Assis

ASSIS
(meia)

Nome completo: Benedito de Assis Silva
Data de nascimento: 12/11/1952
Local: São Paulo (SP)

CARREIRA:
1975
São José-SP
1976
Inter de Limeira
1977-1979
Francana
1980-1981
São Paulo
1981-1982
Internacional
1982-1983
Atlético-PR
1984-1987
Fluminense
1988
Atlético-PR
1989
Paysandu
1989
Pinheiros-PR
1990
Atlético-PR

Assis iniciou a carreira no modesto São José-SP, depois de passar pelas categorias de base da Francana. Mas a sua carreira foi marcada pelo modo tardio com que se tornou protagonista no cenário brasileiro.

Depois de passar mais uma vez pela Francana, Assis foi contratado pelo São Paulo, em 1980, mas sem se encaixar entre os titulares. O tempo ia passando e Assis não conseguia exibir o futebol que despertasse a atenção dos torcedores. Pelo tricolor paulista, o atacante foi bicampeão paulista e vice-campeão brasileiro em 81.

Assis foi contratado pelo Internacional em uma transação envolvendo Mário Sérgio, em agosto de 1981. Permaneceu no clube até abril de 1982, quando foi envolvido em uma negociação com o lateral-esquerdo Augusto. Disputou apenas 7 partidas e marcou dois gols com a camisa vermelha.

Quando o Atlético-PR abriu as portas para o veterano atacante, o jogo virou. Ele e Washington ficaram conhecidos como "Casal 20", um seriado que passava na televisão nos anos 80. Cornetados pela imprensa paranaense, a dupla calou os críticos, que consideravam os dois dispensáveis. Em 1982, o Furacão quebrou o tabu de 12 anos sem conquistar o estadual. Assis e Washington caíram nas graças da torcida.

Pelo Fluminense, a dupla ergueu o caneco do Brasileirão de 1984. Infelizmente, Assis, em grande fase, acabou preterido pelo técnico Telê Santana e ficou de fora da Copa do Mundo de 1986. Assis ainda defendeu Paysandu e o Pinheiros, no último ano de existência do time antes de virar o Paraná Clube.

Encerrou a carreira aos 38 anos, no clube que o consolidou como o craque tardio, mas mortal: o Atlético Paranaense. Assis faleceu no dia 6 de julho de 2014, em Curitiba, em virtude de uma insuficiência renal.

Citação #09

Domingo é dia do maior clássico do Brasil: o Gre-Nal. E hoje trazemos uma atuação épica do saudosíssimo Carlitos. Que sirva de lição aos nossos atacantes, que andam em baixa:
"Carlitos, que em novembro completará 60 anos, ainda se emociona quando lembra de seus gols importantes. Como, por exemplo, o que marcou na final do campeonato de 1944. Operado dos meniscos 27 dias antes, ele não reunia a melhor condição de jogar. Mas, atendendo o pedido de seus companheiros, decidiu correr o risco. 
Dada a saída, Tesourinha fez um lançamento em diagonal para a esquerda, Carlitos dominou e mandou uma bomba para o gol. Aos 10 segundos de partida, o Grêmio sequer tinha tocado na bola e já perdia por 1 x 0. Ainda no primeiro tempo, aos 25 minutos, Carlitos levou uma pancada no joelho operado e caiu em campo gemendo de dor. Mesmo assim, continuou até o final - ele, Assis e Alfeu, todos lesionados. Tanta dedicação lhes valeu uma inesquecível vitória por 2 x 1 e a conquista do pentacampeonato".
Texto retirado da Revista Placar, 30 set 1981, nº 595.

Vilson Tadei

VILSON TADEI
(meia)

Nome completo: Vilson Tadei
Data de nascimento: 2/6/1954
Local: Urupês (SP)

CARREIRA:
1971
Rio Preto
1972
América-SP
1973-1974
Rio Preto
1975
Penapolense
1976
Rio Preto
1977-1978
Barretos
1978-1980
São Paulo
1980-1982
Grêmio
1982
Santa Cruz
1982-1983
Guarani
1983
Internacional
1984-1985
Vasco
1985-1986
Monterrey-MEX
1987
Botafogo-SP
1988
Figueirense
1988
Taquaritinga
1989
Rio Preto
1990
Jaboticabal
1991
Jalense

Vilson Tadei surgiu para o futebol em 1971, no Rio Preto. Na época, possuía cabelos longos, diferente de sua época em que esteve no Rio Grande do Sul defendendo Grêmio e Internacional.

Depois de uma rápida passagem pelo rival América, voltou ao Rio Preto em 1973, onde permaneceu até 1977. Em 78, foi vendido ao São Paulo, onde fez 54 partidas, mas não se firmou como titular. Depois de uma passagem pelo Coritiba em 80, se transferiu para o Grêmio.

O meia foi campeão gaúcho em 1980 e campeão brasileiro em 1981, permanecendo no Olímpico até o ano de 82. Após rápidas passagens por Santa Cruz e Guarani, ficou alguns meses no Beira-Rio, em tempo de levantar o caneco do Gauchão em 1983.

Vilson Tadei foi o principal nome na inauguração do estádio da Ressacada. Em um amistoso do Vasco contra o Avaí, aos 5 minutos, o meia fuzilou o goleiro catarinense, marcando o primeiro gol do estádio. No final do jogo, Vasco 6 a 1, com dois gols do carequinha.


Em sua passagem pelo futebol mexicano, foi campeão nacional com o Monterrey, na temporada 1985/1986. Retornou ao Brasil em 87, jogando por clubes do interior paulista até 1991, ano em que pendurou as chuteiras, aos 37 anos.

Tesourinha

TESOURINHA
(atacante)

Nome completo: Osmar Forte Barcellos
Data de nascimento: 3/10/1921
Local: Porto Alegre (RS)

CARREIRA:
1939-1949
Internacional
1950-1952
Vasco
1952-1955
Grêmio
1957
Nacional-POA

No final dos anos 30, um negrinho vindo do Areal da Baronesa, área de população negra de Porto Alegre, tornaria sua história muito maior do que poderia imaginar. Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha, era dono de uma habilidade e faro de gol implacáveis. Seu apelido vem do antigo bloco carnavalesco "Os Tesouras", do qual fazia parte.

Foi chamado para fazer testes no Internacional em 1939 e foi aprovado com louvor. Centroavante nato, Tesourinha teve que ser deslocado para a ponta-direita, pois outro célebre goleador comandava o ataque colorado: Carlitos, rei dos Gre-Nais.

O atacante estreou na vitória contra o Cruzeiro-RS, pelo Campeonato Citadino, em outubro de 39. Dois meses depois, marcou o primeiro gol com a camisa vermelha, em um jogo contra o Força e Luz, com vitória colorada por 7 a 0.

Por ser um jogador franzino, a diretoria autorizou uma padaria vizinha dos Eucaliptos a fornecer alimentação para a jovem estrela do time.

Tesourinha foi o protagonista do clássico e inesquecível "Rolo Compressor" dos anos 40. Não demorou muito e o técnico Flávio Costa o convocou para a Copa Rio Branco de 1944 e para o Campeonato Sul-Americano de 1945.

Foi vendido ao Vasco em 1949 por 300 contos de réis, valor considerado uma fortuna para a época. Ao lado de Ademir Menezes, chefiou o legendário "Expresso da Vitória" por duas temporadas. Não participou da Copa de 50 por uma lesão no joelho. Ainda há quem diga que o Maracanazzo poderia ser impedido...

Em 52, seu desejo de voltar ao Internacional foi barrado pelo presidente Joaquim Difini. O destino no ponta foi o co-irmão. Tesourinha é considerado um abolicionista do time gremista, pois acabou com o preconceito que existia no Fortim da Baixada.

Ironicamente, Tesourinha, dono de uma conclusão mortal, jamais marcou um gol contra o Internacional. Além disso, esteve no Gre-Nal de inauguração do Olímpico, no qual o Grêmio foi goleado por 6 a 2.

Abandonou os gramados em 1955, pois não conseguia mais exercer o futebol primoroso dos seus tempos de "Rolo", mas deu mais um gostinho ao colorado na despedida dos Eucaliptos, em 1969, quando foi presenteado com uma das redes do estádio.


10 anos depois, Tesourinha partiu para outro plano espiritual, deixando um legado incomensurável ao futebol gaúcho e brasileiro. Um câncer no estômago tirou sua vida, aos 57 anos, mas a sua história jamais se ausentará dos corações colorados.

Enísio

ENÍSIO
(lateral-direito)

Nome completo: Enísio Augusto Matte Vieira
Data de nascimento: 5/2/1946
Local: Porto Alegre (RS)

CARREIRA:
1965
Internacional
1966
Aimoré
1967-1968
Avenida
1969
Juventude
1970
América-SC
1971-1972
Juventus-SC
1973
CEUB-DF
1974-1975
Desportiva
1975-1977
Americano-RJ

Desde pequeno, Enísio defendeu as cores do Internacional, dos mirins, até os profissionais. Colega de Pontes, Bráulio e Manoel nas categorias de base do Internacional, Enísio era um discreto lateral do time colorado. Fez parte do grupo campeão estadual de juniores de 64, esse de forma invicta. Ainda no Celeiro de Ases, conquistou os estaduais em 61, 62 e 63.

Profissionalizou-se em 1965, mas não teve muitas oportunidades entre os titulares. A má fase do Internacional na década prejudicava os mais jovens, pois todas as atenções eram voltadas à construção do Beira-Rio. À sua frente havia Laurício na direita, e Sadi pela esquerda.

Ao deixar o Internacional, passou a atuar como volante. No Aimoré, Enísio foi colega de Luiz Felipe Scolari, técnico campeão mundial em 2002 pela Seleção Brasileira e multicampeão com Grêmio e Palmeiras.

Defendeu o Juventude em 1969, apedido de Carlos Froner. Enísio marcou um gol jogando contra o Internacional, na época em que defendia o clube caxiense, em jogo válido pelo Gauchão de 1969. Passou pelo futebol catarinense entre 70 e 72, jogando pelo América e pela Juventus.

Em 1973, conseguiu uma grande façanha defendendo o CEUB, primeiro clube do Distrito Federal a participar do certame nacional, segurando um empate contra o badalado Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro daquele ano. O time brasiliense fechou as portas em 1976, com dificuldades para se manter.

Além de jogador, Enísio dedicava sua vida aos estudos. Já com o apelido “Russo”, adquirido em Brasília, Enísio foi defender a Desportiva, do Espírito Santo. Conquistou o título capixaba em 74. Em Cariacica, o lateral era ídolo da torcida, mas boicotado pelos treinadores.

Uma grave lesão no joelho em 1976 fez com que Russo abandonasse a carreira como jogador, enquanto ainda defendia o Americano, de Campos dos Goytacazes. Ao retornar para o Rio Grande do Sul, começou a sua carreira como funcionário de arbitragem da Federação Gaúcha de Futebol. Exerceu a função de 78 a 95.

Sérgio Galocha


SÉRGIO GALOCHA
(atacante)

Nome completo: Luís Sérgio Ferreira
Data de nascimento: 27/12/1948
Local: São Jerônimo (RS)

CARREIRA:
1967-1972
Internacional
1973-1974
Flamengo
1974
Atlético-PR
1975
Chapecoense
1975
CSA
1976
Chapecoense
1977
Paranavaí

O saudoso Sérgio Galocha defendeu o Internacional no período de transição dos Eucaliptos para o Beira-Rio, de 1967 a 1972. Nascido em São Jerônimo, começou a trilhar seu caminho no futebol em times amadores da cidade de Butiá.

Seu curioso apelido foi dado pelos próprios colegas de Internacional. Em um dia de muita chuva, Sérgio chegou nos Eucaliptos usando galochas para proteger os pés. Os colegas riram e o apelido pegou. Sérgio não ligou para isso.

Ao mesmo tempo em que a Jovem Guarda fazia sucesso no Brasil, o Internacional formava três jovens que formavam o “ataque iê-iê-iê”. Sérgio, Claudiomiro e Dorinho surgiam como grandes promessas coloradas que trariam de volta a auto-estima do torcedor e, claro, as taças. Além dos três, Paulo César Carpegiani e Cláudio Duarte eram parte dessa turma.

No festival de inauguração do estádio Beira-Rio, no jogo contra o Peñarol, Sérgio levou um soco de um zagueiro do time uruguaio, que tentou pará-lo em uma jogada que resultou no gol do atacante. Três anos depois, o mesmo zagueiro foi contratado pelo Internacional. Seu nome: Elias Figueroa.

O atacante está na história dos Gre-Nais por ter marcado o primeiro gol do Inter no clássico em Campeonatos Brasileiros, em 71. Vale lembrar que esse clássico iniciou uma série de 17 Gre-Nais sem derrotas.

Em um jogo contra o Santos, no Roberto Gomes Pedrosa de 1969, Sérgio ganhou a camisa do Rei Pelé, depois de uma grande atuação e como pedido de desculpas por uma entrada mais forte do camisa 10 santista. O lateral Rildo chegou a rasgar a camisa do atacante, depois de levar um balãozinho. A partida terminou em 3 a 0 para os colorados, com um show de Sérgio.

Na sua trajetória vestindo a camisa vermelha, Sérgio conquistou quatro estaduais (69, 70, 71 e 72) e foi duas vezes vice-campeão do Roberto Gomes Pedrosa (67 e 68). Fez parte da lista dos 40 jogadores pré-convocados para a Copa do Mundo de 1970, mas não foi chamado.

Mas Sérgio acabou perdendo espaço no time colorado com a ascensão do “garoto de ouro”, Bráulio, no final dos anos 60. Sérgio era o preferido dos Mandarins e defendido por Daltro Menezes, mas a torcida queria ver o futebol majestoso de Bráulio. A pedido de Zagallo, foi contratado pelo Flamengo, onde era titular à frente de uma futura lenda do futebol brasileiro: o jovem Zico.

No final de sua vida, Sérgio Galocha, muito querido pela torcida colorada, teve uma de suas pernas amputadas, em virtude da diabetes. Recebeu assistência financeira e doações do Sport Club Internacional e de seus torcedores. Curiosamente, um dos jogadores que mais ajudou Sérgio no final de sua vida foi Bráulio, com quem disputava a posição.

Faleceu no dia 16 de outubro de 2010, em virtude do diabetes e foi sepultado em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre. Sérgio está na história do Internacional pela sua história e seu amor pelo Sport Club Internacional.