INTERNACIONAL X CRUZEIRO
A tradicional Chácara dos Eucaliptos apanhará, por certo, uma grande assistência, a fim de apreciar o importante jogo do campeonato, entre os valorosos quadros do Sport Club Internacional e os do não menos valoroso Sport Club Cruzeiro e que terá lugar amanhã.
Como sempre acontece, quando esses dois leais adversários se defrontam, a grande legião de "torcedores" de ambos não deixam do comparecer, a fim de incitar com os seus aplausos, os players favoritos, a cobrirem de glórias o pavilhão do seu clube.
O Cruzeiro vai ao campo disposto a vender caro a sua derrota, tendo para isso se preparado com treinos apurados, estando em perfeita forma.
Quanto aos alvi-rubros, desnecessário é dizer qualquer coisa sobre o seu valor, pois sua esquadra já é conhecida do nosso público, coesa e respeitável.
O entusiasmo para esse grande encontro é enorme entre o nosso público desportista.
Os juízes serão fornecidos pelo S. C. Americano, devendo, atuar o jogo principal o competente árbitro Damião Pavani.
Os jogos da tarde serão iniciados às 13 1/2 horas.
Entradas: 3$000 e 2$000.
Conduzem ao local: bondes e ônibus A. T. G. e Foot-Ball.
Fonte: A Federação (RS), 30/04/1927, ano 1927, n. 099, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/61144. Acesso em: 22 ago. 2024.
CITADINO 1927 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 2 X 2 CRUZEIRO-RS
Data: 01/05/1927
Local: Chácara dos Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Juiz: João Barcellos
Gols: Ribeiro, pênalti ?’/2 (I); Torres ?’/2 (C); Nenê ?’/2 (I); Torres 40’/2 (C).
INTERNACIONAL: Moeller; Grant e Gilberto; Ribeiro, Lampinha e Paulo Annes; Nenê, Barros, Donaldo Ross, Veiga e Gatti (Miro Vasques).
CRUZEIRO-RS: Chico; Espir e Adalgyro; Salatino, Nestor e Louzada; Franklin, Campão, Moacyr, Torres e Araújo.
Obs.: primeira substituição de jogador em partida oficial do Inter: ponteiro-esquerdo Miro Vasques entra no lugar de Gatti.
NUM INGENTE ESFORÇO, O CRUZEIRO CONSEGUIU EMPATAR, ONTEM, COM O INTERNACIONAL
Quem foi ontem à Chácara dos Eucaliptos, apreciar o embate Internacional x Cruzeiro, não podia deixar de sentir uma vibração de entusiasmo, diante da vontade, da coragem e da energia com que se defendeu e lutou a turma do valoroso clube do Caminho do Meio.
Foi uma lita titânica e heróica; foi o "fraco" que mais uma vez conseguiu enfrentar, com denodo, o forte, e por pouco não o abate.
Quem diria que o conjunto cruzeirista pudesse vencer ou mesmo empatar com o Internacional? Ninguém, por certo, nem os seus próprios "torcedores" mais encarniçados.
Convencidos do fracasso do valoroso Cruzeiro é que fomos até ao campo apreciar a partida.
Mas, desde o início a nossa convicção foi se modificando, diante da atuação brilhante dos cruzeiristas.
Embora a valente turma alvi-rubra fosse senhora do ataque, não puderam conseguir os louros da vitória porque, pela sua frente encontraram uma barreira, constituídas por Francisco, Espir e Odalgiro, que ontem estiveram em seus dias felizes.
Podemos dizer, mesmo que o jogo apresentado pelo Cruzeiro ontem, representou um esforço ingente e sobrehumanio, a fim de conter os arremessos dos internacionalistas.
Assim, o resultado do encontro de de ontem, com o empate de 2 a 2 foi justo e bem merecido, porque, se de um lado aparecia uma linha de ataque formidável, do outro sobressaiu-se uma defesa heroica.
Finalizando estas linhas, registramos, com o máximo prazer, o cavalheirismo e correta educação com que se portaram, durante o jogo, os 22 players que se bateram com muito ardor, mas sempre dentro da ordem da disciplina.
Às 16 1/2 horas, depois de uma prolongada espera do árbitro, foi convidado e aceitou o desportista João Barcellos, do S. José, que marcou inuito bem o jogo, punindo com severidade e jogo violento.
No primeiro tempo, depois de uma luta porfiada, com predominação por parte do Internacional, nenhum dos contendores conseguiu abrir o score da tarde.
No segundo tempo, pouco depois de iniciado o jogo, o Cruzeiro foi punido com a pena máxima, sendo atirado o tiro livre pelo half Ribeiro, redundando no primeiro ponto dos locais.
Os visitantes reagem, levando alguns ataques à cidadela de Moeller. Numa destas cargas Torres em possante livre empata a partida.
A parlida torna-se, empolgante, e cabo no Internacional, por intermedio de Nenê, conquistar o segundo ponto para os seus.
O Cruzeiro não desanima, procurando desfazer a vantagem conquistado pelo antagonista.
Faltando 5 minutos para o final, o Cruzeiro leva bem combinada carga no reduto de Moeller e ainda Torres, consegue empatar a partida.
Passando o centro médio Lampinha para a extrema e Ross para o seu posto, o Internacional apertou o jogo, mas nada mais conseguiu, terminando o encontro com o resultado de 2 a 2.
Da turma alvi-rubra toda a defesa, com exceção de Lampinha, jogou muito bem, sobressaindo o extraordinário Ribeiro; a linha atacante, apesar de agir com certa indecisão, em momentos oportunos, esteve boa. [...] Apenas Miro, não esteve na alturas.
A turma cruzeirista esteve magnífica, embora com muito esforço. Os sets principais foram, sem dúvida, Francisco, Espir, Odalgiro, Moacyr, e Salatino.
- Nos segundos quadros também houve empate por 1 ponto a 1.
Fonte: A Federação (RS), 02/05/1927, ano 1927, n. 100, p. 5. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/61152. Acesso em: 22 ago. 2024.