CRUZEIRO VERSUS INTERNACIONAL
Amanhã, na praça de esportes do veterano Porto Alegre, caso o tempo permita, terá lugar o sensacional encontro entre os valorosos quadros do Sport Club Cruzeiro e os do Sport Club Internacional, campeão da Associação Porto Alegrense de Desportos.
Este grande encontro está sendo esperado com grande ansiedade pelo nosso mundo esportivo, esperando-se por isso que aflua àquele local uma colossal assistência.
Fonte: A Federação (RS), 21/04/1923, ano 1923, n. 093, p. 2. http://memoria.bn.br/docreader/388653/50894. Disponível em: 23 dez. 2023.
CITADINO 1923 - 1º TURNO - INTERNACIONAL 1 X 3 CRUZEIRO-RS
Data: 22/04/1923
Local: Chácara das Camélias - Porto Alegre (RS)
Juiz: Celeste Gobbato
Gols: Mancuso (I); Octacílio [2] e Rubens (C).
INTERNACIONAL: Bard; Meneghetti e Só; Ribeiro, Lampinha e Moreno; Rosário, Franklin, Mancuso, Eduardo Marques, Gallego.
CRUZEIRO-RS: Ávila; Pio e Espir; Lassance, Almo e Carancho; Heitor, Rubens, Octacílio, Telêmaco e Eduardo Marques.
CRUZEIRO VERSUS INTERNACIONAL
Sem dúvida foi este, como era de prever, o que alcançou o triunfo da tarde.
Durante a semana passada, foi assunto de todas as nossas rodas esportivas, o sensacional encontro que se feriu ontem, na vasta praça de esportes do Porto Alegre, no Menino Deus, e no qual eram contendores os valorosos quadros do Sport Club Cruzeiro e as não menos valorosas esquadras do Sport Club Internacional, campeão da Associação Porto Alegrense de Desportos.
Os palpites fervilhavam, pendendo, porém, a maioria para a equipe comandada por Petit, pois sabia-se que o seu valente adversário jogaria desfalcado de dois dos seus melhores ponteiros - Genny e Sady, substituídos por elementos dos teams secundários.
A linha alvi-rubra muito se esforçou, mas as suas cargas morriam, quase em geral, na linha de backs do Cruzeiro, dada a pouca energia com que rematavam os ataques.
A defesa trabalhou bem, com exceção de Bard e Meneghetti, os quais estiveram um pouco infelizes na atuação.
O Cruzeiro jogou admiravelmente, combinando todas as suas linhas com muita precisão, devendo-se destacar o back Espir, Almo e Ávila, este, principalmente no segundo tempo, fez defesas empolgantes, quando foi de uma leve pressão do Internacional nos seus domínios.
Embora vencida a esquadra de Lampinha deve estar também de parabéns, pois se portou com raro denodo e cavalheirismo, merecendo por isso fartos aplausos do público.
Enfim, a sensacional pugna disputada ontem, foi coroada do mais pleno êxito, tudo cooperando para o mesmo, desde a colossal assistência, com ótima "torcida" ensurdecedora, aos degladiantes que se portaram com cavalheirismo e lealdade.
A brilhante vitória conquistada pelos valorosos rapazes do Sport Club Cruzeiro, foi muito festejada pelos seus admiradores.
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Pela manhã, jogaram os terceiros teams, apresentando-se o Internacional com 7 players.
A vitória coube ao quadro cruzeirista pelo score de 7 gols a 0.
Às 14 horas, sob o apito do player Notari, do Porto Alegre, teve lugar o encontro dos segundos quadros.
Depois de uma luta muito movimentada, em que foi patente a superioridade do quadro alvi-rubro, terminou pela vitória deste pela contagem de 4 gols a 1.
Pouco depois das 16 horas, o Sr. Gobbato, do Ruy Barbosa, o qual se houve com muita correção, chamou à arena os contendores, os quais obedeciam a seguinte organização:
Cruzeiro - Ávila; Pio e Espir; Lassance, Almo e Carancho; Heitor, Rubens, Octacílio, Telêmaco e Marques.
Internacional - Bard; Meneghetti e Só; Ribeiro, Mello e Moreno; Rosario, Franklin, Mancuso, Eduardo e Gallego.
Sai a linha do Internacional que logo vai aos domínios do Cruzeiro, mandando Mancuso, a esfera fora.
De posse novamente da esfera, os alvi-rubros carregam, mas Espir anula esta carga, mandando a pelota para os seus dianteiros, que céleres avançam, cujo remate não surte efeito.
Passavam apenas 3 minutos de jogo, quando novamente a linha cruzeirista carrega, conseguindo Octacílio, com fraco tiro, abrir a contagem para o seu clube, debaixo de estrondosos aplausos dos seus admiradores.
Os rapazes da camiseta rubra não desanimam e levam fortes cargas ao reduto de Ávila, mas a defesa mostra-se segura, desfazendo um por um estes ataques.
Heitor, recebendo a esfera, escapa-se pela direita, fazendo calculado passe a Rubens, que estando bem colocado, sem perda de tempo apanha-a pela segunda vez ao gol de Bard, aos 6 minutos.
A linha internacionalista procura a todo transe, ao menos empatar a partida, carregando com vigor, mas com a precipitação com que agiam alguns players, não surtem o almejado efeito às suas repelidas cargas.
Os alvi-azuis respondem com energia a estes ataques, chamando várias vezes Bard a defender seu posto.
Assim, com cargas e defesas de Iado a lado, passou o restante do tempo, sem modificação na contagem.
Passado o temoo regulamentar para o descanso, voltam novamente ao campo os valentes contendores.
Sai a linha do Cruzeiro para logo perder a pelota para os alvi-rubros.
Nos primeiros vinte minutos de jogo o quadro alvi-rubro exercem fortíssima pressão sobre o reduto de Ávila, trabalhando este com denodo, a fim de evitar a queda da cidadela que lhe estava confinado.
Continuando no ataque, o Internacional consegue abrir a contagem dos seus por intermédio de Mancuso, de um passe de Eduardo.
Este feito foi vivamente aplaudido pelo numeroso público.
O Cruzeiro reage, levando bons ataques ao gol de Bard, mas são prontamente desfeitos pela defesa alvi-rubra.
O jogo agora se conserva por alguns minutos no meio do campo.
A seguir, a linha alvi-azul leva uma carga aos domínios do Interanacional, rematando Telêmaco com forte tiro que Bard apara mal, formando uma “escrimage” na porta do gol, de que se aproveita Octacílio para marcar o terceiro e último para os seus.
Estava garantida a vitória para o valoroso clube do Caminho do Meio, dado os poucos minutos que faltavam para o final.
E assim foi, apesar dos esforços de um e de outro para aumentar a contagem.
Pouco depois das 18 horas, o referee dava por findo o jogo, com a seguinte contagem:
Cruzeiro - 3
Internacional - 1
Fonte: A Federação (RS), 23/04/1923, ano 1923, n. 094, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/388653/50900. Acesso em: 23 dez. 2023.