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17/01/1937 - Campeonato Gaúcho 1936 - Fase final - Final - 1º jogo - Internacional 2 x 3 Rio Grande

O grande cotejo de amanhã entre colorados e riograndinos polariza todas as atenções
CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL
Internacional e Rio Grande discutirão amanhã, no Estádio da Timbaúva, na primeira da "melhor das três", o título máximo do futebol gaúcho
INTERNACIONAL
Penha
Alfeu — Natal
Garnizé — Risada — Levi
Artigas — Salvador — Sílvio — Castillo — Tom Mix
RESERVAS — Armênio, Zezé, Mancuso, Sadi

RIO GRANDE
Munheco
Fruto — Cazuza
Juvêncio — Chinês — Sanguinha
Ernestinho — Carruíra — Souza — Marzol — Pesce
RESERVAS — Caringe, Índio, Toco, Roberto, Paulino e Donato.
A cidade esportiva aguarda com viva ansiedade e grande entusiasmo a sensacional batalha que se vai ferir, amanhã, no magnífico Estádio da Timbaúva, entre riograndinos e colorados, os bravos finalistas do certame estadual promovido pela Federação Rio Grandense de Desportos.
Desenvencilhando-se galhardamente de todos os adversários que tiveram pela frente, Internacional e Rio Grande chegaram, em igualdade de condições, ao ponto culminante do certame, cabendo a ambos, agora, discutirem, pelo sistema da "melhor das três", o título máximo do futebol gaúcho.
O intrépido esquadrão colorado que tão brilhantemente venceu os campeonatos da cidade, da Região e da Zona do Centro sem sofrer um único revés, vai para o campo da luta com o firme propósito de encerrar a sua temporada com chave de ouro, sagrando-se campeão invicto do Estado e honrando, assim, o futebol metropolitano.
Mas se estas são as disposições dos valorosos "diabos rubros", não é outro o pensamento dos denodados riograndinos que contam, no seu brilhante cartel, com um honroso empate com o combinado carioca e, agora, recentemente, duas vitórias sobre o adestrado conjunto do Regimento, campeão estadual do ano farroupilha, uma das quais na póopria cidade de Pelotas. E a sua bagagem de vitórias foi enriquecida, anteontem, com mais um significativo triunfo alcançado no embate com o Novo Hamburgo e que lhe garantiu o título de finalista.
Os rapazes da linda cidade marítima esperam fazer uma excelente exibição de association e, mais do que isto, transportar para Rio Grande o título de campeão estadual.
Aguardemos, pois, a grande contenda, que promete ser renhidíssima e de difícil decisão, digna, portanto, de ser apreciada.
O LOCAL
O importante prélio será ferido no excelente gramado do Força e Luz, situado no Caminho do Meio.
A PRELIMINAR
A F. R. G. D. confiou a preliminar da magnífica, tarde futebolística de amanhã, aos quadros representativos da Camisaria Rio Branco e Auxiliadora, que prometem uma interessante partida.
S. C. INTERNACIONAL
Nota oficial
Para a partida que será realizada, amanhã, domingo, primeira da série "Melhor de Três" em disputa do Campeonato Estadual, a diretoria do S. C. Internacional resolveu o seguinte:
a) Designar os srs. Miguel Genta e Pedro Gomes Pereira para auxiliarem a fiscalização do movimento de Bilheterias e portões.
b) Escalar os seguintes defensores do Pavilhão alvi-rubro para integrarem o seu quadro e a reserva, chamando-lhes a atenção para o comparecimento pontual, no Estádio, às 16 horas.
a fim de seguirem incorporados para o campo do G. S. Força e Luz, local do embate:
Penha — Armênio — Júlio — Alfeu — Natal — Sadi — Álvaro — Simão — Garnizé — Risada — Levi — Zezé — Artigas — Salvador — Sílvio — Mancuso — Castillo — Tom Mix — Claudionor — Dirceu.
GOMERCINDO BARCELOS — Diretor-secretário.
Nota oficial da F. R.G. D.
CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL
Para a primeira partida da série "melhor das três", em disputa do Campeonato Estadual de 1936, a realizar-se amanhã, domingo, entre o Sport Club Internacional e Sport Club Rio Grande, a F. R. G. D. tomou, as seguintes resoluções:
Local : Estádio do Grêmio Esportivo Força e Luz, no Caminho do Meio.
partida preliminar terá inicio às 14,30 horas e a partida principal às 17 horas.
Representante da F. R. G. D.: Sr. Cícero Soares.
Preços: Pavilhão, 4$000; Geral, 3$000; Meia entrada, 2$000.
Terão franco acesso ao pavilhão os sócios do G. S. Força e Luz, mediante a apresentação do recibo de janeiro corrente e os portadores de carteiras da F. R. G. D. e A. M. G. E. A., destas, com excepção das fornecidas à imprensa, que receberá ingresso especial fornecido pela F. R. G. D.
Previne-se que somente será permitida a permanência no gramado aos diretores da F. R. G. D., presidente, técnico e representante dos clubes disputantes.
Porto Alegre, 16 de Janeiro de 1937. — Pedro Moreira, 1º secretário.
Fonte: A Federação (RS), 16/01/1937, ano 1937, n. 014, p. 4. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/81150. Acesso em: 02 mai. 2025.

CAMPEONATO GAÚCHO 1936 - FASE FINAL - FINAL - 1º JOGO - INTERNACIONAL 2 X 3 RIO GRANDE
Data: 17/01/1937
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Juiz: Henrique Maia Faillace
Gols: Souza 13’/1 (R); Salvador Arísio 19’/1 (I); Pesce 27’/1 (R); Pirillo ?’/1 (I); Ernestinho 43’/2 (R).
INTERNACIONAL: Penha; Alfeu e Natal; Garnizé (Zezé II), Risada, e Levi; Artigas (Tijolada), Salvador Arísio (Mancuso), Pirillo, Castillo e Tom Mix. Técnico: Bernardo de Souza Neto.
RIO GRANDE:  Munheco; Fruto e Cazuza; Juvêncio, Chinês e Roberto; Ernestinho, Caringi (Carruíra), Souza, Marzol e Pesce. Técnico: Gustavo Kraemer Filho.

O Rio Grande vitorioso na primeira da "melhor das três"
CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL
O veterano Rio Grande obteve brilhante triunfo frente aos colorados, pelo score de 3x2
O ágil ponteiro Ernestinho foi o autor do tento da vitória, conquistado nos últimos minutos da peleja — A partida teve a empanar-lhe o brilho um desagradável incidente — Registrou-se, também, um acidente entre Fruto e Salvador, que chocaram-se violentamente, saindo ambos seriamente contundidos na região frontal — Fruto um herói!
Após o encontro Rio Grande x Novo Hamburgo, que não correspondeu a expectativa, o jovem e distinto chefe daembaixada riograndina nos afirmara que a sua gente não produzira jogo à altura de suas possibilidades, mas que esperava que nos novos encontros fosse apresentada uma técnica mais apreciável e jogo mais eficiente.
Com a segunda exibição dos galhardos campeões do litoral, ontem efetuada, frente aos valorosos campeões metropolitanos, ficaram plenamente confirmadas as afirmativas do presidente da delegação tricolor sulina, pois os nossos visitantes desenvolveram uma excelente jogada, impressionando favoravelmente e fazendo com que o glorioso pavilhão rio-grandino tremulasse vitorioso no Estádio da Timbaúva.
O sério revés que os rapazes da linda cidade de Rio Grande, inflingiram ao valente E. C. Novo Hamburgo, campeão  do nordeste, que goza do conceito de possuirem quadro forte, adestrado e entusiasta, aumentou consideravelmente o interesse pelo grande, cotejo entre ringrandinos e colorados que vinha sendo, assim, aguardado com viva ansiedade.
Eis porque uma boa assistência compareceu ao excelente gramado da Carris, ávida por assistir os debates da luta que se ia travar, mas da qual o favorito era, o Internacional.
Iniciada, porém, a partida, viu-se, logo, que os dois bandos pelejaram de igual para igual, que nenhum levava vantagem e que a contenda ia ser dura.
E assim foi.
O veterano Rio Grande que havia abatido o campeão nordestino, sem contudo, exibir um futebol apreciável e condizente com a fama de que vinha precedido. Se impês, ontem, a consideração do público desportivo com um quadro homogêneo e destro, em que todos os seus elementos, ao par de um excelente extendimento atuam desembaraçadamente.
Principalmente no primeiro tempo foi excelente a impressão deixada pelos visitantes. E o score de 2x2 registrado diz bem como foi parelha e renhida esta fase, na qual os riograndinos impressionaram mais que os colorados e pontearam, sempre, a contagem.
No segundo período não se apresentaram com a mesma resolução e isto talvez tenha sido uma resultante das modificações introduzidas no quinteto atacante tendo cabido papel mais saliente a defesa, da qual a figura mais empolgante foi Fruto, que pode-se classificar de um verdadeiro herói.
Realmente, Fruto, apesar de seriamente contundido em um choque com Salvador, depois de devidamente pensado e com a cabeça reatada, voltou ao gramado atuando impressionantemente, cabeceando a pelota sem levar em conta o seu ferimento!
Munheco também confirmou as suas qualidades de grande arqueiro. Juvêncio, na linha-média, também teve destaque e Chinês se mostrou um eixo muito mais ativo e eficiente, desmanchando a má impressão deixada no primeiro encontro.
Na linha-avante, Ernestinho, sem dúvida, a primeira figura. O ágil ponta direita constitui um permanente perigo para a defesa contraária. Souza e Caringe também são bons atacantes.
Todos, entretanto, contribuíram, igualmente, para o brilhante triunfo alcançado pelo "veterano" frente ao forte conjunto colorado que, até ontem, ostentava o título de invicto nas competições oficiais.
O gol da vitória foi conquistado nos derradeiros minutos da partida, em fulminante entrada de Ernestinho.
Assim, pela contagem de 3x2, os bravos riograndinos viram os seus esforços coroados de pleno êxito, registrando um dos seus mais memoráveis triunfos.
A colônia riograndina e os admiradores do "veterano" festejaram entusiasticamente os valorosos triunfadores, invalindo o campo tomados de grande e justificado júbilio e carregado nos ombros os seus mais destacados elementos.
Os colorados fizeram, ontem, como, aliás, vem acontecendo nas últimas partidas, uma péssima exibição, desenvolvendo uma jogada muito aquém de seu renome.
Em consequência, perigaram seriamente contra os destemidos campeões da serra e ontem experimentaram a primeira derrota nas competições oficiais.
Embora tivessem melhorado no segundo tempo, não souberam tirar o necessário proveito da situação, perdendo algumas oportunidades excelentes para a marcação de tentos, mas o desentendimento reinante não permitiu um rendimento compensador.
Salvador, o dinâmico animador da ofensiva colorada, seriamente contundido, teve de abandonar o gramado para ser pensado na Assistência Pública, deixando uma grande lacuna no avanço vermelho. Alfeu, Natal e Levi desdobraram-se. A falta de entendimento e, principalmente de arremate da linha avante se fez sentir acentuadamente, principalmente no segundo tempo, quando, como já dissemos, tiveram ensejo vários para a marcação de tentos. E, assim, os rubros tiveram que ceder a palma da vitória aos rio-grandinos, que lutaram entusiasticamente melhor e souberam aproveitar as oportunidades.
UM SÉRIO ACIDENTE
Fruto e Salvador, ao cabecearem juntos a pelota, chocaram-se violentamente, saindo ambos seriamente contundidos na região frontal.
Salvador teve que abandonar o gramado para ser pensado na Assistência Pública.
Fruto, feitos os curativos de urgência, continuou heroicamente em seu posto, impressionando a assistência pela sua energia e eficiência, deixando, com as suas cabeçadas, a pelota manchada de sangue!
Belo exemplo de energia e abnegação!
UM DESAGRÁDAVEL INCIDENTE
A peleja de ontem teve a empanar-lhe o brilho um desagrádavel e condenavel incidente. É que, tendo Juvêncio praticado um violento "foul" em Tom Mix, foi agredido, originando-se um grosso sururu, no qual tomaram parte vários jogadores dos dois quadros, além do técnico colorado. Após 4 minutos, a Polícia e os dirigentes da F. R. G. D. conseguiram restabelecer a ordem, continuando a partida.
A PRELIMINAR
A importante tarde futebolística foi iniciada com o encontro entre os clubes varzeanos Camisaria Rio Branco e Auxiliadora.
Triunfaram os rapazes da Camisaria, pela contagem de 4x1.
Os quadros degladiantes estavam assim formados:
Camisaria Rio Branco — Cadorno; Afonso e Hensel; Schell, João e Roberto; Jorge, Bussolini, Knack I, Knack II e Galego.
Auxiliadora — Romeu; João e Nagib; Pipoca, Zé e Russo; Ari, Valmir, Segismundo, Moacir e Nestor.
AS SAUDAÇÕES DE ESTILO
Às 17 horas, os dois quadros entram no gramado e fazem as saudações de estilo, sendo calorosamente aplaudidos.
TOSS
Depois de pousarem para os fotógrafos, os dois quadros se concentram no centro do campo, sendo tirado o toss.
Cabe a escolha do campo aos colorados que se colocam no lado da timbaúva, tocando aos riograndinos o "kick-off".
O INÍCIO DA PELEJA
Às 17,08 horas, Souza, centroavante riograndino, põe a esfera em movimento, dando início à partida.
OS QUADROS
Internacional — Penha; Alfeu e Natal; Garnizé (depois Zezé); Risada e Levi; Artigas (depois Tijolada), Salvador (depois Mancuso), Sílvio, Castillo e Tom Mix.
Rio Grande — Munheco; Fruto e Cazuza; Juvêncio, Chinês e Roberto; Ernestinho, Caringe (depois Carruíra), Souza (depois Caringe), Marzol (depois Souza) e Pesce.
OS TENTOS
1º TEMPO
1º — Rio Grande — Souza
Os riograndinos carregam pela direita. Ernestinho arremata em magnífico tiro alto que Penha, de mãos estendidas, intercepta, mas Souza habilmente envia a pelota para os fundos da rede, abrindo a contagem do dia para o Rio Grande, aos 13 minutos de jogo.
2º — Internacional — Salvador
Foul de Roberto no meio do campo, Garnizé cobra, indo a pelota a Castillo, que, depois de um boleio entrega a Salvador e este arremata no momento em que Munheco abandonava o arco para tentar intervir, empatando, assim, a partida aos 19 minutos de jogo, em tiro enviezado e de meia altura.
3º — Rio Grande — Pesce
Natal, acossado por Souza, passa em más condições para Alfeu e Souza apossa-se da esfera e estende para Pesce, que decreta o 2º tento riograndino, aos 27 minutos de jogo, permitindo assim, que os campeões do litoral assumissem novamente a liderança da contagem.
4º — Internacional — Sílvio
Mas durou pouco a supremacia de score mantida pelo Rio Grande, pois Salvador evita Cazuza e passa para Sílvio que, novamente, empata a partida.
2º TEMPO
Um tento não consignado
Aos 13,30 minutos do 2º tempo, Mancuso faz um tento em posição de impedimento, que o juiz não consigna.
5º — Rio Grande — Ernestinho (o tento da vitória)
Ernestinho recebe a esfera de Carruira e entra resolutamente, desenvencilha-se de todos os adversários que tentam lhe embargar os passos e com magnífica jogada vence a perícia de Penha, conquistando, surpeendentemente, o tento da vitória, aos 43 minutos do 2º tempo, ou seja, quando faltavam apenas dois minutos para o escoamento do tempo regulamentar.
MOVIMENTO TÉCNICO
Rio Grande
Defesas de Munheco 7 4 11
Intervenções 5 3 8
Fouls 3 7 10
Hands 5 6 11
Corners 3 5 8
Off-sides (impedimentos) 2 2 4
Pênaltis 0 0 0
Gols 2 1 3
Internacional
Defesas de Penha 5 2 7
Intervenções 2 2 4
Fouls 5 6 11
Hands 3 5 8
Corners 0 1 1
Off-sides (impedimentos) 1 1 2
Pênaltis 0 0 0
Gols 2 0 2
O JUIZ
Dirigiu o importante encontro entre colorados e riograndinos o conhecido árbitro Henrique Maia Failace, que deu um excelente desempenho ao mandato que lhe foi, conferido, agindo com todo o criterio e energia.
A IMPRENSA OBSEQUIADA
A Federação Rio Grandense de Desportos, por intermédio de seu dinâmico secretário geral, Pedro Moreira, obsequiou a imprensa com bebidas geladas. É de lamentar-se, entretanto, que o encarregado da copa do Grêmio Sportivo Forca e Luz não possua os copos necessários para atender o serviço. Como já aconteceu na última partida realizada no Estádio da Timbaúva, os cronistas foram obrigados a beber nas próprias garrafas, conforme tivemos ocasião de registrar.
Fonte: A Federação (RS), 18/01/1937, ano 1937, n. 015, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/81160. Acesso em: 02 mai. 2025.

COMO SE VERIFICOU A VITÓRIA DO PIONEIRO DO FOOTBALL GAÚCHO
Porto Alegre, 19 (Do correspondente) — No estádio da Timbaúva, realizou-se anteontem a primeira da "melhor de tres" entre o S. Club Internacional, campeão porto-alegrense, e o S. Club Rio Grande, que detém esse título na cidade de Pelotas. Os dois importante quadros sulinos iam disputar o título máximo do Estado, e em torno do seu resultado havia grande interesse.
Atuando melhor, os riograndenses triunfaram nessa partida, batendo os locais, por 3 x 2, cuja atuação de ambos se resume no seguinte:
O juiz Henrique Failace reúne os dois quadros no centro do campo e faz-lhes algumas observações.
Às 17,10 horas, ouve-se o apito do cronometrista, anunciando o início dessa sensacional jogada.
Os primeiros momentos são de indecisão. Aos poucos, os dois quadros vão se firmando. Os riograndinos carregam pela direita e Ernestinho dá um centro alto. Penha, pulando, tenta segurar a pelota, que cai de suas mãos e vai aninhar-se no fundo. Assim, aos 13 minutos, foi marcado o 1º gol do Rio Grande.
A torcida do veterano saúda com entusiasmo esse feito. Os locais reagem e envidam esforços para empatar a partida, que Salvador consegue aos 19minutos de jogo, recebendo um passe de Castillo, e desferindo um violento tiro enviezado que Munheco não consegue evitar, pois havia abandonado o arco. Assim, foi conquistado o 1º gol do Internacional.
Esse feito é muito aplaudido pela torcida do clube local. Estava empate a partida. Oito minutos após, Pesce desempata a partida ao receber um passe de Souza, depois de illudir a vigilância de Alfeu. Deste modo foi feito o 2º gol do Rio Grande.
Durou pouco, porém, a vantagem obtida pelos visitantes, pois, minutos após aquele feito, Salvador passa por Cazuza e entrega a pelota a Castillo, que em alto estilo consegue illudir o arqueiro riograndino marcando o 2º gol do Internacional.
Estava, mais uma vez, empate a partida. Os dois quadros tudo fazem para desempatar. Aos 30 minutos de jogo, em virtude de um forte choque de cabeça com Fruto, nas proximidades do posto do Rio Grande, o atacante colorado é seriamente contundido com um ferimento no frontal, sendo imediatamente atendido pelo massagista e por um médico e conduzido para a Assistência, onde foi medicado, não voltando mais ao campo. Fruto, que também se contundiu, faz o curativo em campo e continua jogando.
O jogo após estar suspenso 5 minutos, prossegue. Pouco antes de finalizar essa fase do jogo, o médio Juvêncio, do Rio Grande, dá uma "charge" violenta em Tom Mix que cai. O técnico colorado, capitão Inocêncio Travassos Souto entra no gramado, e, em represália, agride o jogador riograndino. Em virtude disso origina-se um conflito no qual intervêm todos os jogadores. A polícia e as autoridades desportivas a custo conseguem manter a ordem. Acalmados os ânimos, o jogo prossegue. Terminando o primeiro tempo o placar acusava o seguinte resultado.
Rio Grande — 2 gols
Internacional — 2 gols
SEGUNDO TEMPO
Durante o intervalo regulamentar, o representante da F. R. G. D ., de acordo com o juiz, entra em entendimento com a polícia, que põe fora do recinto do campo as pessoas que ali não podiam permanecer, a fim de evitar nova alteração da ordem. Antes de começar o jogo, o representante da Federação faz um apelo aos jogadores contendores, em nome da entidade máxima, o mesmo fazendo o juiz. Essa medida surte o efeito desejado, pois o 2º tempo decorreu sem incidente algum.
Na segunda fase, o quadro colorado exerceu forte pressão, porém, nada conseguiu. Os espectadores já começavam a retirar-se convictos de que o jogo terminaria empate, quando, aos 42 minutos de jogo, o ponta direita Ernestinho, em veloz escapada, ilude a vigilância dos colorados e faz estremecer, novamente, a rede de Penha, marcando o gol da vitória do Rio Grande.
Os locais envidam esforços, porém, o tempo se escoa e ouve-se o apito do cronometrista anunciando o final do embate com a seguinte contagem:
Rio Grande — 3 gols
Internacional — 2 gols
Os torcedores do veterano entram em campo e carregam em triunfo os valentes defensores do campeão do litoral.
O JUIZ
Dirigiu esse embate, com a sua costumada maestria, o desportista Henrique Failace, que teve uma atuação excelente. Ojuiz puniu com precisão todas as faltas, principalmente no segundo tempo. A atuação enérgica do juiz, deve-se a partida no segundo tempo, não ter degenerado em tourada.
Fonte: Correio da Manhã (RJ), 20/01/1937, ano 1937, n. 12943, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/089842_04/38112. Acesso em: 02 mai. 2025.

PELO CAMPEONATO ESTADUAL
O “Rio Grande” bateu o campeão de Porto Alegre
Porto Alegre, 19 (Havas) — Realizou-se a primeira das três melhores provas finais do campeonato de football do Rio Grande do Sul. Disputaram o match o Rio Grande e o Internacional, vencendo o primeiro por três a dois. O primeiro tempo terminou com um empate de dois a dois, e o gol da vitória foi obtido um minuto antes de terminar o jogo. Houve vários incidentes durante a partida.
Fonte: Correio da Manhã (RJ), 20/01/1937, ano 1937, n. 12943, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/089842_04/38112. Acesso em: 02 mai. 2025.

DECISÃO DO CAMPEONATO GAÚCHO
Domingo último, em Porto Alegre, foi disputada a primeira partida da "melhor de tres" entre o Rio Grande, da cidade do mesmo nome, e Internacional, daquela capital.
O encontro, segundo referem os jornais vindos do sul, foi bastante acidentado, tendo Salvador se retirado de campo bastante machucado, com um corte na região frontal em virtude de um choque com o jogador Fruto, do Rio Grande, ao cabecear uma bola.
Fruto também ficou ferido.
Sobre os incidentes, publica o "Correio do Povo", de Porto Alegre:
Na 1ª fase, quando a pugna transcorria animada, Juvêncio, médio visitante, chargeou, pelas costas Tom Mix, que caiu pesadamente.
Houve rápida discussão entre ambos e outros jogadores, quando, inesperadamente, entra em campo o técnico colorado e agride a Juvêncio.
Outros "players" dos dois times participam do tumulto, que já tendia a abrandar, se Penha, abandonando o arco, não avançasse para o "bolo" e fizesse agmentar ainda mais o alvoroço.
Felizmente, a polícia foi rigorosa e, debaixo dos "conselhos" de seus "cassetetes", a luta de "catch" teve fim.
O publico, porém, lamentou, até ao final, a cena que havia presenciado, completamente fora do programa e pouco digna de verdadeiros esportistas".
A vitória do Rio Grande verificou-se pela contagem de três a dois.
Esse clube abriu a contagem por intermédio de Sousa, Salvador empatou. Mais tarde, Pesce, do Rio Grande, desempatou, mas Sylvio voltou logo depois a conquistar um ponto, pondo o placar em igualdade.
No segundo período, Ernestinho, do Rio Grande, marcou o tento da vitória. Final, 3 a 2.
Serviu de juiz o Sr. Faillace.
Fonte: A Tribuna (SP), 20/01/1937, ano 1937, n. 299, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/153931_01/35664. Acesso em: 02 mai. 2025.

20/12/1936 - Campeonato Gaúcho 1936 - Zona Centro - Final - Internacional 9 x 0 Juventude

Em disputa do Campeonato Estadual de Futebol jogarão amanhã, no Estádio da Timbaúva, Santa Cruz x Novo Hamburgo e Internacional x Juventude, de Caxias
CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL
SANTA CRUZ E NOVO HAMBURGO DECIDIRÃO A SUPREMACIA DA ZONA NORDESTE E O INTERNACIONAL E JUVENTUDE, DE CAXIAS, DISCUTIRÃO O CAMPEONATO DO CENTRO
Estas pelejas serão realizadas amanhã, no Estádio da Timbaúva
Com a interessante partida noturna de 5ª-feira última, que bastante agradou e na qual o Santa Cruz, depois de uma luta movimentada e renhida, conseguiu abater o Guarani, de São Jerônimo, por 4x3, foram iniciados com pleno êxito os jogos em Porto Alegre, ao atual certame estadual promovido pela Federação Rio Grandense de Desportos.
Amanhã teremos mais duas excelentes pelejas que serão realizadas no confortável Estádio da Timbaúva, no Caminho do Meio.
A magnífica tarde futebolística será iniciada com uma contenda que promete grande sensação e na qual o Santa Cruz e o Novo Hamburgo discutirão o título de Campeão do Nordeste.
Findo este embate, que sera ardorosamente disputado, pisarão o gramado as representações de Porto Alegre e Caxias, respectivamente, S. C. Internacional e E. C. Juventude, que decidirão, em renhida batalha, o Campeonato da Zona do Centro.
Assim, teremos, amanhã, uma tarde futebolística repleta de atrativos e que, por certo, arrastará, para o belo gramado do Força e Luz, uma grande assistência.
Nota oficial da F. R. D. D.
A F. R. G. D. resolveu o seguinte:
a) Realizar no próximo domingo, 20 do corrente, no campo do Grêmio Sportivo Força e Luz, no Caminho do Meio, os seguintes jogos:
Final da zona nordeste
às 15 horas:
Esporte Clube Novo Hamburgo versus F. B. C. Santa Cruz.
Representante: Sr. Dr. Átila do Amaral.
Final da Zona Centro
às 16,45 horas.
Sport Club Internacional versus Esporte Clube Juventude.
Representante: Cícero Soares.
b) Permitir o ingresso ao gramado somente dos diretores da F. R. G. D ., presidente, técnico e representantes dos clubes disputantes;
c) Fixar os seguintes preços das entradas: Pavilhão: 4$000; Gerais: 3$000; Meia entradas: 2$000.
Porto Alegre, 16 de Dezembro de 1936.
Pedro Moreira, 1.º secretario.
S. C. INTERNACIONAL
Nota oficial
Para a partida de domingo com o E. C. Juventude de Caxias, em disputa do Campeonato Estadual, devem comparecer ao Estádio, às 15,30 horas os seguintes defensores da camiseta campeã absoluta da cidade:
Penha — Armênio — Alfeu — Natal — Sady — Garnizé — Risada — Leví — Zezé — Artigas — Salvador — Sílvio — Mancuso — Castillo — Tom Mix — Claudionor — Dirceu — Simão.
Fonte: A Federação (RS), 19/12/1936, ano 1936, n. 288, p. 4. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/388653/80948. Acesso em: 30 abr. 2025.

PROSSEGUE, HOJE, A DISPUTA DO CAMPEONATO ESTADUAL DA F.R.G.D.
Internacional x Juventude, de Caxias, e Santa Cruz x Novo Hamburgo, são os encontros do dia, na Chácara das Timbaúvas — Os árbitros escalados para esses embates
[...] INTERNACIONAL VERSUS JUVENTUDE, DE CAXIAS
Para o embate de hoje com o forte conjunto do Juventude, de Caxias, o Internacional escalou os seguintes jogadores: Penha, Armênio, Alfea, Natal, Sadi, Garnizé, Risada, Zezé, Artigas, Salvador, Sílvio, Mancuso, Castillo, Tom Mix, Claudionor, Dirceu e Simão.
CHEGOU, ONTEM, A MISSÃO DO JUVENTUDE, DE CAXIAS
Pelo trem da tabela, chegou, ontem, a delegação do Esporte Clube Juventude, de Caxias, campeão regional que veio disputar as semifinais do campeonato estadual de futebol do corrente ano.
A delegação caxiente vem sob chefia do nosso colega, Dr. Perci de Abreu Lima, que tem como auxiliares o Sargento Edmundo Campagnini, como técnico o Sr. Ildo Fleck.
O quadro do campeão caxiense que,
hoje, enfrentará o Esporte Clube Internacional, campeão da cidade, em disputa do campeonato da zona do Centro, é o seguinte: Vanzeto, João, Aldo, Rafael, Severo, Alfredinho, Bolacha, Bortinha, Mario, Renato e Jarbim.
Reservas — Guido, Bruno, Rigert, Micuim e Tedesco.
Falamos, ontem, ligeiramente com um componente da delegação do Juventude, que nos declarou que o campeão caxiense não tem a veleidade de ganhar, porém, tudo fará para enfrentar o seu forte e valoroso adversário de hoje, honrando a sua tradição.
Fonte: Diário de Notícias (RS), 20/12/1936, ano 1936, n. 259, p. 14. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093726_01/5274. Acesso em: 30 abr. 2025.

CAMPEONATO GAÚCHO 1936 - ZONA CENTRO - FINAL - INTERNACIONAL 9 X 0 JUVENTUDE
Data: 20/12/1936
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Juiz: Luis Eduardo Dolce
Gols: Pirillo 2’/1 (I); Salvador 21’/1 (I); Salvador 35’/1 (I); Pirillo 38’/1 (I); Castillo 39’/1 (I); Salvador 6’/2 (I); Pirillo 15’/2 (I); Artigas 22’/2 (I); Artigas 31’/2 (I).
INTERNACIONAL: Penha; Alfeu e Natal; Garnizé, Risada e Levi; Artigas, Salvador, Sylvio Pirillo, Castillo e Tom Mix. Técnico: Inocêncio Travassos Souto.
JUVENTUDE: Vanzeto; João (Bruno) e Décio; Rafael, Severo e Alfredinho; Bolacha, Bortogarai, Mário, Renato e Garbin. Técnico: Ildo Fleck

AS PARTIDAS DE ONTEM DO CERTAME ESTADUAL TIVERAM UM DESFECHO DECEPCIONANTE ! — O INTERNACIONAL ABATEU O JUVENTUDE POR 9 X O E O NOVO HAMBURGO DERROTOU O SANTA CRUZ POR 13 X 2
CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL
O SANTA CRUZ, E O JUVENTUDE, DE CAXIAS, BAQUEARAM FRAGOROSAMENTE FRENTE AO NOVO HAMBURGO E INTERNACIONAL, PELOS ELEVADOS SCORES DE 13 X 2 E 9 X 0
No Estádio da Timbaúva prosseguiram, ontem, os jogos do Campeonato Estadual de Futebol promovido pela Federação Rio Grandense de Desportos.
A regular assistência que, apesar da tarde quente de ontem, compareceu ao belo gramado do Força e Luz, ficou verdadeiramente decepcionada com o desfecho das duas partidas efetuadas e que decidiram os Campeonatos do Nordeste e do Centro.
No primeiro encontro da tarde, o galhardo bando do Novo Hamburgo, atuando folgadamente, abateu a turma de Santa Cruz, pela elevadíssima contagem de 13 x 2, que constitui um verdadeiro recorde em partidas semifinais do certame máximo do Estado.
O público ainda não se tinha refeito de tão grande surpresa aguardava a penosa impressão deixada pela primeira pugna, quando o Juventude de Caxias e o Internacional pisaram o gramado para a segunda batalha da tarde, que todos esperavam mais movimentada e interessante.
O seu despecho redundou, entretanto, numa nova, e lamentável decepção, pois a intrépida falange colorada levou de vencida, facilmente, a representação de Caxias, pelo alto score de 9 x 0.
Os scores registrados nas duas contendas são bastante significativos e eloquentes e nos dispensam de maiores comentários, por isto nos limitamos ao seu registro técnico.
INTERNACIONAL X JUVENTUDE
OS QUADROS
Internacional — Penha; Alfeu e Natal; Garnizé, Risada e Leví; Artigas, Salvador, Sílvio, Castillo e Tom Mix.
Juventude — Vanzeto; João (depois Bruno) e Décio; Rafael, Severo e Alfredinho; Bolacha, Bortogarai, Mario, Renato e Garbin.
OS GOLS DO INTERNACIONAL
1º TEMPO
1º — Os colorados carregam, João falha e Sílvio, com calma, abre a contagem do Internacional, de junto do arco adverso, aos 2 minutos de jogo.
2º — Risada chuta e Salvador descia habilmente a pelota para dentro do arco juventudista, marcando o 2º gol, aos 21 minutos de jogo.
3º — Salvador atira de longe e marca o 3º gol colorado aos 35 minutos de jogo.
4º — Sílvio, de junto, marca, com grande habilidade, o 4º tento dos rubros aos 38 minutos de jogo.
5º — Artigas centra e Castillo escora magnificamente, marcando o 5º gol colorado aos 39 minutos do jogo.
2º TEMPO
6º — Salvador finta a defesa caxiense, inclusive o arqueiro, e assinala o 6º gol vermelho, aos 4 minutos de jogo.
7º — Castillo avança resoluto e entrega a Sílvio que vaza, pela 7ª vez, o arco alvi-verde aos 15 minutos do 2º tempo.
8º — Artigas e o arqueiro Vanzeto avançam em direção à pelola, mas o ponta direita colorado leva a melhor, livra-se do guardião caxiense e marca o 8º tento internacionalista aos 22 minutos de jogo.
9º — Artigas, em lindo chute, encerra a contagem do dia, marcando o 9º e último gol do Internacional aos 31 minutos de jogo.
MOVIMENTO TÉCNICO
INTERNACIONAL
Defesas de Penha 2 2 4
Intervenções 1 3 4
Fouls 4 5 9
Hands 2 3 5
Corners 0 2 2
Off-sides 0 1 1
Pênaltis 0 0 0
Gols 5 4 9
JUVENTUDE
Defesas de Vanzeto 11 14 25
Intervenções 1 1 2
Fouls 1 2 3
Hands 3 1 4
Corners 3 6 9
Off-sides 0 0 0
Pênaltis 0 0 0
Gols 0 0 0
O JUIZ
Arbitrou esta partida, com critério e correção, o desportista Luís Eduardo Dolce, do Americano Universitário.
A IMPRENSA OBSEQUIADA
A diretoria da F. R. G. D ., por intermédio de seu esforçado secretário geral Pedro Moreira, fez, servir bebidas geladas aos cronistas desportivos. É apenas de lamentar-se que a copa do Força e Luz não estivesse devidamente aparelhada, pois remeteu para a bancada da imprensa a bebida sem os necessários copos, obrigando os cronistasa beberem nas garrafas!
Fonte: A Federação (RS), 21/12/1936, ano 1936, n. 289, p. 4. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/80956. Acesso em: 30 abr. 2025.

INTERNACIONAL E NOVO HAMBURGO DERROTARAM SEUS ADVERSÁRIOS POR GRANDE DIFERENÇA DE PONTOS
Os vencedores de domingo sagraram-se campeões das zonas nordeste e centro do Estado
APRECIAÇÕES TÉCNICAS SOBRE OS JOGOS
Sob os auspícios da Federação Rio Grandense de Desportos, realizaram-se anteontem, nesta capital, os jogos para a conquista do título de campeão das zonas nordeste e do centro.
No primeiro jogo interviram os quadros do Santa Cruz, da cidade do mesmo nome, e o do Novo Hamburgo, e no segundo as equipes do Internacional, campeão local, e do Juventude, de Caxias.
Os vencedores — Internacional e Novo Hamburgo, registraram vitórias mais do que convincentes — 9 a 0 e 13 a 2!
O triunfo do Novo Hamburgo, apesar deste não ter apresentado um jogo à altura de outras exibições feitas nesta capital, foi líquido e merecido.
Fez jus, assim, ao título que conquistou. O quadro do Santa Cruz fez uma jogada fraca e o conjunto nada produziu de apreciavel.
***
O campeão de Porto Alegre, embora não exibisse uma jogada sensacional, controlou durante os noventa minutos do embate todo o campo.
Jogando contra um adversário perigoso e bem treinado, o valoroso Internacional impôs a sua classe marcando nove tentos a zero!
O resultado foi mais um justo prêmio para os destemidos colorados.
O Juventude não confirmou a fama de que veio precedido.
O quadro ressente-se de falhas sensíveis e daí o insucesso.
Aliáas, embora vencido por um score elevado, os caxienses foram até o fim, lutando com ardor e entusiasmo. [...]
Fonte: Diário de Notícias (RS), 22/12/1936, ano 1936, n. 260, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093726_01/5297. Acesso em: 30 abr. 2025.

15/11/1936 - Amistoso - Internacional 0 x 3 Palestra Itália-SP

INTERNACIONAL OU PALESTRA ITÁLIA?
EIS A INTERROGAÇÃO QUE SE NOTA ESTAMPADA EM TODAS AS FISIONOMIAS E QUE SÓ TERÁ RESPOSTA NA MEMORÁVEL TARDE DE AMANHÃ, NO CONFORTÁVEL ESTÁDIO DA TIMBAÚVA, NO CAMINHO DO MEIO, ONDE SE EMPENHARÃO NUMA SENSACIONAL REVANCHE A BRAVA FALANGE COLORADA E O POSSANTE ESQUADRÃO PAULISTANO — OS MEIOS DESPORTIVOS ESPERAM COM A MAIOR ANSIEDADE A GRANDE BATALHA, QUE POLARIzA, NO PRESENTE MOMENTO, TODAS AS ATENÇÕES
A preliminar será entre "A Federação" e "A Gazeta"
A preliminar da revanche entre o Internacional e o Palestra será disputada entre as esquadras representativas d'"A Federação" e "A Gazeta", que estão bastante treinadas e dispostas a fazer uma luta renhida. Os rapazes d'"A Federação" devem comparecer ao campo do Força a Luz, às 12,30 horas. Acham-se escalados os seguintes jogadores: Romeu ou Tasso, Ênio, Elí, Campani, Varela, Juca, Wilson, Jesus, Joaquim, Cezar, Alcibiades. — Reservas: Pedro, Rivail, Hugo, Semente e Joãozinho.
As entradas para a sensacional revanche de amanhã
A Amgea organizou a seguinte tabela de preço das entradas para a sensacional revanche Internacional x Palestra Itália, a efetuar-se amanhã, no confortável Estádio da Timbaúva:
Cadeira numerada — 12$000
Pavilhão — 5$000
Geral — 4$000
Meia entrada — 3$000
As cadeiras numeradas já se encontram à venda na Agência Gaúcha, na rua dos Andradas. Os demais ingressos estarão à venda hoje à noite e amanhã de manhã, no Café Nacional, sucursal da rua dos Andradas.
Fonte: A Federação (RS), 14/11/1936, ano 1936, n. 259, p. 4. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/388653/80730. Acesso em: 28 abr. 2025.

Prontos para a revanche
ESTA TARDE, NAS TIMBAÚVAS, COLORADOS E PALESTRINOS SERÃO, NOVAMENTE, ADVERSÁRIOS
Ambos os quadros apresentar-se-ão formados como domingo último
O PROGRAMA DAS PRELIMINARES
Palestra Itália contra Sport Club Internacional!
Daqui a poucas horas, o nosso mundo desportivo assistirá, a terceira partida do torneio interestadual que vem realizando os clubes da Amgea, sob os auspícios desta, com o esquadrão do Palestra Itália, de São Paulo. Assistiremos, mais uma vez, as jogadas técnicas dos craques bandeirantes, cotejando-se com os nossos players, não menos conhecedores dos segredos do "association".
Desta vez, mister se torna di-zer, a luta assumirá proporções maiores. Pela vez primeira na história dos encontros interestaduais, assistiremos um match revanche. Um novo jogo entre dois gigantes. Dois grandes quadros que não se convenceram com o resultado do primeiro encontro. Um, não satisfeito com o placar que lhe fora favorável. Outro, não satisfeito com o placar que lhe fora contrário. Palestrinos alardeando que venceriam o adversário com mais facilidade, lavrando maior número de tentos. Colorados assegurando que a vitória lhes pertenceria, se nao fosse o azar das jogadas.
Enquanto discutem os gigantescos degladiadores, os seus admiradores, que se contam aos milhares, cotejam, também, as suas opiniões. Desde domingo passado, quando aquela [...] humana abandonou o Estádio dos Eucaliptos, vive a interrogação: quem mereceu a vitória? Palestra Itália? Internacional? Hoje ela cairá. Para que ela não subsistirsse por mais tempo no espírito dos torcedores, os adversarios resolveram cotejar os seus valores mais uma vez, numa revanche que, portanto, se apresenta formidável, única nos anais desportivos da metrópole gaúcha.
Nesse novo encontro veremos forças iguais, ambas dispostas a vender caro a sua derrota. De um lado veremos craques como Jurandir, defendendo a guarda vala com a técnica que o faz um dos maiores goleiros do país, Carnera e Dula, fortes esteios da defesa, Luizinho, Moacir e Rolando, impetuoso trio atacante. De outro, Penha, menos espetacular, porém, mais seguro que o "goalkeeper" alvi-verde, Alfeu e Risada, dois grandes craques, aquele a revelação da presente temporada futebolística, este o veterano craque gaúcho, Salvador, Castillo e Tom Mix, perigosos atacantes, sempre dispostos a por em cheque o gol adversário.
Forças que equilibram, que pelo valor individual de seus componentes, quer pela homogeneidade de seus conjuntos, quer pelo entusiasmo e vigor com que defendem os seus pavilhões, Palestra Itália e Internacional proporcionarão, sem dúvida, esta tarde, no Estadio da Timbaúva, um dos mais sensacionais encontros de futebol em nossa metrópole.
NAS TIMBAÚVAS
Em memorável embate que, por certo, marcará época nos anais futebolísticos desta capital será jogado no confortável estádio do Grêmio Sportivo Força e Luz, no Caminho do Meio.
PREÇO DAS ENTRADAS
Para o grande embate de hoje entre colorados e palestrinos vigorará a seguinte tabela de preços.
Cadeiras numeradas, 12$000; Pavilhão, 5$000; Gerais, 4$000; Senhoras e menores, 3$000.
Pela manha de hoje as entradas estarão à venda no Café Nacional.
CRONOMETRISTA
Para servir de cronometrista foi convidado pela Amgea o conhecido desportista Professor Aurélio de Lima Py, presidente, do Conselho de Julgamentos da F. R. G. D.
HORÁRIO
A primeira preliminar será iniciada às 13,30 horas e a segunda entre os juvenis do Cruzeiro e do Grêmio às 15 horas. O sensacional encontro interestadual entre os colorados e palestrinos será iniciado às 16,15 horas.
OS QUADROS DEGLADLANTES
Segundo notas fornecidas pelas direcões técnicas do Palestra Itália e do Internacional, os quadros degladiantes estarão assim constituídos:
PALESTRA ITÁLIA
Jurandir — Carnera, Bengliomini — Tunga, Dula, Del Nero — Maquina, Luizinho, Moacir, Rolando, Matias.
INTERNACIONAL
Penha — Alfeu e Natal — Garnizé, Risada e Levi — Artigas, Salvador, Mancuso, Castillo e Tom Mix.
Reservas: Armênio, Zézé, Sílvio e Acácio. [...]
O Consulado Italiano recepcionará, amanhã, a embaixada do Palestra Itália
Segunda-feira próxima o consulado italiano oferecerá uma recepção aos componentes da embaixada do Palestra Itália, que terá lugar na sede daquele consulado, às 18 horas.
Aos presentes será oferecido um fino aperitivo.  Por essa ocasião serão trocadas diversas saudações.
Os chefes da delegação visitante se farão acompanhar de alguns jogadores.
Imparato, ao contrário do que se propalara, não atuará no encontro de hoje, à Tarde
O veloz ponteiro esquerdo da seleção paulista desmente os boatos
NO CAFÉ NACIONAL
Desde ontem, os "players" que integram o forte conjunto do Palestra estão em repouso, guardaando as suas energias para o grande embate de hoje, quando será decidida a grande dúvida da torcida porto-alegrense: paulistas ou gaúchos? Os craques alvi-verdes, à tarde, após a sesta, mataram o tempo. No Café Nacional, entre vários outros companheiros de clube, estava Imparato, o veloz ponteiro esquerdo do Palestra, que conhecemos quando veio integrado o selecionado paulista, que aqui disputou com os rio-grandenses a primeira da melhor das três, que daria aos bandeirantes o título de campeões brasileiros de futebol de 1936.
Em vista dos boatos que corriam pela cidade, de que o esquadrão palestrino contaria, hoje, com o concurso de Imparato, modificando a organização com que se tem apresentado até agora ao nosso público, o repórter do DIÁRIO DE NOTÍCIAS desportivo foi procurá-lo, indagando da veracidade dos rumores. Respondeu-nos Imparato:
— Não é verdade. O Palestra Itália entrará em campo, para enfrentar pela segunda vez os colorados, com a mesma formação das vezes passadas. A ponta esquerda será, portanto, ocupada por Matias.
E, após alguns instantes de silêncio, conclui:
— Eu tenho grande vontade de jogar novamente nos campos de Porto Alegre. Grande desejo, mesmo. Até agora não foi possível. Vamos ver daqui para diante.
E, com um forte aperto de mão, se despede do repórter, indo, em companhia de outros, fazer o "footing" na rua da Praia.
O Capitão Otávio Menezes Póvoa, do Cruzeiro, aceitou a arbitragem do encontro
As credenciais do atual presidente do clube do Caminho do Meio
VOU ATUAR E ESPERO AGRADAR
Depois das 12 horas de ontem, corria pela cidade a notícia de que o capitão Otávio Menezes Póvoa, antigo jogador carioca, atualmente na presidência do Esporte Clube Cruzeiro, havia sido escolhido para arbitrar o encontro de hoje, no Estádio da Timbaúva, entre colorados e palestrinos. Mais tarde, a nossa reportagem tinha a confirmação oficial da escolha do presidente cruzeirista para "referee".
O repórter, então, resolveu procurá-lo, a fim de conseguir algumas declarações suas ao "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" desportivo. Fomos encontrar o capitão Póvoa num dos cafés do centro da cidade, rodeado por membros influentes do Cruzeiro. Abordamo-lo e declinamos a nossa qualidade de representante do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS". Antes de lhe informar das nossas intenções, ouvimos do capitão Póvoa:
— Não tenho nada...
O repórter interrompe e, contornando a situação, lhe pede confirmação dos boatos que o indicavam para juiz do jogo de hoje. Ouve, então, do capitão Póvoa as seguintes palavras:
— De fato, fui convidado para atuar amanhã. Não pude deixar de atender ao convite, embora tivesse dito aos que me vieram falar e aos membros da missão bandeirante que a escolha não poderia ser pior.
— Isso não é verdade — Aparteia alguém do grupo. O capitão Póvoa já atuou por várias vezes nos campos do Rio de Janeiro, além de que, como todos sabem, é um veterano jogador, conhecedor, portanto, do "association".
O presidente do Cruzeiro não pode negar. Sorri somente e adianta ao repórter:
— Fui convidado e atuarei. Faço o que faria qualquer outro em meu lugar. Vou atuar e espero agradar.
Fonte: Diário de Notícias (RS), 15/11/1936, ano 1936, n. 229, p. 22. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093726_01/4707. Acesso em: 28 abr. 2025.

AMISTOSO - INTERNACIONAL 0 X 3 PALESTRA ITÁLIA-SP
Data: 15/11/1936
Local: Timbaúva - Porto Alegre (SP)
Renda: aprox. 10:000$000.
Juiz: Otávio Menezes Póvoa
Gols: Rolando 3’/2 (P); Moacyr 13’/2 (P); Moacyr 25’/2 (P).
INTERNACIONAL: Penha; Natal e Alfeu; Garnizé, Risada e Levy; Artigas, Acácio, Salvador Arísio (Mancuso), Zanini, Castillo e Tom Mix. Técnico: Inocêncio Travassos Souto.
PALESTRA ITÁLIA-SP: Jurandyr; Carnera e Begliomini; Tunga, Dula e Del Nero (Luciano); Machina, Luizinho, Moacyr, Rolando e Mathias. Técnico: Matturio Fabbi.

"O time do Internacional, pela segunda vez vencido pelo Palestra".
Fonte: A Tribuna (SP)
"O quadro do Palestra, invicto no Rio Grande do Sul".
Fonte: A Tribuna (SP)
"As equipes adversárias momentos antes do encontro".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"Jurandyr, arqueiro palestrino".
Fonte: A Tribuna (SP)
"Lance movimentado, registrado
na partida de anteontem".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"Uma fase do jogo,
no centro do campo".
Fonte: Diário de Notícias (RS)

O Palestra Itália pelejando novamente com o Internacional confirmou a vitória alcançada no primeiro encontro
A TERCEIRA PARTIDA DA SENSACIONAL TEMPORADA INTERESTADUAL
O PODEROSO CONJUNTO BANDEIRANTE CONFIRMOU BRILHANTEMENTE O PRIMEIRO TRIUNFO ALCANÇADO FRENTE AOS COLORADOS, REGISTRANDO O SCORE DE 3 x 0
CRÔNICA
O possante esquadrão do Palestra Itália, de, São Paulo, fez ontem a sua terceira exibição em canchas gaúchas, enfrentando, novamente, a brava falange colorada, cujo primeiro encontro havia terminado com o score de 2 x 1, favorável aos paulistas.
Acertada a revanche, exultaramos meios desportivos ante a perspectiva de uma nova e sensacional batalha.
Assim, sem ser avultada, grande foi, entretanto, a assistência que compareceu ao confortável Estádio da Timbaúva, na bela tarde de ontem, emprestando-lhe festivo aspecto.
Era enorme a expectativa para o segundo cotejo entre palestrinos e colorados e que se prenunciava brilhante. Assim, todos estavam a postos, ávidos pelo desenrolar do importante prélio.
Era este o ambiente reinante no excelente gramado da "Carris" ao ser iniciada a terceira prova da temporada interestadual.
Palestra e Internacional, frente a frente, pelejaram galhardamente, oferecendo ao grande público presente uma magnífica jogada.
Assim, se o poderoso conjunto bandeirante se apresentara com aquele admirável entendimento que tanto o carateriza, os colorados desenvolveram, por sua vez, uma brilhante atuação durante o primeiro tempo, igualando-se no valor ao seu forte e adestrado antagonista para superá-lo, em algumas fases, chegando a dar a impressão que se vingaria da derrota sofrida na primeira contenda.
E teve, realmente, oportunidades propícias para a marcação de tentos no primeiro período da luta e que poderiam ter mudado a feição ou desfecho da peleja, pois Tom Mix, por duas vezes, tendo apenas Jurandir pela frente, decepcionou a assistência errando o alvo, sendo a terceira oportunidade perdida por Artigas, ao fazer um arremate de cabeça nafrente da cidadela paulista.
Se os colorados perderam três magníficos ensejos para a conquista de tentos, os paulistas também perderam um, que se afigurava a todos certíssimo, quando Luizinho, depois de vencer Penha, que avançara, atirou pelo lado, quando o arco colorado se encontrava desguarnecido.
Assim, apesar de tantas ocasiões propícias, o score não foi aberto no primeiro tempo, que terminou com o resultado de 0 x 0.
Fazendo-se uma análise rigorosa desta primeira fase, chega-se à conclusão que ela foi mais favorável aos colorados, que, entretanto, não souberam tirar o necessário proveito.
Neste meio tempo se salientaram as defesas, não tendo os quintetos atacantes realçado.
Findo o descanso regulamentar, os dois bandos voltam ao gramado.
Todos esperam que a luta prossiga renhidíssima acreditam num empate ou num score apertado, levando em conta o desempenho do 1º tempo. Entretanto, o jogo toma nova feição nesta fase.
Os bandeirantes se apresentam resolutos, mostrando-se perfeitos conhecedores do manejo da pelota, abusando, apenas, do uso de truques.
Os colorados, ao contrário, se apresentam com muito menor eficiência e, assim, inicialmente desequilibram a partida.
As modificações introduzidas na sua linha-avante causam surpresa à assistência, que reclama a presença de Salvador e Mancuso, que foram retirados e que se haviam desempenhado muito bem no primeiro tempo. Apenas havia sido notada a ausência de Castillo que poderia ter entrado em lugar de Acácio, sendo esta, ao que parecia, a única modificação indicada.
Como dissemos linhas acima, os colorados, que haviam feito uma brilhante jogada no primeiro tempo, apresentam-se, no segundo período da contenda com muito menor eficiência na sua ofensiva.
Os paulistas, destros e experimentados, tiram, imediatamente, o necessário proveito da nova situação que se lhes apresenta o inimigo e assim fazem cair, por duas vezes, o último reduto vermelho, aos 2 e 12 minutos de jogo, respectivamente.
A defesa colorada trabalha demoradamente para conter as investidas paulistanas.
Salvador volta ao quinteto atacante rubro, do qual não deveria ter saído, mas os rapazes do Estádio dos Eucaliptos, tendo contra si dois tentos, já não apresentam, embora se esforcem, o mesmo padrão de jogo do primeiro tempo.
Enquanto isto, os palestrinos, com uma defesa que constitui uma muralha e uma linha avante hábil, tenaz e perigosa, formando todos um harmonioso e eficiente conjunto, conseguem o terceiro tento, com o qual encerram a contagem.
Os rubros trabalham, mas nada conseguem, pois os defensores da cidadela verde se mostram ativos e vigilantes.
Momento houve, em que pareceu inevitável a queda do quadrilátero paulista, pois Risada havia cobrado com perícia uma falta inimiga e Zanini e Castillo fecharam sobre o arco de Jurandir, mas a defesa palestrina, numa ação oportuna e de rara felicidade, conseguiu afastar o perigo.
E, assim, termina a importante batalha com o brilhante triunfo do valoroso Palestra Itália, que confirma, dessa maneira, a primeira vitória alcançada frente aos colorados, conservando o título de invicto nos nossos gramados. Os filhos da gloriosa Piratininga são, ao se retirarem de campo, calorosamente aplaudidos pela assistência, que oferece, assim, uma nítida demonstração de que bem conhece as nobres finalidades do desporto.
VÁRIOS INFORMES
A primeira preliminar
A grande tarde futebolística interestadual foi iniciada com o encontro entre ae representações de "A Federação" e da "Gazeta", de São Paulo.
Esta pugna, que foi bastante disputada, terminou com a vitória do bando da "Gazeta" pelo score de 3 x 0.
A segunda preliminar
Os juvenis do Grêmio e Cruzeiro ofereceram ao grande público presente ao Estádio da Timbaúva uma interessante peleja em disputa do campeonato de sua categoria, que vinha sendo liderado pelo galhardo bando alvi-azul. A destemida equipe tricolor, desenvolvendo uma excelente jogada, triunfou pelo score de 3 x 1. Com este resultado, ficou o Campeonato Juvenil empatado entre Cruzeiro e Grêmio.
Chegam os paulistas
Às 16 horas chegam os paulistas ao Estádio da Timbaúva, sendo recebidos por uma salva de palmas.
Surgem os colorados
Três minutos após, chegam os colorados, sendo igualmente aplaudidos.
Os bandos degladiantes pisam o gramado
Às 16,28 horas os colorados entram em campo e logo a seguir os palestrinos, sendo uns e outros aclamados pela assistência.
Os fotógrafos em ação
A seguir os dois quadros posam juntos para as objetivas da imprensa.
O toss
Reunidos no centro do campo, o juiz atira para o ar a clássica moeda, cabendo a escolha do campo ao Internacional, que escolhe o arco que fica do lado da Timbaúva, sendo a saída dada pelo Palestra.
Os quadros entram em forma
Os quadros entram em forma da maneira seguinte:
PALESTRA — Jurandir; Carnera e Begliomini; Tunga, Dula e Del Nero; Maquina, Luizinho, Moacir, Rolando e Matias.
INTERNACIONAL — Penha; Alfeu e Natal; Garnizé, Risada e Leví; Artigas, Salvador, Mancuso, Acácio e Tom Mix.
NOTA: — No segundo tempo, a linha-avante colorada sofreu radical transformação, entrando Zanini para a ponta direita, deslocando Artigas para a meia, em lugar de Salvador que saiu, passando Acácio para o centro em lugar de Mancuso que também saiu, entrando Castillo para a meia-esquerda.
No decorrer da luta, Saivador voltou ao gramado, saindo Acácio.
No quadro paulistano, quase ao finalizar a luta, Luciano substituiu Del Nero.
O início do jogo
O grande embate foi iniciado às 16,35 horas, cabendo a Moacir, centroavante palestrino, movimentar a esfera.
Os tentos bandeirantes
Os três tentos paulistanos foram feitos no 2º tempo, como segue:
1º) Apenas iniciado o 2.º tempo, Moacir avança e em soberbo, mas inesperado tiro alto de fora da área, vence a  perícia de Penha, abrindo a contagem paulista aos 10 minutos de jogo.
2º) Rolando, em tiro alto e de canto, de longe, desferido com perícia, aumenta a contagem palestrina para 2, aos 12 minutos de jogo.
3º) Moacir recebe a pelota de Maquina e em chute calmo e calculado vaza, pela 3ª vez, o reduto de Penha, encerrando, assim, a contagem bandeirante aos 33 minutos de jogo.
MOVIMENTO TÉCNICO
PALESTRA ITÁLIA
Defesas de Jurandir 3 2 5
Intervenções 3 2 5
Fouls 6 9 15
Hands 7 3 10
Corners 5 4 9
Off-sides 2 3 5
Pênaltis 0 0 0
Gols 0 3 3
INTERNACIONAL
Defesas de Penha 3 2 5
Intervenções 4 1 5
Fouls 4 9 13
Hands 3 2 5
Corners 1 2 3
Off-sids 2 2 4
Penaltys 0 0 0
Goals 0 0 0
O juiz
Dirigiu o importante prélio o distinto desportista Capitão Otávio Menezes Póvoa, ex-zagueiro do Botafogo, do Rio de Janeiro e presentemente na presidência do E. C. Cruzeiro.
S. s. agiu com critério, energia e acerto, dando, assim, um magnífico desempenho ao árduo mandato recebido.
Gentilezas à imprensa
A Amgea obsequiou os cronistas desportivos com bebidas geladas.
Fonte: A Federação (RS), 16/11/1936, ano 1936, n. 260, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/388653/80740. Acesso em: 29 abr. 2025.

EPILOGOU-SE POR UM BRILHANTE TRIUNFO PALESTRINO
O jogo de ontem, com o Internacional, em Porto Alegre
No segundo tempo, o PALESTRA desenvolveu atuação de grande destaque, marcando três pontos por intermédio de Moacyr (2) e Rolando (1)
Como agiram os quadros e seus elementos — Um tento legítimo, de Moacyr, anulado pelo árbitro — Os melhores elementos em campo — O juiz
No primeiro tempo, a contagem não foi aberta — Jogo violento no segundo período
DUAS PRELIMINARES
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Duas preliminares anteciparam o jogo Palestra - Internacional, em torno do qual há grande expectativa. Na primeira, foram adversários os quadros dos jornais “Federação” e “Gazeta”, vencendo o deste, por 3 a 0.
Na segunda preliminar, jogaram os times juvenis do Cruzeiro e do Grêmio, triunfando este, por 3 a 1.
OS TIMES
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Os quadros vão entrar para o gramado com esta organização:
PALESTRA: Jurandyr, Carnera e Begliomini; Tunga, Dula e Del Nero; Machina, Luisinho, Moacyr, Rolando e Mathias.
INTERNACIONAL: Penha, Alfeu e Natal; Garnizé, Risada e Levy; Artigas, Salvador, Máncuso, Castillo e Tom Mix.
CASTILLO, DOENTE, FOI SUBSTITUÍDO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Tendo adoecido, Castillo foi substituído no quadro do Internacional por Accacio.
O JUIZ
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Arbitrará a luta, segundo mandamos dizer, o Sr. Octavio Menezes Povoa, que é o presidente do Cruzeiro.
O JOGO É INICIADO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Os palestrinos são os primeiros a dar entrada em campo, seguidos dos locais, que são aplaudidos. Às 16,30 horas, é iniciado o jogo, pelos visitantes, cabendo a Risada afastar a primeira carga palestrina, mas os visitantes voltam à carga, e Moacyr tem excelente oportunidade, que deixa de aproveitar, registando-se, a seguir, uma boa intervenção de Penha. A ala esquerda do Internacional tenta uma avançada, mas é impedida por Tunga. O juiz assignala uma falta de Levy.
Aos 10 minutos, os locais organizam rápido ataque, cabendo a Jurandyr fazer ótima intervenção. Perto da área, Begliomini empurra Mancuso, sendo a falta apontada. Batido o tiro-castigo, Rolando defende, escanteando. O escanteio é mal batido, e, assim, nada resulta. Machina está atuando mal, perdendo várias jogadas.
Ataque local, estando Tom Mix impedido, sem que o juiz assinale, mas o ponta esquerda local não aproveita a situação. O Internacional prossegue ao ataque, forçando o companheiro de zaga de Carnera a conceder escanteio, que é mal chutado e salvo, com facilidade, por Carnera.
PENHA DEIXA A META E ROLANDO CHUTA FORA
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Aos 15 minutos de jogo, tem o Palestra uma ótima situação, que Rolando não aproveita. Penha havia saído de sua posição, deixando o arco desguarnecido, indo a pelota, porém, aos pés de Rolando, que, sem calma, chuta fora, perdendo grande oportunidade. Prossegue a luta com as mesmas características, registrando-se ações no meio do campo. Toque de Accacio e falta de Mancuso, que é mal batida...
A torcida está belicosa...
Ataque palestrino, que finda com escanteio de Natal, estando desorganizada a defesa local. Ataque do Palestra pela ala direita, com defesa de Alfeu. Novo avanço visitante, cabendo a Del Nero arrematar com infelicidade. A seguir, há uma falta de Del Nero, que nada produz. Jogo monótono, sem vibração. Begliomini escanteia. Tunga está agindo com grande destaque. O juiz assinala falta do mesmo Tunga. Ataque local, finalizado, de cabeca, por Artigas, que manda a bola por cima, bem junto à trave.
ALFEU SALVA DIFICIL SITUAÇÃO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — O Palestra está agora atacando mais. Luisinho avança, entrega a Moacyr, otimamente colocado e, quando este ia desferir o chute final, aparece Alfeu, que salva difícil situação para seu quadro. Toque de Risada, que Dula bate, sem nada conseguir, pois Garnizé defende bem o tiro livre. Rolando prejudica um ataque, praticando falta. Há um toque de Dula, que é mal batido. Os avanços, agora, são dos
locais, que insistem, sem, entretanto, conseguir um resultado prático. Escanteio de Carnera, que é defendido por Tunga. Registam-se dois impedimentos, um de Moacyr e outro de Artigas.
FIM DO 1º TEMPO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Nos minutos finais do 1º tempo, o Palestra reage e ataca, mas também nada de prático obtém, vindo a findar o primeiro tempo sem que os quadros em campo conseguissem abertura de contagem.
MOVIMENTO TÉCNICO DO 1º TEMPO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Foi este o movimento técnico do 1º tempo:
Palestra — Defesas, 1; defesas fracas, 4; faltas, 9; toques, 5; escanteios, 5; impedimento, 1.
Internacional — Defesas, 2; defesas fracas, 4; faltas 4; toques, 5; escanteios, 6; impedimentos, 2.
COMENTANDO O 1º TEMPO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — O primeiro tempo decorreu com leve superioridade local, cujos atacantes deram grande trabalho a Carnera e Tunga, que brilharam. A ala esquerda local, sem Castillo, nada produziu, produzindo mais a ala direita, jogando bem Salvador e Artigas. Os médios locais estiveram mais firmes e melhores que os visitantes, dos quais apenas apareceu e brilhou Tunga. Begliomini jogou inseguro e Jurandyr, bom. Os zagueiros locais, bons, bastante firmes, destacando-se o trabalho de Alfeu, que esteve magnífico. Penha teve boa atuação, sendo sempre o mesmo.
Nesta fase, o Palestra não agradou, visto não se exibir com o seu costumeiro jogo. O ataque esbarrava, de contínuo, com a defesa local. Machina recebeu inúmeras bolas, perdendo-as todas. Dos dianteiros, o melhor foi Moacyr, secundado por Luisinho, que, de resto, atuou um pouco atrasado, ajudando a defesa, com a qual cooperou bem.
O SEGUNDO TEMPO — MODIFICA-SE O QUADRO GAÚCHO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — O segundo tempo é iniciado ás 17,26 horas, notando-se estar modificado o quadro do Internacional, cujo ataque passou a ser este: Zanini, Artigas, Accacio, Castillo e Tom Mix.
Os locais atacam logo de início, bem controlados.
AOS 3 MINUTOS, O PALESTRA ABRE A CONTAGEM, POR INTERMÉDIO DE MOACYR
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Depois de dois ataques locais, o Palestra passa para o campo contrário, onde Moacyr recebe uma bola de Jurandyr e, quase do mesmo local chuta forte, visando a meta. A bola foi entrar no canto esquerdo da meta. Estava, assim, feito o 1º tento do Palestra. Foi um gol feito de longe.
MELHORA A ATUAÇÃO PALESTRINA
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Depois do 1º tento, o Palestra melhora pouco a pouco e passa a organizar repetidas e perigosas cargas, uma das quais é prejudicada por um injusto impedimento, apontado em Machina.
ROLANDO ASSINALA O 2º GOL PALESTRINO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Os ataques, agora, pertencem ao Palestra, cuja actuação é de mais destaque. Tunga escora uma avançada, entregando a pelota para Luisinho, o qual, por sua vez, faz bom passe para Rolando. Este, sem perda de tempo, arremata bem e marca o 2º tento do Palestra, que é recebido com aplausos.
Aos 15 minutos de jogo, verifica-se falta de Dula em Castilio, havendo situação crítica para o posto de Jurandyr. Zanini consegue centrar, mas a situação se desfaz. Avançam os palestrinos e Natal comete falta de Machina, batendo este mesmo sem resultado. A seguir, registra-se forte carga palestrina, que Natal defende.
Atacam os locais e Artigas, recebendo de Risada, perde um bom momento, chutando mal. Toque de Dula, seguida de defesa de Jurandyr. Salvador, impedido, procura intervir, mas é obstado pelo juiz.
FORTE ATAQUE GAÚCHO — JOGO VIOLENTO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Atacam fortemente os gaúchos — Jurandyr defende espectaculosamente um tiro de Artigas. Accacio é substituido por Salvador. Ataca o Palestra e Natal defende.
Falta de Artigas em Dula. Batido, Alfeu defende. O jogo torna-se violento.
O Palestra, agora, acerta bem o jogo, controlando bem suas ações, ao passo que a linha local falha sempre. Toque de Zanini. Impedimento de Moacyr. Falta de Tunga, seguida de outra, de Alfeu, que entra de “sola”, mas esta não é punida. Jurandyr, acossado por dois adversários, pratica escanteio, que é mal batido. Carnera concede outro escanteio, que Castillo bate mal, pondo fora.
Falta de Dula em Castillo, que é mal cobrada pelo centro-médio Risada. Forte ataque palestrino e Natal defende, com escanteio.
UM GOL DO PALESTRA, LEGÍTIMO, É DESFEITO PELO ÁRBITRO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Aos 31 minutos, registra-se perigoso ataque palestrino, que é inutilizado por Natal. A seguir, verifica-se nova carga dos “periquitos”, e Moacyr consegue aninhar a pelota nas redes, mas o gol não é validado, pois o juiz, injustamente, acusou uma falta do Palestra contra Alfeu.
O 3º TENTO DO PALESTRA, MARCADO POR MOACYR
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Aos 33 minutos de jogo, surge o terceiro tento do Palestra, cujo ataque, bem conduzido por Luisinho, invade o campo local. Dula bate uma falta de Zanini, indo a pelota para Machina, o qual, rápido, cede o couro para Moacyr, permitindo a este a marcação do terceiro tento para o Palestra, que estava, assim, com a vitória consolidada. Antes de chutar para a meta, Moacyr enganara Natal.
Depois desse feito, nota-se desânimo por parte da defesa local, que se entrega.
Os locais tentam reagir e atacam. Artigas chuta e a bola passa rente à trave.
O PALESTRA DOMINA E CONTROLA TODO O JOGO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — O Palestra, agora, domina francamente, tendo o controle seguro de todo o jogo, que lhe pertence. Natal aplica falta em Rolando, próximo da área. A falta é batida por Mathias, que chuta fora. Outra falta local, dada por Castillo. Luciano, no time do Palestra, entra em lugar de Del Nero. Jurandyr está jogando sem interesse. Falta de Dula em Castillo. Ataque local, que Tunga defende, com escanteio.
JURANDYR E TOM MIX...
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Há um momento de confusão e Jurandyr quase se engalfinha com Tom Mix.
JOGADAS FINAIS — A VITÓRIA DO PALESTRA, POR 3 A 0
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — A luta está em seus momentos finais, sendo o jogo do Palestra.
Registam-se mais alguns lances, e o jogo vem a findar, com este resultado:
Palestra, 3 - Internacional, 0.
O PALESTRA É APLAUDIDO PELO PÚBLICO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Findo o jogo, o público aplaude o vencedor, premiando com palmas seu brilhante feito, que se exibiu muito bem no 2º tempo.
MOACYR, O MELHOR DO ATAQUE
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — No segundo tempo, o Palestra melhorou grandemente, sendo Moacyr o atacante em mais evidência. O ponto que marcou e que o juiz não validou, foi legítimo.
A ATUAÇÃO DO JUIZ
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — O juiz, Sr. Póvoa, afora não ter invalidado o ponto de Moacyr, foi honesto, embora “amarrasse” muito o jogo de parte a parte.
ERRO DE TÉCNICA
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — A direção técnica do Internacional teve um grande erro, quando modificou a organização de seu ataque, que pouco produziu. Foi esse um grande erro, de consequências graves.
SURURUS NAS ARQUIBANCADAS
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — Ao final do jogo, enquanto o público aclamava e aplaudia os palestrinos que deixavam o campo, registaram-se alguns sururus nas arquibancadas, prontamente sufocados com a intervenção policial.
FOI MERECIDA A VITÓRIA DO PALESTRA
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — O Palestra fez jus à vitória, muito embora não se exibisse em toda a pujança de seu poderio e técnica. Sua atuação, na segunda fase, entretanto, foi firme e convincente.
MOVIMENTO TÉCNICO DO SEGUNDO TEMPO
PORTO ALEGRE, 15 — (Do correspondente) — O segundo tempo acusou o seguinte movimento técnico:
Palestra — Defesas, 2; defesas fracas, 2; faltas, 10; toques, 3; escanteios, 3; impedimentos, 3; tentos, 3.
Internacional — Defesas 3; defesas fracas, 2; faltas, 7; toque, 1; escanteios, 2; impedimentos, 0; tentos, 0.
FOI FRACA A RENDA DO JOGO
PORTO ALEGRE 15 — (Do correspondente) — Mau grado o interesse despertado pelo jogo, a renda não correspondeu, pois que apenas atingiu um total de dez contos, aproximadamente.
Fonte: A Tribuna (SP), 16/11/1936, ano 1936, n. 235, p. 14. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/153931_01/34440. Acesso em: 29 abr. 2025.

EM JOGO REVANCHE, O PALESTRA ITÁLIA DE SÃO PAULO ABATE O S. C. INTERNACIONAL DE PORTO ALEGRE PELA EXPRESSIVA CONTAGEM DE 3 X 0
Rolando e Moacir (2) fizeram os tentos
Conforme fora amplamente noticiado, realizou-se anteontem em Porto Alegre o esperado “match” revanche entre as aguerridas esquadras do Palestra Itália de S. Paulo e o S. C. Internacional, local.
Ao Estádio da Timbaúva compareceu uma enorme assistência sequiosa pela queda do valoroso quadro paulistano.
Diante da última exiibição dos visitantes frente ao Grêmio, com quem empataram por 1 a 1, era crença geral que os “colorados” abateriam o onze [...].
Falharam, porém, todos os prognósticos, pois o Palestra, atuando normalmente, não teve dificuldade em vencer o líder portoalegrense pela expressiva diferença de 3 pontos.
Justiça seja feita, o Internacional teve em toda a refrega uma atuação apagada, tendo perdido inúmeras oportunidades de modificar o placar, mas Jurandyr, numa tarde de gala, neutralizava todas as avançadas dos comandados de Mancuso, em defesas espectaculares.
Passemos agora ao desenvolver do jogo.
Aproximadamente às 4,30 entram em campo as duas falanges, que depois de trocadas as gentilezas de estilo, iniciam a peleja. O Palestra imediatamente vai ao ataque sendo rechaçado pelos defesas gaúchos. Ambas as equipes atuam mediocremente, não oferecendo lances de sensação à assistência. Aos 15 minutos desta fase, Rolando com o gol completamente desguarnecido, perde a melhor oportunidade de abrir a contagem a seu favor. Os gaúchos insistem perigosamente, mas os seus atacantes se precipitam e morrem suas avançadas nos mãos de Jurandyr, numa tarde feliz.
A partida prossegue monótona, terminando o período inicial sem que fosse aberta a contagem.
2º PERÍODO
Os visitantes voltam ao gramado possuídos de intenso entusiasmo e ao 3º minuto, Rolando, o hábil “insider” palestrino, depois de receber a pelota em magníficas condições de Moacyr, envia violento tiro à meta de Penha, sendo infrutífera a defesa deste. Estava assinalado o 1º ponto do Palestra. A partida daí, então, tornou-se gigantesca, procurando o Internacional empatar o prélio, mas Carnera e Begliomini, principalmente este, destroem as pretenções dos “pampeiros”. A seguir Luizinho serve Moacyr, que entra pelos zagueiros contrários e consegue burlar pela segunda vez a perícia de Penha, marcando aos 13 minutos o 2º tento paulista. Jurandyr é empenhado várias vezes e numa delas Salvador atira alto no ângulo e Jura com a ponta dos dedos escanteia magistralmente, sem resultado. Os gaúchos incitados pela torcida, põem em polvorosa a defesa palestrina, mas novamente Jurandyr, de um
forte tiro de Castillo, reverte novamente com a ponta dos dedos, sendo ovacionadíssimo pela assistência. Logo após, Moacyr consegue um tento, anulado pelo árbitro. Novamente Luizinho oferece um passe magistral ao mesmo Moacyr, que entrando firme pela zaga internacionalista deixa Penha sem defesa, marcando aos 25 minutos da fase final o 3º ponto do Palestra Itália.
Diante do resultado, os gaúchos procuram desmanchar a diferença, mas encontram em Tunga e Jurandyr os seus maiores entraves. Com o Internacional no ataque, termina o grande cotejo com a vitória merecida do Palestra Itália pela contagem final de 3 a 0.
OS QUADROS
PALESTRA
Jurandyr
Carnera — Begliomini
Tunga — Dula - Del Neto (Luciano)
Machina, Luizinho (cap.), Moacyr, Rolando, Mathias
INTERNACIONAL
Penha
Alpheu — Natal
Garnizé — Risada (cap.) — Levy
Artigas (Zanini), Mancuso, Salvador (Sylvio e depois Salvador), Castillo, Tom Mix.
Do Palestra salientaram-se Jurandyr, Tunga e Begliomini na defesa, tendo Del Nero jogado “pedrinhas” como se diz na gíria. Na linha atacante Moacyr e Luizinho brilharam, tendo Rolando na 1ª fase uma atuação apagada, bem como Mathias, melhorando na fase final. Machina é o mais fraco da vanguarda. Do Internacional o ponto forte foi Penha, Alpheu, Natal, Risada e Castillo, tendo os demais falhado lamentavelmente.
Fonte: O Estado (PR), 17/11/1936, ano 1936, n. 040, p. 8. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/830275/486. Acesso em: 29 abr. 2025.

OS RUBROS NÃO SE REABILITARAM
Na revanche de anteontem o Palestra venceu
Os visitantes marcaram três tentos, obtendo nítido triunfo
PORMENORES
O Palestra Italia desobrigou-se anteontem, do seu terceiro compromisso nesta capital, enfrentando pela segunda vez o quadro do Internacional, campeão do turno no corrente ano e líder invicto da tabela no returno.
Esse embate, que foi disputado no Estádio das Timbaúvas, no
Caminho do Meio, correspondeu em parte a expectativa, pois o clube visitante desenvolveu, principalmente na segunda fase do jogo uma atuação que, se não foi brilhante, veio ao menos demonstrar suas possibilidades como um conjunto de primeira ordem capaz de desenvolver um jogo que satisfaça ao mais exigente amante do "association".
A luta, de que foi teatro o campo do clube da Carris, dividiu-se em duas fases bem distintas, na primeira, o jogo fol equilibrado e nenhum dos contendores conseguiu sobrepujar o outro, apesar do quadro local ter tido uma atuação mais eficiente, pondo constantemente em xeque o campo adverso, onde salienta-se desde logo, como astro de primeira grandeza o zagueiro Carnera que é, incontestavelmente, a coluna mestra do quadro palestrino.
Na fase final o quadro colorado desorganizou-se por completo, no passo que os visitantes, tendo a seu favor, o vento reinante, apresentaram um jogo mais técnico e mais produtivo do que lhes resultou a conquista de três gols feitos por Moacir e Rolando.
Foi nítida e merecida a vitória do quadro palestrino, que de jogo para jogo vem se firmando de modo a confirmar a fama de que vem precedido como um dos melhores conjuntos do País.
Seriam 16 e 30 horas quando entraram em campo os dois contendores que são muito aplaudidos pela assistência. A seguir, o juiz Capitão Otávio de Menezes Póvoa entra no gramado acompanhado de seus auxiliares, sendo, a seguir, sorteado o "toss".
Os locais escolhem o gol de baixo, com o vento e o sol a favor. O grande embate é então iniciado, obedecendo ao sinal do cronometrista professor Aurélio Py. Os primeiros lances são de indecisão.
O quadro local, apesar de não contar com o concurso do perigoso atacante Castillo, vem atuando bem e os seus dianteiros põem em perigo o gol contrário, obrigando, assim, a defesa palestrina a desenvolver grande esforço para evitar a queda de seu reduto. A linha dos caturritas carrega e Alfeu e Natal inutilizam os seus avanços. A partida prossegue monótona, não despertando interesse na assistência, que acompanha friamente as adversas fases do jogo. Os dois contendores tudo fazem para abrir a contagem, o que entretanto não conseguem. Assim transcorreram os primeiros 40 minutos de jogo, apesar do quadro colorado ter atuado melhor que o seu adversário, só não conseguindo marcar ponto devido a falta de arremate dos seus atacantes.
SEGUNDO TEMPO
Decorrido o descanso regulamentar, voltam ao campo os dois contendores. Com surpresa geral da torcida colorada Salvador e Mancuso, os dois elementos que vinham tendo melhor atuação no quinteto rubro, não voltam ao campo, sendo substituídos por Castillo e Zanini, ficando a linha dianteira dos colorados assim formada:
Zanini, Artigas, Acácio, Castillo e Tom Mix.
A torcida rubra reclama a presença daqueles dois atacantes. O jogo é reiniciado. Desde os primeiros momentos nota-se a desorganização do ataque colorado: ao passo que o conjunto visitante atua com mais harmonia e melhor conjunto.
Sao decorridos apenas dois minutos de jogo e o impetuoso centro palestrino Moacir, conseguindo desvencilhar-se de Risada, aproxima-se do gol de Penha e de longe, antes da linha perigosa, desfere violento e certeiro tiro de canto, iludindo, assim, a vigilância do arquieiro colorado, que nem se movimentou, pois a bola foi aninhar-se no fundo da rede.
Assim foi conquistado o primeiro gol do Palestra.
Esse feito foi muito aplaudido.
O quadro palestrino vai aos poucos tornando-se senhor absoluto do campo. Não restava mais dúvida sobre a vitória dos visitantes, tal era a superioridade que vinham demonstrando. Algumas incursões desorganizadas do ataque colorado eram desfeitas pels defesa palestrina, onde Carneta e Tunga brilhavam.
Continuam os rapazes de São Paulo a atacarem e aos doze minutos, ainda de longe, antes da linha perigosa, Rolando, agora no canto direito, repete o feito de Moacir e faz estremecer a rede colorada, ficando ainda, desta vez, Penha impassível. Estava marcado o segundo gol do Palestra.
Novos aplausos saúdam esse feito.
A torcida colorada volta a reclamar a presença de Salvador que é o animador do ataque Internacionalista, sendo atendida, pois o perigoso atacante entra, novamente, em campo em lugar de Acácio .
O jogo prossegue, porém, os locais nada conseguem, visto a defesa visitante estar atuando com segurança, anulando os avanços dos colorados que eram desarticulados.
Aos 32 minutos de jogo, cabe novamente a Moacir, depois de grande esforço, marcar o terceiro e último gol do Palestra.
Com mais algumas investidas, termina esse embate com a vitória do quadro palestrino pela significativa contagem de três a zero.
Os jogadores visitantes ao deixarem o gramado são muito aplaudidos.
Carnera, zagueiro visitante, foi a maior figura entre os vinte e dois jogadores em campo
Penha, esperança colorada, fracassou, sendo vazado com bolas fáceis
Jurandir — Sobre esse jogador já tempor conceito firmado como um dos melhores do País.
Carnera — É incontestavelmente o melhor jogador da defesa visitante e talvez o melhor zagueiro que tem atuado em nossos campos. É esse o maior e melhor elogio que se pode
fazer do técnico zagueiro palestrino.
Begliomini — Forma com Carnera uma boa parelha, apesar de ser muito inferior a este.
Tunga - É um ótimo médio, podendo ser nivelado aos melhores ocupantes dessa posição.
Dula - É um perfeito conhecedor da difícil posição de centro médio, apesar de, na jogada de anteontem, a sua atuação ter sido muito aquém da desenvolvida nos outros dois jogos.
Del Nero — Esse jogador não nos satisfez, apesar de ser apontado como a revelação palestrina do corrente ano.
Maquina — É ponto mais fraco do quinteto visitante, não forma requisitos para figurar em uma linha que conta com jogadores do valor de Luizinho, Moacir e Rolando.
Luizinho — É um dos elementos de mais destaque do ataque palestrino, é um atacante perigoso e possuidor de grandes recursos.
Moacir — Comanda com maestria o ataque, é muito trabalhador distribui bem o jogo e é um ótimo artilheiro.
Rolando — É um jogador de grandes recuros, formando com Luizinho e Moacir um trio respeitável.
Matias — Possui um chute violentíssimo, é muito veloz e centra bem.
Dos vencidos:
Penha — O arqueiro nº 1 do Estado estava anteontem, em um dos seus maus dias, pois, engoliu duas bolas de longe, que bem poderia ser defendidas. O guardião colorado fez anteontem
a sua pior jogada nas últimas tempos.
Natal — Jogou bem, porém, muito atrasado.
Alfeu — Esse jogador vem, cada vez mais, se firmando na posição de zagueiro, podendo ser equiparado aos nosos melhores ocupantes nessa posição.
Garnizé — Muito trabalhador e ativo, porém, descuida-se da marcação do ponta adversário.
Risada — Jogou bem e, não encontrando, apoio na linha atacanto era forçado a chutar para a frente perdendo boas bolas.
Levi — Foi o melhor dos médios colorados.
Artigas — Deslocado, pouco fez na ponta direita.
Zanini — O extrema direita, que vinha atuando no Cruzeiro com algum êxito, nada produziu, limitando-se somente a infrações.
Mancuso — Que só jogou no primeiro tempo conduziu-se bem e não sabemos qual o motivo pelo qual esse jogador foi subtituído.
Acácio — Tanto na meia esquerda como no centro nada fez,  não é jogador para figarar em um quadro de classe como o do Internacional.
Castilho — Que só jogou o segundo tempo também nada produziu, talvez por estar doente, motivo pelo qual não figurou no primeiro tempo.
Tom Mix — Foi anteontem o ponto mais fraco do ataque rubro. Falhou por completo.
Fonte: Diário de Notícias (RS), 17/11/1936, ano 1936, n. 230, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/docreader/093726_01/4725. Acesso em: 29 abr. 2025.