15/03/1941 - Amistoso - Internacional 1 x 1 Rio Branco-POA

NÃO PODEM TER OS CLUBES NOMES DE EMPRESAS OU COLETIVIDADES CLASSISTAS
PORTO ALEGRE, 16 (A.N.) — A Associacão Metropolitana de Esportes Atléticos, valendo-se do artigo 125 dos seus Estatutos, determinou a mudança de nome dos clubes classistas. As rodas  esportivas locaes vêm vivendo intensa agitação. Dentre os clubes atingidos pela medida — o Força e Luz, o Renner e o Ferroviário — apenas este último atendeu a determinação, adotando o nome de Nacional. O Força e Luz pediu dilatação do prazo fixado para cumprimento da exigência, prazo esse que expirou a 31 de dezembro último. O Renner não se pronunciou, ficando praticamente afastado de qualquer competição da temporada. Em consequência, várias renúncias se verificaram na diretoria da entidade máxima local. Tentando derimir a crise, o presidente da AMGEA convocou o Tribunal de Julgamentos, a fim de interpretar melhor o referido artigo. O Tribunal, entretanto, não tomou conhecimento da consulta, alegando ser a mesma da competência da assembleia e não do presidente. A atitude desse orgão determinou a renúncia irrevogável do presidente da AMGEA. Amanhã, reunir-se-á o Tribunal de Julgamentos a fim de estudar a última consulta feita pelo presidente demissionário, a qual consiste em se saber se o pedido de dilatação de prazo formulado pelo Força e Luz constitui ou não motivo para reforma dos estatutos. Acredita-se que seja eleito presidente da AMGEA o esportista Raphael Risco.
Fonte: A Tribuna (SP), n. 281, 18fev. 1941, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/153931_02/6119. Acesso em: 18 jun. 2025.

AMISTOSO - INTERNACIONAL 1 X 1 RIO BRANCO-POA
Data: 15/03/1941
Local: Joaquim Vidal Ramos - Cachoeira do Sul (RS)
Gols: Carlitos (I); Tobis (R).
INTERNACIONAL: Rubens; Alfeu e Risada; Assis, Osvaldo Brandão e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Pirillo, Ruy Motorzinho e Carlitos.Técnico: Artur Torreani.
RIO BRANCO-POA: Affonso Ruaro; Hugo e Geraldo; Zequita, Abigail e Walter Ruaro; Alves, Iberê, Mário Andrade, Tobis e Cascão.
Obs.: por determinação da AMGEA através de seu Estatuto, o Força e Luz, entidade com nome de empresa, passou a se chamar Rio Branco.

05/03/1941 - Amistoso - Internacional 2 x 4 Gimnasia y Esgrima-ARG

O GYMNASIA Y ESGRIMA, DE BUENOS AIRES, QUER VIR A PORTO ALEGRE
Afonso Dolce, o conhecido "match-maker", em carta ao Grêmio Porto Alegrense, apresenta bases para uma temporada
Por diversas vezes temos nos ocupado da extraordinária atividade de Alonso Dolce como empresário de jogos de futebol. O dinâmico "match-maker" não descansa. Mal termina uma temporada, ele inicia negociações para outros espetáculos, movimentando sem cessar os clubes de mais prestígio e de maior projeção da capital argentina. É indiscutível o mérito do homem nesse genero de ação.
Quando Dolce passou de avião por esta capital avistou-se ligeiramente com o dr. Nilo Ruschel, diretor do Departamento Central dos Festejos do Bicentenário da Cidade, a fim de promover a visita do poderoso esquadrão do Gimnasia y Esgrima de la Plata a Porto Alegre. O forte time de Hirschl, o famoso treinador húngaro, se encarregaria de fechar com chave de ouro a temporada desportiva internacional oferecida ao público metropolitano, através de prélios memoráveis.
Nada de positivo ficou assentado naquele rápido entendimento. Tudo faz crer que ante o fracasso financeiro da excursão do Rampla Juniors não tenhamos o apoio da Prefeitura na visita do Gimnasia y Esgrima. Os uruguaios perceberam 40 contos de réis por dois jogos, tendo a F. R. G. D. recebido 8 contos. Mais algumas despesas elevaram a temporada internacional futebolística a exorbitante cifra de 50 contos de réis.
As duas partidas produziram cerca de 24 contos, logo temos um prejuizo de 26 contos de réis, o que constitui sério entrave ao apoio do poder municipal na falada vinda do Gimnasia y Esgrima, de Buenos Aires.
Mesmo assim, Alfonso Dolce trabalha com afinco, no sentido de promover a estreia dos "gimnasianos" nesta capital, por ocasião da grande "gira" que vão encetar dentro do país.
Em carta, dirigida ao Grêmio Porto Alegrense, Dolce oferece as datas disponíveis. Se o Gimnasia começar pela capital sulina pode exibir-se a 5, 7 e 12 de janeiro, em partidas noturnas, mediante 50 contos, se forem dois os compromissos o preço é de 40 contos.
Se os mentores do futebol da cidade desejarem observar a campanha dos argentinos no Brasil e jogar com eles em último lugar, as datas disponíveis são: de 23 a 27 de fevereiro, pelas mesmas importâncias.
Nada ainda foi resolvido em definitivo.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 278, 19 dez. 1940, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3843. Acesso em: 18 jun. 2025.

O GYMNASIA IRÁ AO SUL
Porto Alegre, 20 (A.N.) — No próximo dia 2 de fevereiro terá início nesta capital a temporada internacional de football entre os clubes locais e o Gymnasia y Esgrima, de Buenos Aires. Serão disputadas três partidas nos dias 2, 5 e 9.
Fonte: Correio da Manhã (RJ), n. 14176, 21 jan. 1941, p. 10 . Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/089842_05/4870. Acesso em: 18 jun. 2025.

PREPARAM-SE OS GAÚCHOS PARA RECEBER O GIMNASIA
TREINOS SEVEROS
Grêmio e Internacional enfrentarão o clube argentino
O Gymnasia y Esgrima de La Plata, esta empreendendo atualmente uma longa excursão pelo Brasil, representando o foot-ball argentino, que desfruta entre nós, solido e merecido prestígio.
Os platinos começaram o intercâmbio footbalístico com o "soccer" indígena visitando a Bahia, deverão jogar nesta capital, em Belo Horizonte, na Pauliceia, no Paraná, terminando a excursão em Porto Alegre.
EM CURITIBA
Noticiam da capital do Paraná, que há grande animação para os jogos internacionais com os "men sana" platenses, que, de acordo com as informações telegráficas, estreariam, ali a 2 de março, ou seja, no mesmo dia fixado para o seu primeiro jogo em Porto Alegre.
EM PORTO ALEGRE
As dúvidas, entretanto, parecem não ter razão de ser, resultando, possivelmente, de qualquer mal entendido, já que as exibições do grêmio argentino estão definitivamente assentadas para os dias 2, 5 e 9.
O Internacional, a fim de tomar as primeiras providências relativas ao preparo de sua equipe representativa, reuniu em sua sede anteontem, às 20 horas, todos os seus jogadores.
Também ao que estamos informados, o Grêmio reiniciará muito breve, os exercícios de conjunto, de maneira a encontrar-se em perfeita forma para o encontro com o Gymnasia y Esgrima, cujas exibições na cidade do Salvador mereceram rasgados elogios da crítica baiana.
EM S. PAULO
A estreia do Gymnasia y Esgrima em São Paulo dar-se-á, segundo informa a imprensa bandeirante, a 2 de fevereiro próximo.
Depois deste embate, o clube portenho deverá entrentar o Corinthians e o Palestra.
Fonte: O Imparcial (RJ), n. 1743, 29 jan. 1941, p. 14. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/107670_04/4872. Acesso em: 18 jun. 2025.

PREPARAM-SE OS GAÚCHOS PARA ENFRENTAR O GYMNASIA Y ESGRIMA
PORTO ALEGRE, 3 — (Agência Nacional) — Já tiveram início os preparativos dos quadros locais que se terão de medir com o Gymnasia y Esgrima, nesta capital, cuja estreia dar-se-á no dia 2 de março.
Fonte: Diário de Notícias (RJ), n. 5606, 04 fev. 1941, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093718_02/4395. Acesso em: 18 jun. 2025.

— Depois de amanhã, à noite, o Gymnasia y Esgrima fará o segundo encontro da temporada, enfrentando o Internacional.
Fonte: Jornal do Commercio (RJ), n. 129, 03 mar. 1941, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/364568_13/5685. Acesso em: 18 jun. 2025.

MAIS UM JOGO DO GYMNASIA
Porto Alegre, 6 (“Correio da Manhã") — O quadro do Gymnasia y Esgrima jogará contra o Internacional reforçado com Tombel, na direita; Paradella, na esquerda, e quanto a Scarone, figurará no centro. Assim a coluna vertebral foi fortalecida para o jogo contra o campeão estadual.
Fonte: Correio da Manhã (RJ), n. 14214, 07/03/1941, p. 10. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/089842_05/5418. Acesso em: 18 jun. 2025.

AMISTOSO - INTERNACIONAL 2 X 4 GIMNASIA Y ESGRIMA-ARG
Data: 05/03/1941
Local: Eucaliptos - Porto Alegre (RS)
Renda: 24:000$000
Juiz: Otto Pedro Bumbel
Expulsão: Scarrone (G).
Gols: Cerioni ?’/1 (G); Gradín ?’/1 (G); Russinho ?’/1 (I); Cerioni ?’/1 (G); Videl ?’/2 (G); Pirillo, pênalti ?’/2 (I).
INTERNACIONAL: Júlio Petersen; Alfeu e Risada; Osvaldo Brandão, Felix Magno e Assis; Tesourinha, Russinho, Pirillo, Ruy Motorzinho e Carlitos. Técnico: Artur Torreani.
GIMNASIA Y ESGRIMA-ARG: Monilari; Emanuelio e Blanes; Paradella, Scarone (Zava) e Tombell; Gradín, García, Speloni, Fidel e Cerioni. Técnico: Emerich Hirschl.

DOIS PLAYERS GAÚCHOS COBIÇADOS PELO GYMNASIA Y ESGRIMA DE BUENOS AIRES
BUENOS AIRES, 14 (Reuter) — Os dirigentes do clube Gymnasia y Esgrima, de La Plata, que acabam de regressar de demorada viagem ao Brasil, declararam hoje. aos jornalistas, que têm grande interesse em contratar os jogadores brasileiros Tesourinha, pertencente ao quadro do Internacional, de Porto Alegre, e Noronha, center-half que integra outra equipe da mesma cidade.
Fonte: Diário Carioca (RJ), n. 3908, 15 mar. 1941, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093092_03/4444. Acesso em: 18 jun. 2025.

O GYMNASIA Y ESGRIMA EM PORTO ALEGRE
Para abertura da temporada foot-balística de Porto Alegre, os aficionados do esporte bretão tiveram o feliz ensejo de conhecer o valoroso “team” argentino Gymnasia y Esgrima, que, depois de uma longa excursão pelo norte do nosso país, chegou à capital gaúcha, já de regresso á sua patria. Os portenhos vinham sendo esperados com a mais viva ansiedade, pois os apreciadores do foot-ball há muito tempo achavam-se privados deste prazer. A chegada do conjunto portenho satisfaria o desejo ardente dos esportistas portoalegrenses.
[...] A família colorada contava com absoluto otimismo, o triunfo do Internacional, campeão do Estado, diante do empate dos portenhos com o Grêmio, que atualmente acha-se com a sua equipe bastante enfraquecida. O segundo compromisso do Gymnasia nesta capital era, portanto, com os campeões do Estado. Como no foot-ball não há lógica, tudo sucedeu inversamente...
O técnico húngaro Hirschl, do Gymnasia, fez com grande felicidade acertadas modificações no “onze” portenho, melhorando-o sensivelmente. O arqueiro Muniz, que havia jogado na primeira partida, foi afastado, sendo substituído pelo excelente guarda-meta Mollinari. No centro da “intermediária” Zava cedeu o posto a Scarrone e, finalmente, na vanguarda, Fidel, o consagrado “scratchman” argentino, foi incluído. Estes três valiosos elementos deram vida nova ao conjunto de Hirschl. Nesta partida os argentinos desfizeram completamente a impressão desfavorável criada na sua estreia. O Gymnasia neste cotejo portou-se divinamente. A defesa agiu sólida, segura e eficazmente. Mollinari, que foi a figura de maior vulto da noitada, teve uma atuação extraordinária. Mollinari é um grande guardião. Na defesa, Scarrone foi outro grande elemento. Defendeu e auxiliou o ataque com muita segurança. Na ofensiva portenha, Fidel e Serioni foram os melhores. Os demais defensores da camiseta azul-celeste, comportaram-se muito bem. A vitória dos companheiros de Molinari foi merecida.
O S. C. Internacional teve uma atuação muito aquém do que se esperava. O “rolo compressor” da cidade agiu embaraçadamente. A sua defesa, principalmente a linha média, jogou desatinadamente, não dando o menor apoio à vanguarda, o que obrigou a exagerada descida dos “insiders”, que veio, por sua vez, ocasionar o desconjuntamento do ataque. Em suma, o “onze” colorado andou mal... os nomes que conseguem algumas palavras elogiosas são apenas Júlio, Alfeu e Tesourinha.
Sylvio Pirillo, ex-defensor da jaqueta rubra, ora defendendo as cores do Peñarol, de Montevidéu, achando-se atualmente em Porto Alegre, em visita a sua familia, voltou a envergar a camiseta de seu antigo clube. Sua presença no centro do ataque local pouco se fez notar. Sua atuação foi bastante discreta.
O primeiro tempo findou com o resultado de três a um para os visitantes. Serioni, Gradim, Russinho e Serioni, novamente, foram os goleadores. Na segunda fase, Vidal e Pirillo (pênalti) conseguiram mais um ponto cada um.
Fonte: RODRIGUES, Roberval. Sport Illustrado (RJ), n. 155, 27 mar. 1941, p. 28. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/182664/6094. Acesso em: 18 jun. 2025.

24/11/1940 - Campeonato Gaúcho 1940 - Fase final - Final - 2º jogo - Internacional 2 x 1 Bagé

Internacional e Bagé desentendem-se na escolha do juiz
INDICADO PELA F. R. G. D. OTTO PEDRO BUMBEL
O cotejo de hoje entre Internacional e Grêmio Esportivo Bagé, pela segunda partida da série "melhor de tres" do Campeonato Estadual de Futebol, quase provocou um sério impasse.
Por um triz que o jalde negro não toma uma resolução extrema, abandonando o certame máximo da FRGD, em face do que se passou para a indicação do árbitro.
48 horas antes da partida, os interessados se reuniram para a escolha do nome do juiz. O clube da "pedra moura" num dos cafés da rua dos Andradas, se fez representar pelos seus técnicos: Omar Saraiva e Henrique Acosta Torres, que se avistaram com Orlando Cavedini e Carlos Dilorenzi, preparadores do "rolo compressor".
Os locais indicaram, desde logo, o nome de Alfredo Cezaro, como o unico capaz de arcar com esta responsabilidade. Os visitantes recusaram Alfredo Cezaro, queixando-se mesmo de sua última atuação, classificada como fraca nos impedimentos e na repressão da violência, tanto recomendada pelos paredros do Bagé.
Contrapuseram, os técnicos bageenses o nome de Natal Maineri, por conhecerem a sua atuação quando jogaram com o Força e Luz, na última excursão realizada a esta capital. Natal não serviu. Surgiu, de parte de Arnoldo Silva, secretário da FRGD, que assistia as demarches, a sugestão de Antônio Penteado, técnico do Bancário, de Pelotas.
Os rubros concordaram. Infelizmente, Penteado não aceitou, por estar com viagem marcada para Jaguarão.
Não houve forma de acertarem um nome. Marcaram nova reunião para sexta-feira às 17 horas, na FRGD. Com grande surpresa dos bageenses, os colorados não se fizeram representar, cabendo, então á "máxima" apontar o árbitro para o jogo.
Nesta conformidade, ontem, a entidade da rua Siqueira de Campos comunicou à chefia da embaixada dos campeões da "Rainha da Fronteira", ter indicado o dsportista Otto Pedro Bumbel.
Este nome era esperado, pois circulavam rumores desde 6ª-feira, logo que foi conhecida a atitude dos colorados, não comparecendo a FRGD, que o árbitro a ser apontado, seria fatalmente o "referee" de Novo Hamburgo.
Não escondem os bageenses a sua desconformidade com o que se passou. Pretendiam até desistir do campeonato. Mas, a ponderação de alguns mentores prevaleceu e o Grêmio Esportivo Bagé, fiel ao seu passado desportivo e às suas tradições, irá ao "tapete verde" da Timbaúva, na certeza de que Bumbel, empunhando o apito, tudo envidará para que não paire sobre sua atuação de hoje a menor sombra de dúvida, desde que correm rumores insistentes de que s. s. tem pendores para o clube campeão da cidade.
Esperam os dirigentes do jalde negro que o juiz puna com severidade e energia a violência, principalmente em relação a certos jogadores que costumam se hostilizar na cancha, em virtude de velhas desinteligências.
Em face dos acontecimentos desenrolados nos bastidores da embaixada jalde negra, o árbitro Otto Pedro Bumbel terá hoje uma verdadeira prova de fogo.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 253, 24 nov. 1940, p. 16. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3555. Acesso em: 18 jun. 2025.

SE O INTERNACIONAL VENCER HOJE O GRÊMIO BAGÉ, SERÁ O CAMPEÃO DO ESTADO, DE 1941
Esse grande e esperado embate futebolístico será iniciado às 16,30 horas, no estádio da Timbaúva — Otto Bumbel é o árbitro indicado pela F. R. G. D.
Aproxima-se de seu fim o campeonato estadual de futebol do corrente ano, dirigido pela Federacão Rio Grandense de Desportos, que diga-se de passagem, é a unica entidade no país que faz disputar um certame estadual de futebol. O campeonato estadual deste ano foi, indiscutivelmente, um dos mais brilhantes dos últimos anos, graças à organização que lhe imprimiu a atual direção da entidade maxima, bem orientada pelo destacado desportista Cícero Ahrends, que tem no dinâmico secretário Miguel Lardiez seu mais eficiente colaborador.
Para hoje está marcada a segunda da "Melhor de Três" entre os fortes quadros do Internacional, campeão local e do nordeste e do Grêmio Bagé, campeão da cidade de Bagé e da zona fronteira. O primeiro jogo disputado terça-feira última terminou com a merecida vitória do campeão local, que abateu o seu perigoso adversário pela contagem de 4 a 1.
Os bageenses não se conformaram com o revés sofrido e afirmam que hoje terão uma reabilitação integral frente ao seu mesmo adversário, que reputam possuidor de um conjunto respeitável. A luta que hoje se vai travar no estádio da Timbauva está fadada a constituir o maior acontecimento desportivo do ano e por isso mesmo foi incluída no programa oficial dos festejos desportivos do Bicentenário.
Para o Internacional, é de capital importância, pois uma vitória representará a conquista do honroso e ambicionado titulo de campeão de futebol do Estado. Os rubros na rodada de hoje não terão o concurso eficiente do técnico e experimentado zagueiro Risada, que contundiu-se no decorrer do jogo de terça-feira contra esses mesmos adversários contudo, porém, com o exímio  ponta-esquerda Carlitos, que já se encontra reabilitado da contusão recebida no jogo com o Rio Grandense. O quadro visitante será o mesmo que enfrentou terça-feira Internacional, com Santana no comando do ataque. Essa rodada para os bageenses, de grande responsabilidade, pois uma derrota significa a perda do cetro de campeão, que os bageenses tanto almejam. Se o clube de José Soares Sobrinho vencer ou empatar o prélio de hoje, teremos a terceira da "Melhor de Três". Por todo o embate de hoje é deveras interessante e levará, por certo, uma grande assistência ao estádio da Timbaúva.
HORÁRIO
A preliminar entre os quadros da Rádio Difusora e da Rádio Farroupilha será iniciada às 14,30 horas e o jogo principal entre o Bagé e o Internacional começará às 16,30 horas.
PREÇO DAS ENTRADAS
Para o grande jogo de hoje vigorará a seguinte tabela de preços:
Cadeiras: 10$ — Pavilhão, 5$ — Gerais: 4$ — Meio, Pavilhão: 3$ — Meia Geral: 2$.
OS QUADROS
Os quadros contendores apresentar-se-ão, hoje, assim constituídos:
INTERNACIONAL — Júlio — Álvaro — Alfeu — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russo — Marques — Rui — Carlitos.
BAGÉ — Veliz — Jorge e Ganchinho — Laerte — Macedo e Ripalda — Rodrigues — Fierro — Santana — Rubilar e Tupan.
NOTA DO INTERNACIONAL
Para o match de hoje com o nosso coirmão G. E. Bagé, em disputa do campeonato estadual do corrente ano, a direção de campo do Internacional convoca os jogadores abaixo, que deverão estar às 15,30 horas, em nosso campo, a fim de se fardarem e seguirem para o campo  do G. S. Força e Luz, aonde se ferirá a luta, às 16,30 horas:
Júlio — Marcelo — Alfeu — Álvaro — Pedrinho — Magno — Nenê — Levi — Carlitos — Rui — Russinho — Toreli - Marques — Castillo — Tesourinha e Moacir.
NOTA DA F. R. G. D.
Para o segundo jogo da série de "Melhor de três" entre os finalistas do Campeonato Estadual S. C. Internacional e Gremio E. Bagé, a realizar-se domingo 24 do corrente, a Federacão Rio Grandense de Desportos tomou as seguintes deliberações:
Direção Geral: sr. Cícero Ahrends, presidente da F. R. G. D.
Fiscal do jogo, dr. Remi Gorga;
Cronometrista, Miguel Genta;
Representante junto aos clubes, Arnoldo Silva;
Representante junto à imprensa, Alencar Bueno;
Comissão de recepção, Oscar Denovaro e Mario Pereira;
Comissão de Portões, Carlos Ruschel, Miguel Lardies, Vitor Mora e Léo Birnfeld.
PRELIMINAR ÀS 14,30 HORAS
DIFUSORA versus FARROUPILHA.
Em disputa de um Taça oferecida pela F. R. G. D.
JUIZ: Natal Maineri.
Jogo principal às 16,30 horas — S. C. INTERNACIONAL versus GREMIO E. BAGÉ.
Preços: — Cadeira, 10$; Pavilhão, 5$; Geral, 4$; Meia Pavilhão, 3$; Meia Geral, 2$. Somente terão direito a meia entrada senhoras colegiais fardados e militares sem graduação.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 253, 24 nov. 1940, p. 16. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3555. Acesso em: 18 jun. 2025.

CAMPEONATO GAÚCHO 1940 - FASE FINAL - FINAL - 2º JOGO - INTERNACIONAL 2 X 1 BAGÉ
Data: 24/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Renda: 15:000$000
Juiz: Otto Pedro Bumbel
Gols: Ruy Motorzinho 1’/1 (I); Tupan 33’/1 (B); Russinho 43/1 (I).
INTERNACIONAL: Júlio Petersen; Álvaro e Alfeu; Assis (Levi), Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Ruy Motorzinho e Castillo (Carlitos). Técnico: Orlando Cavedini.
BAGÉ: Veliz; Jorge e Gauchinho; Laerte Cunha, Macedo e Ripalda; Ballejo (Rosa), Fierro, Tupan (Santana), Rubilar e Rodrigues. Técnico: Omar Saraiva.

"O quadro do INTERNACIONAL, que, vencendo o Bagé,
sagrou-se Campeão Estadual. Em pé: Júlio, Marcelo, Assis,
Alfeu, Álvaro, Pedrinho, Magno e Levi. Ajoelhados: Moacir,
Tesoura, Russo, Marques, Ruy, Carlitos, Castillo e Toreli".
Fonte: Sport Illustrado (RJ)
"Uma fase do jogo: Tupan, o “bailarino”, numa atitude
que confirma seu apelido. Na expectativa,
Álvaro à esquerda e Magno à direita".
Fonte: Sport Illustrado (RJ)

SEM SENTIDO NOS ARREMATES, O BAGÉ CEDEU, OUTRA VEZ, PARA OS RUBROS: DOIS A UM!
Os bageenses reacionaram bem na etapa complementar, sem concretizar gols
Está definido o campeonato estadual de futebol de 1940. O valoroso Sport Club Internacional é o detentor do título maximo pela terceira vez em sua vida. Bem merecida a conquista, pois os "diabos rubros" se apresentaram com apreciável regularidade e souberam construir magnífica vitória, que encheu de jubilo a grande família colorada. Prevaleceu o esforço, o denodo e a dedicação dos jogadores e dos treinadores.
O êxito de domingo último, frente ao forte conjunto do Grêmio Esportivo Bagé, merece alguns reparos. Os 90 minutos foram disputadíssimos.
Agindo com mais intuição e visão das redes, o "rolo compressor" encontrou o caminho da vitória. A reação dos jalde negros, dispostos a vender caríssimo a derrota, como de fato aconteceu, encontrou boa resistência na defesa dos locais. Sem contar com o bafejo da sorte, em certos momentos, o time bageense não teve a felicidade desejada. Em compensação, os fronteiristas fizeram a torcida vibrar.
Perseguidos pelos maus fados em três ou quatro lances, tiveram também a falta de sentido nos arremates. A chance é parte integrante dos embates, logo devem prevalecer as qualidades táticas e técnicas. Apesar de exercer pressão no período complementar, o Gremio Bagé não foi hábil nas conclusões, além disso os pontas voltaram a decepcionar. O balanço geral das forças e das possibilidades traduzia-se na contagem, daí a vitória do campeão da cidade por 2x1.
Embora abatido, o XI de Henrique Torres, João Gonçalves e Omar Saraiva, impressionou favoravelmente. Reabilitou-se daquela atuação inicial, bastante acanhada, por aparentarem seus jogadores uma falta de fibra evidente. Anteontem, eles combateram ativamente, atacando de rijo e rechaçando com energia. Bem mereciam, pela reação e brio demonstrados, o empate. Mas o futebol, apesar de caprichoso, não admite pieguices. Vence-se fazendo gols, o que não fez a vanguarda comandada por Tupã. Dois momentos foram frustrados por Alfeu e duas outras oportunidades Rubilar "cochilou", atirando desviado. Os colorados também não aproveitaram dois ensejos formidáveis. Castillo terminou de modo defeituoso e Tesourinha fez funcionar o travessão espetacularmente.
Estes detalhes e outras fases trouxeram o numeroso público em constante interesse. Não houve deserção da torcida. Os tres tentos do primeiro tempo traduziam uma diferença mínima. O empate estava permanentemente na iminência de ocorrer. Nesta expectativa, a qualquer instante, podia verificar-se o equilíbrio quando menos se esperasse.
xxx
A tática não foi perfeita, aliás, é uma coisa raríssima nas equipes gaúchas. Entretanto, a pugna satisfez aos torcedores pela sua intensidade e toada emocionante.
A ação coletiva nos primeiros 45 minutos esteve equilibrada, revezando-se as cargas. Mais penetrante e oportunista, o time da "Chácara dos Eucaliptos" converteu os dois "momentos supremos", garantindo o êxito. A etapa complementar caracterizou-se pela forte reação dos visitantes, que nada colheram de prático. Ora o azar os perseguia e a falta de "bombardeadores" conspirava contra o objetivo tão ansiado.
Um "tento relâmpago" foi proporcionado por Rui e Veliz, no segundo minuto da peleja, ao escorar umn centro de Tesourinha, que venceu a Ganchinho. Tanto cuidado dispensavam os fronteiristas à ala direita dos rubros e justamente esta decreta a abertura do escore!
Cheios de ânimo, os rapazes da "pedra moura" contra-atacaram e Júlio entra em ação. Logo após o arqueiro colorado evita a entrada de Tupã, desarmando o comandante "colored", que teve um bom desempenho na jornada de anteontem.
Veliz evita um chute de Rui e Júlio brilha num tiro de Tupã. Álvaro se destaca na zaga, neutralizando Rodriguez, muito moroso. Um momento crítico para Júlio é salvo por Alfeu, aos 19 minutos. Rodriguez endereçara às redes, surgindo o companheiro de Álvaro. Acentua-se a pressão dos bageenses, por diversos minutos. Uma jogada perigosa (sola) de Magno dentro da área não é aproveitada por Ballejo, aos 24'. Marques obriga Veliz a pegar com firmeza. Tupã atira e Júlio comete ótima intervenção, evitando que Fierro se apossasse do couro e fizesse estrago... Durante 5 minutos (dos 20 a 25) o Bagé controla melhor e trabalha com superioridade. Só aos 33 minutos é que surge o empate, depois de Tesourinha ter proporcionado tremendo susto aos bageenses, ao fazer o balão "beijar" o travessão.
O tento do empate nasceu de um centro de Ballejo, que Tupã cabeceou com maestria. Teve duração efêmera o empate. Uma investida fulminante colocou o campeão da cidade, novamente, em vantagem. Laerte tocou o couro, próximo da linha média. Castillo executou o tiro livre, para Marques cabecear. Russinho secundou o lance e burlou a vigilância de Veliz, em alto estilo: 2x1, aos 34 minutos de luta. Estava construído o placar da vitória.
Falha Ganchinho e Veliz corrige. O arqueiro faz boas pegadas. Magno se contunde num encontro com Rubilar, abandonando o campo. O juiz tira, momentaneamente, o meia uruguaio de campo. Os técnicos colorados fazem entrar Levi, que ocupa a posição de médio direito. Assis vai para o "eixo". Poucos minutos teve Levi para atuar, fazendo-o com correção. No segundo tempo, Magno reaparece, saindo Levi. Nos últimos minutos, Castillo perde magnífico ensejo. Tesoura centrou atrasado. Marques emenda e Veliz defende parcialmente. Castillo avança, mas finaliza defeituosamente, nas nuvens... Júlio apara um tiro de Ballejo. Álvaro impede outra investida jalde negra. Ataca a ala direita local. Tesoura centra, Russinho cabeceia e Veliz se exibe, terminando a primeira fase. Veliz discute com o árbitro, que se mostra enérgico e ameaça o goleiro de expulsão.
O periodo complementar não registrou nenhum contraste. Os 2x1 permanececam até soar o apito do cronometrista. É de justica ressaltar, mais uma vez, a perseverança das investidas do Grêmio Bagé, que demonstrou melhor controle que os colorados. Nada lograram pelo excesso de tramas dos dois meias e pela ineficiência dos "wingers".
De início, Júlio sensacionalizou neutralizando um estouro de Rodriguez. Depois de um foul de Marques em Veliz, descem os jalde negros e Rubilar desperdiça uma grande oportunidade aos 49 minutos.
Um toque de Pedrinho sobre o risco é mal batido por Ballejo, muito infeliz neste período. O tempo vai se escoando. Aos 69 minutos do segundo tempo Santana entra para o centro, indo Tupã para a ponta em lugar de Rosa, que nada fazia. O Internacional faz entrar Castillo, aos 85 minutos. No último minuto, um escanteio contra os locais, mas não há tempo para ser batido.
O Internacienal se sagrou, justamente, campeão absoluto do Estado.
Internacional: 2 — Gremio Bagé: 1.
Renda: 17:100$000.
Árbitro: Otto Pedro Bumbel — bom.
Os quadros:
INTERNACIONAL — Júlio — Álvaro e Alfeu — Assis (Levi) — Magno (Assis) — Pedrinho — Tesourinha — Russinho — Marques — Rui — Castilhos (Carlitos).
GRÊMIO BAGÉ — Veliz — Jorge e Ganchinho — Larreti — Macedo — Ripalda — Ballejo (Rosa e Tupã) — Fierro — Tupã (Santana) — Rubilar e Rodriguez.
Os melhores: Laerte — Tesourinha — Rui — Álvaro  — Pedrinho — Veliz e Júlio.
Índices: técnico 1 para cada um; disciplinar 4 para o Bagé devido à atitude de Veliz e 5 para o Internacional.
— Na preliminar a Rádio Farroupilha abateu a Rádio Difusora por 3x2.
Ao finalizar o jogo, a torcida colorada festejou o brilhante feito dos seus craques campeões, atirando serpentinas e confetes nos jogadores.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 255, 26 nov. 1940, p. 9. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3576. Acesso em: 18 jun. 2025.

O MELHOR JOGO DE PORTO ALEGRE
DECISÃO DO CAMPEONATO ESTADUAL NA 2ª “MELHOR DE TRÊS”
Decidindo o campeonato do Estado, encontraram-se na segunda partida da "melhor de três" o Grêmio Bagé e o Internacional, no estádio da Timbaúva. Numa partida como há muito não assistíamos, os dois valorosos rivais lutaram equilibradamente.
A partida foi favorável aos locais, como o poderia ter sido para os visitantes, principalmente na segunda fase, quando estes procuraram reagir, para empatar o prélio, o que não conseguiram dada a falta de chance e devido à má pontaria de seus artilheiros; em outras ocasiões encontraram obstáculo firme na defesa rubra, num grande dia.
O Bagé apresentou-se, por vezes, superior ao seu antagonista, mas falhando nos arremessos decisivos. Suas investidas eram preferencialmente feitas entre os dois meias, Rubilar e Fierro, que se entendem e têm dominio sobre a bola. Seu ponto fraco foi justamente os extremas, onde se fez sentir a falta de Sapiran, veloz e goleador, que atualmente está num dos clubes de Buenos Aires. Os que serviram de substituto não agradaram. No centro do ataque, somente no segundo tempo, apareceu Tupan, que antes estava na ponta esquerda sem grande destaque. Este nosso conhecido apresentou-se em perfeita forma, como centrovante. Já em outros jogos os técnicos da missão visitante incidiram na mesma falta: deslocação do "bailarino" para as alas, quando no centro sua produção é muito maior e mais rendosa.
Na defesa, com excepção de Ripalda, num plano secundário, todos estiveram bons, principalmente Cabeça D'Água, que demonstrou suas verdadeiras qualidades de centro-médio. Atuou a contento, defendendo e auxiliando o ataque sempre que possível, como se fosse um sexto atacante. Laerte secundou-o brilhantemente, dando conta da tarefa de marcar a ala esquerda, que não apareceu muito... Os zagueiros, se bem que despejando em ocasiões que poderiam travar e passar a bola, suportaram o asédio local, conseguindo a paralisação do marcador somente nos dois pontos.
Veliz, o arqueiro, apagou a impressão do "frango" que engoliu na última partida, mas deixou outra; ele mostrou-se muito irritado contra as observações que o árbitro lhe fazia. Sua atuação foi perfeita, defendendo bolas difíceis. Os dois gols que entraram eram indefensáveis.
Em conjunto, os visitantes apresentaram melhor jogo, mas falharam no arremate, o que lhes ocasionou a derrota e consequente perda do título de campeão do Estado, obtido no ano de 1938 (em 1939 ficou com o Rio Grandense).
O team campeão não esteve muito à altura do título, em conjunto. Seus componentes atiraram-se individualmente com disposição impossível de ser contida facilmente e obtiveram o triunfo porque aproveitaram todo o esforço dispendido. Esse aproveitamento resumiu-se em tiros à meta, transformados em gols duas vezes.
Destacou-se do bando rubro, como a primeira figura dos 22 homens em campo, o jovem Tesourinha, que fez uma de suas melhores partidas nos gramados da cidade. Sempre perigoso, invadindo a área constantemente, esse jogador foi um espectáculo.
Castillo, no outro lado, não esteve num dia muito feliz, enquanto Carlitos, que o substituiu, surgiu um pouco fora de forma, mas ameaçador. Marques no centro, com especialidade no segundo período, ficou isolado, não podendo aparecer, uma vez que os meias baixaram para auxiliar a defesa assoberbada pelo assédio visitante, que no tempo final se mostrou mais constante.
Ruy e Russinho fizeram uma ligação não muita perfeita, mas agradaram, preferindo o jogo aberto, para a direita.
O trio médio não desmereceu, marcando com precisão, principalmente Magno, que fez boa partida. Assis e Pedrinho colaboraram nisso.
O triângulo final, constituído por Júlio, Álvaro e Alfeu, agiu bem, primando este por um destaque dos seus companheiros, pela forma excelente de atuar, com raros senões. Álvaro continua se firmando, de jogo para jogo, justificando sempre sua escalação para o posto no primeiro quadro. Júlio, no arco, praticou defesas de vulto, nos parecendo mais seguro e menos nervoso do que outras vezes.
A contagem foi aberta pelos vencedores, por intermádio de Ruy, ao receber lindo centro de Tesourinha, logo no primeiro minuto de luta. A seguir, aos 35', os visitantes, que assediavam o arco confiado à pericia de Júlio, empatam o prélio, numa técnica cabeçada de Tupan, o "bailarino", que encaixou no cantinho, indefensavelmente, uma centrada de Ballejo. A alegria, porém, não dura muito, pois 60 segundos depois, numa investida pela esquerda, Pedrinho avança e cede a Marques, pelo ar. Este de cabeça dá a Russinho, que desvia para as redes, tambem de "coco". 2x1! Delírio da torcida internacionalista!
No segundo tempo a contagem não foi medificada, ficando favorável assim aos representantes da capital, que obtiveram com esta vitória a decisão do Campeonato Estadual.
Findo o tempo regulamentar, a torcida invadiu o gramado, enquanto lenços, flâmulas e serpentinas davam um aspecto festivo ao ambiente. Os jogadores foram levados em triunfo, numa justa demonstração dos "fans".
Atuou perfeitamente o sr. Otto Pedro Bumbel, de Novo Hamburgo, que mereceu elogios de todos. A renda atingiu a casa dos 25 contos de réis.
OS QUADROS
BAGÉ — Veliz; Jorge e Ganchinho; Laerte, Cabeça D'água e Ripalda; Ballejo (Tupan, posteriormente Rosa), Fierro, Tupan (Sant'Anna), Rubilar e Rodrigues.
INTERNACIONAL — Júlio; Álvaro e Alfeu; Assis, Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Ruy e Castillo. Levy entrou no lugar de Assis, passando este para o centro da linha média, por ter Magno se lesionado, em seguida o "chave" retornou, tendo o quadro a mesma constituição inicial.
Fonte: RABELLO, Pythagoras. Sport Illustrado (RJ), n. 146, 23 jan. 1941, p. 29. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/182664/5827. Acesso em: 18 jun. 2025.

19/11/1940 - Campeonato Gaúcho 1940 - Fase final - Final - 1º jogo - Internacional 4 x 1 Bagé

TEM HOJE O BAGÉ A OPORTUNIDADE DESEJADA PARA DESFORRAR-SE DOS RUBROS
Iniciam-se, hoje, as finais do Estadual de futebol
Estão os de Bagé diante do ensejo de esperada desforra sobre os rubros
QUADROS
O campeonato estadual de futebol entra, hoje, em sua fase final, com a realizacão do primeiro encontro da série "melhor de três". O desenrolar do certame máximo da FRGD tem sido brilhante, sob todos os aspectos que se o encare.
Aproxima-se o momento culminante. Há intenso interesse para as finais não só por estar em jogo o cetro de campeão dos Pampas, como pela categoria e fama dos conjuntos degladiantes.
O Internacional vem de triunfo em triunfo no campeonato do Estado. Os seus contendores não apresentaram uma resistência apreciável, ao contrário, foram presas fáceis para o "rolo compressor". Agora, o compromisso é muito maior. Ao enfrentar o poderoso conjunto dos "milionários", os colorados terão de aumentar a "pressão" do "rolo" para obter o triunfo, que não se apresenta tão dificil, principalmente pela acentuada energia e ardor que deverão ser postos em jogo pelos citadinos, a fim de continuar com o "rosário de êxitos".
Duplo objetivo visam os "diabos rubros" hoje, à tarde, na Timbaúva: galgar primeiro degrau para o título de campeão estadual e defender o nome desportivo da capital, como lídimos representantes.
Aquela excursão do Grêmio Esportivo Bagé deixou uma dúvida brutal. O único clube, dos grandes, que não enfrentou ao jalde negro, foi o Internacional. Ora, os colorados já infligiram aos bageenses uma dura derrota. Até hoje a cicatriz sangra. O maior desejo dos rapazes da pedra moura é desforrar-se. Surge, hoje, às 17 horas a grande oportunidade. O Grêmio Bagé, por isso e pelos bons valores que integram o seu quadro, é um adversário perigosíssimo. É bem possível que os rubros consigam triunfar. Para tal conseguirem, forcejarão muito.
OS DOIS QUADROS
Os pupilos de Cavedini-Dilorenzi deverão apresentar-se com o mesmo quadro que enfrentou ao Rio Grandense, de Santa Maria, isto é: Júlio; Álvaro e Risada; Assis, Magno e Levi; Tesourinha, Russo, Marques, Rui e Castillo.
O clube de José Gomes Sobrinho formará da seguinte maneira: Veliz; Ganchinho e Jorge; Ripalda, Cabeça d'água e Laerte; Rodriguez, Fierro, Martins, Rubliar e Tupan.
Só falta Sapirã, já radicado no Nacional, de Montevidéu.
Local: Timbaúva. Horário: 17 horas. Haverá preliminar.
O JUIZ DO GRANDE COTEJO
Dirigirá o grande embate final do campeonato do Estado o conhecido árbitro Alfredo Cezaro, escolhido de comum acordo.
NOTA OFICIAL DA F. R. G. D.
Para a partida a ser realizada hoje no gramado do Força e Luz, entre o Sport Club Internacional e Grêmio Esportivo Bagé, a 1º da melhor de três, em disputa do título de Campeão Estadual, a Federacão Rio Grandense de Desportos tomou as seguintes deliberações:
Direção geral: Cícero Ahrends, presidente da F. R. G. D .; Fiscal: dr. Luiz Peres; Representante junto aos clubes disputantes: Miguel Genta; Representante junto à imprensa e rádio: Alencar Bueno; Comissão de recepcão; dr. Remi Gorga, Arnoldo Silva e Mario Pereira; Fiscalização de portões: Carlos Ruschel, Miguel Lardiez e Vitor Móra.
Juiz escolhido de comum acordo: Alfredo Cesaro.
Horário: Partida preliminar às 15 horas.
Partida principal: S. C. Internacional x G. E. Bagé.
17 horas em ponto.
Preços: Pavilhão 5$; meia 3$. Geral, 4$; meia, 2$000.
Terão direito à meia entrada somente senhoras, colegiais fardados e militares sem graduação. Os sócios do G. S. Força e Luz deverão apresentar o recibo nº 11: A fim de facilitar a aquisição de entradas, a F. R. G. D. iniciará a venda dos ingressos pela manhã, ficando o bilheteiro na filial nº 1 do Café Nacional (fronteiro à Cia. Energia).
NOTA DO INTERNACIONAL
Para o match de hoje com o nosso coirmão G. E. Bagé, em disputa do campeonato estadual do corrente ano, a direção de campo do Internacional convoca os jogadores abaixo, que deverão estar às 15,30 horas, em nosso campo, a fim de se fardarem e seguirem para o campo do G. S. Força e Luz, aonde se ferirá a luta, às 17 horas:
Júlio — Marcelo — Alfeu — Risada — Álvaro — Pedrinho — Magno — Nenê — Levi — Carlitos — Rui — Russinho — Toreli — Marques — Castilhos - Tesourinha e Moacir.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 248, 19 nov. 1940, p. 7. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3488. Acesso em: 18 jun. 2025.

CAMPEONATO GAÚCHO 1940 - FASE FINAL - FINAL - 1º JOGO - INTERNACIONAL 4 X 1 BAGÉ
Data: 19/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Renda: 10:977$000
Juiz: Alfredo Cesaro
Gols: Marques 22’/1 (I); Marques 24’/1 (I); Fierro 28’/1 (B); Marques 35’/1 (I); Russinho ?’/2 (I).
INTERNACIONAL: Júlio Petersen; Alfeu e Risada; Assis, Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Ruy Motorzinho e Castillo. Técnico: Orlando Cavedini.
BAGÉ: Veliz; Jorge e Ganchinho; Laerte Cunha, Macedo e Ripalda; Rodrigues (Ballejo), Fierro, Santana, Rubilar e Tupan (Rodriguez). Técnico: Omar Saraiva.

O INTERNACIONAL DEU UM PASSO SEGURO PARA À CONQUISTA DO “ESTADUAL”, VENCENDO O BAGÉ
Funcionou o “rolo compressor” tendo Marques como mola mestra: autor de três tentos — Russinho completou o escore: 4x1 — O segundo jogo será domingo, na Timbaúva
O Grêmio Esportivo Bagé não se apresentou em condicões de alcançar a ambicionada revanche do Sport Club Internacional. Confirmando seus triunfos anteriores, o "rolo compressor" abateu também o XI bageense, dando o primeiro passo para a conquista do título de campeão estadual de 1940.
Os colorados agiram muito melhor que os visitantes. Mais coesos e decididos, os pupilos de Cavedini-Dilorenzi lutaram com denodo pelo triunfo, conseguindo fixar vantagem definitiva já na primeira etapa, apesar do adversário ter arrancado na na frente.
A conquista inicial deu muito entusiasmo e animacão ao time de José Gomes Sobrinho. Durante um bom quarto de hora, os metropolitanos lutaram inutilmente, dominados pelos nervos. Aos poucos o controle retornou surgindo as boas ações. As tramas se sucederam, registrando-se alguns instantes de pânico para a zaga e para as redes de Veliz. A ofensiva número um da capital começou a evoluir e a invadir os domínios do inimigo, em buscas das conquistas. Elas retardaram, é verdade, mas se multiplicaram com rapidez. Aos 22' vinha o empate e dois minutos mais tarde a vantagem estava garantida. Restavam dez minutos, quando ainda Marques, o goleador, aumentou a diferença, assegurando, praticamente, o triunfo.
Mal iniciado o período complementar, o placar subiu. Perdeu, então, o cotejo toda a atração. Sobreveio uma ligeira reação dos fronteiristas que chegaram a dominar territorialmente alguns minutos. Tramavam demais, enredando-se ou atrapalhando-se dentro da área de 16 metros. Demais a mais os arremates furam falhíssimos, daí a permanência daquele único tento da "madrugada"...
A famosa ofensiva bageense exibiu três homens inteligentes: Rubilar — Santana e Fierro. O trio trabalhou bastante, faltou, entretanto, uma ligação mais eficiente com a defesa. Santana logo decaiu e veio a ser substituído no período complementar por Tupã, entretando Balejo para a ponta direita. A modificação pouca diferença trouxe. Se Tupã aponta mais ao arco faz, igualmente, mais "farolagem", prejudicando o conjunto. Cremos que a ausência de Sapirã diminuiu sensivelmente a penetração e a potencialidade da "artilharia". Os dois uruguaios: Rubilar e Fierro são ótimos controladores e fintadores, mas retêm demasiadamente o couro nos pés, retardando as ofensivas e dando ensejo para a defesa contrária agir e se precaver. A zaga local preocupou-se de modo exclusivo do trio atacante, deixando as pontas livres, pela inocuidade de seus titulares. Tupã e Rodriguez estiveram num péssimo dia. Balejo ainda mostrou alguma agressividade e deu bons chutes.
A intermediária do Grêmio constituiu o ponto vulnerável do time visitante. Macedo (cabeça d'água) não teve mãos a medir com o trio atacante do "rolo". Mas, auxiliado pelos médios, bem cedo o "eixo" corria desnorteado. Na zaga, Jorge se destacou pelo esforço e pela constante deslocacão. Ganchinho em plano inferior. Veliz fez algumas boas defesas. Foi surpreendido no terceiro tento, obtido por Marques num puxe. Ficou estático: Meio frango...
xxx
O quadro da "Chácara dos Eucaliptos" mostrou-se cheio de nervosismo com a conquista-relâmpago dos bageenses. Passada e emoção eles reagiram e envolveram por completo a defesa antagônica. Evidenciou-se a superioridade dos forwards portoalegrenses. Mais apoiados pela intermediária, enquanto os médios laterais inimigos só se preocupavam com a defesa, os internacionalistas tomaram conhecimento das redes de Veliz graças à perícia e ao oportunismo de Marques, sempre à espreita do "buraco". Os três contrastes registrados no primeiro tempo deve-se à inconstância de Jorge, sempre preocupado em desfazer todas as investidas, sem guardar a posição. O excesso de zelo do capitão do time bageense trouxe consequências desastrosas.
O ponto alto dos rubros, mais uma vez, residiu na vanguarda. A defesa esteve melhor que nos compromissos anteriores. Magno teve altos e baixos, terminou exausto, mas não comprometeu. Assis e Pedrinho bastante diligentes. Álvaro e Risada, depois Alfeu, portaram-se bravamente. O veterano zagueiro canhoto sempre firme e cheio de recursos. Júlio, a princípio nervoso, defendeu-se muito bem. Russinho reuniu, novamente, as honras de animador, seguido de Marques e Tesourinha. Castillo: bem e Rui discreto.
xxx
Os bageenses iniciaram a partida. da. Tramam logo Rubilar e Santana. O meia esquerda engana a Russinho e Marques, e Álvaro interrompe a série de fintas. Russinho progride e põe Veliz em ação. O arqueiro impulsiona a bola e investem os jalde negros. Assis comete falta em Tupã e este executa o tiro livre, para Fierro controlar a boca da meta e vencer Júlio, num chute fortíssimo, que passou sobre a cabeça do arqueiro. Tínhamos um minuto e meio de jogo. Descem os rubros, a favor do vento, atirando Marques. Veliz encaixa com segurança. Os passes dos bageenses são mais precisos e frequentes. Passes largos, de preferência para as extremas. Nota-se inseguranca receio nos locais. Jorge escanteia aos seis minutos, sem efeito. Macedo cede outro tiro de canto, sem maiores resultados. Insistem os locais e Castillo prejudica com off-side.
Rodriguez arremata defeituosamente. Lá pelos 15 minutos, o "rolo compressor" se acerta. Veliz intervém. Um centro de Rodrigues é emendado por Fierro. Júlio abandona a cidadela e afasta de soco. Retornam os visitantes ao ataque e Rodriguez erra por um triz (20'). Magno ampara e habilita Russinho que deixa cruzar para Tesourinha.
O "colored" despeja e Marques se infiltra entre os zagueiros e acomoda o "balão" nas redes, aos 22 minutos. Entusiasmados, insistem os vermelhos. Ganchinho cede corner, de efeito nulo. Aos 24 minutos cai de novo as redes bageenses. Na direita, Assis devolveu a Russinho, que deriva a Tesourinha, este devolve ao meia direita , Tesourinha recebe outra vez centrardo de "colher" a Marques. Um chute preciso atinge o canto direito, rente ao solo: 2x1 para o Internacional. Um momento difícil para o Internacional verificou-se ao 28 minutos. Esteve iminente a queda do arco rubro. Júlio salva em falso num centro de Rodriguez, que Rubilar atrasou. Fierro atira e Álvaro defende. Santana aponta com o arco vazio e Álvaro surge no momento de evitar o empate. Logo após Magno alivia.
Lances dispersos e registra-se o terceiro tento, quando o Bagé reacionava. As cargas se alternavam, até que Castillo se apossa da "redonda" e centra alto. Marques deixa picar e de costas atira. Veliz foi surpreendido, nem se mexeu e 3x1, aos 35 minutos. Pressiona o "rolo compressor". Jorge, Ganchinho e Laerte se desdobram.
Escoa-se o tempo com os 3x1 no marcador.
O segundo tempo teve um começo fulminante, desta feita são os colorados que colhem o "porongo" de saída. "Bordam" Rui e Russinho. O capitão dos colorados [...] dentro da área e aponta. O couro ganha efeito no terreno e [...] o artilheiro colorado: 4x1, antes do primeiro minuto da fase derradeira.
Estava mais que decidida a partida número um da série "melhor de três" pelo campeonato estadual, em sua fase final.
Aos 49 minutos, Risada não pôde continuar mais, depois de um choque com Fierro. O veterano craque se contundiu no primeiro tempo e não resistiu ao choque, abandonando o gramado. O árbitro erradamente manteve o jogo suspenso, aguardando a entrada de Alfeu, que formou a zaga com Álvaro. Os rapazes da "pedra moura" não desanimam. Lutam sem o menor proveito. Combinam bem, mas pifam dentro da área, sem visar as redes. Quando o faziam não acertavam. Ballejo deflagra o "canhão" e Assis defende bem. Jogo vistoso de Rubilar e Fierro na da linha média, tornando-se nulo nas proximidades da área, ante a ação eficaz de Álvaro e Alfeu, muito bem ajudados por Assis e até por Russinho, bastante atrasado nos momentos de pressão dos visitantes. O martelar inútil cansou os forwards bageenses, dando margem ao Internacional ter o comando das investidas. Os minutos vão passando, até findar o cotejo, que porco interesse despertou no segundo tempo.
INTERNACIONAL — 4
GREMIO BAGÉ — 1
Arbitro: Alfredo Cesaro: regular.
Renda: 10:977$000.
OS QUADROS
INTERNACIONAL — Júlio — Álvaro — Risada (Alfeu) — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russo — Marques — Rui — Castillo.
BAGÉ — Veliz — Jorge e Ganchinho — Laerte — Macedo e Ripalda — Rodrigues (Ballejo) — Fierro — Santana (Tupan) — Rubilar e Tupan (Rodriguez).
ÍNDICES: — Técnico: Um para o Internacional e zero para o Bagé. Disciplinar: Cinco para cada um dos contendores.
Os melhores: Russinho — Marques — Assıs — Jorge — Rubilar — Álvaro — Magno e Laerte.
SERÁ DOMINGO O 2º JOGO
A segunda da "melhor de três" entre o Bagé e o Internacional será no próximo domingo no estádio da Timbaúva.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 249, 20 nov. 1940, p. 10. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3503. Acesso em: 18 jun. 2025.

15/11/1940 - Campeonato Gaúcho 1940 - Fase final - Semifinal - Internacional 4 x 2 Riograndense-SM

OS COLORADOS TERÃO DE EMPREGAR-SE A FUNDO PARA VENCER O RIOGRANDENSE, DE SANTA MARIA
Cheios de confiança, por terem derrotado o Grêmio Bagé, os visitantes pretendem "surpreender" o "rolo compressor"
Há muita curiosidade em torno do quadro do Rio Grandense, de Santa Maria. O grande motivo vem desde aquele triunfo obtido sobre o Grêmio Esportivo Bagé, invicto nesta capital durante a ultima excursão.
A vitoria dos rubro-esmeraldas teve ampla repercussão e encheu de razão aos santamarienses, que vieram animadíssimos e dispostosa surpreender ao Internacional, campeão da cidade.
Hoje, finalmente, no campo da Timbaúva, Rio Grandense e Internacional estarão frente a frente, para decidir quem combaterá os jalde-negros de Bagé, pelo título máximo do Estado.
O prélio, indiscutivelmente, esboça-se renhidíssimo. Mais uma vez opinamos pelo triunfo dos colorados, embora reconhecemos serem os adversários dos colorados mais agressivos e com mais time que o Juventude.
O acurado preparo dos companheiros de Dudu, de Assis, de Salaberry e outros, tambem influi no vaticínio. Teremos, possivelmente, um escore menor, não tão amplo como o de domingo passado. Contudo inclinamo-nos pelo êxito dos pupilos da dupla Cavedini-Dilorenzi, sem pretender menosprezar os denodados e valentes jogadores visitantes.
OS QUADROS CONTENDORES
Os quadros dos campeões do Nordeste e Serra apresentar-se-ão assim formados:
Internacional — Marcelo — Alfeu — Risada — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russinho — Marques — Rui — Castillo.
Rio Grandense — Goloberri — Joãozinho — Assis — Ataliba — Mario Pinto — Caçapava — Sadi — Dudu — Adão — Negrito — Ernesto.
A PRELIMINAR ENTRE OS SEGUNDOS QUADROS DO GRÊMIO E DO INTERNACIONAL
A preliminar do encontro de hoje em disputa do campeonato estadual entre o Internacional e Rio Grandense, de Santa Maria, será entre os segundos quadros do Grêmio e do Internacional, em partida oficial do campeonato dessa categoria. Representará a Amgea o desportista Antônio Áureo de Barcelos e o departamento técnico será representado pelo desportista Celso Albert. Arbitrará esse jogo o desportista Rodolfo Del Bagno, do quadro secundário da Amgea. Servirão de bandeirinhas: Guilherme Sroka e Antônio Motini.
Esse embate será iniciado às 14 horas, com 15 minutos de tolerância, no campo da Timbaúva.
NOTA DA INTERNACIONAL
A direção de campo do S. C. Internacional convoca os jogadores do segundo quadro que deverão hoje jogar com o 2º quadro do Grêmio como preliminar da partida com o Rio Grandense de Santa Maria, no campo do Força e Luz, para estarem, em nosso campo, às 13 horas em ponto, para se fardarem e seguirem para a Timbaúva:
Tedesco, Clóvis, Olmiro, Levin, Nenê, Gaspar, Sebinho, Rui, Catalani, Baixinho, Otávio, Ari, Italo.
Os jogadores do primetro quadro, abaixo escalados, deverão estar em nosso campo às 14,30 horas, em ponto, a fim de se fardarem e seguirem para o campo da luta:
Júlio, Marcelo, Álvaro, Risada, Alfeu, Pedrinho, Magno, Assis, Levi, Castillo, Rui, Marques, Russinho, Tesourinha, Toreli, Carlitos e Danilo.
O JUIZ
Para dirigir esse jogo, foi convidado pelos dois contendores o desportista Alfredo Cesaro.
NOTA DA F. R. G. D.
A Federação Rio Grandense de Desportos tomou as seguintes deliberações para o jogo de hoje, a ser realizado no gramado do campo do Grêmio Sportivo Força e Luz, entre o Sport Club Internacional e Rio Grandense Futebol Clube:
Direção geral: Cicero Ahrends, presidente da F. R. G. D .; representante: dr. Remi Gorga; cronometrista: Mario Pereira; representante junto aos clubes disputantes: Miguel Genta; representante junto à imprensa: Arnaldo Silva; fiscalização de portões: Carlos Ruschel, Miguel Lardiez, Dorval Fonseca, Leo Birnfeld, Vitor Mora e Lencar Bueno; preços: pavilhão, 5$000; meia, 3$000; geral, 4$000; meia, 2$000.
Somente vigorarão as cadertas fornecidas pela A. M. G. E. A. e F. R. G. D. Terão direito a entrada mediante a apresentação do recibo nº 11 os sócios do G. S. Força e Luz.
Pagarão meia entrada colegiais fardados, senhoras e militares sem graduação.
A fim de facilitar a aquisição de ingressos, o bilheteiro estará, pela manhã, no Café Nacional (fronteiro à Cia. Energia).
A partida preliminar, entre os segundos quadros do Grêmio Porto Alegrense e Sport Club Internacional, terá inicio às 14 horas. O jogo principal entre o Sport Club Internacional, campeão da Zona Nordeste e Rio Grandense F. C., campeão da Serra, será iniciada às 16 horas.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 245, 15 nov. 1940, p. 12. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3451. Acesso em: 18 jun. 2025.

CAMPEONATO GAÚCHO 1940 - FASE FINAL - SEMIFINAL - INTERNACIONAL 4 X 2 RIOGRANDENSE-SM
Data: 15/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Juiz: Alfredo Cesaro
Gols do Inter: Marques, Mário Pinto, contra, Castillo e Russinho.
INTERNACIONAL: Marcelo; Alfeu e Risada; Assis, Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Ruy Motorzinho e Castillo. Técnico: Orlando Cavedini.
RIOGRANDENSE-SM: Goloberri; Joãozinho e Assis; Ataliba, Mário Pinto e Caçapava; Sadi, Dudu, Adão, Negrito e Ernesto.

10/11/1940 - Campeonato Gaúcho 1940 - Zona Nordeste - Internacional 6 x 3 Juventude

INTERNACIONAL E JUVENTUDE, DE CAXIAS, DECIDIRÃO, HOJE, O TÍTULO DE CAMPEÃO DO NORDESTE, NO CAMPO DA TIMBAÚVA
O regulamento do campeonato estadual de futebol da F. R. G. D. permite substituições — A preliminar será o Torneio Encerramento Juvenil, da Série “A” da AMGEA
O primeiro compromisso do "rolo compressor" no Campeonato Estadual de Futebol será hoje contra o valoroso Juventude, campeão caxiense e vencedor de Bento Gonçalves e Novo Hamburgo.
Num rápido relance, a partida se nos afigura francamente favorável aos locais, embora se alardeie muita combatividade e energia por parte dos rapazes do Interior. Cremos ser muito difícil a resistência dos esmeraldinos frente a poderosa ofensiva vermelha, apontada, sem o menor favor ,como a melhor dos campos da capital.
O Juventude não tem uma artilharia à altura da local, enquanto a sua defesa não se apresenta como das mais sólidas.
Consideramos o sexteto defensivo dos rubros em melhores condições que o dos visitantes, daí
conclui-se que o Internacional terá de levar a melhor.
Desnecessário se torna dizer que os juventudistas oporão resistência tenaz, procurando até surpreender ao campeão porto-alegrense, mas uma vitória é muito difícil. A classe há de aparecer e impor-se.
O vencedor desse encontro será o campeão da zona do Nordeste e como tal enfrentará o Riograndense de Santa Maria, campeão da Zona da Serra.
HORÁRIO
A preliminar será iniciada às 14,30 horas com 15 minutos de tolerância e o jogo entre Internacional - Juventude começará às 16 horas.
JUIZ
Dirigirá o jogo decisivo do campeonato da zona do nordeste o desportista Oto Bumbel, do E. C. Novo Hamburgo, escolhido de comum acordo.
OS QUADROS CONTENDORES
Os quadros que disputarão o título de campeão do nordeste, apresentar-se-ão assim organizados:
INTERNACIONAL
Marcelo — Alfeu — Risada — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russinho — Carlitos — Rui e Castillo.
JUVENTUDE
Benito — Longhi — Galopeto — Osmar — Bolacha — Frigeri — Raul — Bortinha — Renato — Martini e Garbin.
HAVERÁ SUBSTITUIÇÕES
O regulamento do campeonato estadual de futebol da F. R. G. D. permite substituições de três jogadores no decorrer do jogo. Esse regime vigorará hoje.
NOTA DO INTERNACIONAL
Para o match a ser jogado hoje, na Timbaúva, em disputa do campeonato estadual, com o E. C. Juventude de Caxias, os diretores de campo do Internacional escalaram os seguintes jogadores, que deverão estar no campo da rua Silveiro às 15 horas em ponto, a fim de se fardarem e seguirem para o campo da luta: Júlio — Marcelo — Risada — Álvaro — Alfeu — Pedrinho — Magno — Assis — Levi — Tesourinha — Russinho — Marques — Carlitos — Rui — Castillo e Toreli.
NOTA DA F. R. G. D.
Para a partida a ser realizada hoje no campo do Grêmio Sportivo Força e Luz, entre o Sport Club Internacional, campeão de Porto Alegre, e Esporte Clube Juventude, campeão de Caxias em disputa do título de campeão da Zona Nordeste, no Campeonato Estadual de 1940, a F. R. G. D. tomou as seguinte deliberações:
Direção geral a cargo do Presidente da FRGD, sr. Cícero Ahrends.
Fiscal da partida: dr. Luiz Perez; Cronometrista: sr. Miguel Genta; Representante junto às diretorias dos clubes disputantes, sr. Arnoldo Silva, Representante junto à imprensa: sr. Miguel Ladiez; Fiscalização junto aos portões a cargo dos srs. Carlos V. Ruschel, Léo Birnfeld, Alencar Bueno e Victor Mora.
PRELIMINAR
Às 14,30 horas — Torneio Encerramento do Campeonato Juvenil promovido pela AMGEA, disputado pelos quadros representativos do Grêmio F. B. Porto Alegrense, E. C. Cruzeiro e E. C. S. José. Autoridades escaladas pela AMGEA.
JOGO PRINCIPAL
Às 16 horas — S. C. Internacional versus E. C. Juventude.
Juiz — Otto Bumbel do E. C. Novo Hamburgo, escolhido de comum acordo. Preços: Pavilhão: 4$000; meia pavilhão 3$000; Geral 8$000; meia geral 2$000. Os sócios do G. S. Força e Luz terão entrada franca mediante a apresentação do recibo nº 10. Os portadores de convites e ingressos terão entrada pelo portão Autoridades. Cadernetas somente vigorarão as fornecidas pela FRGD e AMGEA.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 240, 10 nov. 1940, p. 15. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3364. Acesso em: 17 jun. 2025.

CAMPEONATO GAÚCHO 1940 - ZONA NORDESTE - INTERNACIONAL 6 X 3 JUVENTUDE
Data: 10/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Renda: 9:029$000
Juiz: Otto Pedro Bumbel
Gols: Castillo 11’/1 (I); Feliz Magno, pênalti ?’/1 (I); Renato 32’/1 (J); Raul 37’/1 (J); Tesourinha 2’/2 (I); Castillo 7’/2 (I); Renato ?’/2 (J); Tesourinha 18’/2 (I); Marques ?’/2 (I).
INTERNACIONAL: Marcelo; Alfeu e Risada; Assis, Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Carlitos (Marques), Ruy Motorzinho e Castillo. Técnico: Orlando Cavedini.
JUVENTUDE: Benito; Longhi e Galopeto; Bolachinha, Bolacha e Frigeri (Garbin); Raul, Bortinha, Renato, Mario (Tissot) e Remo. Técnico: Alfredo Jaconi.

"Alguns defensores "colorados", ostentando a "faixa-campeão"
do ano de 1940, no Bicentenário de Porto Alegre".
Fonte: Sport Illustrado (RJ)

OS COLORADOS SÃO SEMIFINALISTAS DO ESTADUAL DE FUTEBOL DESTE ANO
Já na próxima sexta-feira os locais enfrentarão o Rio Grandense, de Santa Maria, campeão da zona da Serra
O Internacional confirmou o favoritismo, ao abater amplamente ao Juventude, de Caxias, em disputa do título de campeão do Nordeste, pelo título máximo do Estado.
Uma contagem larga acusou o prélio que ofereceu alguns instantes de emoção à torcida sempre presa à marcha do placar e quase alheia a qualidade do jogo e às possibilidades deste ou aquele time. O que interessa ao afeiçoado é a vantagem numérica.
Os colorados facilitaram diversas vezes no decorrer do empate, fazendo pouco caso ao adversário, que chegou a pespegar dois grandes sustos.
Arrancando na frente com dois tentos, os rubros permitiram o empate e por um triz que a contagem não foi equilibrada, de novo, na segunda fase. A oportunidade chegou a ser delineada, quando Pedrinho cometeu um pênalti e a diferença no marcador era apenas de um tento (4x3). O tiro livre foi defendido por Marcelo e a ofensiva resolveu consolidar a vantagem, "caminhando" definitivamente para as redes. A superioridade de classe e dos valores individuais dos locais permitiu esse luxo de comandar o jogo "a volonté" bulindo com os nervos e a paciência dos "hinchas".
No final da festa de gols, a torcida exultou. Os mais ponderados analisaram friamente o cotejo e tiraram conclusões pouco lisonjeiras para o campeão da cidade. Chegaram a relembrar o triunfo dos rubros em Caxias, quando superaram ao Juventude por 8x1. Aquilo sim era time, resmugava um ardoroso colorado, que não se conformava com os três tentos que a defesa dos "diabos rubros" havia tomado.
O prognóstico foi traçado pelo "Diário de Notícias". Os 90 minutos confirmaram o vaticínio.
Embora perdendo, os rapazes do Juventude empenharam-se com denodo. "Fizeram o que estava ao seu alcance. Não esmoreceram e lograram empatar, depos de estar em plano inferior. Nos valores individuais torna-se justo destacar Galopeto e Longhi, a zaga; Benito no arco e Bolacha, de center half; Renato, na entre ala direita, teve alguns méritos.
Os demais discretíssimos.
O "rolo compressor" não esteve num de seus melhores dias. A defesa claudicou com frequência, basta — atentar — separar os três tentos, em contraste com a "meia dúzia" da "artilharia". Firma-se, cada vez mais, a afirmativa de que o ponto alto dos vermelhos, sem a menor dúvida, é a ofensiva enquanto a defesa periclita com frequência.
Na semifinal de domingo, o "rolo compressor" evidenciou a eficácia de sua vanguarda, que conquistou seis pontos.
Longhi cabeceia fraco e Castillo emenda com precisão, aos 11 minutos (1x0). Pouco mais tarde Magno aumentava, ao bater um tiro máximo.
A vantagem não desalentou aos rapazes do Interior. Não esboçaram uma reação impressionante. Uma escapada veio alentá-los e descontar a diferença do placard já no último quarto de hora (32'), por intermédio de Renato. Animados com o feito, os esmeraldinos atacaram com mais denodo, conseguindo escanteio, de efeito nulo. Bolacha, "eixo", aponta e
Marcelo nuetraliza. Responde o Internacional, perigosamente, para o árbitro anular o esforço de modo injusto ao punir um pretenso impedimento de Carlitos. A seguir verificou-se o empate. Remo fugiu pela esquerda e cruzou a Raul, na ponta direita, que acertou, na corrida, em cheio: 2x2 aos 37 minutos.
O período complementar trouxe algumas modificações nas duas equipes. Frigeri, médio caxiense, cedeu posição a Garbin. Nos campeões da cidade não figurou mais Carlitos, que se contundira no primeiro tempo, cabendo a Marques comandar a ofensiva. No transcurso da peleja, o Juventude fez mais duas substituições. Tissot substituiu a Mario na linha atacante, e Frigeri retornou, ocupando o posto de Bolachinha, médio direito.
Os colorados reiniciaram a pugna com grande decisão, tanto que no 2º minuto deste período Tesourinha escorou magistralmente um centro de Carlitos, desempatando. Marques, por duas vezes não aproveita. Da segunda vez o couro resvalou no travessão e a zaga aliviou. Pouco mais tarde (52') tramam Russinho, Marques e Castillo para este fazer estremecer as redes de Benito pela quarta vez. Benito, logo após, sensacionaliza ao cometer dificílima defesa de um chute de Castillo. Os minutos seguintes foram de intensa emoção para os torcedores do campeão da cidade.
Cheio de brilho e vontade de aumentar as cifras, a fim de salvaguardar-se de qualquer surpresa desagradável, o Internacional infiltra-se, sempre com manifesta facilidade, em face da ação defeituosíssima dos médios contrários e auxílio nulo dos entre alas a defesa. Marques perde uma oportunidade esplêndida, depois de Benito ter abandonado o arco. Tesourinha evolui pela direita. Serve a Marques, que devolve ao ponta, para ser decretado o quinto gol para os rubros, aos 63'.
Dois pânicos tremendos proporciona Tesourinha na área inimiga. Pressiona o "rolo compressor". Estava nitidamente delineado o vencedor, aliás, essa impressão esteve conosco desde os minutos iniciais. Um tento de Marques é anulado por impedimento. Facilitam, outra vez, os dianteiros, "bordando" nas proximidades da área de 16 metros. Marcelo intervém. Faltando três minutos para terminar o embate. Galopeto atrasa mal, entregando a Marques que escolhe à vontade o canto: 6x3. Com o Internacional no ataque, finda o cotejo intermunicipal, pelo campeonato estadual da FRGD.
Renda: 9:029$000
Árbitro: Otto Pedro Bumbel: — fraco.
Os quadros:
INTERNACIONAL — Marcelo — Alfeu — Risada — Assis — Magno — Pedrinho — Tesoura — Russinho — Carlitos (Marques) — Rui e Castilhos.
JUVENTUDE: Benito — Longhi e Galopeto — Bolachinha (Frigeri) — Bolacha — Frigeri (Garbin) — Raul — Bortinha — Mario (Tissot) — Renato e Remo.
Índices: técnico: 1 para Internacional e 0 para o Juventude; disciplinar: 5 para ambos.
Os melhores: Benito — Risada — Tesourinha — Russo — Renato — Galopeto — Bolacha e Longhi.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 242, 12 nov. 1940, p. 13. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3388. Acesso em: 17 jun. 2025.

O MELHOR JOGO DE PORTO ALEGRE
Campeonato estadual:
JUVENTUDE (de Caxias), 3 x INTERNACIONAL (de Porto Alegre), 6
Já se havia mesmo previsto a vitória dos rubros no primeiro compromisso do Campeonato Estadual, efetuado no campo dos "rajados". Prevista porque os juventudinos, apesar de terem perdido somente uma partida no certame caxiense, não estavam à altura para suportar a artilharia local, em esplêndida forma, nem possuíam uma dianteira capaz de transpor a "barreira" dos locais. Acrescente-se a tudo isso o estímulo da torcida, toda para os "colorados" (ou quase toda...), o gramado, isto é, campo estranho etc., factores esses que influem psicologicamente no ânimo dum quadro, cuja responsabilidade é bem grande, tentando obter o título máximo do Rio Grande do Sul. Justificado foi, dessa forma, o otimismo dos "fans" quanto ao desfecho do prélio.
—oOo—
Iniciado o jogo, os internacionalistas lançaram-se à frente com muito ardor e bastante técnica, pondo em perigo imediato a cidadela confiada à pericia de Benito, que mostrou possuir qualidades. Surpreendidos com a saída de leão dos rubros, os visitantes esmoreceram, passando a defesa a chutar bolas para a frente, embora muitas vezes sozinha, sem um objetivo certo que não o de limpar a área de qualquer maneira... Enquanto isso, o Internacional exibia uma classe de passes matemáticos, certos, ora pela direita, às vezes pela esquerda, dando insano trabalho aos defensores do Juventude. Os dois tentos que surgiram não causaram surpresa, pois já estavam até demorando...
Com o placar favorável, abandonaram os jogadores locais a pressão que vinham fazendo e começaram um "brinquedo" de passes e jogo para a assistência.
Refeitos do susto inicial e da opressão sentida, os juventudinos foram aos poucos tomando fôlego e conseguiram, numa bonita reação, empatar o jogo: 2x2! A torcida rubra ficou assustada, por sua vez, pois que agora o arco confiado a Marcelo estava perigando mais seguido... Mas os jogadores rubros parece que estavam cientes da superioridade e da classe que possuíam, assim não se impressionaram com a reação e continuaram no mesmo padrão, até que o apito do cronometrista deu por findo o primeiro tempo.
Começado o segundo período, o Internacional tomou conta do jogo, fazendo prevalecer o poderio da sua artilharia até que a contagem chegasse na altura dos seis. E o team visitante só pôde conquistar mais um tento, isto mesmo devido ao brinquedo da zaga e do centro médio.
Estava finda a partida e... confirmada a opinião inicial, favorável aos rubros.
O Juventude apresentou apenas alguns jogadores com qualidades, salientando-se o meia direita Bortinha e o esquerda Renato. Na defesa apareceu o trabalho do center-half Bolacha e do zagueiro Galopeto, que por diversas vezes andou num "galope" envolvido pelas artimanhas de Tesourinha e Russinho, os melhores dos locais, na dianteira. Os demais atuaram regularmente, com excepção dos pontas, muito bisonhos e sem controle de bola.
O Internacional, por sua vez, não esteve tão perfeito, mas agradou aos torcedores porque venceu por 6x3 e deu um "passeio" (entremeado com um susto) no team adversário...
Não fosse a reprovável brincadeira, a que quase sempre se entregam todos os quadros quando estão na dianteira, procurando cansar a defesa inimiga, teríamos uma bela exibição por parte dos rubros. Mas... tudo ficou no mesmo e assistimos a uma partida com poucos momentos de emoção. Estes nos foram proporcionados pelos arqueiros, que atuaram a contento. Alfeu, half-back colorado que estava afastado, reapareceu, não em esplêndida forma, mas sem comprometer. Seu companheiro Risada constituiu o ponto alto do triângulo final, obtendo palmas da torcida, por sua ótima atuação. Na linha intermediária Magno, centro-médio, cumpriu boa performance, salientando-se dos seus colaboradores da direita e da esquerda, onde Pedrinho e Assis apareceram bem, contribuindo mais para a defesa do que no auxílio ao ataque. Na artilharia, como já nos referimos antes, o melhor foi a ala direita, seguida por Ruy e Castillo. Carlitos, de centroavante não teve muitas oportunidades, pois lesionou-se logo no princípio, sendo substituído só no final do primeiro tempo, quando entrou Marques em seu lugar. Este também estava afastado, por motivo de doença e reapareceu bem, com muito "apetite", chegando a perder boas jogadas por ser demais "guloso"...
—oOo—
Os teams tiveram a seguinte constituição:
JUVENTUDE — Benito; Longhi e Galopeto; Bolachinha, Bolacha e Frigeri; Raul, Bortinha, Mario, Renato e Remo.
INTERNACIONAL — Marcelo; Alfeu e Risada; Assis, Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Carlitos, Ruy e Castillo.
Os locais substituíram o centroavante Carlitos, que se lesionara, por Marques, e os visitantes fizeram entrar Garbin no lugar de Frigeri.
A contagem obedeceu à ordem seguinte:
1º ponto — Aos 11 minutos, Castillo, numa rebatida fraca do back, abre a contagem.
2º ponto — Novamente numa investida de Castillo teve origem o segundo tento, indiretamente, pois o extrema chutou e a bola tocou na mão do zagueiro, valendo-se o juiz para, rigorosamente, punir com pênalti os visitantes. A torcida pede aos "colorados" para jogar fora, mas Magno, destacado para bater a penalidade, aproxima-se vagarosamente e envia violento bicaço, que Benito não consegue deter.
3º ponto — O Juventude desconta, quatro minutos depois, numa investida pela esquerda, onde Renato aproxima-se da meta, finta Risada e ilude Marcelo, que lhe saíra ao encontro, marcando o primeiro gol para o seu bando: 2x1.
4º ponto — Numa escapada de Remo, nasce o tento de empate, quando Raul escora muito bem, desviando para o canto: 2x2! Susto da torcida "colorada"...
5º ponto — O terceiro gol dos rubros surgiu no segundo tempo, aos dois minutos de luta. Galopeto, acossado por Marques, não consegue alcançar a pelota, aproveitando-se Tesourinha para desempatar.
6º ponto — Marques entra na área ameaçadoramente, e estende para Castillo. Este engana Bolachinha e chuta com a direita, num tiro cruzado, no canto oposto do arco confiado a Benito.
7º ponto — Renato consegue desfazer a diferença, levando a melhor numa jogada frente a Risada, consignando o terceiro e último tento do Juventude.
8º ponto — É da autoria de Tesourinha, que atira forte e indefensavelmente. 5x3.
9º ponto — Quase ao finalizar o prélio, aumenta a contagem para 5x3, por intermédio de Marques, o "condotiere" rubro, que finaliza com êxito uma jogada de Russinho. Pouco depois terminava a partida.
—oOo—
Com esta vitória o Internacional candidatou-se para disputar o título de finalista com o Riograndense, da cidade de Santa Maria, e, saindo vencedor, considerar-se-á já vice-campeão do Estado.
—oOo—
Mais uma vez o tempo favoreceu os jogadores, pois não estava quente e não ventou de forma a prejudicar os contendores. A renda atingiu a casa dos 8 contos de réis.
Fonte: RABELLO, Pythagoras. Sport Illustrado (RJ), n. 140, 12/12/1940, p. 25. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/182664/5651. Acesso em: 17 jun. 2025.

03/11/1940 - Citadino 1940 - 3º turno - Internacional 2 x 2 São José-RS

OS COLORADOS, JÁ CAMPEÕES DESTE ANO, JOGAM HOJE SUA ÚLTIMA PARTIDA DO CERTAME CITADINO
Os “santos”, que lutam ainda pelo título de vice-campeões, serão os seus adversários
O Internacional despedir-se-á hoje do campeonato citadino de futebol. O título de campeão está garantido, mas isso não quer dizer que os "diabos rubros" se desinteressem pelo cotejo de hoje.
Com dez pontos na tabela, lado a lado com o Cruzeiro, os Zequinhas assim o vice-campeonato, o que não é impossivel, já que os tricolores somam 12 pontos e lhes resta o Força e Luz pela frente.
Prevê-se uma luta titânica entre os "brancos" e os "colorados". A grande oportunidade para os rapazes possivelmente se esqueceu daquela possivelmente, se esqueceu daquela memorável partida que finalizou em 4x4, sob o apito de Virgílio Fedrighi, que prejudicou enormemente aos "santos". A lembrança daquela injustiça acirra aos adversários dos campeões da metrópole, no Bicentenário, e desejam, a todo transe, vingar-se. As honras tentam. Além dos dois pontos, há a significação do triunfo sobre um XI campeão, daí o grande interesse desta partida, a ser travada no "tapete verde" da Timbaúva.
ELUSTONDO NÃO INTEGRARÁ O S. JOSÉ
Os "santos" não contarão com o concurso de seu entre ala canhoto: Elustondo, que sofreu um ligeiro acidente de veículo.
"Peixinho", o técnico dos "brancos", encaixou na linha a Lobato. Em compensação, reaparecerá o "eixo" Junção.
O time de Salvador Vinhas será o seguinte: Ivo — Armando e Sampaio — Kucerat — Junção e Zica; Javel — Décio — Tsás — Lobato e Cidrônio.
O "ROLO COMPRESSOR"
Ciosos de seu título, os pupilos da "dupla" Cavedini — Dilorenzi não acreditam num revés. Querem fazer a última demonstração de seu poderio e provar que são mesmo os campeões.
Marcelo — Álvaro — Risada — Assis — Magno — Pedrinho — Tesourinha — Russo — Carlitos — Rui e Castillo representarão, provavelmente, o time do Internacional.
AUTORIDADES E ÁRBITROS
Funcionará como juiz dos quadros principais: Henrique Maia Failace, escolhido de comum acordo. Bandeirinhas: Rafael Mastracusa e Aristeu dos Santos. Representante da Amgea: Antônio Áureo Barcelos. Juiz para os segundos quadros: Valdomiro Zanini, auxiliares: Fidélis Mastracusa e Antônio Simoni. Representante do Departamento Técnico: Celso Albert.
NOTA DOS CONTENDORES
INTERNACIONAL — Para nosso match de hoje, com o nosso valoroso coirmão S. C. S José, a realizar-se no Estádio da Timbaúva, foram tomadas as seguintes resoluções:
Direção geral — a cargo do Presidente, sr. Hoche de Almeida Barros, auxiliado pelos demais diretores.
Portões — a cargo dos Tesoureiros do Clube e dos do E. C. S. José, auxiliados pelas pessoas por eles determinadas.
Preços — 4$000 pavilhão, 3$000 meio pavilhão e 3$000 geral.
Jogadores — a cargo dos Diretores de campo, srs. Carlos De Lorenzi e Orlando Cavedini, que baixaram as seguintes determinações:
Às 13 horas em ponto em nosso campo aonde se deverao fardar e seguir para a Timbaúva:
Tedesco, Celso, Olmiro, Clóvis, Gaspar, Nenê, Lewin, Baixinho, Rui Barbosa, Catalani, Danilo, Sebinho, Olívio, Toreli.
Os jogadores do primeiro quadro fardar-se-ão no próprio campo da luta aonde deverão se encontrar às 15 horas em ponto:
Júlio, Marcelo, Alfeu, Risada, Álvaro, Carlitos, Magno, Pedrinho, Assis, Tesourinha, Russinho, Rui, Marques e Castillo.
Tendo o Departamento de Cooperação e Propaganda organizado uma passeata para depois do jogo, a Diretoria solicita a todos os sócios que compareçam a passeata, que partirá do campo do jogo.
S. JOSÉ: — Devendo o Esporte Clube Sao José defrontar-se domingo com o coirmão Sport Club Internacional, o diretor técnico convoca para comparecerem no Estádio da Timbaúva, às 13 horas os seguintes Jogadores: Pereira — Neri — Heuser — Rebolo — Favorino — Armando — Manuel — Baiano — Alceu — Mario — Gemada e Ari, e às 14 horas no gramado do Passo da Areia, onde se fardarão e seguirão incorporados para o local da pugna os seguinte jogadores: Ivo — João de Barro — Mando — Mabília — Sampaio — Zica — Junção — Kucerat — Javel — Décio — Alemão — Lobato e Chinês.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 233, 03 nov. 1940, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3248. 17 jun. 2025.

HOMENAGEM AOS CAMPEÕES COLORADOS
Será prestada, hoje, pelo Departamento de Cooperação e Propaganda do Internacional, após o jogo com o São José — Homenagem ao “Diário de Notícias”
O Departamento de Cooperacão e Propaganda do S. C. Internacional promove, hoje apos a partida com o Sao José, um grande corso em homenagem aos jogadores colorados, que sagraram-se brilhantemente campeões do corrente ano.
Todo aquele que desejar tomar parte na passeata, poderá entender-se com o sr. Vicente Rao, que estará à disposição dos interessados por ocasião do jogo, logo à entrada do campo do G. S. Força Luz, local da partida.
É o seguinte o itinerario do corso: Saindo do campo, segue pelo Caminho do Meio, rua Venâncio Aires, Concórdia, Demétrio Ribeiro, rua do Arroio, rua dos Andradas, Av. Borges de Medeiros, rua. 7 de Setembro, tendo como ponto terminal a sede do Clube, à rua cap. Montanha, aonde, então, se farão ouvir diversos oradores, encerrando o primeiro dia de festas.
Quando o cortejo passar pela frente de nossa redacão sera prestada uma homenagem ao "DIÁRIO DE NOTÍCIAS".
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 233, 03 nov. 1940, p. 11. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3248. 17 jun. 2025.

CITADINO 1940 - 3º TURNO - INTERNACIONAL 2 X 2 SÃO JOSÉ-RS
Data: 03/11/1940
Local: Timbaúva - Porto Alegre (RS)
Renda: 4:800$000
Juiz: Henrique Maia Faillace, auxiliado por Rafael Mastracusa e Aristeu dos Santos.
Gols: Chinês 21’/1 (S); Alemãozinho 26’/1 (S); Ruy Motorzinho ?’/1 (I); Russinho 22’/2 (I).
INTERNACIONAL: Marcelo; Álvaro e Risada; Assis, Felix Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Carlitos, Ruy Motorzinho e Carlitos. Técnico: Orlando Cavedini.
SÃO JOSÉ-RS: Ivo Winck; Armando e Sampaio; Zica, Junção e Kucirá; Javel, Décio, Alemãozinho, Lobato e Chinês. Técnico: Eunides Sardinha.
Obs: faltando 13 minutos para acabar a partida, um forte temporal impediu que o jogo continuasse. No início da partida, os jogadores do Internacional, campeões municipais de 1940, foram saudados pela torcida com confetes e serpentinas. O São José também presenteou o Internacional com um corbelle.

"Este é o “rolo compressor”. Campeão absoluto da cidade
de Porto Alegre. Na jornada de 1940: Russinho, Pedrinho,
Magno, Carlitos, Alfeu, Assis, Tesourinha, Marques, Rui,
Castillo, Toreli, Álvaro, Risada e Marcelo, tudo envidaram
para a defesa das cores prediletas. Hosanas aos campeões!
Fonte: Diário de Notícias (RS)
[...] "Carlos Dilorenzi, o 'mentor' do XI rubro [...]".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"[...] Orlando Cavedini, o 'técnico' oficial [...]".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"[...] Risada, o veterano [...]".
Fonte: Diário de Notícias (RS)
"[...] Hoche de Almeida Barros, o presidente".
Fonte: Diário de Notícias (RS)

SUSPENSO O JOGO INTERNACIONAL X SÃO JOSÉ QUANDO FALTAVAM 11 MINUTOS PARA TERMINAR
O forte temporal que desabou, ontem à tarde, impediu o prosseguimento desse jogo, quando o resultado era 2x2
Uma peleja inacabada. Internacional e São José não completaram os 90 minutos regulamentares. Lutaram denodadamente 79 minutos, quando o tempo enfarruscou. Nuvens negras cobriram o céu, tornando a tarde tão escura, que impossibilitou o prosseguimento da justa desportiva.
Assim, não foi completada a despedida do "rolo compressor" do campeonato de futebol da metrópole, nem o próprio escore. Ficou uma forte emoção em todos os colorados e uma intensa expectativa para qualquer dia destes. O prélio se desenhou difícil para os campeões da cidade, que estiveram em desvantagem, sobretudo na etapa primária quando a defesa vermelha apresentou enormes brechas, facilitando a infiltração dos "Zequinhas", cheios de combatividade e de energia.
Os colorados apresentaram-se, de início, com muita displiscência. Estavam "remplies de soi mêmes". Entretanto, bem cedo contataram o equívoco e esboçaram violentas reações. O extraordinário dispêndio de energias, de parte dos rapazes da Areia, veio dar a chance desejada para os rubros. Descontaram a vantagem de dois tentos, assegurada pelo São José, já sobre a hora do primeiro período. A contagem se equilibrou no tempo complementar, após afanosas investidas.
Com uma intermediária irregular, inconstante, o Internacional teve de trabalhar ativamente. Apenas Assis se destacou na "coluna vertebral". Se poucos méritos teve a linha média, a ofensiva suplantou suas atuações anteriores, firmando-se definitivamente como o ponto alto do "rolo compressor". Russinho e Rui salientaram-se, sobretudo pela colaboração contínua e eficiência à retaguarda, quase sempre em apuros.
Coisa curiosa. Três homens perturbaram a zaga, médios e arqueiro colorados: Tsás e os ponteiros. Décio, na entre ala direita, e Lobato, improvisado de "insider" canhoto, não produziram como deviam. Incomodaram algumas vezes, mas não satisfizeram.
Os "santos" aproveitaram muito pouco os "furos" da defesa internacionalista, conquistando dois gols nos primeiros 45 minutos, desperdiçando bons ensejos.
Na "volteada", os brancos arrefeceram o entusiasmo. Cederam, talvez, ao cansaço, embora não se entregassem. Destacou-se, então, o notável desempenho de Ivo, o "arqueiro revelação de 40" e dos zagueiros Armando e Sampaio, sobretudo o primeiro.
Restavam 11 minutos de luta, quando o prélio foi suspenso. A chuva alagou por completo a cancha, impedindo o prosseguimento do cotejo. É bem possível que os 11 minutos sejam jogados quarta-feira, no mesmo local, com os portões abertos.
A HISTÓRIA DOS QUATRO TENTOS E OS LANCES PRINCIPAIS
A primeira sensação de pânico coube à torcida colorada. Javel evoluiu e atrasou a Tsás, no momento em que Marcelo procurou desarmar ao ponteiro. Tsás emenda desviando, tendo o arco à sua disposicão. Momentos após repete-se a situação de aprêmio para os rubros, errando Tsás, outra vez.
Registrou-se outro instante cruel para a defesa do "rolo compressor" depois de um escanteio de Pedrinho. Marcelo intervém com um soco e Lobato, com as redes desguarnecidas, cabeceia desviado.
O Internacional assedia inutilmente. Assis apoia e estende para a frente. Armando controla e atrasa a Ivo, de cabeça. Este chuta. Tsás amortece o "couro" e serve a Cidrônio, isolado na direita, desmarcado. Chinês progride rápido e se avizinha. Marcelo procura interceptar, mas não consegue cortar o chute certeiro: 1x0, aos 21 minutos.
Cinco minutos mais tarde sobe a contagem. Javel habilita a Tsás. Pifa Risada e o "condotieri" do Passo da Areia não tem dificuldades de acertar no alvo: 2x0. Marcelo sensacionaliza com uma defesa num tiro livre, enviando a escanteio. Acentua-se a vigilância de Armando. Sampaio também se exibe, contendo as investidas coloradas. Magno apoia e Junção falha algumas vezes.
Armando, ao despejar legalmente Carlitos, derruba este. O árbitro sem apitar interrompe o jogo, batendo a bola. Prossegue a partida, centra Tesourinha e Ivo defende parcialmente, com esforço inaudito. Rui e Russinho atropelam o arqueiro, sem tocá-lo e cabe ao primeiro (Rui) tirar o zero do placar: 2x1. Em seguida soa o apito do cronometrista. Lobato estava protestando contra o ato do juiz Faillace, que não apitou para interromper o jogo, resolvendo depois bater a bola.
De nada adiantou a reclamação de Lobato.
No segundo tempo, os rubros controlaram melhor. A marcação da zaga foi mais eficiente e a linha média apareceu em plano superior ao da fase inicial. Ivo assombrou, praticando duas ou três defesas de grande gala, além de algumas intervenções oportuníssimas.
Aos 67 minutos verificou-se o almejado empate. Magno desarma e conduz, entregando a Castillo. Sampaio defende fraco e Castillo se apossa de novo centrando. Tesourinha domina e centra, para Russinho desviar, habilmente, á boca da meta, rumo às redes, numa posição difícil: 2x2.
Instantes após, Ivo pratica formidável defesa, num tiro de Tesourinha, cedendo escanteio, de efeito nulo. Tesourinha faz das suas. Dribla dois e obriga magnífica defesa de Ivo. Tsás atira com violência, resvalando no travessão! Álvaro falha e Cidrônio atira fraco nas mãos de Marcelo. Começa a escurecer (26'). Cidrônio atira e Marcelo encaixa com segurança. Russinho "gambeteia" a Armando e a Junção e finaliza. Ivo demonstra, mais uma vez, as suas qualidades, defendendo para escanteio, também sem resultado. A seguir, a partida é suspensa.
Juiz: Henrique Faillace: bom.
Renda: 4:800$000
INTERNACIONAL: Marcelo — Álvaro e Risada — Assis — Magno e Pedrinho — Tesourinha — Russo — Carlitos — Rui e Carlitos.
SAO JOSÉ: Ivo — Armando — Sampaio — Zica — Junção — Kucerat — Javel — Décio — Tsás — Lobato — Cidrônio.
Os melhores: Ivo, Armando, Sampaio, Russinho, Rui, Marcelo, Tesourinha, Javel, Assis.
Índices: Técnico: 0 para ambos, disciplinar: 4 para os dois.
— Na preliminar o Internacional "goleou" ao São José, por 9x0.
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 234, 04 nov. 1940, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3267. Acesso em: 17 jun. 2025.

QUATRO EMPATES E UMA DERROTA EM DOZE JOGOS
Essa a folha do Internacional na sua brilhante campanha deste ano, na qual conquistou o campeonato
Os colorados entraram na temporada de 1940 com o pé direito. O Torneio Inicial marcou expressivo triunfo. Teve dupla significação a vitória. Não foi só o troféu alcançado, mas a supremacia sobre o "rival de sempre" — o Grêmio.
Dizem que o XI rubro é especialista em torneios. O campeonato inicia-se e a frase parece confirmar-se. O Intercruz acusa um empate de 4 tentos, nos "Eucaliptos".
O segundo compromisso do "rolo compressor" desdiz a sentença. Os tricolores mordem o pó da derrota; 3 x 2, na própria "baixada". A liderança firma-se com a turma de Hoche de Almeida Barros.
Os rajados são levados de roldão (7 x 1). O encontro seguinte fere-se no Passo da Areia e assinala outro êxito: 5 x 2, para encerrar de modo brilhante a jornada do turno.
Um novo empate, de 2 x 2, marca o segundo Intercruz. A derrocada aparece no Grenal. Magno contunde-se seriamente, sofrendo a fratura do pé. Com dez homens, foi impossível combater de igual para igual. A boa estrela de 1940 tentou bruxolear. Os esforços e dedicação dos técnicos contornaram a "pane", auxiliados pelo gesto indisciplinar dos clubes locais, ao negarem os jogadores requisitados pela F. B. F., para a  formação do selecionado brasileiro.
O Internacional ganhou tempo e os jogadores lesionados se refizeram, entrando em forma. O único que não reapareceu foi Marques, tambem de pé fraturado.
Desanuviado o horizonte, Cavedini e Dilorenzi trabalharam com afinco e puderam imprimir a mesma marcha vitoriosa que haviam encetado, depois de Rui Souza ter abandonado a direção técnica.
No período de crise, os colorados suplantaram a duras penas ao Força e Luz (3 x 2) e igualaram com os "santos" (4 x 4). Nesta altura ombreavam com os gremistas, já que estes perderam no turno para os rajados.
Mesmo assim, o clube da rua Silveiro não deixou de figurar na vanguarda.
Turno neutro. O Cruzeiro com dez homens não suportou o elan colorado e baqueou fragorosamente: 5 x 1. Os tricolores também conheceram o ferrete vermelho: 4 x 3, o mesmo sucedendo aos rajados (também com dez homens) que cederam por 5 x 1. Finalmente, o cotejo inacabado de ontem: 2 x 2, faltando 11 minutos. Mesmo um revés nada significará para a posição do Internacional, que finalizou o certame de 1940 com 18 pontos, contando 1 do empate de ontem.
Essa a marcha que levou o Internacional ao campeonato.
***
O afastamento de Rui Souza da direção técnica dos rubros creou um problema para a administração de Hoche de Almeida Barros. Durou pouco o impasse. Orlando Cavedini foi convidado, novamente, para a primeira linha. Carlos Dilorenzi, como amigo do técnico passou a auxiliá-lo. Formou-se, assim, a "dupla" Cavedini-Dilorenzi.
Os "heróis anônimos" das vitórias. Trabalharam sem desfalecimento até colherem os louros da vitória: o título máximo do futebol metropolitano.
Os feitos de 34 e 36 se repetem em 1940!
***
O "campeão da regularidade" é Guilherme Schroeder, o veterano zagueiro do selecionado gaúcho e um dos maiores baluartes do "rolo compressor".
O popular "Risada" apresentou uma "performance" digna de registro na defesa dos rubros. Raríssimas vezes não constou entre os mais destacados. Calmo, seguro, ótimo cabeceador, firme nos rechaços, o "papai", como dizem os seus companheiros, teve atuação saliente em todos os prélios do Internacional.
Ai vemo-lo no clichê a assinar a súmula. Bem poderia ter sido pela última vez, se não fosse a inclemência do tempo. Benjamim Simões, do Departamento Técnico da AMGEA, assiste à assinatura do boletim.
***
Foi feliz a gestão de Hoche de Almeida Barros à testa do Sport Club Internacional, campeão de 1940. Os inúmeros casos administrativos tiveram sempre pronta solução, junto com o Conselho Deliberativo do clube, sempre chamado a opinar nos assuntos mais delicados.
Cremos, que o mandatário dos colorados deve estar satisfeitíssimo.
***
Futebol! Palavra cheia de atração e encanto. Fascinante para uns; árida para outros, mas supinamente emotiva para a maioria. Possui uma significação particular e exclusiva. Os torcedores encontram nela "o compêndio de suas emoções mais intensas e mais fortes". A alegria e a tristeza povoam todos os seus instantes. São dois sentimentos antagônicos, diametralmente opostos, e, entretanto, se ligam intimamente, numa verdadeira comunhão, no "association".
O futebol se assemelha a uma autêntica peça teatral, digamos um "drama". Nem todos os personagens estão sobre o "tapete verde". Há os que vivem nas arquibancadas, debruçados sobre o parapeito ou a medir a linha lateral do "field": os técnicos.
O técnico é o "ponto" da "peça", usando a expressão feliz de um colega carioca. Ele "sofre" muito, muitíssimo mesmo mais que os "atores".
Cavedini e Dilorenzi "sofreram", mas venceram!
Fonte: Diário de Notícias (RS), n. 234, 04 nov. 1940, p. 6. Disponível em: http://memoria.bn.gov.br/DocReader/093726_02/3267. Acesso em: 17 jun. 2025.