Internacional 0 x 1 Cruzeiro (Campeonato Brasileiro 2002)


O ano de 2002 não foi bom para o Internacional. Com a nova direção, dívidas acumuladas e as típicas contratações de balaio, o Colorado acumulava campanhas pífias e desempenhos que não davam continuidade à esperança do torcedor, discretamente extasiado pela reconquista do Gauchão.

O clube vivia o mesmo inferno de 1999, lutando constantemente contra o fantasma do rebaixamento. Nem mesmo o brilho deslumbrante de Mahicon Librelato e a descoberta da jóia Chiquinho fizeram com que o Internacional encontrasse um norte para se manter na Série A sem drama.

Depois da demissão de Celso Roth, na derrota para o Coritiba em casa no último minuto, Cláudio Duarte foi chamado com a difícil missão de livrar o Inter do descenso. Seu "começo" foi dramático: empate com São Caetano em 1 a 1 no Anacleto Campanella, e derrota por 3 a 2 para o Juventude no Alfredo Jaconi.

O obstáculo na penúltima rodada do Brasileirão seria o Cruzeiro, que brigava por uma das vagas na próxima fase da competição e tinha um dos melhores elencos do Brasil. Desfalcado de Alexandre, Cleitão era o responsável por deter as ações ofensivas do Cruzeiro ao lado de Márcio Hahn.

O Inter foi de: Clemer; Chris, Luiz Alberto, Vinícius; Claiton, Márcio Hahn, Cleitão, Cleiton Xavier, Cássio; Mahicon Librelato e Fernando Baiano. O Cruzeiro, do técnico Luxemburgo escalou: Gomes; Marcelo Batatais, Cris, Luisão; Ruy, Paulo Miranda, Augusto Recife, Alex, Leandro; Marcelo Ramos e Fábio Júnior.

Empurrado por um mar vermelho, o Internacional tomou a iniciativa e foi à moda louco para o ataque, assustando o Cruzeiro com um chute na trave de Márcio Hahn logo aos 2 minutos. Fernando Baiano ainda teria mais duas grandes chances de abrir o placar.

A superioridade do Cruzeiro foi estabelecida na metade da primeira etapa, depois de desperdiçar uma grande chance com Fábio Júnior. Uma falta pelo lado direito do ataque cruzeirense e um testaço de Luisão, aos 24 do primeiro tempo, calaram o Beira-Rio.

Daniel Carvalho e Chiquinho entraram em campo e incendiaram a partida. O Internacional não se abateu dentro de campo e seguiu martelando o Cruzeiro, que resistia bravamente. Assim se seguiu até os instantes finais, quando Clemer foi se aventurar na área cruzeirense e furou em bola.

Héber Roberto Lopes encerrou a partida e lágrimas corriam em todos os olhos colorados. Os sentimentos de raiva, tristeza e inconformidade com o time se misturavam, tornando o Beira-Rio um campo de batalha com a Brigada Militar. Dentro do gramado, Claiton saía correndo chorando desconsolado. Luiz Alberto permaneceu deitado no gramado, incrédulo com o resultado.

Fernando Baiano prometia permanecer no Inter para jogar a Série B de 2003, sem saber que ainda existia a possibilidade, mesmo que remota, do Colorado permanecer na primeira divisão. Felizmente, os resultados da quinta-feira foram bons para o Internacional, que enfrentaria o Paysandu na esperança de se manter na elite do futebol brasileiro.

Reveja os lances desse duelo no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=FrB6AEACzX0

Marcelo Veiga

MARCELO VEIGA
(lateral-esquerdo)


Nome completo: Marcelo Castelo Veiga
Data de nascimento: 10/7/1964
Local: São Paulo (SP)

CARREIRA:
1984-1987 - Santo André
1986 - Comercial-MS
1987-1988 - Ferroviário-CE
1988-1992 - Santos
1992 - Internacional
1993-1994 - Goiás
1994 - Portuguesa
1995 - Bahia
1995 - Fortaleza
1996 - Caldense
1997 - Joinville
1997 - Atlético-GO
1998 - Itumbiara
1998 - Matonense


Marcelo Veiga veio ao Beira-Rio com status de reforço de peso, a fim de suprir uma carência que nem as categorias de base conseguiam suprir: a lateral-esquerda.

Revelado pelo Santo André, em 1984, aos 18 anos, o lateral jogava pelas duas pontas e tinha um cruzamento eficaz, além de um bom chute de longa distância. Em 1988 conquistou seu primeiro título estadual, jogando pelo Ferroviário-CE.

Ainda em 1988 foi para o Santos, que não passava por uma boa fase. Mesmo assim, Marcelo Veiga se destacava pela persistência e pela eficiência que desempenhava sua função. Pelo alvinegro, jogou ao lado de Paulinho MacLaren e Sérgio Guedes, que jogariam pelo Internacional nos anos 90.

Em 1992, tudo se encaminhava para uma negociação com o Corinthians, mas não deu certo. A direção colorada aproveitou e trouxe o jogador, destaque no Santos. No Beira-Rio, não teve a mesma sorte. Acabou preterido pelo técnico Antônio Lopes, que preferia Daniel Franco, com justiça.

Deixou o Beira-Rio em 1993, quando foi para o Goiás. Seu primeiro ano no clube não foi dos melhores e acabou amargando a reserva. Participou da campanha que ajudou o Goiás a subir para a 1ª divisão em 1994, mas na reserva de Augusto.

Passou por Portuguesa, Bahia, Fortaleza, Joinville, Atlético-GO, Itumbiara e Matonense, onde encerrou a carreira. Recentemente, treinou a Portuguesa, mas está sem clube.

Celso Vieira

CELSO VIEIRA
(lateral-esquerdo)

Nome completo: Celso Vieira
Data de nascimento: 25/9/1974
Local: Porto Alegre (RS)

Carreira:

1994-1995
Internacional
1996
Brasil-FA
1997-1999
Internacional
1999
Portuguesa
1999
Ituano
2000
Portuguesa
2001
Vegalta Sendai-JAP
2002
Cerro Porteño
2004
Guarani-VA
2005
Porto Alegre
2006
Cruzeiro-RS
2006
Sampaio Corrêa


Celso Vieira é cria da base do Inter nos anos 90. Lateral-esquerdo de boa qualidade, teve a carreira comprometida com uma grave lesão. Mas não largou a bola e seguiu adiante. A Colorados Anônimos registra aqui uma breve entrevista, feita pelo facebook com o próprio Celso Vieira:


Colorados Anônimos: - Celso, em que período tu jogaste no Inter? E em quais outros clubes tu jogaste?
Celso Vieira: - Joguei de 94 até 99, sendo emprestado ao Brasil de Farroupilha e Ituano. Depois, Portuguesa, Vegalta Sendai-JAP, Cerro Porteño-PAR, Guarani-VA, Cruzeiro-PoA, e Porto Alegre (time do Ronaldinho), Sampaio Corrêa.

CA: - Tens alguma atuação que tu destacaria pelo Internacional?
CV: - Um jogo do Brasileirão de 1997 contra o Goiás, em que estava assumindo a titularidade da lateral esquerda. Ganhamos por 3 x 1 e fiz um gol. Três jogos depois, quebrei a perna contra o Paraná Clube, em Curitiba (em uma dividia com Reginaldo que, no ano seguinte, seria contratado pelo Inter).

CA: - E quais os motivos que te levaram a deixar o Colorado?
CV: - Estava de titular no ano de 1999, no início, mas a equipe estava mal. Perdemos dois jogos, e eu e o Denílson, laterais esquerdo e direito, fomos trocados com dois laterais da Portuguesa.

CA: - Muito obrigado, Celso! Quer deixar um recado pra coloradagem que curte a página?
CV: - Independente da fase que o time se encontra, ser colorado é ter paixão pelo clube.

Rogério Gaúcho

ROGÉRIO GAÚCHO
(atacante)


Nome completo: Rogério Márcio Botelho

Rogério Gaúcho foi um atacante peculiar que passou pelo Internacional. A começar pelo apelido. Apesar de carregar o apelido, Gaúcho nasceu em Assis Chateaubriand, no Paraná. Também pela maneira que desembarcou no Salgado Filho: de bermuda e chinelo. Talvez por estar acostumado com as praias de Santos, de onde veio.

Embora tivesse entrado em algumas partidas do Gauchão, a estreia entre os titulares foi promissora. Vitória de 3 a 0 contra o Criciúma, no Beira-Rio. Gaúcho marcou o primeiro gol da vitória com 1 minuto de jogo. O técnico era o interino Leandro Machado.

Na partida seguinte, Joel Santana assumiu o comando do Colorado. Com Joel, Gaúcho não teve muitas oportunidades. Disputou algumas partidas pelo Brasileirão e Sul-americana, mas foi mandado para o time B do Inter.

Marcou mais dois gols pelo colorado na Copa FGF, torneio que o Internacional foi eliminado pelo Gaúcho, de Passo Fundo, nas semifinais. Ainda foi relacionado em alguma partidas pelo Brasileirão, mas sem muitas chances entre os titulares.

Foi dispensado no início de 2005 e rumou ao União Barbarense para a disputa da Série B. Ainda rodou República Tcheca e Eslováquia, até retornar ao Brasil e encerrar a carreira no Toledo-PR, em 2013.

Itamar

ITAMAR
(atacante)

Nome completo: Itamar Strapasson
Data de nascimento: 26/3/1974
Local: Erechim (RS)

Carreira:
1994-1996
Internacional
1996
Santa Cruz
1997
Araçatuba
1997
União São João
1998
América-SP
1999
Ypiranga-RS
1999
Esportivo
2000
Canoas
2000
Volta Redonda
2001
São José-RS

Atacante "gringo" é tradição no futebol gaúcho. Aqueles estilo varzeano, que joga valendo a vida, com baixo nível técnico, mas esbanjando muita raça. Assim era Itamar, um jovem atacante promovido aos profissionais do Internacional em 1994. Antes de jogar nos juniores do Inter, jogou nas categorias de base do Ypiranga, de Erechim.
Itamar não teve muitas oportunidades no time principal e não tinha muito prestígio com os treinadores, que preferiam Leandro, Aílton e Zé Alcino. Esteve no Inter até o final de 96. Em 1997 foi para o Araçatuba, junto com o lateral-esquerdo Cleomir, que voltava de empréstimo. No mesmo ano, Itamar disputou o Brasileirão pelo União São João, que terminou rebaixado.
Itamar passou por América-SP, São José-RS, Ypiranga-RS, Esportivo e Canoas. Encerrou a carreira profissional no Zequinha, em 2001.