29/09/1929 - Citadino 1929 - 2º turno - Concórdia-POA 3 x 1 Internacional

O IMPORTANTE ENCONTRO DE AMANHÃ - CONCÓRDIA X INTERNACIONAL
Encortrar-se-ão, amanhã, em match de returno, os valorosos quadros do Concórdia F. B. C. e Sport Club Internacional.
A turma colorada, figurando hoje com o Americano como ponteiros do campeonato, pesa por isso uma grande responsabilidade sobre seus ombros.
Vencida, ficará novamente em segundo lugar e vencedor, continuará na posição que ocupa atualmente, e quiçá a de líder, dependendo apenas do outro jogo entre o Ruy e o Americano.
E avaliando o valor do seu forte adversário, os rapazes que representarão as cores alvi-rubras não se descuraram no preparo para o grande embate.
Em ambos os quadros contendores figuram players de real valor, como Pitch, Andrade, Tupan e Astro, no Concórdia, e Ribeiro, Magno, Risadinha e Nenê, no Internacional.
Pelo exposto, é certo que ao campo de S. João afluirá uma grande assistência.
Fonte: A Federação (RS), 28/09/1929, ano 1929, n. 227, p. 3. http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/67526. Disponível em: 02 out. 2024.

CITADINO 1929 - 2º TURNO - CONCÓRDIA-POA 3 X 1 INTERNACIONAL
Data: 29/09/1929
Local: Praça São João - Porto Alegre (RS)
Juiz: Anselmo Manzolli (V. Sanguinetti).
Gols: Felix Magno 10’/1 (I); Mingo ?’/2 (C); Mingo ?’/2 (C); Mingo ?’/2 (C).
CONCÓRDIA-POA: Marcelino; Arno e Astrogildo; Darcy, Andrade e Delvaux; Dario, Tupan, Mingo, Mello e Lopes.
INTERNACIONAL: Moeller; Ribeiro e Miro Vasques; Ryff, Risada e Moreno; Nenê, Lourival, Felix Magno, Dante Marroni e Javel.

O CONCÓRDIA VENCEU O INTERNACIONAL POR 3 A 1 - O CENTRO-HALF RISADINHA FOI O MELHOR HOMEM EM CAMPO - QUASE AO FINAL DO JOGO REGISTROU-SE UM CONFLITO
Realizou-se, ontem, no campo do arrabalde de S. João, o encontro do returno entre os valentes quadros do Concórdia F. B. C. e Sport Club Internacional.
No jogo passado, isto é, nos 45, minutos em que-se bateram as duas elevens deglndiantes de ontem e cuja partida estava bastante intensa, não chegou ao final devido a desagradáveis fatos, e como então noticiamos, tendo o árbitro dado a vitória aos alvi-rubros.
Ontem reproduziram-se esses vergonhosos fatos, mudando apenas o local e os personagens.
Da vez passada, o iniciador da desordem foi um jogador do Concórdia e ontem teve por protogonistas "torcedores" exaltados do Internacional.
Esses fatos, que só servem para o desprestígio do popular. desporto bretão, devem acabar de vez, sob pena da uma completa desmoralização.
Sem mais aquela, pelo mínimo motivo, invadem o campo e procuram alcançar a vítima preferida, que é, no caso, o árbitro.
O juiz de ontem, Sr. Anselmo Manzolli, do Ruy Barbosa, apesar de ser um bom juiz, teve na verdade algumas falhas, mas nem por isso mercela ser maltratado fisicamente como foi tentado.
O maior cochilo do Sr. Manzolli foi quando da conquista do 2º gol do Internacional, e que s. s. apitou off-side após haver a bola penetrado no gol concordiano e voltado ao campo.
Foi daí que se originou o "sururu", e que felizmente não teve maiores consequências.
Narrados os fatos acima, contra os quais juntamos a nossa sincera reprovação, passamos a dar um ligeiro resumo do jogo.
Após a partida preliminar entre as turmas secundárias, a qual findou com a vitória do Internacional por 3 a 2, deram entrada em campo os quadros principais.
Nos primeiros minutos o jogo se mantém no centro do campo, indeciso, para logo após registrarem-se as primeiras cargas de lado lado.
O primeiro avanço dos concordianos foi perigosíssimo e Miro salva uma difícil situação.
Os colorados avançam e Javel obriga Marcellino a praticar boa defesa.
A linha média dos visitantes joga muito bem, principalmente Risadinha, mas os dianteiros, com a nova organização, não se entendem o daí a pouca eficiência destes, apesar do predomínio dos seus ataques.
Decorriam 10 minutos de jogo e Magno, numa magistral entrada, conquista, entre ovações o 1º gol do Internacional.
O Concórdia dá a saída e faz boa carga, praticando Moeller excelente, defesa, porém, faz "carring", que batido não surte efeito.
Prosseguindo o jogo, os alvi-rubros conseguem se manter por algum tempo no campo adversário, mas sem resultado prático, devido à desarticulação da linha, aparecendo mais jogo pessoal do que técnico.
Moreno se pisa e abandona o campo por algum tempo, passando os alvi-rubros a atuar com 10 homens. E quando Lampinha se preparava para o substituir, Moreno reaparece manquejando, porém, disposto a defender a sua bandeira.
Continuando o jogo, revezam-se os ataques, predominando sempre os dos alvi-rubros.
Com o resultado de 1 contra 0, findou a primeira fase.
Reiniciado o jogo, os concordianos demonstraram vontade férrea de vencer e para isso se empregam com denodo, fazendo repetidas cargas ao campo dos alvi-rubros.
Os dianteiros destes continuam a jogar mal, mas mesmo assim, procuram altcançar o gol contrário.
Num ataque dos concordianos, o extrema esquerdo, em violento bolaço consegue empatar a partida, marcando o 1º gol do Concórdia.
Os locais animam-se e avançam corajosamonte, mas a defesa alvi-rubra se mantém firme, desfazendo um a um todos eles.
Os alvi-rubros atacam e Magno perde ótima opurtunidade de aumentar o score, mandando a bola por cima da trave.
A seguir, continuando no ataque os colorados, Javel e Nenê dão bons centros que Astro desvia de cabeça.
Os concordianos reagem fortemente e Mingo conquista o 2º gol do Concórdia.
Os alvi-rubros modificam o quadro, trocando Ribeiro da posição com Lourival.
Faltando 15 minutos para o final, Magno, de posse da bola, faz um passe largo para Nenê. Este corre pela sua ala e dá um magnífico centro. Ribeiro corre e emenda o centro, conseguindo aninhar a pelota no goal de Marcellino, porém, o juiz anula o gol, alegando off-side.
Foi neste ponto do match que se deram os fatos lamentáveis que narramos acima.
Após serenados os ânimos, reinicia-se a partida, sob a direção do Sr. Sanguinetti.
O jogo continua movimentado como o fôra desde o início. 
O Concórdia ataca pela esquerda e a bola vai aos pés de Mingo, que aproveitando uma indecisão de Miro e Risadinha, consegue assinalar o 3º gol de Concórdia.
Minutos depois, o cronometrista dava o apito final com o resultado abaixo:
Concórdia - 3
Internacional - 1
Terminado o jogo, os players concordianos foram carregados em triumpho pelos seus adeptos.
Do quadro vencedor todos jogaram bem, destacando-se Andrade e Pitch, apesar deste empregar jogo pesado.
Dos vencidos, a defesa esteve magnífica, principalimente  Risadinha, que jogou admiravelmente.
A linha atacante, com a sua nova organização, pouco fez, isto é, atacou muito, porém, na maioria dos ataques notava-se bastante jogo pessoal, principalmente de Magno.
Achamos que essa modificação foi o maior cooperador do fracasso dos alvi-rubros.
— Nos terceiros teams venceu o Internacional por 2 a 1.
Fonte: A Federação (RS), 30/09/1929, ano 1929, n. 228, p. 3. Disponível em: 02 out. 2024. http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/67534

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