. Não deviam os componentes do valoroso team colorado empregar essa actuação. Recursos não lhes faltam. Todos são hábeis manejadores da pelota e a violência só lhes pode trazer a ineficiência.. Foi o que verificamos ontem. Se o team local jogasse com inteligência e seguro nos passes, por certo a contagem teria sido maior a seu favor.
É essa a nossa impressão do embate que se travou ontem no campo dos Moinhos de Vento.
—
Antes de se iniciar o prélio, os dois clubes trocaram cestas de flores.
À madrinha do Uruguaiana foi oferecida bela corbeille de flores.
Em seguida pisaram a cancha os dois quadros na seguinte ordem:
Internacional:
Penha
Natal-Risada
Garnizé-Poroto-Levy
Chato (depois Marreco), Tupan, Mancuso, Cavaco e Darcy
Uruguaiana:
Pitoco
Perica-Della Vega
Jeronymo, Mango (depois Lolo), Rômulo
Carioca, Perrone, Bacury, Mojica, Marenco (depois Comarú)
Pouco depois das 16,30 horas teve o começo da partida.
Os locais levam dois ataques, sendo rechaçados pelos zagueiros.
O Uruguaiana ataca pela direita e Carioca centra, indo o couro fora.
Aos cinco minutos de jogo, Tupan, de posse da bola avança. Perica e Vega tentam evitar o lance final, porém, o meia colorado, num lindo "boleio", manda o couro dentro da rede de Pitoco.
Os fronteiristas não desanimam e procuram alcançar o posto de Penha, onde este e Natal, vigilantes anulam as investidas. Os rapazes de Uruguaiana empregam a tática dos passes curtos, não surtindo o desejado efeito, por isso que se mostram lerdos, dando lugar à intervenção rápida dos defensores locais.
Carioca se mostra perigodo nas centradas e Mujica um ótimo atirador a gol.
Aos 17 minutos, Mancuso, acossado, consegue elevar a contagem para o seu bando, com forte e indefensável pelotaço.
Prosseguem os uruguaianenses nas tentativas para alcançar o arco local.
E isto o conseguem, por intermédio de Perrone que, num violento tiro, marca o primeiro tento para o Uruguaiana.
Alguns jogadores do Internacional começam a empregar a violência, com a competência do árbitro.
Cavaco, numa entrada pelo centro, faz o terceiro gol do Internacional.
Em nossa opinião, o jogador em referência fez o tento em posição duvidosa, porém, salvou a situação ter o goleiro Pitoco seguro a pelota e ajudado a fazer entrar na rede.
O primeiro período terminou com a contagem de 3 a 1 a favor do Internacional.
No período final, os uruguaianenses jogaram melhor, e por vezes fizeram perigar o campo adversário, mantendo-se na ofensiva.
Tupan fez o quarto gol do Internacional, e Marenco encerrou a contagem da tarde, marcando o segundo tento do Uruguaiana.
E assim, com o resultado abaixo, terminou o embate: Internacional, 4; Uruguaiana, 2.
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Preliminarmente jogaram os juvenis do Cruzeiro e do Grêmio Leopoldense.
Venceu por 4 a 2 a turma campeã local.
O ÁRBITRO
Dirigiu a luta principal o consagrado zagueiro Luiz Luz.
A sua atuação foi simplesmente péssima. Sob qualquer ponto de vista técnico que se a queira encarar, chegaremos à mesma conclusão: Luiz Luz, contrastando com a sua habilidade de jogador, é um juiz completamente nulo. Dentro do campo, nada mais fez do que apitar os gols...
Fonte: A Federação (RS), 10/12/1934, ano 1934, n. 281, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/76929. Acesso em: 12 mar. 2025.